Selene escrita por Tamires Vasconcelos


Capítulo 7
Estrelas


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que se eu pedir MIL vezes desculpas não vai adiantar, sei que esse capitulo demorou, E MUITO, mais gente eu realmente não sabia o que escrever, bloqueou tudo, fiquei tamborilando os dedos no teclado durante semanas sem saber o que escrever. Mas graças a Deus, estou de volta, e quero que saibam que jamais pensei em parar de escrever essa fic, ok? Então BOA LEITURA.



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Alguns minutos após este pensamento, ouvi alguém me chamando, era mais como um sussurro, mas na calada da noite dava para escutar muito bem.

Olhei sobre a janela e lá estava Cameron imóvel com um sorrido no canto dos lábios.

Pensei em sair pela janela, mais iria fazer barulho e Clarie ou james poderiam acordar.

Então abri a janela com cuida e olhei para baixo, e era alto demais para pular. Cameron apontou para o lado da janela e percebi que havia uma espécie de escada, grudada na parede.

Coloquei primeiro uma perna na escada e dei impulso, agarrei na escada com as duas mãos e comecei a descer. Não tinha chegado até o chão quando os degraus acabaram.

Eu tive que pular, senti Cameron me segurar pela cintura e eu cai em cima dele.

- Ai, me desculpe - Sussurrei.

- Sem problemas.

Nós rimos e eu me levantei.

- Vem - Ele pegou minha mão e me conduziu até o carro - Sabe, não podemos andar por ai esta hora.

Ele deu um sorriso lindo.

- Tudo bem - Consegui falar.

Chegamos no parque bem rápido de carro. Ele não parava de falar os cada detalhe que ele passará aqui com a mãe. Nós nos sentamos no mesmo lugar de antes.

Ficamos algum tempo em silêncio depois ele começou a falar de cada estrela, pelo visto era a mesma coisa que a mãe dele falava.

Num momento ele pegou minha mãe e com meu indicador, apontou uma estrela.

- Aquela é a estrela preferida da minha mãe.

Aquele seu toque inesperado me fez formigar, mais acho que ele nem percebeu.

Quanto ele abaixou minha mão não a soltou. Aquilo me fez formigar outra vez.

O tempo passou e ele continuava a falar das estrelas, aquilo não era tão chato quanto achei que fosse, era bom ouvi-lo falar, ele falava com tanto prazer, que eu realmente gostei do assunto.

Assim que me dei conta que já havia passado tempo demais desde que estávamos ali e perguntei assustada.

- Que horas são? - Eu dei um pulo.

Ele olhou no seu relógio de pulso.

- São meia-noite - Ele disse espantado.

- Ai meu Deus Cameron, já é muito tarde e eu tenho que acordar cedo amanhã.

Em parte esse argumento era verdade, eu sabia que estava me envolvendo de mais, jamais quis que isso acontecesse de novo.

- Tudo bem, eu te levo até em casa, e alias também tenho que acordar cedo amanhã.

Ele deu um sorriso caloroso e depois se levantou. ele pegou minha mão me ajudando a levantar também.

- Obrigada.

Nós fomos até o carro em silêncio.

O curto caminho do parte até minha casa, foi um silêncio um tanto desconfortavel. 

De vez em quando via pelo canto dos olhos ele abrindo um pouco a boca, para falar alguma coisa, mas por fim desistia.

Queria saber o que ele estava pensando.

Por fim quando chegamos em minha casa queria ter algo inteligente para dizer, mas a única coisa que consegui dizer depois que sai do carro foi obrigada.

- Não há de que - Ele falou um pouco constrangido.

-Até amanhã.

-Até amanhã.

Ele deu um pequeno sorriso, e entrou no carro.

Olhei para a janela de meu quarto que ainda estava aberta, não estavam com a mínima vontade de subir aquelas escadas, talvez era melhor ir pela porta.

percebi que Cameron ainda estava lá.

- Acho melhor ir pela porta - Ele sussurrou.
Sorri para ele concordando. Peguei as chaves que estavam debaixo do tapete, em frente a porta, tentei fazer o mínimo de barulho possivel.



Só quando fechei a porta , Cameron foi embora.

A chave tinha emperrado na fechadura, puxei devagar pra não fazer barulho, mas a chave não saiu, puxei outra vez, mas dessa vez com mas força.

Cambaleei para traz e senti esbarrar em alguém.

Levei um susto.

Virei na mesma hora, uma das mãos no peito e a outra na boca para não gritar.

- Selene? - Disse Jack um pouco sonolento.

- Sim.

- O que você está fazendo acordada?

Passei a mão na testa.

- Eu não...conseguia...dormir - Improvisei na hora.

Ele olhou para a chave em minhas mãos.

- Você estava lá fora?

- Estava.

- Porque?

- Porque...porque eu tinha escutado um barulho.

- Barulho? e o que era?

Soltei um suspiro longo.

- Era só alguns garotos fazendo bagunça.

- Então acho melhor chamar o papai.

Ele disse calmamente.

- Não, não...não precisa, acho que eles já foram embora, acho melhor a gente ir dormir.

Ele concordou e se virou subindo para o quarto.

Respirei fundo e subi para meu quarto também.

Coloquei meu pijama e desabei na cama.

Fiquei pensando nos últimos minutos que tive com Cameron, e adormeci.

De repente eu estava em Eólia, minha linda ilha Eólia. Eu sabia que aquilo era um sonho, mas não podia deixar de admira-la.

Alguma coisa estava errada ali, não podia sentir o cheiro da grama, nem sentia sobre minha pele os pequenos raios de sol, que se escapavam entre as folhas das arvores.

Era como se eu estivesse apenas observando, como um filme.

Foi quando senti um vento gelido, tocando meu rosto, minha pele toda se arrepiou. A medida que o vento passava eu meus ouvidos um sussurro começava a se formar.

- Selene - o vento sussurrou em meus ouvidos.

- Tome cuidado Selene.

Os sussurros eram tão baixos que tive que me esforçar para ouvir. Meu corpo todo agora tremia, senti um medo crescente percorrendo minhas veias.

- Porque?

Consegui dizer.

- Tome cuidado Selene...há pessoas...há pessoas...

Eu não conseguia ouvir mais nada.

De repente apenas abri meus olhos, como se tivesse levado um choque.

Ainda podia sentir o vento gelado percorrer meu corpo. Olhei a hora no rádio relógio, era 5 da manhã, tei dormir outra vez mas ficava apenas rolando na cama. Quando deu 6 horas decidi levantar.

Tomei um banho gelado.

Já eram 6:30 quando acabei de me arrumar, desci as escadas devagar tentando não acordar ninguém.

Assim que cheguei na cozinha Clarie estava fazendo ovos mexidos.

- Acordou cedo. - Ela falou parecendo estar um pouco sonolenta ainda.

- É eu não consegui dormir direito.

- Também não consegui dormir muito bem.

Ficamos conversando um tempo até que escutei um carro buzinando. Fui até a porta e Dylan estava lá, acenando para eu entrar no carro.

- Quer uma carona? - Ele perguntou com um sorriso no canto dos lábios.

- Quero obrigada.

Assim que fui entrar vi que sobre o banco tinha uma foto de uma garota. Ele tirou rápido foto do banco.

- Ah, me desculpe.

Ele colocou a foto ao lado da marcha e começou a dirigir. Eu ainda continuei olhando para foto, aquela garota me parecia muito familiar.

- Quem é a garota da foto?

Ele sorriu.

- É a minha irmã gemia, não precisa se preocupar - Ele completou.

- Porque me preocuparia?

Ele deu um sorriso malicioso.

- Ela estuda na nossa escola?

- Não. Porque?

- Nada, só acho que a vi em algum lugar.

Ele se remexeu no banco, parecendo incomodado.

- Como foi a sua noite? - Perguntou parecendo mais descontraído de novo.

- Como assim?

Ele deu aquele sorriso largo e despreocupado.

- Só quero saber como você dormiu, aprontou alguma coisa foi.

- Não. 

Fora eu ter ficado até meia-noite no parque com Cameron.

- Chegamos.

Assim que sai do carro ele colocou seu braço sobre meu ombro, o que me deixou um pouco desconfortavel, me remexi um pouco e ele o tirou.

Eu mal entrei na escola e Chloe já vinha em minha direção, com certeza rindo da minha cara.

- Tudo bem, não liga para ela - Dylan sussurrou em meu ouvido.

- Olha só, a menina que tem medo de água.

Duas garotas que estavam atrás dela riram feito hienas.

- Você tomou banho antes de vir para a escola, ou ficou gritando quando entrou no chuveiro.

Senti meu rosto começar a esquentar de raiva, percebi que o vento em minha volta começou a mudar.

- O que é isso - Dylan disse ao meu lado.

Olhei em volta, e vi um monte de gente correndo, algumas protegendo os olhos por causa da poeira que o vento levantada, outras corriam atrás de papeis, e algumas meninas gritavam feito loucas por causa do cabelo. 

A medida que fui me acalmando, o vento foi diminuindo.  Voltei a olhar para Chloe que revirava os olhos.

Ela começou a andar em minha direção, seu salto alto fazendo um barulho irritante. Quando abri a boca para falar alguma coisa para, ela parou em meu lado, sussurrando em meus ouvidos.

- Isso só começou Sely.

Aquele apelido me deu calafrios, ela viu como me deixou e disso saiu rindo da minha cara. Apenas meu pai me chamava assim, meu pai Eólio, ninguém mais me chamava daquele geito, como ela podia saber disso?


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