Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 4
Capítulo 4: Simplesmente é a vida.




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Quando já estavam em frente ao carro de Hermione a garota soltou a mão do ruivo e se encaminhou para poder abrir a porta.

            - Então o carro é seu! – Rony exclamou com a voz mole.

            - Ganhei hoje! Minha mãe fez meu pai me dar porque ficou com medo de que eu pudesse morrer nos metrôs. – Hermione riu fazendo Rony rir também.

            - Mãe superprotetora... Igual a Dona Molly! – Rony falou. – Vi o carro duas vezes no prédio, não sabia de quem seria.

            - Agora que sabe... Podemos ir? – Hermione sorriu.

            - Você sabe dirigir? Bem?

            - Melhor que você. Imagino. – Hermione ironizou.

            - Eu não tenho carta. Reprovei três vezes... – Rony falou corando.

            - Oh... Desculpe! Não sabia. – Hermione falou enquanto se perguntava por que tinha que falar tanto.

            - Tudo bem... Em moto pelo menos eu arraso. – Rony falou sorrindo. – Aonde vamos? – Rony já estava de cinto e Mione já dirigia.

            - Eu disse que é surpresa. – Mione respondeu. – Eu sou responsável, você não será assaltado, morto ou algo parecido. Promessa. – Mione falou e pensou um pouco. – Até porque se eu morrer, minha mãe me mata. – Ela riu.

            - A minha também. – Rony parou. – Temos que voltar. Larguei a Gina lá. E ainda por cima sozinha.

            - O Harry vai levá-la embora, isso se ele conseguir fazer com que ela pare de dançar e aceite a ajuda. Ela parecia relutante a parar. Mas você pode confiar no Harry. – Hermione falou tranqüilizando o ruivo.

            - Ela sempre esconde quando está mal.

            - E você sempre bebe assim? – Mione perguntou.

            - É a primeira vez. Tanto assim...

            - Gostava mesmo da Lilá para sofrer tanto assim. – Mione falou enquanto prestava atenção na estrada.

            - Acho que seria mais pelo orgulho. – Rony falou. – Não sei se gostava tanto dela. Mas ela dizia que me amava. Amor não funciona assim. Ela nem me deixou falar com ela ontem. E eu ia... – Rony pensou: “ Eu ia terminar, para poder conquistar Hermione Granger, ai a gente ia namorar, noivar, casar e ter lindos filhos.”

            - O que ia fazer? – Mione perguntou.

            - Deixa pra lá.

            Harry estava cansado queria ir embora, mas Gina insistia em dançar. Luna conversava com o baterista, e Draco parecia muito revoltado com isso. Na realidade ele estava com muito ciúmes da loira.

            - O que ele tem que eu não tenho? – Draco falou. – Eu toco violão, sou loiro, tenho olhos claros, corpo legal... Isso é injustiça.

            - Draco... Cala a Boca. – Harry falou cansado. – Como eu faço a Gina parar de dançar?

            - Ela só vai parar quando ela quiser. Você conhece a ruiva. – Draco falou.

            - Maldito Dino... Ela é tão bonita, como ele beijou a Lilá? – Harry falou revoltado.

            - A Lilá faz coisas que a Gina não faz. – Draco respondeu.

            - Como sabe disso? – Harry olhou desconfiado.

            - Escuto conversas de meninas. E a Pansy me conta quase tudo também. – Draco respondeu simplesmente. – Mas não sabia que a Lilá estava traindo o “cenoura”. Mas ela já saiu com vários Caras, ela já fez certas coisas com eles. – Draco falou como se aquilo fosse obvio.

            - Nossa! Mas o Rony não fazia coisas a mais com a Lilá. – Harry falou. – Fazia? – Harry parecia surpreso.

            - Lógico que não. Ele gosta da Mione! Você ta lerdo hoje hein... – Draco falou rindo.

            - Acho que é cansaço.

            - É burrice mesmo. Vou tirar a Luna de lá. – Draco foi em direção da loira.

            - Sempre me largam falando sozinho. – Harry acabou levantando também. – Isso que dá ser o melhor amigo de todos.

            Hermione dirigia pelas ruas que estavam desertas, o céu estava todo estrelado e a lua queria brilhar mais que todas as luzes acesas da cidade.

            - Quer hora será que é? – Hermione falou distraída absorvendo todo o silencio que a noite proporcionava.

            - Três da manhã. – Rony respondeu olhando para o relógio em seu pulso, o ruivo parecia fazer um incrível esforço para ver a hora certa.

            - Como você conseguiu beber tanto? – Hermione falou observando a estrada.

            - Bom, é fácil. É só tomar a primeira dose, as outras nem sente. – Rony disse e por mais tempo que passasse ele permanecia com a voz enrolada. – Para onde está me levando? – Ele perguntou.

            - Já estamos chegando. Como está se sentindo? – Hermione falava com cautela.

            - Muito mal, e nem ao menos sei por que. Eu só queria desaparecer. – Rony respondeu se jogando no banco.

             - Todos querem às vezes. – Hermione suspirou. Andaram por alguns minutos e permaneceram esse tempo em silencio, cada um pensando em sua vida, em seus problemas, em como viver é complicado e mesmo assim ninguém quer perder esse prazer.

            - Chegamos... – Mione falou parando o carro em um lugar completamente deserto. Não havia casas, nem bares, nem pessoas, nem nada. Havia grama, insetos que cantavam e parecia ser um lugar alto.

            - Por que me trouxe aqui nesse fim de mundo? – Rony perguntou vendo a menina sair do carro.

            - Não é um fim de mundo. Vem só dar uma olhada... – Hermione subiu no capo do carro, nesse momento ela já estava sem seu sapato alto. Ela olhava o horizonte.

            - O que pode ter de interessante para olhar? – Rony continuava no carro.

            - Levanta daí e vem ver... – Hermione disse brava. – Sem tentar não vai conseguir nada. Dá uma chance para as coisas simples, para os pequenos detalhes. – Hermione falou sorrindo e acabou convencendo o ruivo.

            - Caramba! – Rony exclamou ao ver que eles realmente estavam em uma espécie de morro. – Que lindo! – O ruivo exclamou ao ver toda a cidade cheia de luzes, tudo parecia pequeno e ele enorme.

            - Viu. Eu disse que seria legal. – Hermione falou.

            - Como descobriu esse lugar? Eu moro aqui a vida inteira e nunca achei esse lugar. – Rony disse abismado, sentando-se ao lado de Mione sobre o capô do carro.

            - Bom... Eu gosto de andar e acabei me perdendo e vim parar aqui. – Mione corou. – Com o carro é mais fácil. – Ela admitiu. – Mas não havia vindo aqui à noite. Assim é mais bonito, com menos barulho, dá até para não pensar em nada. – Hermione dizia sentindo os ventos em seus cabelos que já estavam soltos e bagunçados. Rony a olhava.

            - Você parece feliz.

            - Eu gosto de sentir o vento, de ficar em silencio, de olhar as estrelas, de me sentir viva. – Hermione respondeu meigamente. – Como se sente?

            - Estranho... Mas é como se aqui nada pudesse acontecer. Como se eu estivesse livre, sem raiva ou rancor. É como se meus problemas fossem nada perto do tamanho do mundo. – Rony falou pensativo, e se assustou com o olhar de Hermione sobre ele. – O que foi?

            - Até quando está bêbado, você acaba acertando no final... Como no dia que cheguei, depois de tudo, eis que surge você e pede desculpa. Depois de hoje, eis que consegue entender e colocar em palavras tudo que eu sinto quando fico assim, olhando para a imensidão da vida. – Hermione estava deitada e olhava o céu banhado de estrelas.

            - Obrigado! – Rony estava ao seu lado.

            - Pelo o que?

            - Por simplesmente me ajudar hoje. – Rony sorriu e olhou para as estrelas.

            - Tudo bem... Somos amigos né? – Mione falou.

            - Claro, amigos... – Rony parecia querer falar mais. Infelizmente algo dentro dele o impedia.

            - Eu adoro ver as estrelas, elas parecem tão pequenas, mas algumas poderiam destruir nosso planeta.

            - É? Que horror... – Rony disse olhando assustado para o céu.

            - É! Mas temos satélites monitorando isso. Temos tudo sobre controle. E elas são tão lindas. – Mione tinha os olhos brilhando.

            - Quer uma? – Rony falou rindo.

            - O que?

            - Quer uma estrela? – Ele tornou a perguntar.

            - Como se eu pudesse ter uma. – Hermione riu.

            - Escolhe uma... Elas não são de ninguém. – Rony disse simplesmente.

            - Até parece... Não vou escolher uma estrela. Isso é loucura.

            - Tá! Então eu escolho uma para você. – Rony disse olhando para os milhões de estrelas. – Já sei!

            - O que?

            - Hermione Granger, melhor amiga de Gina Weasley e Luna Lovegood, você acaba de ganhar uma estrela. – Rony dizia formalmente fazendo com que Mione risse.

            - Muito Engraçado. – Mione disse pensando ser apenas uma brincadeira.

            - Não ria. Estou te dando uma estrela. Olha a lua, tem uma estrelinha brilhando bem próximo a ela. Está vendo? – Rony perguntou.

            - Estou! Mas ela parece tão pequena e invisível perto da lua. – Mione falou observando uma estrela que brilhava muito, mas tinha permanecido invisível até aquele momento.

            - Repara como ela é a mais brilhante, mas aposto que você nem tinha a notado. – Rony falou e Hermione corou. Ela realmente não tinha reparado. – Bom... Espero que goste da sua estrela.

            - Que? Minha estrela? Você está realmente bêbado. – Hermione ria.

            - Não estou! Já passou a embriaguez. Mesmo com a voz mole. – Rony disse sério. – Ela se parece com você. Chega despercebida, mas que quando observada brilha muito. Ela é a sua estrela e não aceito devolução e nem ela aceita ser devolvida. Pode aceitar um presente do seu amigo Ronald Weasley.

            - Ron? – Hermione tinha a voz embargada. – Você é legal...

            - E bonito, inteligente, gostoso, romântico e irresistível. – Rony foi falando.

            - Só legal! – Hermione falou e ambos riram. Na realidade ela poderia confirmar tudo. Ela realmente concordava com tudo. – Obrigada pelo presente.

            - Obrigado pela força!

            Os dois conversaram muito ainda, sobre escola, filmes, família, sobre Gina, Draco, Harry, Luna, sobre musica, sobre comida. Falaram sobre tudo, menos sobre eles. Pareciam se bloquear quando o assunto se dirigia para romances passados. Falaram horas, passaram a se conhecer melhor. Divertiram-se muito, e Rony havia esquecido a vergonha e Mione havia ganhado um novo amigo, que ela queria que fosse algo mais. Mione havia encontrado aquele tão esperado príncipe encantado.

            - Gina... Vamos embora. Por favor! – Harry implorava. Ele estava cansado, estressado e a boate estava praticamente vazia. Ele estava cansado de ver Gina se fazendo de durona.

            - Harry para de ser chato. – Gina falou ainda dançando. E alguém havia a deixado beber meio copo de cerveja, não foi a melhor solução. Gina era a única pessoa que ainda dançava. 

            - Chato? Estou tentando te levar embora. Te ajudar. – Harry falou se alterando, ele só queria ajudar. Ela estava se fingindo de forte, mas ninguém é forte sempre. Ela havia visto o namorado a traindo. Ela não precisava dançar. Precisava descansar e conversar.

            - Não me lembro de te pedir ajuda, Potter! – Gina falou ríspida.

            - Quer saber... Eu cansei! – Harry tinha se magoado, ele adorava a ruiva. Queria ajudar e ela falando com ele daquela maneira. – Olha aqui sua patricinha mimada. Seu irmão tem razão, você só faz besteira, é irritante, presunçosa. Simplificando: Você é uma chata! – Harry falou perdendo a paciência.

            - Quem pensa que é para falar assim comigo? – Gina perguntou irritada.

            - Sou nada! Eu era um amigo que estava tentando te ajudar. Mas você é burra o suficiente para não perceber.

            - Não me chame de burra. Potter! – Gina parecia prestes a cair nas lágrimas. Mas permanecia forte.

            - É burra sim. Fica se fingindo de forte, moderna, querendo mostrar para não sei quem que não ligou a mínima para tudo que aconteceu. – Harry estava vermelho, mas não gritava apenas falava sério enquanto segurava um dos braços da ruiva. – O Dino te traia, e não merece que faço isso com você mesma. Cai na real, não vai ser dançando e sendo grossa que você vai esquecer tudo o que aconteceu. Parece uma garotinha de três anos fazendo birra. Acorda! A vida não acaba, e não precisa fingir que sim. – Harry a largou. – E como você mesma disse, não pediu minha ajuda, mas eu falei com sua amiga e prometi a ela que cuidaria de você. Por isso quando cansar de bancar a criança mimada que é. Estarei no carro. – Harry saiu. – E isso serve para os dois.

            - O que deu nele? – Draco falou sem entender.

            - Brigou com a Gina! – Luna resmungou.

            - Potter, seu idiota. – Gina resmungou, e agora as lágrimas escorriam por suas bochechas rosadas. – Vamos gente... Acabou.

            De fato a noite que prometia ser animada e perfeita para todos e em todos os sentidos, terminou com efeitos dilacerantes, traição, bebida, brigas, duvidas. E uma única e nova certeza de que sentimentos novos brincavam no coração de alguns deles.

            - Hermione. Obrigado! – Rony estava parado de frente para a menina, o corredor estava vazio.

            - Não foi nada. Foi legal te ajudar. – Hermione sorria.

            - Aquele lugar é realmente lindo. E espero que tenha gostado do presente. – Rony riu.

            - Claro. Afinal não é sempre que alguém ganha um estrela né? – Hermione também começou a rir. Era estranho, mas mesmo depois de tudo ela adorou a noite, e não conseguia deixar de olhar nos olhos do ruivo a sua frente.

            - Mas eu pedi sua ajuda? – A voz era alta e descontrolada.

            - Eu queria te ajudar. Porque gosto de você! – Harry gritava e tinha o rosto vermelho.

            - Você gosta de mim? – Gina de repente abaixará o tom de sua voz.

            - Claro! Você é a irmã do meu melhor amigo. Quero te ajudar. – Harry disse enquanto seu rosto ficava mais vermelho.

            - Me faz um Favor? Não me ajude! Finja que eu não existo. Não fale mais comigo, Harry Potter! Você é um idiota. – Gina disse e estava quase a beira das lágrimas novamente. As coisas estavam mudando dentro dela e nem ela entendia. Isso acontecia a algum tempo, mas depois de tudo era como se quisesse estourar. Sua única certeza era que se permanecesse ali acabaria descontando tudo em todos. Então sem olhar nem para Ron e nem para Mione ela entrou no apartamento batendo a porta com raiva e força.

            - Isso será um favor. Gina Weasley! Assim não preciso agüentar suas crises de garotinha de três anos. – Harry gritou para a porta, cansado copiou Gina e entrou em seu apartamento sem falar com ninguém. Ron e Mione permaneciam parados sem entender.

            - Pelo visto a noite não foi boa para ninguém. Achei que não tinha sido tão grave assim. – Hermione falou preocupada.

            - Não! – Rony disse firmemente.

            - Não o que?

            - A noite não foi tão ruim. Na verdade foi uma noite bastante boa. – Rony falou e corou sem perceber ou mesmo querer.

            - Sério? – Hermione parecia perdida, não esperava aquilo. Afinal Rony havia sido tecnicamente traído pela namorada e pelo amigo.

            - Claro! Foi uma noite legal. Mas acho que é melhor dizer que foi péssima, Harry e Gina parecem preferir essa opção. – Rony disse dando de ombros.

            - E cadê a Luna e o Draco? – Hermione disse reparando na ausência dos dois.

            - Não sei... Mas isso não pode ser coisa boa. – Rony disse parecendo saber que no mínimo teriam outra briga pela frente.

            - Obrigada!

            - Pelo o que? – Rony olhou no fundo dos olhos de Hermione, sentiu algo estranho percorrer pelo seu corpo.

            - Pela estrela!

            - Não foi nada. –Rony sorriu.

            - Vou ver o que aconteceu com a Gina, cuidar dela, acho que ela precisa de uma amiga. – Hermione sorria também.

            - E eu vou ver o Harry ele parecia meio nervoso. – Rony estava parado perto da porta já.

            - Tchau. – Hermione se aproximou para beijá-lo na bochecha.

            E tudo aconteceu rápido como se o tempo tivesse sido cronometrado, talvez alguma mágica o tivesse parado. Rony virou o rosto sem perceber, e um gosto diferente, um perfume, um toque. Ali estavam eles com os lábios unidos por um milésimo de segundo. Um coração disparado, um cérebro parado, duas respirações ofegantes e subitamente se separaram.

            O selinho foi rápido, inesperado.

            Hermione tinha as bochechas em brasas e o olhar buscava o chão. Rony parecia que tinha levado uma bolada ou um encontram.

            Silencio. Constrangimento. Pânico. Emoção. Talvez amor.

            - Então Tchau! – Hermione falou virando-se para a porta do seu apartamento.

            - Tchau! – Foi o que Rony conseguiu murmurar. Ele continuava sem ação.

            Do lado de dentro do numero 17, Hermione estava encostada na porta ofegando, e pela primeira vez na vida não conseguiu pensar em nada. Só sentia o perfume do cabelo do ruivo no ar.

            - Eu sou uma burra! Idiota! – A voz chorosa que vinha do quarto de Gina, fez Hermione despertar. Obvio que a garota continuava arrasada. Hermione se encaminhou para lá, esquecendo todas as sensações que tinham tomado conta dela há poucos minutos.

            - Onde você está me levando, Draco? – Luna disse aborrecida, pensando em aonde estava com a cabeça quando aceitou acompanhar Draco.

            - Luna, por que você é a pessoa mais calma do mundo com todos, menos comigo? – Draco perguntou enquanto dirigia. Luna ficou em silencio, ela não sabia o que responder.

            - Esquece... Chegamos! – Draco estacionou em frente a uma enorme casa branca, com portões em ouro e um jardim impecável.

            - O que é isso? – Luna falou observando ele abrir o portão.

            - Bom, nos conhecemos há anos né?

            - Sim. – Luna respondeu.

            - Eu nunca te mostrei a minha casa! – Draco falou olhando para a mansão.

            - Fala sério! – Luna exclamou.

            - Bom! Estou falando.

            - Por que me trouxe aqui?

            - Meus pais nãos estão em casa. E eu quero te mostrar uma coisa. – Draco sorriu.

            - Ah... Seu depravado! – Luna exclamou dando as costas para o lugar e caminhando para longe.

            - Calma! Não é isso. – Draco segurava o braço da loira. Luna sentiu como se um furacão passasse por ela. – Mesmo não sendo uma má idéia.

            - Draco, o que quer me trazendo aqui? – Luna queria manter a voz normal, mas estava preocupada. Não com Draco, mas com ela.

            - Quero te mostrar que eu não sou o depravado, nojento e tudo isso que fala de mim. – Draco falou segurando na mão de Luna e a guiando para dentro da casa. Subiram uma enorme escada e Draco abriu a porta de algo que parecia um quarto.

            - Uau! – Luna exclamou. Falando pela primeira vez desde que entraram na casa.

            - Bom... Era o meu lugar favorito da casa. – Draco disse olhando o quarto inteiro.

            - E quem fez isso tudo? – Luna disse encantada.

            - Como assim quem?

            - Deve ter sido um artista!

            - Bom... Na verdade chamam ele de verme, de galinha, barata, nojento, tarado, depravado... – Draco falou rindo.

            - Você fez isso tudo?

            - Bom, eu não sou esse lixo que você pensa.

            - Não é isso. – Luna disse.

            - Como assim?

            - Não penso que você seja um lixo! – A loira disse séria.

            - Não? – Draco parecia confuso.

            - Claro que não! – Ela estava sendo sincera.

            - Por que não me deixa me aproximar de você? – Eles estavam frente a frente.

            - Não é obvio?

            - Deveria ser? – Draco perguntou.

            - Eu tenho medo. – Luna disse e seus olhos estavam fixos nos olhos de Draco.

            - Seria incapaz de fazer algum mal a você. Antes de tudo você é minha amiga. – O loiro falou e fez carinho no rosto de Luna.

            - O problema sou eu. – Luna disse ainda o encarando sem piscar. – Tenho medo de me apaixonar. Não posso me apaixonar por você.

            - Por que não? – Draco parecia alegre, confuso. Perdido.

            - Porque você não se apaixona. Não ama ninguém além de si mesmo. – Luna disse se virando de costas.

            - Como sabe? Você conhece o Draco por fora. Não conhece meu coração. – Ele se aproximou da loira, a fazendo olhá-lo novamente. Aproximou-se. Iria beijá-la. Queria beijá-la.

            - Mas eu conheço o meu! – Luna desviou. – E ele diz para eu não gostar do seu tipo: Popular, galanteador. – Luna falou séria. – E se ele diz isso. Eu devo escutar.

            - Eu vou te provar. Eu sou mais que um menino popular. – Draco disse perto dela.

            - Draco esse é um jogo que eu não quero jogar. – Luna disse e parecia triste consigo mesma e com Draco.

            - Agora você errou. Isso não é um jogo. – Draco sorriu. – Escolhe um. Dê presente e ai podemos voltar. Acho que a Gina precisa de você. E todos nós precisamos descansar. –Draco falou olhando para os diferentes quadros que enfeitavam o lugar. Ele era bom naquilo. Em pintar. Fazia obras de artes.  Ele foi bom, e nunca mais havia feito nada.

            - Isso! Vamos embora. – Luna parecia aliviada. Não queria continuar ali, escutando Draco falar. Não queria continuar sozinha com ele. Ela não podia cair naquela conversa. Mas no fundo sabia que era tarde demais. Ela já estava apaixonada só precisaria se controlar, fingir que ele não significava nada.

            - Mas e o quadro?

            - Não posso. São seus. Seus pais iriam notar. – Luna disse.

            - Eles nunca entram aqui. E são meus como você mesma disse. – Draco olhou todos tentando achar algum que combinasse com Luna. – Pronto! Esse combina com você.

            - Por quê? – A loira falou, agora estava bem mais radiante. O quadro que ele escolhera era lindo.

            - Porque você é como as borboletas. É delicada, colorida, gosta de flores, é bonita, quer sempre voar. E do mesmo jeito que as borboletas brincam com o vento. Você brinca com o meu coração. – Draco jamais desistiria facilmente.

            - Vamos! – Luna disse. Estava corada e já saindo do lugar.

            - Um dia ela vai ser minha! – Draco falou rindo e logo a acompanhando.

            - Obrigada! – Luna disse sorrindo já no carro.

            - Só obrigada? Nenhum beijinho, abraço amasso, e outras coisinhas? – Draco falou com o sorriso de lado.

            - Você nunca muda. É um idiota. – Luna bateu no braço dele.

            - E você me ama! – Ele falou rindo. – Sonha comigo né? Nós dois sozinhos sua cama, minha cama... – Draco falou com cara de safado.

            - Se sonhasse com você, isso seria um pesadelo. Dos piores. E quando eu te amar, pode me internar. Provavelmente estarei louca. – Luna disse com raiva e vermelha.

            Quando já estavam no prédio, já haviam discutido muito. Draco resolveu se despedir e agir.

            - Draco! Para com isso. Me deixa sair! – Luna dizia cansada, irritada. – Que saco! Você nunca cresce?

            - Por que te deixo assim tão nervosa? – Draco tinha a prendido contra a parede. Ele estava bem próximo dela.

            - Nervosa? Eu? – Luna falava tentando desviar o olhar. Ela realmente estava nervosa.

            - É você. Muito nervosa. Escuto seus batimentos cardíacos daqui. – Ele se aproximava mais. – E está ofegante. Resumindo: Está nervosa. – Ele sussurrou no ouvido dela.

            - Draco para de brincadeira. Me deixa ir logo para meu apartamento. – Luna estava realmente ofegante. Ela precisava se controlar.

            - Claro. Mas antes me responde. Porque fica nervosa? – Draco sabia provocar. Ele era o mais popular na época da escola. As meninas gostavam do jeito dele se comportar.

            - Você é chato, irritante, safado. Isso me deixa irritada, nervosa. E... – Luna parou de falar.

            - E?

            - Nada!

            - E com vontade de me beijar? – Draco disse sorrindo.

            - Nunca! – Luna falou séria.

            Mas Draco fingiu não escutá-la. Pregou seus lábios nos da loira. Era um beijo ardente, ansioso, de necessidade. Um beijo esperado a tempos, com sabor de conquista, sabor de vitória. Luna não tinha mais forças. Colocou as mãos na nuca de Draco e começou a puxar seus cabelos, ela sempre tinha sonhado com aquilo. Um beijo típico de cinema. As línguas entrelaçadas em uma angustia, em um anseio de saciar os delírios, os desejos. Draco a apertava contra a parede e a segurava pela cintura. Ela ainda puxava os cabelos do garoto enquanto sentia seus lábios em movimentos intensos. Ambos estavam ficando sem ar.

            De repente uma dor.

            - Você é maluca? – Draco falou colocando a mão na parte de baixo do seu corpo.

            - Seu tarado. Nunca volte a me beijar. – Luna disse retomando o ar e a consciência. 

            - Você me beijou tanto quanto eu.

            - Sonha. – Luna se virou, pegou o quadro que estava encostado no chão. Sorriu e bateu a porta do apartamento na cara do loiro.

            - Louca, Maluca, Linda, Perfeita. – Draco falou primeiro gritando e depois rindo. Ele finalmente tinha beijado ela. Ele finalmente sabia que ela o desejava tanto quanto ele a ela.

Fim do Capítulo 4. 


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