Happy Birthday...? escrita por Sparky


Capítulo 1
Feliz Aniversário, Byakuya! Ou será que não?


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capítulo era para ter sido postado dia 31 de Janeiro, que é o aniversário do Byakuya, mas por inúmeras razões isso não foi possível. Ano que vem, eu reposto a fic e conserto isso.

Boa leitura!



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Dia 31 de Janeiro.

Ela estava irritada. Não; ela estava muito irritada. Na verdade, “irritada” era quase eufemismo naquele momento. O humor dela estava naquele nível clássico do “Bom dia!”, “Bom dia por quê?”. Do “Olá” seguido de um soco no meio da fuça. Do “Tudo bem?”, “Morre, diabo.”

Bem, acho que já deu para entender o quão brava ela estava.

Tudo começou algumas horas antes, assim que Soifon despertou. Em plena manhã de segunda-feira, a capitã sentia-se até um pouco animada para iniciar a sessão diária de treinamento na Milícia de Execução; porém, ela mal sabia o que lhe esperava quando atendeu às insistentes batidas na porta.

- Recado urgente do Capitão Kuchiki! - anunciou o mensageiro, fazendo uma reverência exagerada, parecida com aquelas que ela costumava prestar a Yoruichi quando a encontrava.

- Urgente? Mas assim tão cedo? - espantou-se a shinigami, tomando o bilhete das mãos do homem. Ao olhá-lo mais de perto, percebeu que se tratava de um convite, e não de uma simples mensagem.

Um convite... de aniversário?

- O quê? - esganiçou-se, assustando o pobre homem. - Você. Está dispensado. Pode ir. - acrescentou ao vê-lo encará-la com certa apreensão. Ele agradeceu com um aceno de cabeça, desaparecendo dali no instante seguinte. A capitã, sem sequer esperar sua ordem ser cumprida, imediatamente bateu a porta e virou as costas, totalmente absorta na leitura do convite. Como pudera se esquecer de que hoje era aniversário do capitão da Sexta Divisão?

A família Kuchiki deseja os mais cordiais cumprimentos...

Seus olhos foram engolindo as palavras numa velocidade vertiginosa, tamanha sua curiosidade...

Celebração do aniversário do nosso nobre Byakuya Kuchiki, líder do Clã, que se dá hoje, dia 31 de Janeiro...

Bem, disso ela já sabia. Agora só queria saber quando exatamente seria a festa, que todos os anos - sem exceção - era o maior evento em Sereitei.

Por razões diversas, será comemorado no dia 11 de Fevereiro...

- O QUÊ? ONZE DE FEVEREIRO?

Ah, sim. Foi aí que começou.

Furiosa - e bufando -, ela corria disparada em direção à Mansão Kuchiki. Byakuya simplesmente não podia fazer sua tão afamada “festinha” no dia onze de Fevereiro. Não. Podia. Onze de Fevereiro era o dia dela. O aniversário dela. Ser um nobre pertencente a uma das quatro mais importantes famílias de Sereitei - se não a mais - não significava que ele podia usar e abusar do calendário, sem tirar satisfações com os envolvidos. Com ela, naquele caso. A mulher tinha certeza de que ele sabia que aquela era a data de seu aniversário, e mesmo assim ousara marcar sua festa naquele dia. Não que tivesse sido de propósito; não, obviamente não. O Kuchiki apenas ignorara o fato de que havia mais alguém no mundo que gostaria de celebrar algo naquele dia.

Mas não fora somente esse fato que tresloucara a Comandante do Batalhão de Operações Secretas; isso fora apenas o estopim para a verdadeira razão de toda aquela raiva.

Chutando os enormes portões - e os guardas que tentaram impedi-la de fazer isso - ela adentrou o casarão, dando de cara com Renji Abarai. O Tenente ruivo, completamente confuso, alvoroçou-se para longe dos destroços que voaram em sua direção, gritando com certa histeria.

- Abarai! Onde está seu capitão? - ela demandou com altivez. Não estava com paciência para aguentar tenentes, ainda mais um que ela considerava quase tão inútil quanto o seu próprio.

- A-ali dentro! - ele gaguejou, se livrando de um pedaço de não-sei-o-que que por pouco não o atingira na cabeça. - M-mas a senhora não pode ir entrando desse jeito!

- Tenho algo importante para conversar com ele! - ela riu da própria ironia, confundindo ainda mais o ruivo.

- Eu imagino - ele comentou, tirando a poeira de seu shihakushou e arqueando uma de suas estranhas sobrancelhas tatuadas. - No entanto, a senhora vai ter que esperar... Ele está meio ocupado agora, e provavelmente não vai aceitar nenhuma visita. Se a senhora não se importar...

- É claro que não me importa se ele esteja ocupado ou não. - ela garantiu, passando batido pelo shinigami embasbacado. - Não dou a mínima. Vou falar com ele.

- Mas... Mas... - o rapaz seguiu-a com os olhos, percebendo que seria incapaz de pará-la - Pelo menos... Pelo menos deixe que eu anuncie sua presença! - Ela voltou-se para encará-lo com uma expressão aborrecida - Por favor, Capitã! Sabe, eu ando meio vagal nas minhas tarefas de Tenente, e ele vai ficar bravo é comigo se a senhora entrar lá do nada.

- Vá, então. - ela permitiu, virando os olhos e cruzando os braços, um sorriso sarcástico surgindo em seus lábios finos. - Diga que eu vim desejar-lhe “feliz aniversário”.

O rapaz sorriu, desconcertado, finalmente se dando conta de que não estava entendendo nada mesmo.

Enquanto isso, Byakuya estava, como sempre, em seus aposentos, calmamente exercitando sua tão amada caligrafia, quando percebeu a porta sendo deslizada para o lado e uma sombra comprida cobrindo seu trabalho.

- Capitão? - chamou Renji, com uma cara de perdido. - O senhor tem uma visita...

- Já lhe instrui para dispensar as visitas quando estiver praticando caligrafia - o nobre bronqueou num tom moderado, sem sequer olhar para o agitado rapaz. Então, por alguma razão desconhecida até para ele mesmo, repensou suas palavras. - Quem é?

- É a Capitã Soifon - respondeu o subordinado, com uma expressão ingênua, logo acrescentando - Ela diz que veio desejar-lhe “feliz aniversário”.

O Kuchiki achou aquilo meio esquisito e estreitou um pouco os olhos cinzentos para Renji.

- Diga que não posso atendê-la agora, contudo agradeço a disposição para vir até aqui apenas para me felicitar pelo dia do meu nascimento. - ele finalmente ordenou, retomando suas atividades com o pincel. Não estava nem um pouco disposto a descobrir qual era o motivo que levara Soifon a visitá-lo e tinha suas próprias razões para acreditar que aquilo, de algum modo, estava relacionado com Yoruichi Shihouin.

- Desculpe-me, Capitão, mas eu não... - então ele foi jogado para longe e uma sombra relativamente menor tomou seu lugar sobre o pergaminho de Byakuya. A voz do Tenente, agora distante, continuou - Não posso impedi-la...

- Bom dia, Kuchiki - a mulher cumprimentou, com uma notável carga de sarcasmo na voz.

Ele virou apenas a cabeça para olhá-la, sem mudar sua expressão de indiferença.

- Não acredito que tenha vindo aqui para me parabenizar - ele acusou, fechando um pouco o semblante. - O que quer?

- Escute aqui - ela começou, apontando-lhe um dedo petulante - Eu sei que nunca me importei muito com esse negócio de aniversário. Nunca tive uma festa ou liguei muito para presentes; e também não fico esperando que as pessoas se lembrem, nem nada do gênero.

- E o que eu tenho a ver com isso? - o nobre a interrompeu, já se cansando daquele discurso que mal havia começado.

- Você! O que você tem a ver? - ela parecia estar em ponto de ebulição - Você marcou sua “festinha” no dia onze de Fevereiro!

- E?

- Tem ideia de que dia é onze de Fevereiro?

Ele parou um pouco para pensar, porém alguns momentos depois resmungou um “Não”.

- Pois saiba que é o meu aniversário!

Sem entender nada, o Kuchiki permaneceu em silêncio e observou a ofegante colega, que aparentemente não acabara seu monólogo.

- Mas se você disse que não se importa com aniversários, qual o problema?

- O problema...! - ela engasgou-se, arregalando os olhos e fechando a mão que o apontava em punho, o que fez Byakuya ter a certeza de que tudo aquilo estava mesmo relacionado à Yoruichi.

Ah, sim, o problema.

Voltando mais ou menos quarenta e sete minutos e vinte e três segundos naquela mesma manhã, lá estava Soifon, um pouco indignada com o fato de que o Kuchiki escolhera aquele tal dia para fazer sua festa. Isso não a incomodava muito, no entanto. Já eram poucas pessoas que se lembravam de seu aniversário - os membros de sua Divisão, do Batalhão de Operações Secretas e de seu Fã Clube, que muitas vezes também eram parte de alguma das duas primeiras instituições - e algumas a menos não fariam uma diferença muito grande.

Só havia uma pessoa que ela esperava que se lembrasse. Que ela queria que se lembrasse.

- Soifon! - exclamou Yoruichi, em sua forma felina, surgindo na janela do escritório da capitã, que se sobressaltou ao ver um gato falante em sua janela. Mas quem é que não se assustaria com uma coisa dessas, não é mesmo? - Soube que os convites do moleque Byakuya estão sendo distribuídos!

- É, estão - afirmou a mais jovem, mostrando emburrada o que recebera há um tempo atrás. O gato sorriu, por mais surreal que algo assim pudesse ser, e então desceu do parapeito, rumando para trás de um biombo que estava no canto da sala.

- Ótimo - ela riu, voltando à visão da aprendiz já transformada em humana e, para surpresa de qualquer um que a conhecesse, completamente vestida - E quando vai ser a festa?

- Dia onze. De Fevereiro. - sibilou a outra, dizendo a si mesma que isso não importava pela milésima vez.

- Nossa, é sério?

Os olhos de Soifon se acenderam. Ela se lembrou! Sua pulsação acelerou consideravelmente, enquanto ela tentava não parecer tão empolgada.

- Onze de Fevereiro? Uau, então isso quer dizer que é só daqui onze dias! Mal posso esperar! - empolgou-se a ex-Comandante, sorrindo mais ainda - Ele é bem divertido de se irritar, sabe. Desde a época em que eu era capitã...

Ela devaneou por um momento, aparentemente tentando se recordar de algo. A capitã ainda esperava, ansiosa, algum comentário referente ao seu aniversário.

- Eu podia jurar que havia alguma outra coisa importante nesse dia... - a mulher matutou, entortando a boca - Mas não consigo me lembrar.

O mundo de Soifon simplesmente desmoronou.

- Bem, paciência. Isso não importa agora, não é?

Retornando ao quarto de Byakuya, a Comandante ainda estava engasgada com o insulto monstruoso que estava prestes a cuspir no outro capitão. Este, por sua vez, continuava a encará-la como se ela tivesse perdido completamente a razão; semblante que, por sua vez, não diferia muito do que ele mantinha constantemente.

- Por sua causa a Yoruichi-sama se esqueceu do meu aniversário! - Soifon finalmente desabafou, segurando-se para não pular no pescoço do homem que parecia não estar se abalando nem um pouco com... Bom, com nada.

- Ah, Yoruichi Shihouin é o problema. Como pensei. - o nobre disse simplesmente. Enfim abandonando sua caligrafia, ele se levantou e caminhou até ela, parando a uma distância que considerou segura. - Perdoe-me, mas não há nada que eu possa fazer a respeito disso. E permita-me acrescentar: você está ficando louca. Sugiro que tome cuidado com essa sua obsessão.

- Louca? Você simplesmente não entende! - ela vociferou de volta, abismada. - Você é nobre, importante, popular! Não faz diferença se você se importa com isso ou não, mas todos se lembram de você! Eu não; eu só queria que ela se lembrasse, apenas ela, e por sua causa ela se esqueceu!

O silêncio durou por uns bons dois minutos antes de Byakuya ter uma ideia para aplacar a ira da mulher.

- Entendo. Tenho uma sugestão.

- Diga - ela ordenou, cruzando os braços.

- Por que não celebrar o seu aniversário junto ao meu?

Ao ouvir isso, ela realmente achou que tinha ficado louca.

- Eu também não sou muito preocupado com o meu aniversário, porém não vejo por que não dar presentes aos outros em seus aniversários, sendo eu abastado como sou. Aceite a festa como um presente, então.

- O qu-- O QUÊ? Ficou louco, Kuchiki? Sua festa tem proporções estratosféricas; eu nunca poderia aceitar algo desse porte como presente. - ela pausou por um segundo, corando visivelmente - Além do mais, não vejo como isso compensaria o que você fez comigo.

- Primeiramente, eu não fiz nada - ele esclareceu - E não seria nada demais oferecer-lhe a festa; ela será preparada e celebrada de qualquer maneira, com ou sem você.

- Obrigada pela parte que me toca - ela crispou, desviando o olhar.

- Creio que isso “compensaria o que fiz com você” porque não fui eu quem escolhi a data da festa. Paguei pessoas para escolherem para mim, portanto não tenho culpa pelo acontecido; mas me sinto mal por ter sido a causa de sua... Como dizer... Decepção. E mais: tendo seu aniversário comemorado junto ao meu, todos, sem exceção, se “lembrariam”, como você mesma disse.

O chão de repente pareceu muito interessante para a capitã.

- Aceita minha proposta? - ele perguntou, sem mover-se um centímetro.

- Sim, sim, aceito - ela respondeu, como se estivesse sendo forçada àquilo.

- Bom - ele deu-lhe as costas, retornando para o que estivera fazendo antes. - Tudo será providenciado, então. E antes que eu me esqueça: Yoruichi Shihouin está fora da lista de convidados.

- COMO ASSIM?

Naquele mesmo dia, os convites com o nome de Soifon - e um especial para Yoruichi - estavam sendo impressos e enviados para toda a Sereitei.


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Notas finais do capítulo

Hehe, obrigada por ter lido o começo dessa estranha demonstração de afeto para com Byakuya e Soifon.

O segundo - e último - capítulo será postado exatamente no dia 11 de Fevereiro. Nem mais cedo, nem mais tarde.
Se as Forças Ocultas me permitirem, é claro.

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