Crazy escrita por Guardian


Capítulo 25
Qual a resposta?


Notas iniciais do capítulo

Demorei outra vez... Mas me esforcei para tentar fazer bem esse capítulo e... Querem saber? Gostei de como ficou *--*
Sabem o que é triste? Estar quase oficialmente formada no Ensino Médio e... Ter que fazer prova de recuperação ¬¬
Narrado só pelo Near desta vez.



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 - O que faz aqui, Matt? - foi a primeira pergunta que fiz, minha voz saindo levemente embargada, ao abrir os olhos e identificar ele ali.

 A pergunta que eu deveria ter feito logo na primeira vez que acordei e o encontrei ao meu lado.

 Não que eu não gostasse da presença dele, era só que... Ao menos uma vez, eu queria entendê-lo.

 Faziam quase dois dias desde que eu acordei neste hospital pela primeira vez e falei com L. E durante esse período, Matt permaneceu por um bom tempo aqui comigo, mais tempo do que passava no próprio quarto. E eu queria saber o por quê.

 Até o momento eu evitei perguntar, e ele também não falou, mas já era mais do que hora.

 Mantive meu rosto levantado, observando-o. Ele permanecia sentado, com as pernas dobradas e os braços apoiados nos joelhos escondendo o rosto, deixando visível apenas seus cabelos bagunçados.

 Traduzindo: ele permanecia todo encolhido na grande poltrona cor creme ao lado da minha cama. Praticamente a mesma posição que ele mantinha sempre que estava aqui.

 Matt levantou o rosto devagar, e tinha uma tentativa de sorriso nele.

 - Os analgésicos não estão fazendo efeito.

 Eu já imaginava que não.

 Por conta dos tiros, Mello e eu éramos dopados de quando em quando, e não tinha qualquer dificulade nisso. Mas... Os remédios não conseguiam apagar Matt. 

 Eu nem quero saber em tudo o que o monitor fez para o subconsciente do Matt estar barrando a ação dos medicamentos agora.

 Admito, foi uma resposta. Mas não a que eu queria. E ele sabia disso.

 - Não, o que eu quis dizer foi: o que você faz aqui comigo, Matt? - ainda que falar sempre estando deitado fosse bastante desconfortável, tentar sentar ainda não era uma opção muito convidativa.

 - Minha presença te incomoda? - havia um quê de tristeza em sua voz e principalmente, em seus olhos.

 - Não foi isso o que eu disse - como sempre, eu não o entendia. Agora não seria o momento em que tudo se resolvia e todos ficavam felizes, como em todo final clichê de filmes e livros?

 Mas esta era a vida real. Não seria tão fácil assim, né?

 Ele apoiou o queixo nos braços enfaixados e ficou olhando vagamente para algum ponto aparentemente distante.

 - Near, você não está bravo? - ele perguntou ainda sem me olhar diretamente.

 - Bravo? Por que eu estaria bravo? - embora nem eu nem ele tivéssemos mencionado qual era o objeto da frase, estava meio que implícito.

 Eu sabia que Matt não estava falando de Corliss.

 - Eu não... Tenho coragem de encarar o Mello - falou após uma pausa incômoda. Eu estava meio receoso de entrar nesse tópico antes, já que eu sabia pelas enfermeiras que Matt, nem uma vez até agora, havia ido ver Mello. Mas acho que agora ele estava pronto para desabafar - Corliss pode ter se interessado por vocês desde o começo, mas se não fosse por minha culpa, se eu tivesse sido "invisível" para ele, talvez ele tivesse ficado quieto, sem fazer nada por bem mais tempo. Talvez assim, quando L viesse ao orfanato, desconfiasse do monitor estranho e então nada disso teria acontecido! Ninguém teria se machucado...

 Acho que alguém precisa ensinar a Matt o significado de "egoísmo". 

 Não que ele fosse um santo, longe disso. Mas em certas situações, ele era a pessoa mais altruísta que eu conhecia.

 Ele suspirou depois de um tempo e finalmente me encarou - Near, você... Sabe, não sabe?

 - De que você ama o Mello? Sim. Eu sempre soube - como eu disse antes, o Mello é um cego. Somente ele não se deu conta, nunca prestou a devida atenção para perceber que o olhar que Matt mantém perto dele e dirigido a ele, é diferente de todos os outros.

 - Desculpe...

 - Por que está se desculpando?

 - Porque você também...

 - Não.

 Acho que eu o surpreendi com essas simples três letras, julgando per seus olhos, um pouco inchados e com claras olheiras embaixo, arregalados.

 Eu não sabia, eu sinceramente não fazia ideia. Tudo o que aconteceu só serviu para me deixar ainda mais confuso. Matt? Ou Mello? Seria possível que fosse os dois? Eu não sei. Mas qualquer que seja a resposta , não importa mais. Porque qualquer que seja, eu sei que seria uma batalha perdida.

 - Matt, eu vou usar palavras que Mello usaria para dizer isto: você está sendo idiota - sua expressão estava engraçada, uma mistura de arrependimento com surpresa e estupefação - Por que nós iríamos te culpar? Por que Mello iria te culpar? Você foi uma vítima daquele doente tanto quanto nós. Bem mais, na verdade - respirei fundo uma vez antes de continuar - E quanto ao Mello... Você deveria parar com isso e ir logo vê-lo. Matt, você sabe tão bem quanto eu que eu não sou, nem de longe, a pessoa ideal para dar conselhos nessa área, mas neste caso me parece tão óbvio, que eu digo sem problema nenhum. Você o ama e ele ama você. O que te impede de falar isso com ele?

 - Mas... Mello... Você... - acho que a experiência quase morte afetou meu humor. Porque eu senti uma vontade enorme de rir com a confusão dele.

 - Pelo visto Mello não é o único cego da história - comentei - Mas Matt, uma coisa eu posso garantir. Eu podia estar incosciente na hora, mas eu não precisaria ver para saber. Não foi em mim em quem Mello pensou quando aquele tiro o atingiu. Seu primeiro pensamento de alívio quando L apareceu, não foi dirigido à mim.

 Senti um aperto estranho comprimir meu peito, mas tratei logo de ignorá-lo. Não era hora de "sentir", era hora de fazer Matt entender algo que aparentemente era cego demais para perceber sozinho. 

 Porque qualquer que fosse a resposta que eu desisti de procurar, eu queria eles bem. De todas as formas.

 - Near...

 - Mello te ama, Matt. apesar dele próprio não ter se dado conta. Ele te ama.


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Notas finais do capítulo

Acho que, sendo eu, era até um pouco previsível terminar MattxMello, né? ^//^ Mas eu juro que criei vários finais diferentes (SETE, no total), e acabou que esse foi o que eu mais gostei :3
Mas e aí, gostaram? *--*