Ps: I Love You escrita por Jibrille_chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai pra Hana! Quem assistiu o filme sabe que essa história é LINDA! *-*



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Uruha saiu da pequena estação de metrô, apressado. Andava a passos firmes, mas sabia que o moreno estava no seu encalço. Mesmo assim, ignorava o outro, indo rápido até a porta do prédio onde os dois moravam. Aoi vinha logo atrás, tentando alcançar o loiro. Uruha começou a subir as escadas, e Aoi vinha logo atrás.

- Eu sei, eu sei... é um pouco óbvio, mas... você está bravo comigo? – o loiro continuou a ignorá-lo. – Uru? Uruha!

Aoi suspirou, começando a subir as escadas até o andar em que moravam. Uruha andava muito rápido.

- Eu fiz alguma coisa, não é? Algo ruim? Ou talvez... é algo que você acha que eu fiz?

Uruha parou, lançando um olhar fulminante ao moreno.

- Não, eu fiz. Eu fiz. Eu fiz algo muito, muito ruim. Uru, por que não me diz o que foi?

O loiro continuou a subir as escadas e Aoi se apressou até alcançá-lo. Parou o companheiro, ficando de frente pra ele.

- Hey, Uru... Posso saber o que foi que eu fiz? Ou você... vai esperar até chegar no apartamento pra falar comigo? – Uruha acenou afirmativamente com a cabeça. – Vai me fazer dormir na banheira de novo?

Uruha se desvencilhou do moreno, continuando a subir as escadas, até chegar em seu apartamento.

- Você sabe o que você disse, Aoi.

- Não, eu não sei o que eu disse.

Já estavam dentro do apartamento, Uruha começando a tirar a roupa elegante para colocar uma roupa de dormir, e Aoi ia acendendo as luzes do apartamento.

- Claro que sabe!

- Bom, então foi sem querer.

- Não se diz algo sem querer.

- Claro que sim, eu disse sem querer.

- Não se diz algo sem querer, porque mesmo que não saiba, você quis dizer aquilo.

- Dizer o quê?

- Que eu sou ambicioso. Pra minha mãe!

- Ah, mas eu não disse isso.

- Disse sim!

- O que eu disse foi que você não está contente com o que nós temos e quer se mudar.

- O que significa que eu não gosto do que temos.

- Exato!

- Ah, obrigado.

- Uru...

- Nós tínhamos um plano, Aoi! Guarda uma parte de cada salário, numa aplicação até poder render e comprarmos um apartamento maior! Por que não disse isso pra minha mãe?

Aoi riu baixo, sarcasticamente.

- Cada pagamento? Só agora que você conseguiu um emprego fixo. Você se demitiu de cinco empregos em dois anos!

- Bom, eu não posso trabalhar pra idiotas.

- Não podem ser todos idiotas.

- Sim, eles podem. E por que não contou pra minha mãe sobre o empréstimo que você e o Nao fizeram sem que eu soubesse?

- Ahá! Sabia! Era com isso que você estava bravo! Por que não disse?

- Eu não estou bravo com isso!

- Está sim!

- É só que... droga, não podia esperar?

- Esperar pelo quê, Uru? Eu dirijo limosines há quatro anos, Nao e eu quisemos aumentar o negócio. Nós compramos alguns carros, tenho os meus clientes, e aí está uma carreira, qual o problema?

- E se... e se não der certo? E sobre o que eu quero?

- E o que você quer?

- Eu não sei, outras coisas. Não quero ficar vendendo apartamentos que eu não posso comprar.

- Ótimo, se demita, esse emprego te deixa estressado mesmo. Quer um apartamento maior, tudo bem, compramos um.

- Viu? Odeio quando você faz isso.

- Faço o quê?

- "Vamos comprar um apartamento, lá-lá-lá!". Você tem que ter um plano, Aoi! Não pode deixar que as coisas aconteçam por sorte.

- Uru, está cheio de casais que comprar apartamentos sem ter dinheiro.

- Certo, e aí nos endividamos até o pescoço e temos que dar o apartamento para cobrir a dívida. Droga, porque eu tenho que ser o adulto pensante, e não posso ser o japonês criado no Havaí feliz e cantante?

- Porque quando você canta, os cães começam a latir.

Aoi se abaixou, em tempo de se esquivar de um travesseiro voador. Uruha entrou no banheiro, pegou a escova de cabelos, começando a pentear os fios claros. Aoi se encostou no batente da porta do pequeno banheiro. Não que algum cômodo ali fosse muito grande.

- Você quer... se mudar pra um apartamento maior?

- Você quer? – perguntou Uruha, ainda se penteando, e encarando o moreno pelo espelho.

- Seria bom.

- Viu? – o loiro jogou a escova de cabelos em qualquer canto, nervoso. – Sei o que você quer dizer mesmo quando não diz.

Passou pelo outro, parando de frente ao seu armário de sapatos.

- Ah sim, estamos falando das duas conversas. A que estamos tendo e a que você acha que estamos tendo.

- Seja sincero, Aoi. Você disse aquilo pra minha mãe porque eu não sou mais interessante nem engraçado e só me preocupo com as contas, e não temos mais sexo selvagem. Por que não diz?

Aoi suspirou, colocando as mãos na cintura. Já estava ficando cansado daquilo.

- Certo. Eu sinto falta do sexo selvagem. – um sapato voou, acertando sua cabeça. – Mas do outro jeito está bom também.

- O que você está realmente querendo dizer é que essa não é a vida que você queria, não é?

- Não, eu não disse isso. Isso é o que você disse.

- E se for isso, Aoi? Se isso for pro resto das nossas vidas?

- O que você quer dizer?

- Somos um casal gay que mora num apartamento minúsculo que mal dá pra respirar, fim da história.

- Mas que história você quer, Uru?

- Eu não sei, eu não...

Aoi o segurou pelos ombros. Já estava se irritando.

- O que você quer Uru, o quê? Porque eu estou cansado de ficar tentando adivinhar. Você quer um apartamento maior? Okay, eu arrumo um segundo emprego. Você quer um carro? Não, você não quer. O Quê?! Eu sei o que eu quero, porque eu tenho nas minhas mãos nesse exato momento. E você? Você sabe o que quer? É melhor me responder, Uru...

- Ou o quê? Você vai embora?

- Você quer que eu vá?

- Se você quer ir embora é só ir, não precisa de me usar de desculpa.

- Eu vou embora se você quiser que eu vá.

- Então vá se quiser ir, só dizer "adeus".

- Não me provoca, Uruha!

- A porta é a serventia da casa!

- Ah, não torra o meu saco, Uruha! – o moreno foi até a porta de casa, abrindo-a com violência.

- Não torra o meu!

A porta da frente bateu com estrondo quando Aoi saiu. Uruha entrou novamente no banheiro, batendo a porta com força. Alguns segundos de silêncio se seguiram no pequeno apartamento. Após esse pequeno período de tempo, Uruha abriu a porta, saindo do banheiro e encarando a porta da frente, dali do seu quarto. Pouco tempo depois ela se abriu, Aoi voltando por ela.

- Amor, a briga acabou. Posso voltar agora?

Uruha assentiu com a cabeça, indo até Aoi, pulando por cima do sofá e abraçando o moreno. Aoi o abraçou com força, suspendendo-o e sentindo as coxas do mais novo enlaçarem sua cintura. Ficaram um tempo assim, abraçados, os lábios se encontrando, beijos carinhosos. O moreno foi caminhando com Uruha até o quarto, se sentando na cama do casal.

- Me desculpa... – sua frase era intercalada com beijos. – Eu disse... a coisa errada à sua mãe... Depois de 6 anos, eu ainda fico nervoso na presença dela... ainda tenho a impressão de que ela não gosta de mim... mesmo que seja estupidez.

- Amor, não é estupidez... Ela realmente não gosta de você.

- É?

- Bem, eu tinha 17 anos quando nós fomos morar juntos. Você me corrompeu com sexo e charme... e quanto menos dinheiro temos,menos charmoso e sexy você fica.

Aoi ficou olhando para seu próprio baixo-ventre, como se estivesse procurando alguma coisa.

- Amor? O que está procurando?

- Minhas bolas. Jurava que estavam aqui...

Uruha sorriu, batendo de leve no braço do moreno.

- Ela disse que foi um erro... e que não iria durar. Eu não quero cometer nenhum erro, Aoi.

- Amor, nossa união não é um erro, mesmo que sejamos dois homens. E vai durar. Sabe como eu sei disso? Porque mesmo depois de 6 anos, todos os dias quando eu acordo, a primeira coisa que eu quero fazer... é ver o seu rosto.

Uruha colou sua testa à tesa do moreno, os dedos correndo pelos fios negros.

- Eu vejo pessoas comprando apartamentos enormes, com toda a mobília... eu fico me perguntando quando a nossa vida vai começar.

- Mas já começou, meu anjo! Essa é a nossa vida. Você tem que parar de esperar, porque você já está nela. E não adianta me mandar embora, porque eu não vou embora. Eu não sou o seu pai, ou você ainda não sabe disso?

Uruha se calou, encarando algum ponto do chão. Não gostava de tocar naquele assunto, e sabia que Aoi não tivera a intenção. Levantou-se, olhando o chão.

- Eu... vou pegar meus sapatos... estão espalhados pelo apartamento inteiro.

Aoi suspirou, sem dizer nada. Mais uma vez havia dito a coisa errada. Levantou-se, vendo Uruha pegar seus sapatos e guardá-los. Viu o loiro ir se deitar na cama de casal que dividiam, e sem que o mais novo visse, ligou o som. Ainda vestia sua boxer, os suspensórios presos a ela. Ligou o som não muito alto, entrando pela porta do quarto. Uruha sentou-se na cama, tentando segurar o riso. O moreno rebolava e dançava, meio provocante, meio brincalhão. Segurou um dos suspensórios, mas a fivela escapou, batendo em seu olho e voando pra debaixo da cômoda.

- Meu Deus! Estou cego! Uru, socorro, fique cego!

O loiro ria, se esticando na cama e puxando Aoi para cima dela. Seus lábios beijavam o rosto do moreno, como faria com uma criança. E aquela comparação parecia se encaixar bem na mente de Uruha. Os dois deitaram-se na cama, sorrindo.

- Eu não acredito que me apaixonei por um surfista...

Os dois se encararam, sorrindo, e os lábios de encontraram. Então Uruha se lembrou de um detalhe.

- Ah! A luz! A luz, você foi o último a se deitar, Aoi...

- Uru, eu não posso... eu estou ferido, lembra? – respondeu, apontando o olho.

Uruha negou com a cabeça, rindo, levantando-se e indo até o interruptor, apagando a luz. Já conhecia aquele caminho, mas ao voltar para a cama, bateu seu dedo no pé da cama. Grunhiu de dor, sentando-se na cama, e Aoi veio abraçá-lo.

- Ai, droga, meu dedo!

- Eu já disse que você tem que colocar uma luz desse lado da cama, talvez um abajur.

Aoi puxou o mais novo para se deitar de novo, beijando seu rosto.

- Ah certo, eu vou pedir para o meu próximo companheiro fazer isso.

- Há há há. "Próximo companheiro", muito engraçado. – resmungou o mais velho.

Uruha riu, virando-se para beijar o moreno, que o segurou pela cintura, colando os corpos. O loiro separou seu rosto do rosto de Aoi alguns centímetros.

- Aoi, eu realmente sinto muito sobre mais cedo...

- Tudo bem, Uruha, agora dá pra ficar quieto e me beijar logo?

O mais novo riu, puxando Aoi pra si. E aquela era sua vida afinal.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Desse capítulo pro próximo tem um pulo de tempo bem grande o_o'