Remembering Sunday escrita por Carolina Black


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Música para ouvir durante a fic T-O-D-A.

http://www.youtube.com/watch?v=3QmxgA1tA80



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/126497/chapter/1

Capítulo I

Segunda-feira

Socou o despertador com raiva. Era sempre assim quando acordava aquela hora, ela sabia exatamente o que aquilo significava. Desligou o aparelho que tanto odiava, levantou-se da cama e rumou sem vontade em direção ao pequeno banheiro ao final do corredor.

Lavou o rosto tentando quase que em vão acordar. Puxou a toalha suja de tinta e esfregou-a contra a face sem se preocupar se estava esfolando-a ou não. Bufou quando terminou de escovar os dentes e tomou seu rumo até a sala e a cozinha.

Ambas ficavam juntas no apartamento, que ela julgava ser o inferno. Sacou o cigarro do bolso, acendeu-o com o isqueiro velho de seu pai e começou a preparar sua janta.

Enquanto o hambúrguer girava dentro do micro-ondas velho voltou para o seu quarto e procurou pela peruca preferida de seu cliente. Encontrou-a jogada atrás do pequeno armário onde guardava suas coisas mais valiosas. Colocou a peruca ajeitando-a para que ficasse “perfeita” na silhueta de seu rosto.

Ouviu o despertar do aparelho da cozinha e voltou para esta sentindo o estômago reclamar de fome. Sentou-se ao sofá, que também era sua mesa para almoços e jantas. Jogou os pés para cima e ligou a televisão apertando o controle com os dedos do pé. Resmungou algumas palavras com alguns pedaços de pão dentro de sua boca, reclamando dos políticos que passavam em todos os canais. Por fim, decidiu desistir de assistir à televisão.

Terminou sua janta, jogou a louça na pequena pia lotada de outras louças de outros dias quaisquer. No caminho de volta para o seu quarto, tirou o micro shorts e jogou-o em qualquer canto da sala/cozinha. Logo em seguida retirou a blusa e quando chegou ao quarto só vestia suas roupas de baixo.

Abriu seu armário e sentiu aquele cheiro comum de mofo, nem ligou. Revirou alguns cabides para lá e para cá até achar aquela roupa que tanto odiava. Aquilo tudo era ridículo, aquilo tudo era uma merda, pensava enquanto vestia o vestido que mal a deixava respirar.

Procurou pelo seu estojo de maquiagem, presente de algum cliente antigo que ela pouco se lembrava, encontrou-o jogado de baixo de sua cama. Riu por alguns instantes da sua organização. Ou falta dessa. Correu para o banheiro assim que notou estar atrasada, quase encostou seu rosto no espelho e começou a se maquiar exatamente como sabia que ele gostava.

O batom vermelho lhe dava náuseas, mas como estava acostumada a ouvir de seu chefe, eram os ossos do oficio. Quando julgou estar preparada para partir para mais uma noite de martírio, pegou sua bolsa com seus documentos, calçou seu salto mais alto e caiu rua a fora.

...

Descia as escadas do metro chorando. O olho direito inchado, latejando, praticamente implorando por cuidados. Sabia que naquele lugar e naquela hora haveria poucas pessoas, então podia caminhar tranquilamente. Mesmo assim, alguns infelizes insistiam em olhar seu mais novo hematoma. Ela só abaixava a cabeça e continuava caminhando para um lugar mais sossegado na estação.

Sentou em um dos assentos não-reservados para deficientes. Ninguém estava por perto, então decidiu que ali poderia chorar. Deixou as lágrimas rolarem manchando toda a maquiagem restante. O olho ainda latejava e parecia piorar a cada lágrima que rolava em direção a suas maçãs.

Olhou outra vez, a terceira desde que tinha chegado à estação de metro, para todos os lados. Não encontrou o que procurava ali. Novamente seus olhos encheram-se de lágrimas diante da dor que invadira seu peito e o restante do seu corpo machucado.

Amaldiçoou-se por ter aquela vida maldita. Amaldiçoou o dia em que seus pais sofreram um acidente e a deixaram sozinha no mundo. Eram só ela e ela mesma, em um mundo onde a ganância e a mentira prevaleciam. Como uma garota inocente, como ela era, sobreviveria num lugar assim?

A resposta era simples. Bastava se corromper. E foi isso que ela fez, sem chances, sem poder tomar uma escolha. Foi forçada. Era isso em troca da sua vida.

Levantou da cadeira de plástico e começou a caminhar contra o fluxo de pessoas que lutavam parar não perder o metrô que acabara de chegar. As lágrimas ainda insistiam em rolar pelos seu rosto. Isabella vagava determinada a fazer algo, mas desligada do restante do mundo. Não escutava nem sentia absolutamente nada.

Subiu as escadas de volta para as ruas com pressa. Ela iria acabar com aquilo e seria hoje, imaginava e planejava coisas em sua cabeça enquanto passava por um caminho bem conhecido.

Parou em frente a um prédio, o prédio dele. O maldito que a tinha feito sofrer tanto.

Sabia muito bem como entrar ali e sem dificuldades fez. Assim que chegou a seu andar, agachou em direção ao tapete, levantou este e sorriu aliviada ao ver que a chave extra estava ali mesmo.

Aquilo era tão imbecil para alguém que se julgava tão inteligente.

 Abriu a porta com cuidado, mesmo sabendo que Edward jamais acordaria à uma hora daquelas. Já tinha faturado uma boa grana com Isabella e com Alice, podia ter seu sono tranqüilo em seu apartamentozinho de esquina.

Sem problemas alguns, pois já conhecia o apartamento, Isabella caminhou sem pudor em direção a cozinha. Abriu a segunda gaveta do armário a esquerda. Puxou a faca e avaliou se esta estava afiada ou não. Ao ver o brilho que esta reluzia, certificou-se de que estava pronta para o próximo passo.

Novamente sem problemas chegou ao quarto daquele que tinha estragado a sua vida. Agora ela iria se vingar. Não, vingança não era a palavra certa. Refletia enquanto se aproximava lentamente e precisamente da cama onde Edward repousava apenas de cueca. A palavra, ou as palavras certas, eram acerto de contas. Aqui se faz aqui se paga. Repetiu em sua cabeça ao mesmo tempo em que parava bem ao seu lado.

Levantou a faca e fez o movimento de ataque, parando a poucos centímetros de onde imaginava estar o coração do desgraçado. Repetiu mais algumas vezes aquele mesmo movimento. Não para tomar coragem, mas para fazer com perfeição.

Quando viu que conseguiria fazer um bom estrago, fez. Apunhalou-o pela frente enquanto ele dormia. A faca atravessou seu órgão vital. Edward só pode gemer de dor e dar seu último suspiro. Seus dias de maldade tinham acabado por ali.

Jogou a faca ensangüentada no chão. Um sorriso maléfico surgiu em seu rosto ao ver que o peito de Edward não subia mais. Ele estava morto. Devia ter feito isso há muito tempo.

Caminhou até a janela aberta de seu quarto. Olhou para a cidade dali. Viu o quanto era alto a distância até o chão, afinal estava no sexto andar. Não se importou com isso e sentou bem na beirada da janela. Mexeu as pernas como se brincasse com a própria sorte.

Fitou o céu negro totalmente vazio. Pobre de estrelas e de nuvens. Ficou ali um bom tempo encarando aquela imensidão enquanto várias lágrimas teimavam em escorrer pelo seu rosto. Sentiu o gosto salgado delas em seus lábios, fechou os olhos lembrando de certo beijo.

Outra lágrima, dessa vez mais profunda e dolorida atingiu suas bochechas. Um soluço e outras lágrimas vieram depois.

Pensou em várias coisas naquela pequena fração de segundos. Não queria deixar uma pista ou algum tipo de pedido de desculpas. Queria terminar o que ela tinha começado com ele no dia anterior.

Pegou um papel e uma caneta que estavam em cima da cômoda ao lado da cama onde Edward descansaria para sempre ou pelo menos até encontrarem seu corpo.

Assim que terminou de escrever, secou as lágrimas e voltou a sentar no parapeito da janela aberta, novamente brincando com a própria sorte.  

# Obrigada por tudo. # Sussurrou para ninguém, mas desejava que aquele homem estivesse lá para ouvir.

E então empurrou seu corpo para frente. A sensação de queda livre tomou conta da garota que se tornou mulher cedo demais. Da menininha que sofreu na mão de pessoas maléficas. Ela só pode sorrir e agradecer pelo dia anterior, pela única coisa boa que aconteceu em sua vida.

Desmaiou na metade do caminho. Não sentiu nada. Simplesmente morreu ali, em uma rua vazia. Sem espectadores, sem testemunhas. Eram só ela e ela mesma, apenas. Outra vez.

I guess I will go home now...

Acho que vou para casa agora...

n/a:

Okay. O Nyah fez o favor de deletar minha nota que estava enorme. Anyway, essa fic já era pra ter saído há muito tempo, muito mesmo. Desde que escutei essa música pela primeira vez. Só que era difícil, a ideia não vinha, enfim.

Sei que depois de ver os caras tocando ela ao vivo, quase chorar na frente do vocalista enquanto ele tocava/cantava, e depois não satisfeita, conhecer todos os membros da banda, conversar com eles. Bem, não tinha como eu não escrever essa fic.

Quero opiniões sinceras, pq foi muito surreal e estranho escrever essa fic. Ainda não está finalizada (sei que falei pra alguém kk, que estava), mas não está. Durante as postagens vou mudar algumas coisas, mas na minha cabeça está tudo certinho.

Então, espero as reviews super fofas ou super más, falando bem ou falando mal, porém sendo sinceras.

Thats all I want.

Obrigada queridos (as)!

Kisses :*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Remembering Sunday" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.