- Você o que? - Cameron perguntou incrédulo.

- Sou uma deusa - Eu disse cada palavra com calma.

Lauren por minha surpresa havia ficado calada o tempo todo, é claro que algumas vezes tentava interferir, mas nada adiantava.

- Selene, eu sinto muito, mas você ficou maluca.

- Eu não estou maluca! Você disse que queria que lhe contasse a verdade e estou contando.

Ele sorriu sarcasticamente.

- Eu pedi para você me contar a verdade, não para inventar uma.

Lauren se levantou.

- Acho que vou deixar vocês conversarem.

- Não você senta ai.

Fiz um sinal com as mãos para que ela sentasse.

- Lauren acreditou porque você não acredita?

- Porque é impossível! E Lauren acredita em qualquer coisa.

Lauren levantou a mão como se quisesse fazer uma pergunta.

- Primeiro, não gostei do modo como você falou Cameron eu não sou uma idiota que acredita em qualquer coisa e Segundo - Ela olhou para mim - Porque você não mostra pra ele?

 - Lauren o restaurante está cheio.

Cameron se levantou furioso.

- Me procure quando quiser realmente me contar a verdade.

- Essa é a verdade!

Ele saiu do restaurante sem dizer mais uma palavra.

- Me desculpe a culpa é toda minha - Lauren disse.

- Você não tem culpa, ninguém tem.

Ficamos uns minutos em silêncio apenas fitando a mesa.

- O que você vai fazer? - Lauren quebrou o silêncio.

- Não posso força-lo a acreditar.

- Então o que você vai fazer?

- Nada Lauren eu não vou fazer nada!

Passei a mão dos cabelos.

- Vou pra casa, você quer uma carona?

Ela se espreguiçou na cadeira.

- Não, vou dar um tempo aqui.

Eu assenti.

- Até mais.

Assim que entrei no carro logo dei partida no carro, eu tentava manter meus olhos na estrada, mas não conseguia pensar em nada a não ser no modo como Cameron me olhou, como se eu fosse uma louca. Cheguei em casa em questão de cinco minutos as luzes estavam apagadas, retirei as compras do carro e as guardei.

Depois subi para meu quarto como sempre e enterrei minha cabeça no travesseiro, fiquei naquela mesma posição até adormecer.

***

Acordei com a luz do sol no meu rosto, eu havia praticamente desmaiado ontem a noite. Era bom pensar que não tinha que ir para e escola hoje, estávamos no meio da semana só bolaram isso de ''Excursão para o Grand Canyon'' para deixar o resto da semana fazendo relatórios enquanto faziam um pequena reforma na escola, para algum tipo de baile ou algo assim.

Fia minha higiene matinal e fui tomar meu café passei a maior parte do tempo calada, apenas respondia com uma sílaba o que Claire perguntava, não conseguia tirar da cabeça o que Apolo queria comigo.

***

As horas passaram voando quando eu menos percebi já estava na hora do meu ''encontro'' com Dylan. Sai o mais silenciosamente que pude, eu não queria que Claire nem James soubessem onde eu estava indo.

Peguei meu carro e dirigi o mais rápido que pude, estacionei o carro do outro lado da rua o mais difícil de tudo era saber que Cameron estava lá. Tentei não me importar muito com isso, respirei fundo e entrei no restaurante, corri os olhos por todos os lugares até que achei Apolo, ele estava sentado na ultima mesa, a mesma que Lauren, Cameron e eu estávamos.

Fui até ele e me sentei na cadeira a sua frente.

- Achei que você não vinha - Ele disse com um sorriso enorme.

- Se achou isso, porque está aqui?

Ele apenas deu de ombros.

- Pra que você me chamou aqui?

Ele pegou o cardápio.

- Quer comer alguma coisa? 

- Não eu não quero comer.

Ele sorriu e então apontou com o queixo atrás de mim.

- Ele parece estar com raiva.

- Ele quem?

- Cameron, vocês brigaram?

Olhei incrédula para ele.

- Isso não é da sua conta.

Apolo levantou as mãos em rendição.

- Tudo bem então.

 Por meio da janela pude ver que do outro lado da rua Clhoe estava em um carro olhou diretamente para nós e deu partida no carro. Me voltei para Apolo.

- Clhoe por acaso também é uma deusa ou algo assim?

- Não a reconhece?

- Você sabe que não, deuses podem ter varias formas na terra.

- Circe - Ele disse apenas.

- Circe? Porque está com a Circe?

Ele sorriu.

- Se você estivesse realmente concentrada teria percebido quem ela era, assim como a Nicole.

- Nicole? Você matou a Nicole! É isso que esta querendo me dizer?- Eu gritei furiosa - Você não pode sair matando gente assim Dylan quer dizer Apolo, Ah tanto faz.

Ele deu um breve sorriso com minha confusão de nomes.

- Eu na verdade não matei ela, apenas lhe dei um lição e a mandei de volta para casa, mas deveria te-la matado e você deveria me agradecer.

Eu esperava qualquer resposta dele menos essa.

- E porque eu deveria agradecer?

- Você não enxerga nada realmente não é? Nicole não era uma pobre adolescente com problemas ela era uma Nereida, na verdade a Hália.

- Uma Nereida?

Ele me olhou como se não tivesse paciência

- Isso mesmo uma Nereida um Espírito do mar...

- Eu sei o que é uma Nereida! Só não entendo porque ela está aqui, eu fui no enterro dela, como isso é possível?

Ele deu uma risada uma tanto maléfica.

- Primeiro, porque você acha que ela estava aqui? Para te matar é claro. Segundo, sobre enterro você precisa abrir um pouco mais os olhos e ver as coisas como elas verdadeiramente são.

Olhei confusa para ele será que todo mundo agora estavam querendo me matar.

- Eu não morro seu idiota - foi a única coisa que consegui dizer.

- Cronos também achava que não, e agora está em pedacinhos no Tártaro.

- Mas ele não morreu.

- Então quer ir para o tártaro também?

Respirei fundo.

- Ta bom, seja pratico e só me diz porque ela quer me matar.

- Sabe quando Poseidon mandou o monstro matar você? Pois é ele não conseguiu e teve que estravazar sua raiva nas casinhas marítimas delas, muitas morreram e culpam você até hoje.

Ele inexplicavelmente começou a rir.

- Isso não é engraçado! E porque você matou ela? Acho que isso pouparia um pouco do seu tempo.

- Quem disse que eu quero matar você? Na verdade eu preciso de você.

Me levantei da cadeira nervosa pra mim a conversa tinha acabado ali, mas ele pegou meu braço com força e olhou dentro do meus olhos.

- Você vai me ajudar.

- Não eu não vou, seja lá o que você quer.

Ele continuava a apertar meu braço já estava começando a ficar com marcas vermelhas.

- Você não quer que ninguém se machuque não é? Cameron, Lauren seus pais e seu irmão desprezível.

Ele lançou um olhar para Cameron e eu também, ele estava com um misto de nervosismo e preocupação.

- Você não ousaria fazer isso.

- Então sente.

Eu continuei a encara-lo.

- Senta - Ele disse calmamente.

Eu me sentei mas ele continuava a segurar meu pulso.

- Você pode me soltar por favor.

Ele me soltou e esfreguei meu pulso nas marcas vermelhas dos seus dedos e ele passou as mãos no cabelo.

- E o seguinte, eu vou direto ao ponto, Sabe os ventos que Odisseu soltou? Quero que recupere eles para mim.

- Dyl... Apolo, isso é impossível.

- Não quero saber se é impossível ou não, apenas faça.

- Tudo bem, pra que você quer isso? Você não pode controla-los e fora isso só seriam úteis para navegadores coisa que você não é.

Ele sorriu e por um segundo pude ver aquele garoto doce.

- Você está redondamente enganada quanto a isso.

- Então para que mais ele serve?

Ele se levantou da cadeira.

- Vou te contar quando você os consegui para mim, talvez eu possa te ajudar também. Alias, você tem até o baile para me entregar.

- Baile?

Um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios.

- Você precisa viver mais tempo na terra, você tem duas semanas.

Ele já estava saindo quando gritei.

- Não posso fazer isso em duas semanas!

- Então acho melhor começar logo.

Não sei quanto tempo fiquei ali fitando o vazio, o que ele estava pedindo era tecnicamente impossivel para mm.

- Isso não é impossivel Selene - Disse uma voz feminina atrás de mim.