Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 37
Capítulo 37 - Agradecimento


Notas iniciais do capítulo

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Definitivamente não era a coisa mais fácil a ser feita. Lily sabia disso, mas tinha que ser feito. Potter merecia esse agradecimento e a ruiva não pouparia gratidão nesse gesto. Era aterrorizante e absolutamente constrangedor, porém quanto mais rápido ela terminasse com isso, mais rápido teria a paz que tanto buscava, além do mais, Remo disse que estaria do lado dela. Apoio moral já é um bom começo.

Ao passar pela sala Pedro e Sirius a encararam sentados no sofá, estavam lendo uma revista e quando notaram a ruiva parada no batente da porta a esconderam debaixo das almofadas. Rabicho, com um rubor no rosto, desviava os olhos da menina, enquanto Sirius a observou desafiadoramente.

– Veio nos espionar de novo, Evans? – perguntou Sirius.

– Me poupe Black, não tem nada em você que valha qualquer curiosidade minha – Ela respondeu irritada

– Ah é? Minha conversa não pareceu tão desinteressante ontem... – Ele sorriu maldosamente

Sua conversa? – Lily reprimiu o riso de desdém – Eu sempre esqueço que na sua fértil imaginação você é o Rei do mundo... Dono de todas as conversas e de todas as atenções. Deve ser complicado viver nesse mundo de alienação.

– Alienação? Ou realidade? Eu sou o Rei do mundo, caso não tenha reparado. Do meu mundo – Almofadinhas exibiu um semblante arrogante.

– Sorte minha não fazer parte desse mundo – Ela respondeu revirando os olhos.

– Afinal o que você quer? – Sirius perguntou intrigado – Pensei que você fosse ficar o resto do verão no jardim, se alimentando de luz solar.

– Como eu passo o resto do verão não é da sua conta Black... – Lily encarou os dois meninos, constrangida pelo o que faria em seguida – Estou procurando James.

– Pera aí, o que disse? – Perguntou Pedro abismado.

– Disse que estou procurando James – ela repetiu numa voz quase estrangulada.

– Pensei que fosse ignorá-lo até a morte – Rabicho teorizou ainda chocado.

– É, quem dera... Afinal, viram ele ou não?

– Ele está no quarto, arrumando o malão – respondeu Sirius, que a observava desconfiado – O que quer conversar com ele?

– Nada que seja do seu interesse – ela o olhou raivosa – e não ouse escutar nossa conversa atrás da porta, se não juro que distância nenhuma separará minha mão da sua cara – ela ameaçou.

– Tão doce e gentil, sempre um prazer conversar com você Evans – Black lhe enviou um sorriso irônico.

Lily caminhou até as escadas, virou para trás e viu Remo parado perto da cozinha, a olhando de forma encorajadora. Suas pernas subiram os degraus demoradamente, a ruiva sentia que estava caminhando para o abate, mas mesmo assim o fez. Ao chegar à frente da porta do quarto de James, ela respirou fundo, tentando (inutilmente) engolir o medo e humilhação. Bateu na porta vacilante, e não levou nem mesmo 2 segundos para que o garoto aparecesse na sua frente. Sem camisa e com calças de pijamas. (Sem.Camisa)

A mente da menina trabalhava confusamente, tentando obrigar seus olhos a encararem qualquer coisa que não fosse o abdômen de Potter. Ela sentia seu rosto esquentando, mas não pode evitar observar demoradamente cada linha da pele exposta dele, sem conseguir formular nenhuma maldita palavra. Ele era ainda mais lindo sem camisa.

– Hm, Lily? – James pigarreou surpreso – O que veio fazer aqui?

Ao ouvir a voz dele, a menina conseguiu arrancar seu olhar da barriga e dirigi-los teimosamente para o rosto de James. E por algum motivo, isso foi quase tão ruim quanto devorar seu abdômen. Pontas estava com os cabelos ainda mais rebeldes que o comum, provavelmente por ainda não tê-los penteados, e resultava num visual surpreendentemente encantador. Lily não entendia a reação de seu corpo ao vê-lo assim, mas ela permanecia sem ser capaz de falar qualquer palavra.

– Não que eu não esteja feliz em te ver... – Potter se apressou em explicar - Caramba, eu to feliz demais... Mas pensei que você fosse nunca mais querer me ver... – Ele parecia confuso, e estudou o rosto de Lily por alguns instantes – Aconteceu alguma coisa?

– Err... – “Por Merlin, como alguém pode ser tão lindo?!” – Pode por uma camisa, por favor?

James demorou um pouco para entender o pedido da ruiva, mas após alguns segundos a encarando sem entender, ele observou o próprio abdômen nu, e suas bochechas assumiram um tom mais rosado.

– É. Certo. Hm, desculpe – Ele se virou para entrar no quarto e vestiu a primeira camisa que viu pela frente – Você realmente me pegou de surpresa – ele explicou.

Assim que o tecido cobriu o corpo de Potter, Lily se condenou por ter feito aquele pedido. Definitivamente a visão estava melhor antes, mesmo que fosse doloroso admitir, Pontas era sempre lindo, vestido ou não. Especialmente quando não estava vestido.

– Hmm, posso entrar? – Ela perguntou insegura, tentando excluir os pensamentos inéditos e estranhos que pairavam sua mente.

– C-Claro! Entra... – Ele fez um gesto pedindo que ela avançasse.

– Eu vim agradecer – A menina disse entrando no quarto do garoto – Pelo o que você fez no Beco Diagonal... Salvou minha vida. – Ela admitiu, sem graça.

– Aquilo? Não foi nada – James sorriu, daquele jeito – Faria isso quantas vezes fosse necessário.

– Você foi incrível, podia ter morrido tentando me salvar – Lily se esforçou para pronunciar as palavras, enquanto suas pernas tremiam pelo efeito que o sorriso de Pontas tinha sobre ela.

– Minha vida pela sua, sempre – Potter a encarou intensamente – Parece louco, mas pensar na sua segurança sempre pareceu muito mais importante do que a minha própria.

Lily absorveu as palavras dele. Ela entendia perfeitamente no que ele se referia, nos longos minutos que passou cercada por aquele fogo, a pouca paz que podia sentir era decorrente da esperança de que sua família estivesse bem. Sua família e James. Quando sentiu a presença dele, coberto pela capa de invisibilidade, naquela manhã no meio do caos, o pavor de vê-lo ali era exponencialmente maior do que o medo pela própria vida.

Naquele momento, no meio do quarto, encarando Potter, um calor se espalhou pelo corpo dela junto com a percepção de que a segurança dele era tudo para ela. Mas obviamente Lily não poderia deixar ele saber disso, mesmo que essas palavras estivessem entaladas em sua garganta, desesperadas para serem despejadas. Se a ruiva as pronunciasse, teria que desculpar o incidente do beijo, e ela não estava pronta para isso.

– Eu realmente só queria agradecer – disse por fim, olhando James com toda ternura que nutria por ele, esperando que o menino pudesse entender aquele olhar e conseguisse tomar conhecimento, mesmo sem ela falar, dos sentimentos dela, mesmo que nem ela soubesse ao certo quais eram.

– Ah... Certo, tudo bem. Só isso? – Potter parecia desapontado.

– É, por quê? – ela perguntou nervosa, quando viu o garoto se aproximando dela, com uma repentina expressão decidida.

– Eu pensei... – Ele andou em direção a ela, enquanto Lily recuava instintivamente – que você pudesse querer me dizer mais alguma coisa... – Ela sentiu a parede tocar suas costas, e se viu sem saída – sobre outro assunto... – Potter a encurralou, estendendo os dois braços, um em cada lado da cabeça da garota.

– Não sei do que você está falando – Lily não sabia quanto tempo poderia permanecer em pé, suas pernas estavam ameaçadoramente instáveis sobre seu peso, e o rosto de James estava tão perto dela, que a garota podia sentir o cheiro de seu hálito de pasta de dente.

– Não sabe? – Potter diminui a distância entre seus rostos – Não se lembra daquele momento... na loja, perto da lareira... no Beco Diagonal, em que eu beijei você? – Nesse momento suas palavras foram pontuadas pela ameaçadora proximidade dos lábios dele nos dela.

Lily não queria perdoar aquele beijo. Desde que se viu apaixonada por Pontas, ela sonhava com seu primeiro beijo com ele, quando ele finalmente a tomaria nos braços e a tornaria sua. Mas ele havia estragado aquele momento, não que não tivesse sido bom, para ela tinha sido incrível, mas ser jogada naquela lareira fora imperdoável. Ela não podia deixar que ele a beijasse novamente, seu orgulho não permitiria, mas seu corpo e coração pareciam não saber disso, pois no instante que os lábios de James ameaçaram tocar os de Lily, seus olhos se fecharam e ela desejou furtivamente seu toque.

– Pontas! Lily! Chegou uma carta de Hogwarts! – A voz alegre de Remo subindo as escadas despertou os dois, e eles se separam como se estivessem sendo eletrocutados um no outro. – Eu sou o novo monitor da Grifinória! – Aluado apareceu no batente da porta, ofegante, provavelmente por subir os degraus apressado.

– Nossa! Que incrível! – Lily despertou do transe e do susto, e forjou um sorriso para o amigo, tomando-lhe num abraço – Parabéns!

– Eu sei! Fiquei tão surpreso, não esperava por isso! É maravilhoso! – o Maroto a levantou do chão num abraço animado.

– É, Parabéns Aluado! – James sorriu nervosamente, e quando Remo soltou Lily, o garoto abraçou o amigo.

– E vocês? – Remo perguntou sorridente, encarando Lily e Pontas.

– Nós, err... o que? – Potter perguntou atordoado, e o coração da ruiva martelava de adrenalina e susto, e seu rosto queimava de constrangimento.

– Se acertaram? – O Maroto se virou para a menina – E aí, rolou?

Rolou o que?! – A ruiva perguntou subitamente na defensiva – Não rolou nada! Não sei do que você está falando!

– Não agradeceu a ele? – Remo perguntou confuso

– Ahh, isso... É, agradeci, não foi Potter? – Ela o olhou nervosa.

– Hmm, sim. Agradeceu.

– Ótimo, vamos descer, sua mãe já está servindo o almoço! Mal posso esperar para começar o ano letivo! – Aluado desceu as escadas – Serei o novo monitor! – Cantarolou alegre pelo corredor.

– Estou faminta, melhor descermos... – Lily comentou, se afastando de James.

– Claro... Remo como monitor, Comensais da Morte como colegas... Acho que será um ano e tanto – Comentou Pontas seguindo a menina para fora do quarto.


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