(Quarta-feira.) Ele nunca tinha se sentido daquele jeito ou imaginado sentir o que sentia. Um misto de ansiedade com alegria por se encontrar com uma simples garota. Era Edward Cullen, tentava se convencer disso a todo o segundo, o maior pegador de Nova York e já pegado mulheres muito mais bonitas que a simples Isabella Swan certo? Não. Claro que não. Respondeu uma voizinha em sua cabeça. Para ele, ela era a mais bonita. Uma beleza diferente, algo mais do que seios fartos e bunda avantajada, algo mais que ele nunca pensou que repararia em uma mulher.

Estava tão animado para um simples passeio que acordou cedo, tomou banho e se trocou para ficar esperando a hora do almoço em frente ao computador. Conferiu o e-mail respondeu o de Rosalie e apagou os vários de Tanya sem dar ao trabalho de lê-los, mexeu na internet e procurou por ele mesmo, coisa que sempre fazia querendo saber as noticias sobre Edward A. Cullen. Tinha algumas matérias sobre o desaparecimento de Edward Cullen das baladas e Rosalie como sua agente (e assessora de imprensa algumas vezes) deu uma nota dizendo que ele estava viajando.

“Edward está fora de circulação por esse mês. Nova York estava muito agitada e Edward, ele nunca negaria uma farra com mulheres e bebidas, não há como negar a fama dele, então ele resolveu se afastar de tudo e foi para uma cidade pequena que não informaremos a imprensa ou qualquer outra pessoa, sabe como é algumas mulheres são insistentes e podiam atrapalhar o propósito pelo qual ele viajou. Ele está se dedicando ao livro que será lançando mais breve do que imaginam e se dedicando um tempo a ele mesmo, ficar sozinho faz bem a todos. Espero que compreendam.”

— Nem você sabe onde eu estou Rosalie, mas foi uma bela jogada! — Edward riu lendo o que a agente disse e depois refletiu sobre estar falando sozinho, deu uma nova risada com o fato. — Sabe Cullen, falar sozinho é o primeiro sinal de loucura.

Quando finalmente chegou a hora do almoço ele calçou o tênis, como Bella havia mandado no dia anterior. Não sabia se devia levar alguma coisa, então pegou apenas o celular e colocou a carteira, com documentos e cartões de crédito, no bolso de trás da calça como sempre fazia e depois passou um pouco de perfume (que tinha trazido em uma nécessaire preta com outros produtos de higiene pessoal em uma das malas). Olhou-se no espelho e estava bem – calça jeans, camisa cinza e por cima uma camisa de flanela xadrez azul, tênis simples no pé. Deu um sorriso torto para o espelho e mexeu com os dedos nos emaranhados cabelos até ficar bagunçado no ponto certo. Mandou um beijo para o próprio reflexo enquanto apontava para o espelho com os dois dedos indicadores simbolizando uma arma. Estava ótimo.

Desceu correndo as escadas, na sala se despediu de Jasper e Alice que comiam, e saiu da casa. Andou até o restaurante normalmente, se pudesse correria para vê-la o mais rápido possível, mas não queria chegar lá ofegante e suado. Sentou em uma das mesas do lado de fora do restaurante, pegou o cardápio esperando ser atendido pela morena de olhos claros. Em alguns segundos Bella apareceu radiante como sempre, com um sorriso simpático pronto para atender uma das mesas, olhou para Edward e acenou com a cabeça, ele ergueu a mão e acenou sorrindo. Bella anotou o pedido de uma das mesas e entrou no restaurante, depois voltou só que sem o avental na cintura e soltou os cabelos.

— Oi. — cumprimentou-o discretamente, puxou a cadeira e sentou-se em sua frente.

— O que...

— Eu vou almoçar. Sue e Leah estão trabalhando hoje, além do Seth que também está se elas precisarem, então hoje é meu dia de folga. — sorriu. — Eu prometi a um forasteiro idiota que iria levá-lo para conhecer algum lugar de Forks, eu cumpro minhas promessas.

— É bom. E então, aonde vamos?

— De novo? — revirou os olhos e riu. — Já te disse que é surpresa, não insista! Agora nós vamos almoçar, eu também vou almoçar se não se importar, então nós podemos ir.

— Será uma honra ter sua companhia! — sorriu animado. Ela revirou os olhos, mas acabou sorrindo também.

Discutiram amigavelmente sobre o que pediriam até se decidirem. Escolheram filé de peixe grelhado com legumes e arroz branco. Quem os serviu foi Leah, que não perdeu a oportunidade para fazer uma gracinha com Bella e sorrir maliciosamente para os dois dizendo que eles formavam um lindo casal. Bella resolveu ignorar e Edward gostou da idéia, casal. Eles comeram lentamente conversando e quase uma hora depois tinham acabado.

— Esse eu pago e nem adianta reclamar ok? — Edward falou rapidamente assim que ambos ficaram em pé para entrar no restaurante.

— Deus. Tudo bem, eu vou pegar minha mochila e vamos ok? — sorriu e os dois entraram no restaurante, mas para direções diferentes. Ele foi para o balcão pagar a Sue e ela para o quartinho dos fundos.

Sue conversou rapidamente com Edward e lhe perguntou aonde ia, ele respondeu sinceramente que não fazia idéia e ela riu.

— Guapa sempre cheia de surpresas não? — perguntou zombeteira. — É isso que a torna mais perigosa, a Bella. Toma cuidado com ela.

— Devo ter medo? — Edward perguntou erguendo uma sobrancelha, Sue apenas riu.

— Vamos Edward! — Bella gritou. — Nós não vamos passar a noite por lá, então melhor irmos logo!

— Vai lá. Boa sorte pra você e espero que se divirtam! — Sue disse sorrindo e acenou para os dois que saíram do restaurante.

Foram para a picape de Bella e ela dirigiu saindo da cidade. Acenou no caminho para alguns amigos, mas em geral a viagem foi silenciosa. Edward seguia encarando a janela e vendo a paisagem, muito verde para todos os lados da pequena estrada de terra cercada por floresta nos dois lados.

— Lugar legal né? Floresta por todos os lados, você pode entrar aí e nunca mais sair. Vegetação alta e poucas trilhas. Acho que poucos sabem andar por ai sem se perder, apenas os moradores. — sorriu. — Eu posso te matar jogar seu corpo no do mato e dizer que você simplesmente foi embora.

— Isso me soou meio psicopata, devo ter medo? — repetiu a pergunta que tinha feito a Sue. Isso o assustava um pouco, era a segunda vez que tinha motivos para ter medo da nativa.

— Sim! — ela gargalhou.

Por fim, depois de vários minutos, eles chegaram. Onde? Edward não tinha a menor idéia.

Bella desceu do carro com a mochila nas costas e bateu à porta, Edward fez o mesmo. O lugar era fascinante, ele não podia negar. O carro ficou estacionado alguns metros antes do lugar onde ela queria, então andaram até ele. Um penhasco. Eles pararam encarando o penhasco, eles ficaram do lado em que a estrutura do penhasco era completamente desregular e as pedras iam mar adentro, dava para ver as ondas quebrando violentamente contra as rochas. Era realmente grande e bonito, dava uma visão inteira do mar e da floresta ao redor.

— Você disse que queria conhecer um lugar que eu goste, seja bem vindo ao meu penhasco! — ela disse sorrindo lhe olhando, então quando seus olhos se encontraram ela voltou a olhar o mar.

— Uau, é lindo... Magnífico. — disse sinceramente. — Queira ter trazido minha câmera.

— Você pode vir aqui outras vezes, é um lugar legal.

Ela andou em umas pedras com cuidado redobrado até sentar-se em uma, olhando o mar. Ele foi junto e percebeu que a razão do cuidado era o limo escorregadio que cobria as pedras, então se sentou ao lado dela. Um vento frio passava por ali e fazia os cabelos dela voarem, ela pegou uma mexa e colocou atrás da orelha.

— Imagino que isso aqui no nascer do sol deve ser incrivel. — ele comentou quebrando o silêncio.

— Sensacional. O nascer e o pôr do sol são maravilhosos vistos daqui, qualquer dia eu te trago.

— Eu vou cobrar.

— E eu vou cumprir, pode deixar. — ela riu.

— Mas então, eu te pedi para me levar a um dos seus lugares favoritos, por que esse é o seu?

— Hum... Sei lá. Gosto da vista. Quando meus pais se separaram eu quis fugir de tudo, então sai correndo de casa pela floresta e acabei aqui no penhasco, fiquei encarando e era um lugar bonito, era hora do pôr do sol e foi uma das cenas mais bonitas da minha vida. — disse sorrindo com emoção na voz e então riu. — Só que meus pais acharam que eu vim aqui para me suicidar, então eles me levaram pra casa, enquanto minha mãe chorava, o meu pai me passava uma palestra sobre o quanto a vida era boa, quantos motivos eu tinha para continuar vivendo e que suicídio não era uma boa opção, se quer uma opção que eu podia cogitar.

— Uau — Edward riu. — Que história.

— É. Minha vida é cheia desses momentos que são trágicos e cômicos, incrivel.

— Eu não sei nada sobre você, bem que poderia em dizer né? — Edward perguntou.

— Não posso. Eu sou uma assassina disfarçada, eu atraio minhas vítimas até o meu penhasco e jogo os corpos ali embaixo para que as ondas levem, então... Oh droga, você sabe demais, terei de matá-lo! — sorriu faceira e gargalhou.

— Você é sempre assim? Cheia de humor?

— Não. Minha irmã gêmea é mais, só que ela não fala nosso idioma. — disse sorrindo e lhe encarando. Edward sustentou seu olhar e riu. — Está bem, o que você quer saber?

— Tudo.

— Acho que tudo é muita coisa, mas um pouco eu digo certo? Sou Isabella Marie Swan. Tenho 20 anos, sou filha do chefe de policia da cidade, Charlie, e trabalho no restaurante da minha madrasta, Sue. Sou solteira, não tenho filhos, bebo e fumo socialmente, não estudo e tenho alergia a camarão. Essa é minha vida resumidamente!

— Só?

— O que você queria? Eu sou apenas uma nativa inocente, garoto. — ela sorriu mais uma vez.

E só então Edward caiu na real e percebeu a verdade, estava viciado naquele sorriso. Viciado na sua bela morena de olhos claros.

Aquela tarde passou rápida e foi agradável para os dois. Ficaram conversando sobre a infância de Bella, que para Edward fora uma típica infância de menina moleca arteira, cheia de aventuras e diversão muito diferente da dele. Ela pegou na mochila alguns sanduíches de atum e outros de queijo junto com garrafas de suco natural, comeram conversando e rindo. Uma das mais agradáveis tarde para ambos. Até que chegou à hora de irem, por mais que não quisessem. Guardaram as coisas na mochila e levantaram-se para voltar pro carro.

Já tinham saído das pedras que estavam sentados quando ela apontou para o outro lado do penhasco e perguntou se ele estava vendo o outro lado. Ele estava. Era o lado mais regular do penhasco. As rochas não entravam mar adentro e as águas ali pareciam ser mais calmas não indo com violência contra as rochas, além de ter duas alturas com entradas para ambas, dava para ficar no ponto mais alto ou mais baixo.

— Então, dali se pode pular direto na água. Como tem duas alturas você escolhe se quer ir do topo ou do meio, de qualquer um dos dois é um mergulho incrivel.

— Uau, que aventura.

— É. É como pular no vazio e sentir a liberdade correr em volta de você, acariciado sua pele e beijando seus cabelos.

— Está bem você está me deixando com vontade, vai ter que me trazer algum dia para pular do penhasco também. — sorriu.

— Sim senhor, então nós pularemos juntos! — falou sorrindo, deu um leve soco no braço dele e entrou na picape.

Ele ficou ali parado escutando a voz dela ecoar em sua cabeça e percebendo o quanto aquilo soava bem. Juntos. Ele gostava da idéia de fazerem coisas juntos. Não apenas pular do penhasco, mas outras coisas ou nada, apenas estarem juntos. Ele e Bella. Soava perfeitamente bem. Juntos.