Quando o Sol se Pôr... escrita por Anny Andrade


Capítulo 22
Capítulo 16. Reconquistar ou não Reconquistar, Eis




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As aulas tinham que retornar e o segundo semestre prometia tanto quanto o primeiro. Gina tinha certeza que queria reconquistar Harry, ela só não sabia se era por orgulho ou por amor. Ela e Flavinho continuavam fingindo o namoro, enquanto Harry e Cho pareciam está aproveitando a reprise do romance deles. Harry gostava de ficar com Cho e de sobra fazia ciúmes a Gina, seus planos davam certo.

- O que ele vê nessa japonesa sem sal e sem açúcar? – Gina disse observando Harry se aproximar de mãos dadas com a nova namorada.

- E o meu ciúmes, ciúmes de você... – Hermione disse rindo enquanto revirava folhas de um livro.

- Ciúmes? Desse magricela sem graça? – Gina riu. – Por favor.

- Bom Dia. – Harry disse sorrindo. – Cadê os meninos?

- Rony teve que sair correndo para o estágio. Draco correndo para um trabalho.

- Tenho um convite a vocês. – Cho disse contente.

- Convite? – Luna falou pela primeira vez, ela estava tentando achar um trabalho que precisava entregar e que tinha sumido na bolsa.

- Minha mãe faz um trabalho de arrecadar dinheiro para alguma coisa nobre. – Cho disse como se isso fosse algo banal. Hermione revirou os olhos. – Precisa de pessoas para se apresentar.

- O que temos haver com isso? – Gina perguntou.

- Lembro de vocês dançando naquela festa no começo das aulas. – Cho disse, parecia contrariada em dizer o que viria a seguir, mesmo assim disse. – Vocês dançam bem, e podem ajudar.

- Seria uma boa idéia. – Hermione falou recebendo olhares assustados. – Não gosto dessas coisas, mas vão ajudar pessoas que precisam de ajuda.

- Bom... Por mim tudo bem. – Luna disse.

- Se todas querem. Quem sou eu para negar. – Gina disse.

- É no fim de semana. Então podem ensaiar durante a semana. – Cho concluiu.

- Passo o endereço para vocês. – Harry disse. – Tchau. – Se afastou.

- Hermione... Ela é uma bruxa.

- Mas vamos ajudar pessoas. – Hermione disse. – Odeio aparecer em publico, mas é sempre bom ajudar.

- Posso pelo menos escolher a música? – Gina falou.

- Pode Gina. Agora preciso ir para a lanchonete. – Hermione disse com pressa.

- Começamos a ensaiar hoje à noite. – Gina gritou. Ela já estava empolgada. Saberia exatamente o que iria fazer e que música iria escolher.

- Não tenho um bom pressentimento. – Luna disse. E Gina riu puxando a loira para adiantar os planos.

E Gina começava a voltar ao normal, e começaria a colocar em pratica as idéias de Draco. Sim. Ela iria conquistar Harry Potter novamente.

Para Hermione conseguir encaixar a universidade, a lanchonete, o namoro com Rony e os ensaios da apresentação foi difícil. E para sua infelicidade Gina tinha realmente se empolgado com a idéia e estava completamente alucinada querendo tudo nos mínimos detalhes. Foi difícil convencer a ruiva que as roupas que ela queria não combinariam com a música, mas com um pouco de jeito e alguns berros foi possível a ver concordando em deixar isso nas mãos de Hermione. Ou seja, mais um compromisso para ela.

Luna se divertia com os ensaios e ignorava ao ataques que Gina tinha e sempre que a ruiva começava a ficar insuportável a loira saia sem falar nada e ia se encontrar com Draco, dando a oportunidade dos nervos de Gina piorarem, e de Hermione conseguir escapar para ter a chance de falar ao menos oi para seu amado namorado.

Os meninos não pareciam muito animados com a apresentação que se aproximava como se o tempo estivesse voando. Rony ficava importunando Hermione para saber o tipo de roupa que usariam, mas ela simplesmente explicava que Gina tinha implorado segredo, o que deixava o ruivo ainda mais preocupado. Draco parecia incomodado com o fato de não poder ficar agarrado com Luna o mesmo tempo que antes, mas ela explicava que era só por uma semana, e ela sempre acabava largando Gina falando sozinha para ir ficar junto dele.

Harry parecia curioso, e sempre que podia fazia Gina ficar com ciúmes. Ele passava grande parte das conversas elogiando a dança que Cho havia preparado com as amigas, e dizendo o quanto elas dançavam bem. Gina em troca passava o tempo afirmando a presença de Flavinho na apresentação e falando que era o melhor namorado que ela já tinha tido.

Todos pareciam mais estressados que o normal. Mais ansiosos e com a certeza de problemas a vista.

- A banda do Dan vai tocar nessa tal apresentação também. – Flavinho estava conversando com Gina. – Acho que o Loiro Sedução que avisou o Matt. ***

- Provavelmente foi o Draco mesmo. – Gina disse olhando vários acessórios. – Mas...

- Bom... O Dan quer falar comigo. – Flavinho disse receosamente.

- Sente falta dele né?

- Gina você é uma excelente namorada, mas eu preferia a minha relação com ele, se é que me entende. – Flavinho corou.

- Dessa vez eu prefiro ficar sem os detalhes. – Gina riu.

- Queria saber o que acha.

- Acho que precisa conversar, e também precisam se acertar. – Gina sorriu.

- Não vai gritar?

- Não... Estou tentando reconquistar o idiota quatro olhos. Acho justo você reconquistar o baterista sem noção. – Gina riu.

- Com toda certeza somos almas gêmeas da moda. – Flavinho disse abraçando a ruiva.

- Com certeza mesmo! – Gina riu. – Agora me ajuda. Please.

- Acho que você combina mais com o rosa provocante, ou com o vermelho sangue. Deixe as outras cores com as meninas.

- Tem toda razão. – Gina sorriu voltando a escolher os acessórios.

- Gina! Chega disso... Estamos atrasadas. – Hermione disse arrastando a ruiva e dando tchau a Flavinho.

- Mas...

- Vamos nos trocar lá no local. Agora chega de acessórios vai ficar parecendo uma arvore de natal. – Hermione disse. – Nem a Luna está assim.

- Vamos no seu carro?

- Sim... Seu irmão vai com Draco depois. – Hermione disse. – Ele queria ir para ver a roupa, mas Draco disse que precisava de ajuda. Enfim... Eles vão depois.

- Estou ansiosa.

- Com a música que você escolheu, quem está ansiosa sou eu. – Hermione disse. Todos entenderiam a indireta de Gina.

- A Cho vai adorar não acha? – Gina falou imitando a voz da japonesa.

- Com certeza. – Hermione disse rindo. – Vamos que a Luna está esperando no carro.

- Vamos... Vamos... Vamos...

Draco chamou Rony para ajudar as meninas a escaparem da curiosidade do ruivo. Luna tinha pedido carinhosamente e ele aceitou sem pestanejar. Na verdade ele não sentia ciúmes por uma roupa, sabia que Luna tinha olhos só para ele porque tinha sido tão difícil conquistá-la que seria impossível perde-la.  Mas Rony estava preocupado com a roupa de Gina, ainda mais depois de tudo que a garota havia sofrido por causa de Dino, e estava preocupado com os olhos em cima de Hermione, ele era assim e não iria mudar tão facilmente.

Depois de quase duas horas sendo obrigado a fazer nada, Draco resolveu que era hora de irem para a apresentação. Harry ia com Cho. Rony parecia impaciente, e Draco ansioso. Tinha muitas pessoas conhecidas no local. E o pior de tudo muito garotos, o que deixou o animo de Rony ainda mais aborrecido e irritado.

- Por que tem tantos Caras? – Rony perguntou azedo.

- Provavelmente porque muitas garotas dançaram. – Draco disse rindo. – Para com isso, até parece que a Mione iria deixar a Gina se vestir inadequadamente.

- Vamos achar um lugar. – Rony disse aborrecido.

- O Harry está ali, e Graças a Deus sem a Cho. – Draco disse.

- Não vamos precisar ficar ouvindo: “fofuxo” “Harryzinho” “tudo inho” – Rony disse rindo.

- A Luna me chama de Draquinho. – Draco falou irritado.

- Para se vingar do Lunita. – Rony riu.

- Pois é... – Draco acabou rindo também.

Os dois sentaram-se perto de Harry que parecia bastante ansioso. Mas a ansiedade deles não chegava nem perto do que Gina sentia.

- Gina, eu acho que foi um erro escolher essa música. – Hermione dizia voltando a raciocinar como a velha Hermione de sempre.

- Nada disso. Dançaríamos o que? – Gina perguntou.

- Não sei... Mas pensando bem, a mãe dela organizou isso, e a música não é muito educada com relação a ela. – Hermione disse.

- Eu gosto da música. – Luna disse sorrindo.

                - Eu também, mas... – Hermione mordeu o lábio inferior.

                - Mi... É só uma música e vamos somente dançar. – Gina disse fazendo uma cara de anjo que não convenceu ninguém.

                - Por que eu aceitei isso mesmo? – Hermione perguntou.

                - Para ajudar as pessoas. Para ajudar as pessoas. – Gina disse.

                - Gostei da roupa. – Luna disse se olhando. – Posso sair com ela? Com Draco. – Os olhos da garota brilharam.

                - Você e o Draco são dois tarados. – Gina disse.

                - Gina... – Hermione a repreendeu.

                - É verdade. – Gina disse.

                - Com vocês as Stars Girls. – A voz do palco falou fazendo as meninas se assustarem e correrem para espiar quem seria aquele grupo.

                - A roupa delas é mais bonita que a nossa. – Gina choramingou.

                - Mais vulgar isso sim. – Hermione disse convicta. Ela olhou para a platéia. – Se o Ronald ficar olhando eu vou bater nele.

                - Hermione... Ele não vai fechar os olhos. – Gina disse.

                - Mas... – Hermione não tinha argumentos.

                - Só podia ser elas. Cho e suas amiguinhas, até a Lilá entrou nessa. Achei que o tal Vitor não deixaria. – Gina disse irritada.

                - Isso não é uma competição. É só uma apresentação. – Hermione disse.

                - Hey... – Luna disse. E chamou a atenção das garotas para voltarem a ensaiar os últimos detalhes.

                Algumas pessoas se apresentaram. O grupo de Cho, a banda de Dan, dois garotos fazendo mágica e outro grupo de meninas.

                - O que a Gina vai aprontar? – Harry disse pela milionésima vez.

                - Harry? Esquece minha irmã por um momento. – Rony disse rindo.

                - Mas ela não participaria de algo feito pela mãe da Cho. Ela odeia a Cho. – Harry disse.

                - Ela pode ter mudado. – Draco disse mesmo sem acreditar nisso.

                - E por que a demora para se apresentar?

                - Harry... Esquece a Gina. – Rony disse.

                - Mas a Gina pode fazer qualquer coisa. – Harry disse. – Viu que o Dino está ai? E como vai ser a roupa dela? E que música vão dançar? A Gina poderia ter avisado assim não ficaríamos preocupados.

                -  Harry. Potter. Pare. De. Falar. Da. Gina. – Rony disse irritado. – Já me basta tentar saber que roupa minha namorada vai usar.

                - Mas...

                - Acho que são elas. – Draco disse apontando para o palco.

                - Com vocês as garotas sem nome. – O apresentador disse. – Apresentação dedicada a Harry Potter. – O apresentador riu. – Garoto de Sorte.

                - Sabia que tinha coisa. – Harry disse.

                - Fica quieto. – Rony brigou.

                - LUNA EU TE AMO! – Draco gritou sendo puxado em seguida por Rony.

                Antes da música começar definitivamente Cho apareceu ao lado de Harry com a expressão fechada.

                - O que é isso?

                - Bom... Não sei. – Harry admitiu.

                - Calem a Boca. – Rony disse irritado. – Quero ver minha namorada dançando e não escutar a DR de vocês.

                - Olha Rony... – Cho começou com a sua voz.

                - Cho... Eu sou educado. Mas eu tive que agüentar a dança de vocês em silencio. Agora você agüente a dança delas. – Rony disse.

                - Mas...

                - Ele está irritando. Não piore. – Harry explicou.

                - LUUUNAAA! LUUNNAA! – Draco começou a gritar.

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I don't like your girlfriend

Eu não gosto da sua namorada

No way, no way

Sem chance, sem chance

I think you need a new one

Eu acho que você precisa de uma nova

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I could be your girlfriend

Eu poderia ser sua namorada

                A voz da Avril Lavigne ecoou por todo o salão e algumas pessoas começaram até a cantar junto. A cortina abriu revelando as garotas. Rony quase teve um ataque cardíaco, não pelas roupas serem curtas, pois na realidade não eram. E nem por serem chamativas, porque isso também não era. Ele não entendeu tanto mistério para aquilo que vestiam.

                - Por quê? – Rony disse sem entender.

                As meninas estavam com um boné cada uma com um de uma cor. Gina tinha um rosa, Luna um amarelo e Hermione um roxo. Usavam camisetas largas e uma calça jeans também larga. No pé all star combinando com o boné e elas estavam apenas pulando e acompanhando a música.

                - LUNA!!! LINDA!!! – Draco gritou fazendo Luna sorrir.

                - Gostei da roupa. – Rony disse aliviado.

                - Gina... – Harry moveu os lábios sem deixar o som sair. – Por que essa música?

                - Essa... Essa... Essa... – Cho não conseguia falar.

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I know that you like me

Eu sei que você gosta de mim

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

No it's not a secret

Eu sei que não é segredo

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I want to be your girlfriend

Eu quero ser a sua namorada

                A música deu uma parada para realmente começar. E todos pareceram segurar o ar quando o boné desapareceu revelando os cabelos em penteados diferentes. As camisetas tornaram-se blusas delineando as curvas delas, e as calças viraram saias em pano xadrez um pouco acima dos joelhos.

                - O que é isso? – Rony perguntou quando ouviu varios garotos assobiando para Mione.

                - Estão lindas. – Draco disse rindo.

                - Muito Lindas. – Harry falou olhando diretamente para Gina.

                - Isso não vai ficar assim. – Cho falou emburrada.

You're so fine, I want you mine, you're so delicious

Você é tão legal, quero que você seja meu, você é tão delicioso

I think about you all the time you're so addictive

Eu penso em você o tempo todo, você é um vício

Don't you know what I can do to make you feel all right?

Você não sabe o que eu posso fazer para você se sentir bem?

Don't pretend I think you know I'm damn precious

Não acho que você sabe fingir que eu sou a maldita preciosa

And hell, yeah I'm a motherfucking princess

E inferno, sim eu sou uma princesa porra

I can tell you like me too and know I'm right

Eu posso dizer que você também gosta de mim, e você sabe que eu estou certa

                A dança delas lembrava muito o clipe da música. E a maioria das pessoas estava adorando. Mas nenhuma superava Gina, ela parecia encantada em poder dizer tudo aqui através de uma música, e perceber que estavam gostando mais delas do que do grupo da Cho. Harry parecia está sendo novamente enfeitiçado, ele nunca conseguiria se livrar das sensações que olhar para a ruiva lhe causava.

She's like so whatever

Ela é, tipo, tão 'qualquer coisa'

You can do so much better

Você poderia fazer muito melhor

I think we should get together now

Eu acho que nós devíamos ficar juntos agora

And that's what everyone's talking about

E é o que todos estão comentando

                - Sua amiguinha está cantando isso para você.  – Cho disse aborrecida, mas logo percebeu que Harry não estava prestando atenção. Ele não conseguia tirar os olhos de Gina. – Harry!

                - O que foi? – Harry perguntou ao sentir o empurrão que Cho havia lhe dado.

                - Pare de olhá-la. Ela está me chamando de “qualquer coisa”. – Cho reclamou.

                - Não seja paranoica, é só uma musica. – Harry disse voltando a prestar atenção na apresentação.

                - Isso não vai ficar assim. Quem essa ruiva pensa que é para ficar dando em cima do meu namorado e ainda me rebaixando? – Cho disse para si, ninguém estava prestando atenção nela.

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I don't like your girlfriend

Eu não gosto da sua namorada

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

I think you need a new one

Eu acho que você precisa de uma nova

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I could be your girlfriend

Eu poderia ser sua namorada

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I know that you like me

Eu sei que você gosta de mim

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

No it's not a secret

Eu sei que não é segredo

Hey, hey, you, you

Hey, HEy, você, você

I want to be your girlfriend

Eu quero ser a sua namorada

                Rony não parecia muito satisfeito com a apresentação, mas sempre que seus olhos se encontravam com o sorriso de Hermione, ele acabava percebendo o quanto ela estava bonita, e o quanto se sentia feliz por tê-la, por ser o unico a tê-la, e por saber que ela é a única que ele quer. Draco gritava a plenos pulmões elogios a Luna que sempre sorria. Gina constantemente tinha seu olhar cruzado com o de Harry, mas ambos disfarçavam. Eles eram muito teimosos.

                Muitos assobios e aplausos aconteciam com grande frequencia, o que deixava Cho ainda mais irritada, Rony ainda mais ciumento, Draco ainda mais orgulhoso, e Harry ainda mais confuso, e até mesmo apaixonado.

I can see the way I see way you look at me

Eu posso ver o jeito, eu vejo o jeito o jeito como você olha pra mim

And even when you look away I know you think of me

E mesmo quando olha pra longe, sei que você está pensando em mim

I know you talk about me all the time again and again

Eu sei que você fala de mim o tempo todo de novo e de novo

(So come )So come over here and tell me what wanna hear

Então venha aqui e me diga o que eu quero ouvir

Better yet make your girlfriend disappear

Melhor ainda, faça a sua namorada desaparecer

I don't wanna hear you say her name ever again

Eu não quero ouvir você dizer o nome dela nunca mais

(And again and again and again) 'cause

E outra vez, e outra vez, e outra vez, porque...

She's like so whatever

Ela é, tipo, tão 'qualquer coisa'

You do so much better

Você poderia fazer muito melhor

I think we should get together now

Eu acho que nós devíamos ficar juntos agora

And that's what everyone's talking about

E é o que todos estão comentando

                A apresentação estava praticamente no fim, e as coisas pareciam começar a mudar. Primeiro Harry havia se levantando disposto a falar com Gina, Segundo Flavinho estava a quase trinta minutos conversando com Dan. Algumas coisas precisam acontecer para que acontecimentos melhores possam tomar conta da vida. Dançar foi o que Gina precisava para conseguir fazer Harry querer se aproximar. E ela sabia que funcionaria porque se fosse ao contrario ela acabaria deixando tudo de lado e se declarado.

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I don't like your girlfriend

Eu não gosto da sua namorada

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

I think you need a new one

Eu acho que você precisa de uma nova

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I could be your girlfriend

Eu poderia ser sua namorada

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I know that you like me

Eu sei que você gosta de mim

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

No it's not a secret

Eu sei que não é segredo

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I want to be your girlfriend

Eu quero ser a sua namorada

Gina conseguia imaginar a cena. Ela queria muito ter coragem de admitir para si mesma que sonhava em voltar a ser namorada de Harry, mas logo seus pensamentos davam rodopios em sua mente e passavam flash dela com Dino na sala do apartamento, do rosto de Harry, das palavras, dos piores momentos de sua vida. E por vários segundos ela percebeu que pedia muito e esperava muito. Harry tinha sido humilhado, magoado. Se fosse com ela dificilmente perdoaria, como poderia esperar o perdão dele? Mas mesmo assim esperava, e no fundo tinha a certeza de que ele viria.

In a second you'll be wrapped around my finger

Em um segundo você estará amarrado ao redor do meu dedo

'Cause I can, 'cause I can do it better

Porque eu posso, porque eu posso fazer isso melhor

There's no other so when it's gonna sink in?

Não há outra, então quando você vai entender?

She's so stupid what the hell were you thinking?

Ela é tão estúpida, que diabos você estava pensando?

In a second you'll be wrapped around my finger

Em um segundo você estará amarrado ao redor do meu dedo

'Cause I can, 'cause I can do it better

Porque eu posso, porque eu posso fazer melhor

There's no other so when it's gonna sink in?

Não há outra, então quando você vai entender?

She's so stupid what the hell were you thinking?

Ela é tão estúpida, que diabos você estava pensando?

                A música dizia exatamente o que Gina queria. Cho era tão estupida, e Harry tão inteligente, merecia alguém melhor, alguem que fosse humano e não apenas uma boneca plastificada controlada pelos shoppings mundiais. Gina pensou.

                - Eu sou a garota certa. – Ela suspirou. Tinha certeza disso. Era o que queria. Ela sabia que essa era a verdade. Quem sabe não fosse o momento de dizer as coisas que ainda guardava entaladas em seu coração. Gina sorriu em direção de Harry.

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I don't like your girlfriend

Eu não gosto da sua namorada

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

I think you need a new one

Eu acho que você precisa de uma nova

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I could be your girlfriend

Eu poderia ser sua namorada

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I don't like your girlfriend

Eu não gosto da sua namorada

(No way, no way)

Sem chance, sem chance

I think you need a new one

Eu acho que você precisa de uma nova

Hey, hey, you, you

Hey, Hey, você, você

I could be your girlfriend

Eu poderia ser sua namorada

(No way, no way)

                Muitas palmas aconteceram ao final da apresentação. E antes de qualquer um se levantar Rony já estava pronto para abraçar Hermione e afastar todos os garotos que pareciam interessados e passar números de telefones ou de pedir o numero dela. Draco estava bastante ocupado em abraçar e beijar Luna. E Harry tinha se aproximado de Gina pronto para conversar sem brigas, sem acusações, sem ciúmes, uma conversa verdadeira.

                - Pelo visto continua gostosinha. Não quer ter uma nova chance de mostrar do que é capaz?

                Tudo estava indo muito bem para ser verdade. Por poucos momentos Gina se sentia de volta ao que era, sem se lembrar do que tinha passado por ser exatamente quem era. Estava nítido o motivo dela querer mudar. Ser mais calma, mais quieta, muito mais isolada. Mas ela não conseguia. Gina Weasley era una garota animada, extravagante, louca. Ela poderia apenas apagar um passada nada remoto, e seguir em frente ao lado de quem ela finalmente descobriu amar. Infelizmente ele sempre estava lá para atrapalhar as idéias, e para fazer com que o passado jamais deixasse de existir.

                - Vai fingir que não me escuta? – Dino riu. – Você gostava de escutar tudo que eu dizia. E gostava de gemer ao escutar as minhas palavras. Olha suas roupas, sua dança, vai se fazer de puritana? Gina Weasley isso não engana ninguém. – Dino disse se afastando em meio a gargalhadas.

                Gina se sentiu mais uma vez humilhada, principalmente por saber que tudo que Dino dizia era a verdade. Ela realmente gostava de ouvi-lo e de ver o quanto ele se animava com ela. Ela sentiu nojo, pena, raiva. Poderia desmentir, poderia gritar, esculachar ele de diversas maneiras. Mas quando seus olhos se encontraram com o verde profundo por trás das lentes dos óculos que Harry voltará a usar a única ação que teve foi deixar as lágrimas escapar, ela se sentia inferior e por um momento ela teve certeza de que as coisas nunca desaparecem, marcas são marcas e carregamo-las por toda a vida.

                Sem uma única palavra, os olhos se desviaram e a ruiva se afastou com lágrimas escorrendo pela face. Ela era forte, decidida, mas no momento ela tinha a necessidade de ser frágil e fugir era a única solução. 

                - Acho que sair correndo e chorando não é muito a sua cara.

                - No momento é. – Gina disse com a voz abafada.

                Gina estava sentada no final de uma das escadas que dava acesso ao local das apresentações. Os olhos ainda vermelhos, os braços em volta das pernas. Ela parecia mais frágil do que nunca, e tão pequena que qualquer um teria o desejo de reconfortá-la.

                - Gina... Não deveria ter fugido, ele faz isso para irritar a todos.

                - Harry? Por que veio me procurar? – Gina disse erguendo os olhos. – Quer ver o quanto sofro e perceber que isso te faz se sentir melhor. Sente-se vingado? Ou talvez que a justiça tenha sido feita? – A voz de Gina não era acusadora, mas leve e fraca. Ela perguntava por precisar saber da resposta e não para se proteger dela. 

                Harry não respondeu, mas sentou-se ao lado de Gina. O silencio era cortante, e o mínimo espaço que os separava parecia diminuir lentamente os sufocando cada vez mais.

                - Harry... – Gina disse o mirando, ela queria uma resposta. Ela precisava.

                - Não me sinto vingado, e muito mesmo acho que justiça foi feita. – Harry disse desviando o olhar e observando o nada. – Eu me sinto mal. Porque te ver sofrer ainda me faz sofrer junto. Eu sei que deveria odiar você, quem não odiaria a menina que fez você de idiota, e ainda por cima com alguém desprezível. Mas eu não consigo.

                Gina não conseguiu dizer nada. Ela simplesmente sentiu ainda mais vontade de chorar, pois as palavras de Harry pareciam ser capazes de ferir mais que qualquer outra coisa. Se ele a odiasse seria mais fácil pedir desculpas, e tentar se redimir. Mas ouvir que ele não conseguia, fazia ela se sentir o pior dos lixos. Com os olhos marejados Gina se aproximou de Harry. Ele passou a mão por suas costas e em seguida ela estava com a cabeça apoiada no peito do garoto. Podia sentir a respiração dele. Ele podia sentir o perfume dela.

                Simplesmente ficaram ali. Parados. Em silencio. Abraçados.

                Algumas vezes palavras não sabem expressar os sentimentos. Algumas vezes os momentos não precisam de palavras, precisam apenas do sentir.

                E Gina e Harry sentiam. Algo que ia além da raiva e da dor. Sentiam um ao outro. O abraço continuou, e provavelmente durou horas ou assim pareceu a eles.

                - Por que está assim? – Hermione perguntou pela centésima vez. Desde o fim da apresentação Rony estava absolutamente quieto e com uma expressão homicida nos olhos. – Rony... Custa responder minha pergunta? – Ela já tinha retirado a roupa da apresentação e estava com uma calça jeans e uma regata básica.

                - Não tem o que responder. – Rony disse secamente.

                - Por que está assim? – Hermione disse magoada. Todos tinham elogiado a apresentação delas, até mesmo a mãe de Cho chegou sorridente cumprimentando Hermione e Luna pelo desempenho, Gina tinha desaparecido logo após o fim da apresentação. Ela esperava que Rony fosse ao menos dizer o quanto ela estava bonita, mas ele não tinha dito nada. – Está com raiva de mim? – Ela não gostava de vê-lo daquela maneira.

                - Me deixa Hermione... – Rony disse cansado.

                - Te deixar? – Hermione repetiu. – Mas...

                - Eu não quero falar. – Rony disse.

                - E eu só queria ouvir você dizendo que gostou da apresentação. – Hermione disse triste. – Eu dancei para você, e todos disseram gostar, menos a pessoa que deveria gostar. Mas você não quer falar. – Hermione disse magoada começando a se afastar.

                Rony sabia que estava sendo infantil, mas ele nunca tinha sentido tanto ciúmes na vida. E todos pareciam saber disso, pois insistiam em dizer o quanto Hermione estava bonita e o quanto tinha dançado magnificamente bem. Obviamente ele achava o mesmo, mas o ciúme era maior que a vontade de demonstrar o quanto tinha gostado de tudo. Ele bufou. Estava sendo um idiota. Ele sempre fazia isso.

                - Desculpa. – Rony disse puxando o braço de Hermione antes de ela desaparecer pelas escadas. Hermione se virou e seus olhos estavam bem vermelhos, era lógico e visível que tinha derramado algumas lágrimas, mesmo não sendo de chorar facilmente. Rony percebeu o quanto estava sendo bobo. – Estava com raiva e com ciúmes. Vocês estavam lindas demais. Senti raiva em ver o quanto todas as pessoas prestaram atenção em você. E só eu posso prestar atenção em você. – Rony sorriu ao ver os olhos de Hermione acompanhar sua boca se transformando em um sorriso, poucas pessoas conseguem sorrir com os olhos e ela era uma dessas poucas pessoas.

                - O que? – A voz de Hermione saiu meio quebrada.

                - Estava morrendo de ciúmes. – Rony admitiu. – Não percebeu que eu sempre morro de ciúmes de você?

                - Seu. Idiota. – Hermione disse batendo seguidamente no braço de Rony. – Seu. Idiota.

                - Calma... – Rony conseguiu rir, os tapas não tinham muita força. – Não gosta do fato de que sinto ciúmes?

                - Porque não falou isso logo? – Hermione disse. – Eu fiquei achando que tinha acontecido alguma coisa, que eu tinha feito alguma coisa. Que estava com raiva de mim. – Hermione disse. – Sempre faz isso. – Ela reclamou, mas sorria. Era exatamente por isso que gostava dele, pelo fato dele ser assim.

                - Desculpa. Sei que sempre sou um idiota. – Rony disse, mas seu sorriso de lado demonstrava que estava apenas concordando com ela para amenizar a situação.

                - Rony... – Hermione disse e acabou sorrindo abertamente. – Não quero a atenção de ninguém que não seja você. Só a sua atenção que importa, é difícil acreditar nisso?

                - Não é difícil não. – Rony disse e envolveu a cintura dela com seus braços. – Mas é realmente bom demais para ser verdade, e eu às vezes penso está sonhando.

                - Se estiver sonhando eu peço que não acorde mais. – Hermione sorriu.

                Eles estavam a poucos passos da escada. O lugar de paredes brancas e panos pendurados de maneira moderna faziam com que parecessem cenários de teatros. Se fosse uma peça eles seriam os personagens principais. Rony puxou Hermione contra si, ela ficou nas pontas do pé para poder se aproximar mais facilmente dos lábios que imploravam por ela. Eles se tocaram com a delicadeza de uma rosa, o sabor do amor transbordando por todos os poros, as línguas balançavam em um ritmo lento, o beijo se aprofundava a cada segundo ganhando a volúpia que somente os apaixonados reconhecem. Os braços dela em volta do pescoço dele, as mãos passeando pelo cabelo ruivo, o sabor da vida em sua boca. As mãos dele a puxavam mais contra seu corpo, seus olhos gravavam a imagem dela apenas sentindo seu beijo, o perfume dos cabelos, e o gosto de um sonho que é real.

                - Eu te amo. – Hermione conseguiu suspirar lentamente enquanto descia os pés e se afastava de Rony. – É tão grande que nem sei como posso guardar em meu coração.

                - Eu sinto a mesma coisa, por isso nunca sei se é sonho ou realidade. – Rony disse voltando a beijá-la. Ele a puxou de volta ao salão onde a mãe de Cho tinha feito um tipo de recepção, e está abraçado com ela fazia com que qualquer coisa perdesse a graça, ela era o suficiente, sempre.

                O amor deles era assim. Surpreendentemente e ao mesmo tempo clichê.

                No final da escada, ausentes a cena que acontecia tão próximo a eles Harry e Gina continuavam sentados e abraçados. Algumas lágrimas insistiam em cair pela faze rosada de Gina e Harry apenas sentia o perfume que os cabelos da ruiva emanavam, era algo floral, delicado e doce, um cheiro bom e único que nunca tinha realmente desaparecido dele.

                Sentir Gina em seus braços de uma maneira frágil e triste fez com que Harry entendesse o quanto ela se sentia culpada por tudo que tinha feito. Ele entendeu que ele sofreu, mas que não foi o único. Aquilo mostrava que Gina não passava de uma garota buscando entender o que era amor sem realmente saber o que sentia.

                - Harry... Me perdoa... – Gina disse com a voz abafada e quebrada.

                - Eu já te perdoei, esqueceu da conversa que tivemos nas férias? – Harry disse colocando um riso na fala.

                - Não... Harry eu me lembro da conversa e sei o quanto você é especial. – Gina respirou fundo. – Me perdoa por ser assim, eu tentei chamar sua atenção, e ao mesmo tempo irritar a Cho, mas não tenho o direito de lutar por você. – A ruiva continuou com a voz fraca, visivelmente queria falar, mas sentia que cada palavra afastava Harry ainda mais dela.

                - Por que acha isso? – Harry perguntou. Ele queria escutar tudo que Gina precisava falar. Tinha demorado o tempo suficiente já.

                - Não está nítido? – Gina disse se afastando do abraço, seus olhos vermelhos transmitiam os sentimentos guardados que queriam fugir dela. – Não seria justo lutar por você. Não posso querer lutar por alguém que sempre foi único e que eu não dei o valor merecido. Não posso lutar por alguém que por minha culpa sofreu, foi humilhado, e magoado. – Gina suspirou. – Não seria certo querer ter você novamente depois de tudo que eu fiz. Depois de fazer com que você se fosse. Saber que a culpa toda foi minha, me faz ter a certeza de que não é justo te querer, porque você merece alguém melhor que eu. – Gina finalizou.

                Tudo que Gina disse realmente fez Harry ter a certeza que não era aquilo que esperava, ele sabia que Gina falaria tudo, mas ele queria ouvi-la dizendo que precisava dele, pois naquele momento ele precisava dela. Por fim apenas sorriu.

                - Quer dizer que você me quer? – Harry disse a fazendo olhar para ele com os olhos brilhando devido às lágrimas que estavam ali.

                - Harry... – Gina disse confusa.

                - Me quer? – Harry repetiu.

                - Não posso querer. – Gina respondeu desviando o olhar, abaixando o rosto.

                - Por que não pode querer? – Harry disse levantando o rosto da ruiva, seus olhos se encontraram. Uma emoção tomou conta de ambos os corações.

                - Não seria justo com você. – Gina disse.

                - Como pode saber? – Harry disse.

                - Harry... – Gina falou parecendo mais confusa ainda.

                - É justo me querer Gina. – Harry sorriu. – Porque eu também te quero.

                - Harry...              

                - Te quero desde sempre, e nunca desisti de querer ou de ter. – Harry levantou o rosto de Gina e foi se aproximando lentamente de seus lábios, o perfume entorpecente parecia controlá-lo e a única coisa que queria era sentir novamente o gosto dela.

                Podia sentir a respiração ofegante, e tinha certeza que os olhos dela nesse momento estavam fechados, porque os próprios estavam. O medo de ser apenas um sonho ou uma ilusão obrigava os olhos a permanecerem nesse estado.

                Os lábios estavam quase se tocando era possível sentir que faltava apenas milímetros, e tudo voltaria a ter sabor, ter calor.

                - Harry! – A voz de Cho vinha do andar de cima. – Harry!

                Eles se afastaram. Sem beijos, sem juras, foi tudo como temiam. Uma breve ilusão de que tudo voltaria a dar certo. Gina sorriu corada, ela tinha entendido que o que eles tinham era algo maior que a atração e que qualquer outra coisa. Como se o destino estivesse escrito nas estrelas. Harry parecia afobado, ele esperava aquele momento há tempos, até mesmo quando sentia raiva continuava a desejar os beijos de Gina.

                - Te achei amorzinho. – Cho disse sorrindo enquanto descia as escadas. – te procurei feito louca. Está aqui com sua amiguinha? Gina... Seu irmão está te procurando. – Cho disse.

                - Obrigada. – Gina disse sem encará-la e sem olhar para Harry, subiu as escadas.

                - O que fazia com ela? – Cho disse

                - Como disse somos amigos. – Harry respondeu.

                - Harry... Ela quer te reconquistar. Mas eu não vou deixar. – Cho disse beijando o garoto, mas ele se afastou.

                - Vamos... – Ele disse e ambos subiram a escada.

                Harry estava odiando está com Cho. E agora ele entendia. Gina era tudo que ele precisava, porque ela também o queria.

                Gina subiu as escadas correndo, ela ainda custava a acreditar nas palavras de Harry. Mesmo tendo ouvido que ele a perdoava durante as férias, ela sentia que ele ainda sentia raiva de tudo que ela havia feito. Esse era o problema, não era ele que sentia raiva dela, era ela que sentia raiva de si mesma. Mas vê-lo tão perto, sendo o mesmo Harry de sempre fez com que ela soubesse o que sentia, e tivesse ódio por ter um dia duvidado do que aquilo significava.

                Ela estava distraída em seus pensamentos, e só voltou a si quando uma voz a chamou.

                - Gina? – Era Flavinho, novamente sorridente e Gina tinha certeza que ele havia escutado o que queria, exatamente como havia acontecido com ela. – Preciso te contar...

                - Se acertou com o Dan? – Gina perguntou.

                - Como?

                - A Luna não é a única que tem sexto sentido. – Gina sorriu.

                - Ele me explicou tudo. E não tinha como não perdoar. – Flavinho sorriu. – Eu o amo, e o perdão está acima de nós mesmo.

                - Que bom que se acertaram. – Gina sorriu.

                - Graças a você. Ele morreu de ciúmes e disse que nunca mais iria me magoar na vida. – Flavinho riu. – E eu obviamente fingi que acreditei.

                - Obviamente. – Gina riu.

                Eles deram um abraço, eram amigos, grandes amigos. E Gina seguiu seu caminho, ela ainda precisa ver o que Rony queria com ela.

                - Maninho... – Gina disse se aproximando de Rony e Mione. – O que querem comigo?

                - Está de bom humor. Que milagre. – Rony disse. – Mas eu não quero nada com você.

                - Como não? A Cho disse que estava me procurando. – Gina disse.

                - O que? – Hermione questionou. – Nem vimos à querida namoradinha do Harry.

                - Aquela... – Gina bufou. – Ela mentiu só para me tirar de lá.

                - De lá onde? – Hermione quis saber.

                - Estava conversando com o Harry. – Gina disse decepcionada.

                - Não brigaram e nem gritaram? – Rony estranhou.

                - Estávamos só conversando. – Gina disse. “Infelizmente estavam só conversando quando a bruxa da namorada dele chegou”, Gina pensou.

                - Vou ver se acho Draco e Luna. Eles simplesmente evaporaram. – Rony disse. – Já que isso aqui terminou poderíamos dar uma volta ou comer pizzas.

                - Boa idéia. – Hermione disse, e depois de um breve selinho Rony se afastou deixando as meninas sozinhas. – Então? O que conversou com Harry?

                - Nada demais. – Gina disse sentando onde antes Rony estava.

                - Seus olhos parecem duas estrelinhas, como pode ser nada demais. – Hermione disse sorrindo.

                - Não sei... – Gina disse. – A Cho chegou e estragou tudo.

                - Estragou tudo o que? – Hermione perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

                - Mione... Ele disse coisas bonitas. – Gina sorriu. – E eu fiquei abraçada com ele em silencio por vários minutos. Foi tão diferente e tão especial. Não sei o que dizer.

                - Gina... – Hermione disse abraçando a ruiva. – Gina... Eu sei o que você pode dizer, mas só você deve dizer.

                - Mione, eu também sei o que dizer, mas ainda não sei se é certo dizer.

                - Como é difícil ser Gina Weasley. – Hermione falou fazendo a ruiva rir.

                - Muito difícil, mesmo. – Gina sorriu. – Obrigada.

                - Pelo que? Por ser uma amiga extraordinária? – Hermione disse.

                - E uma cunhadinha linda. – Gina falou rindo também.

                - Os encontrei. – Rony disse com a cara amarrada. – Mas preferia não ter encontrado.

                - Nos polpe dos detalhes. – Hermione disse apressadamente.

                - Vou poupar mesmo, estou tentando me poupar também. – Rony disse enquanto Draco e Luna se aproximavam.

                - O que fizeram para traumatizar Rony desse jeito? – Gina perguntou rindo.

                - Nós só estávamos conversando com as plantas. – Luna disse.

                - E elas respondem mesmo. – Draco falou rindo.

                - Essa foi à pior desculpa que já deram. – Gina disse revirando os olhos.

                - Não é desculpa. – Rony disse. – Eles estavam fazendo isso mesmo. Ver o Draco cantando para as flores é a coisa mais estranha do mundo. Ele odiava plantas. – Rony disse.

                - Odiava plantas? – Luna perguntou expressando um horror no olhar.

                - Não odiava. – Draco falou batendo em Rony. – Só não cantava para elas.

                - Gente... – Harry se aproximou depois de se livrar de Cho. – Que tal irmos embora?

                - Não vai com sua namorada? – Rony perguntou.

                - Ela está ocupada falando mal da roupa das outras pessoas.

                - Estava pensando em irmos dar uma volta. – Rony disse.

                - Ou comer pizza. – Hermione complementou.

                - Ótima idéia, mas podemos sair o mais rápido possível? – Harry disse.

                - Fugindo da Cho? – Draco falou.

                - Tentando...

                - Ela não é linda e te ama? Não deveria fugir. – Draco falou sarcasticamente.

                - Ela é linda, e me ama, e adora falar de roupas e shoppings. Preciso de um tempo com os velhos amigos. – Harry disse, e olhou discretamente para Gina.

                - Vamos... – Draco disse. – Como sempre, meninas em um carro e meninos em outro.

                - Como sempre. – Hermione assentiu, afinal ela era a motorista das meninas.

                - Aonde vamos? – Luna perguntou.

                - Tive uma idéia. Passamos na Pizzaria e depois eu conto. – Harry disse sorrindo.

                Depois de passar pela pizzaria e escolher milhares de sabores e várias garrafas de coca-cola, todos estavam curiosos com a idéia de Harry. Ele se recusava dizer o que passava por sua mente. Ele simplesmente pediu para que as meninas seguissem o carro de Draco que agora era dirigido por ele.

                A noite já começava a se transformar em madrugada e eles continuavam dirigindo sem nem ao menos saberem para onde iam. Harry parecia confiante e alegre, a conversa com Gina trouxera de volta o garoto que ele sempre fora, o tempo sem ela fez com que ele conquistasse o que não conhecia. Ele conquistou a segurança, a auto-estima, e ele sabia o que queria e quando queria. Agora por exemplo ele queria encerrar a noite ao lado dos amigos, se esquecer de tudo e somente curtir o que faz a vida valer a pena. Curtir a amizade que sempre existiria mesmo diante dos piores momentos.

                Eles estavam dirigindo há horas e o sol a qualquer momento iria despontar no céu. Se não estivessem em carros separados com certeza as meninas iriam bater em Harry, até mesmo Draco e Rony estavam irritados com a demora. Mas de repente ele adentrou em um terreno vazio coberto por matos secos, e uma única arvore no meio de tudo.

                Harry dirigiu até lá estacionando o carro na direção que o sol nascia. Hermione parou ao lado do carro preto e reluzente de Draco, afinal sempre iam para os lugares com o carro do loiro e faziam Harry de motorista.     Elas saiam do carro tentando equilibrar as pizzas que deixaram bem longe de Rony, e Gina também as protegeu de Luna.

                - O que estamos fazendo aqui? – Gina perguntou olhando em volta. Realmente não tinha nada, era um vazio imenso, um silêncio ensurdecedor.

                - Não é bonito? – Harry perguntou respirando fundo.

                Se parasse para se observar o lugar era incrível, ainda mais naquele momento em que o dia se decidia se era hora de nascer ou se a noite continuava por mais algum tempo embalando os romances e vidas.

                O mato estava meio seco e tinha pequenas flores em pontos específicos, flores que lutavam para permanecerem intactas perante o deserto todo que as envolvia. E elas conseguiam, davam um ar de vida ao lugar.

                - Sim... Mas o que fazemos aqui? – Gina disse enquanto os outros também tentavam entender.

                - Só estamos vivendo. – Harry respondeu. – Vivendo intensamente, e aproveitando os simples detalhes que fazem da vida algo belo e único.

                - Eu gostei. – Hermione disse se aproximando do garoto. – Parece um ótimo lugar para se comer pizzas. – Ela riu.

                - Finalmente vamos comer. Eu estava morrendo já. – Rony disse puxando uma das caixas.

                - Eu também... E elas não deixaram eu roubar nenhum pedacinho. – Luna disse se juntando ao ruivo.

                - Claro... Você acabaria com tudo. – Gina disse se aproximando antes que eles realmente acabassem com tudo.

                - Olha que salvar as cocas já foi bem difícil. – Draco disse.

                - Temos namorados famintos. – Hermione disse revirando os olhos. – O Harry estava em um momento todo de reflexão e vocês atrapalham tudo por causa das pizzas.

                - Eu quero a de mussarela. – Harry disse ignorando as palavras de Hermione.

                - Porque sou a única responsável? – Ela perguntou.

                - Porque precisamos de você, para fazer que nossas vidas sejam um pouco menos maluca. – Rony disse se aproximando.

                - Rony... Está com a boca... – Ela provavelmente iria falar que ele estava com a boca suja de pizza, mas não deu tempo. Eles selaram os lábios com intensidade.

                - Gostei dessa pizza. – Hermione disse enquanto Rony ainda lhe dava selinhos.

                - Ótima mesmo. – Rony disse rindo.

                Eles sentaram nos capôs dos carros esperando o sol iluminar o restante do mundo. Comendo Pizzas, Rindo com os Amigos, ao lado de um verdadeiro amor, sentindo a liberdade de ser livre. Teria um jeito melhor de aproveitar a vida? Algumas coisas são perfeitas por sua simplicidade, aquele momento era perfeito por isso. O lugar simples, o momento certo, as pessoas ideais. A amizade é um bem tão precioso que apenas por ela a vida já passa a valer à pena.

                Eles ficaram naquele lugar até o sol iluminar a cidade por completo. Era quase 8h da manhã quando resolveram ir embora. O sono ainda não falava mais alto, mas já passava da hora de voltar para o apartamento.

                Harry e Gina não tinham mais trocado palavras, e muitas coisas passavam na cabeça deles, assim como muitos sentimentos pareciam prestes a vim à tona. O fim de semana ainda estava começando, mas algo dizia que seria muito bom, como a muito não era.

                - Foi divertido. – Hermione disse quando o relógio já mostrava que tinha passado das 16h.

                - Como era antes. – Luna disse. – Como se nada tivesse mudado.

                - Mas nada mudou. – Gina concluiu.           

                - Claro que mudou... Nós mudamos. – Luna falou.

                - Mudamos? Mas eu nem percebi. – Gina disse pensativa.

                - Mudamos... – Hermione suspirou. – Eu mudei, e para melhor.

                - Eu não brigo mais com o Draco, porque eu sempre amei ele e finalmente assumi. – Luna sorriu. – A Mione não é mais só aquela menina inteligente e fechada para a vida. Ela é a menina inteligente, que ama e que vive intensamente. – Luna sorriu na direção da amiga. – E você não é a Gina obcecada por namorados, por roupas e festas, é uma Gina madura que sofreu, mas superou.

                - Olhando por esse ângulo. Sim mudamos. – Gina disse. – E é bom isso.

                - Sim... – As outras concordaram.

                XXX

                O tempo foi passando...

                O verão deixou de brilhar e esquentar os corações e os corpos perdidos de amores, e o outono que secou as folhas e flores fez com que suas rajadas de ventos levasse coisas boas e trouxesse novas aventuras. E quando o inverno chegou trazendo os pequenos flocos de neve, e as lareiras acesas e as férias... Muita coisa voltaria a mudar.

                A vida é feita de momentos, e no momento nada parecia certo.

                - Não acredito nisso. – Rony falou quando escutou palavras que não esperava.

                - Mas... – Hermione tentou apaziguar as coisas.

                - Como vai fazer isso? – Rony disse e parecia chateado.

                - É importante, uma oportunidade única. – Hermione disse mesmo parecendo tão chateada quanto o ruivo.

                - Isso mostra que mesmo que jure um amor incondicional, eu estou certo. Não me ama tanto assim. – Rony disse.

                - Como pode dizer isso? Eu te amo como nunca imaginei que poderia amar alguém. – Hermione disse indignada.

                - Então por que ainda não contou aos seus pais? Por que quer me deixar aqui? – Rony disse e tinha as orelhas vermelhas.

                - É complicado... – Hermione falou tentando segurar as lágrimas. – Mas eu te amo, não pode duvidar disso.         

                - Eu posso duvidar. – Rony disse. – Você duvidou tantas vezes, quando virei amigo da Emma e ela me convenceu que não podia te obrigar a contar aos seus pais, que tinha que te dar o tempo certo. Mas você achou que ela e eu tínhamos algo mais, e mesmo assim te provei que te amava e me afastei. Por que eu não posso duvidar quando você não me prova.

                - Eu te provei... – Hermione gritou.

                - Dormir comigo? Isso é uma prova? – Rony disse. – Eu não precisava disso, e sabe muito bem. Eu queria obviamente, quem não iria querer? Mas contar a todos sobre o namoro seria muito mais importante. Seu pai me chama de Ralph e diz que sou inútil até hoje, sempre que eles vêm te visitar eu preciso fingir que somos amigos, não posso te beijar e agüento os insultos.

                - Rony... Não faz isso... – Hermione disse. – Eu...

                - Você sempre escolhe me magoar a não magoar os outros... Sempre escolhe estudar a ficar comigo... E agora escolheu me deixar. Simples. – Rony disse.

                - Eu não escolhi te deixar, mas é uma chance única. – Hermione disse segurando nos braços do ruivo.

                - E eu preciso te esperar por sei lá quanto tempo? – Rony riu.

                - São apenas dois anos. – Hermione disse.

                - Eu te esperei por muito tempo, mas não posso esperar por mais dois anos. – Rony disse. – Quero ficar sozinho.  

                - Mas Rony... – Hermione tentou.

                - Sozinho...

                - Rony, não faz assim.

                - Conversamos depois. – Rony disse saindo pela porta do apartamento 17.

                Depois de algum tempo Gina entrou bufando pelo apartamento, e sem reparar na garota abraçada a uma almofada chorando em silencio, desatou a falar.

                - Eu não acredito que estou esperando por ele há quase um ano. – Gina disse. – Não beijei ninguém, nem mesmo ele... Não olhei para ninguém... E ele continua lá com juras, e nenhuma atitude.

                - Ele ainda não largou da Cho? – Hermione perguntou com a voz cortada e abafada.

                - Não... E pelo visto nunca irá largar. – Gina disse e por um momento reparou na situação da amiga. – O que houve? Contou a ele?

                - Sim... – Hermione balançou a cabeça confirmando.

                - Ele não recebeu a noticia bem né? – Gina disse sentando-se ao lado da garota e a abraçando.

                - Me acusou de não amá-lo. – Hermione disse deixando as lágrimas escorrerem.

                - Sabia que não seria fácil.

                - Ele disse que não contei do namoro aos meus pais, que sempre desconfiei dele e que agora vou deixá-lo.

                - O Rony é complicado. – Gina disse. – Mas sempre falei para contar a eles sobre o namoro, quem sabe seu pai passasse a tratá-lo melhor.

                - Eu sei... – Hermione disse. – Ele pediu para ficar sozinho.

                - Calma... As coisas vão se acertar. – Gina disse.

                - Ele vai terminar tudo. Eu sei. Eu sinto. – Hermione disse abalada. – E está certo. Como posso esperar que passemos dois anos apenas esperando um pelo outro. Isso é coisa de filmes antigos.

                - Não poderia ficar? – Gina perguntou.

                - Seria como deixar todos os meus sonhos escaparem. – Hermione disse.

                - Isso significa que meu irmão não faz parte dos seus sonhos? – Gina perguntou fazendo a mente de Hermione ter uma reviravolta e só o silencio pairou no ar.

                Hermione estava tentando contar que ganhará uma bolsa de estudos para fora do país por dois anos, mas sabia que seria difícil para Rony entender o quanto aquilo era importante na vida dela. E agora Gina colocará outra duvida, o quanto Rony era importante? E Hermione não sabia a resposta dessa pergunta.

Fim do Capítulo 16.


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