Accidentally In Love escrita por Nunah


Capítulo 4
capítulo 4 - i surrender


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas *-* Demorei mas voltei.



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Poseidon

     Acordei sobressaltado pelas fortes batidas na porta. Me levantei com cuidado para não acordar Jane-bonequinha-de-porcelana e arrumei minha toalha. Quase me esqueci que não tinha trocado de roupa ainda.

     - Sim, Quíron?

     - Sean, chame Percy e vá para o refeitório o mais rápido possível, parece que Zeus resolveu nos fazer uma visitinha.

     - Tudo bem.

     Deuses, Zeus? Aqui? No Acampamento? Não era uma simples coincidência... ou era?

     Mas antes de me desesperar, onde é que Percy passou a noite? Porque, pelo que eu sei, ele tinha trancado a porta (e como sabia que uma hora nós teríamos que sair, foi esperto o bastante para passar a chave por baixo da porta, yeah, ele puxou a mim).

     - Jane... ei Pequena… hora de acordar…

     Aos poucos aquelas orbes cinzentas foram se abrindo para mim, primeiro mostraram confusão, depois espanto, por fim compreensão. Graças a Athena ela não daria nenhum escândalo.

     - Está cedo... o que houve...?

     - Zeus está aqui.

     - Zeus?! – os olhos dela se arregalaram enquanto pulava da cama – Zeus está aqui?!

     - Sim, ele está, mas por que...

     - Eu tenho que ir! – ela gritou antes de sair pela janela.

Palas Athena

     Ah ótimo, como se já não bastasse eu ter passado a noite na cama de um filho de Poseidon, meu pai resolve aparecer, seria cômico se não fosse trágico!

     Parei de correr no meio do Acampamento, que já estava em pé (algo bastante fora da rotina, o que queria dizer que alguma coisa tinha acontecido) e comecei a rir. A rir da minha desgraça. Agora, só me falta saber se Zeus vai ou não me reconhecer. Ou então eu terei que pedir ajudar para Hera ou Afrodite (Ártemis não, porque ela começaria a me passar sermão por causa de Sean), se bem que Afrodite ia ficar toda cheia de si também. Eu mereço.

Há tanta vida que eu deixei de viver

E este fogo ainda está queimando

O que aconteceria se eles soubessem

Que estou apaixonada por você?

     - Vamos logo Jane, você não acredita no que aconteceu! – disse Annabeth cheia de preocupação.

     - Ai, o que tem de tão importante? Não vai me dizer que um deus desapareceu? – perguntei irônica.

     - Uma deusa, pra falar a verdade. Athena.

     Agora sim eu parei de rir.

     - Senhor Zeus, não podemos fazer nada, não há nenhuma pista e o oráculo não tem nenhuma profecia... – ouvi Quíron falando logo à frente.

     - Tem que ter Quíron! Athena é uma mulher feita! Inteligente! Ela não sumiria sem dizer nada!

     Eu só vi meu pai desesperado e furioso daquela forma duas vezes na vida:

     1 – quando roubaram o raio dele (típico).

     2 – quando ele soube que Hera já teve um caso com Poseidon (é, todos nós nos surpreendemos... mas ele acabou se acalmando quando descobriu que isso foi antes do casamento).

     - Afinal, não foi só ela que sumiu! Poseidon também não dá notícias há dias! Mas com ele todos já estamos acostumados... deve estar por aí com alguma mortal...

     - Deuses, acalmem-se! Eu sei onde ela está. Aliás, onde eles estão! – gritou aquela voz da salvação. Hera.

     - Sabe? Como assim, sabe? Então diga, mulher! Onde foi que minha filha se meteu?!

     - Não é assim tão fácil, Zeus! Eu não vou dizer porque sei que ela não gostaria que você descobrisse. E Poseidon a mesma coisa! Só posso dizer que, quando você encontrar um, encontrará o outro.

     Oi? Como é que é? ‘… quando você encontrar um, encontrará o outro’. Alguém me explica?!

Porque eu desistiria de qualquer coisa

Pra sentir a chance de viver de novo

Eu procuro por você

Eu sei que pode sentir isso também

Eu me rendo

Poseidon

     ‘… quando você encontrar um, encontrará o outro’.

     Acabei de descobrir que minha cabeça tá num nó só. Deuses, o que ela queria dizer com isso?

     Sim, eu sei o que isso quer dizer, afinal não sou burro tanto assim, mas então quer dizer que... não, não pode ser. Seria muita, mas muita coinscidência mesmo.

     - Eu também sei aonde eles estão, tá legal?! – falou Afrodite aparecendo ali também – E não se preocupe Zeus, eles estão muitíssimo bem, acredite – ela disse sorrindo de um modo esquisito. Muito esquisito até pra deusa do amor.

     - Então quer dizer que vocês duas vão me deixar no escuro? Assim? – perguntou Zeus – Tudo bem então, mas é bom eles estarem bem mesmo... não confio muito no seu ‘acredite’, Afrodite, principalmente porque vem de você.

     - Espera aí então... não vai ter mais procura nem missão, certo? – disse Quíron.

     - Pelo jeito... acho que não, não é?...

     - Exatamente! – disse Afrodite batendo palminhas e me encarando fixamente, quando percebi sua voz em minha mente: não conseguiremos te acobertar para sempre, Poseidon. E eu apenas assenti seriamente.

Palas Athena

     Da próxima vez, ele não cairá nessa. Boa sorte, Athena. A voz de Hera ecoava em minha cabeça, séria. Na verdade, eu estava morrendo de medo. Por que uma hora ou outra, aquilo teria que acabar. E pelo jeito não teria hora e nem lugar. É como num jogo de azar: você nunca sabe qual será a próxima jogada.

Toda noite se torna longa

E esse fogo se torna mais forte

Eu engoli meu orgulho e eu vou viver

Você me ouviu chamar?

Eu me rendo totalmente

     - Bem, tudo resolvido... acho que está na nossa hora, Zeus.

     - Sim, sim. Vamos logo embora… - ele dizia, mas seu olhar recaiu sobre mim, e eu engoli em seco – Você. Qual seu nome?

     - J-Jane.

     - Se parece muito com sua mãe – ele franziu o cenho, como se uma ideia passasse por sua cabeça – Muito mesmo. Orgulhe-se disso.

     - S-sim senhor.

     - Não acredito que fomos acordados essa hora pra nada – resmungou Annabeth enquanto as ninfas começavam a passar com as bandejas.

     - Pense pelo lado bom, sabemos que Athena está bem.

     - É, andei pensando nisso também... tem alguma ideia de onde ela pode estar?

     - Ah Annie… sinceramente… não tenho não. Afinal, é Athena. Se fosse para ‘se esconder’ ela não iria para um lugar fácil... seria um... enigma. Entende?

     - Sim, Jane, eu entendo e é isso que me preocupa. Por que ela sumiu?

     - Annabeth, já passou pela sua cabeça que os deuses são pessoas normais que também se estressam com a vida e às vezes sentem necessidade de sumir, desaparecer ou até fugir?

     - Ahn, não.

     - Imaginei que não.

     - Você é Jane, não? – perguntou um garotinho de uns cinco anos me cutucando no ombro.

     - Sou.

     - O cara de azul mandou entregar – ele disse, me dando um guardanapo dobrado e apontando Sean.

     Ri. Que coisa cliché.

- Obrigada.

Eu desistiria de qualquer coisa

Pra sentir a chance de viver de novo

Eu procuro por você

Eu sei que pode sentir isso também

Eu me rendo

     “Praia, depois do treino.

          Te vejo lá Pequena.”

     - Hm, Pequena – disse Annabeth, tirando o bilhete da minha mão e lendo – Que fofo.

     - Não comece, você e Percy são melosos que só Afrodite sabe.

     - Quando começar a namorar com ele, vai entender.

     - Ei! Eu não vou namorar com ele.

     - Quer apostar? – ela perguntou com uma sobrancelha levantada. Um desafio. Nem a própria Athena resistiria a um desafio.

     - O que você quer?

     - Se começar a namorar com ele, eu ganho, portanto vai ter que convencer a mamãe a me deixar entrar na biblioteca dela...

     - Ah não, por que eu? – na verdade, eu não estava brava porque não queria fazer isso, só que eu tenho um ciúme da minha biblioteca que dá até medo de ver.

     - Aposta é aposta. E, se você ganhar, coisa que não vai acontecer, te dou meu livro de grego – ah, aquilo era sedutor... não que eu não tivesse milhões de livros de grego... mas era aquele livro, sabe?

     - Feito – falei suspirando.

Algo me dizia que eu iria perder. E perder feio.


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