Rock Model escrita por lua_gaga


Capítulo 5
Capítulo 5 - Vai ficar marcado


Notas iniciais do capítulo

desse vocês vão goostar *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/126465/chapter/5

7 Meses depois

"Er...Sabe, Edward, eu acho que não quero mais."  disse, hesitando.

"Argh, Bella. Parece que você está indo pra forca!" riu ele, descontraído.

"Af!"  resmunguei "Já decidi! Não quero mais, obrigada pela consideração."

Ele riu e revirou os olhos, ainda segurando minhas mãos.

"Estou falando sério!"  disse, exagerada "Vou abrir mão da minha festa de dezesseis anos e fazer voto de pobreza pra futuramente ser freira. A freira mais pura do convento!"

Ele só revirou os olhos.

"Não vai doer, não fique nervosa."

"Não estou nervosa!"  disse, cruzando meus braços.

"Sim, está. Bella! Eu conheço você, sou seu melhor amigo, você deveria saber que não pode me enganar."  esclareceu o óbvio  "Eu sei de todas as suas manias desde que você chegou aqui. Você é transparente pra mim."

"Droga!"  resmunguei. "Não estou achando legal! Você pelo menos poderia facilitar?"

Ele riu, pegando minhas mãos novamente "Assim não teria graça e você não estaria vermelha."

"Você tem muiiiita sorte, Edward Cullen, que a minha fase de bater em garotinhos já tenha passado" resmunguei. "Você seria meu principal e único alvo"

Ele gargalhou ficando sério em seguida. Eu sabia que seria agora. Droga! Parecia mesmo que eu estava indo pra forca...Sabe quando você está prestes a morrer e passa aquele videozinho com toda a sua vida?  É, pois é... Eu não gostava muito daquele videozinho, não gostava de como tinha sido minha vida de uns dias pra cá... De uns anos pra cá, aliás.

Fazia, mais ou menos,um ano e sete meses que eu estava morando em Forks, antes eu morava no Rio Grande do Sul, no Brasil.  Minha mãe era uma 'famosa' top modell e nem isso impediu aquele acidente gravíssimo de carro. 

Me mudar pra cá, por causa da justiça. Eles acharam melhor eu viver com o meu pai. Não que eu reclamasse de Carlisle, ele era fantástico... Mas os primeiros meses foram horríveis, mesmo. Adaptação, novo idioma, pessoas...Nossa, foi péssimo!

E agora, prestes a completar meus dezesseis anos daqui a três dias, eu pedi pro meu melhor amigo me ensinar a beijar. E eu acho que não estou pronta! Mas não quero fazer dezesseis sem dar meu primeiro beijo, seria mais patético do que praticamente implorar pro seu melhor amigo ajudar você com isso.

"Relaxa, Bella" ele riu "Se você beijar mal, eu juro que não conto pra ninguém e minto pra você se sentir melhor."

Eu mordi o lábio inferior nervosa. Edward era um ano mais velho que eu, seria meu par na valsa do meu aniversário e já tinha uma...extensa...experiência em beijos...

E então as mãos dele subiram pelos meus braços e desceram novamente, ele fez isso mais uma vez e posicionou uma em minha cintura e a outra, depois de tirar uma mecha de cabelo do meu rosto, na minha nuca.

Ele me olhou intensamente, aquele olhar que te faz sentir nua...Jesus, péssima hora pra falar isso, Isabella! "Você já é bem grandinha pra tremer, Bella"

Caralho, meu, será que ele podia parar que as brincadeiras? Eu ruborizei ainda mais e dei pra trás. "Você é um idiota, Masen" xinguei, me livrando das mãos e me jogando na cama, rindo da cara de taxo que ele ficou quando lhe joguei uma almofada. Ele acabou gargalhando de um silencioso fora e eu acabei aceitando meu voto de eterna castidade!

“Você é muito fraca, Isabella!” riu ele, se jogando na cama comigo “Eu não ia morder você.”

Eu fiz uma careta e ele riu. “Só se você pedisse...” disse malicioso.

“Pare de me olhar como se eu fosse um pedaço de carne, Masen!”

Ele riu e revirou os olhos. “Você quem sabe.” Disse se levantando “Vou sair, Bellinha, vou pra casa antes que seu irmão me ache aqui.” Riu “Nos veremos nos seu aniversário.”

“Ai, desgraçado!” disse lhe tacando outro travesseiro “Não me lembre disso!”

“Boa noite, Bella!” gritou ele da porta.

Me remexi inquieta na cama, não sabia que posição ficar pra me sentir menos tensa. Esses seriam os meus três últimos dias de 15 anos, depois eu teria dezesseis e poderia dirigir. É, eu poderia dirigir, mas não vou. Acreditam que Carlisle, aquele filha da mãe, vai me dar um carro e não quer deixar eu dirigir?  Ele disse que no Brasil só se pode dirigir com dezoito e o máximo que eu consegui foi um trato, com dezessete tiro carteira. Daí fica equilibrado... Muito chato, mas equilibrado.

Ele sabe que eu sou bem mais madura do que uma garota de dezesseis anos tem de ser e sabe bem porque.

Fora que eu ainda vou ter que agüentar a guerra que vai ter lá no meu aniversário. Meus avós – que agora me toleram – vão estar lá e se odeiam, vão sentar em mesas do lado oposto. Minha avó, a Anne Swan, esses dias disse que sentia muito não ter estado comigo e ter me visto crescer. Ta, ela disse isso quando estava quase dormindo, mas disse. E eu sei que é isso que ela sente agora. Independente do que sentiu quando expulsou minha mãe daqui.

Ai, como eu queria que ela estivesse aqui...

Ela ia chorar e ia dizer que me amava, que eu estava linda, que eu era uma filha maravilhosa que tinha orgulho de mim... Ia me fazer mais especial do que me fazia sentir normalmente. Ia dizer que aquela ali ia ser a minha noite...Mas não quero penar nisso, nunca me faz bem.

Limpei as lágrimas salgadas que me desceram pelo rosto e fui pro meu computador. Meu passatempo e ponte com o Brasil.  Eu tinha implorado pra convidar Charlie e alguns amigos de lá, Carlisle deixou, mas eu sabia que Charlie não viria...

Você tem três novas mensagens na sua caixa de entrada.

Responderam. Eu ri. Imagina a Huilen e a Alice juntas? Elas iriam brigar muiito por minha atenção. Tanya iria rir demais. Eu e Tanya ficamos muito amigas de uns anos pra cá, não tínhamos muito em comum, tirando o fato de ambas cantarmos bem.

Ela tocaria junto com Edward, Jasper e meu irmão na minha festa. Claro que eu contratei um DJ porque eu queria eles ali comigo na hora da festa, mas tudo bem.

A impressa não me deixava em paz de uns dias pra cá, queriam ter acesso a festa, óbvio que eu não deixei, mas convidei algumas pessoas importantes. “Contatos são tudo” de acordo com Phil, que vai dançar valsa comigo depois de Carlisle, Edward e Emmett. E talvez meu avô paterno. Eu pedi, claro, mas ele me disse que não gostava de mim e não iria dançar. Eu chorei muito aquele dia, me senti rejeitada demais.

Eu nunca tinha feito nada pra ele, tentava ser a pessoa mais agradável possível com ele...Mas ele me detestava tanto...

De: Huilen.

Assunto: ...

Amiga linda do meu core. Ai, que brega, estou brincando. Só pra avisar que eu vou estar num vôo pra Seattle amanhãs as sete da manhã, nunca faltaria no seu aniversário. Eu levarei no Vitor... Hihi, my boyfriend... espero que você ainda saiba falar português, não que eu não saiba inglês, masah, questão de costume. Hahahahahaha

Eu te amo e estou louca para matar a saudade acumulada.

Beijos, até amanhã, gata!

Preciso falar que estava pulando pelo quarto? Não, né? Ela viria! Mal acredito! Passei pro próximo que era do Charlie.

“Parabéns, filha! Eu estou morrendo de saudades, mas não vou... Você sabe que eu e Carlisle não nos bicamos e tudo mais. Eu sinto muito! Beijos, amo você. Nessie sente sua falta.”

Eu venho notando que Charlie me chama de filha mais para se convencer do que pra me agradar... Eu sei que ele me ama, mas não é a mesma coisa. Eu acho que tentamos pensar assim pra não sentirmos tanta falta...

O último e-mail me surpreendeu. Era de Nahuel, avisando que vinha junto com Huilen e que viria solteiro, para relembrar velhos tempos e terminar o que começamos no reveillon de 2007. Preciso dizer que choquei? Preciso? Ok, choquei!

Me enrolei no meu roupão e desci, precisa avisar Carlisle e saber se ele poderia buscar a galera eu teria que pedir pra algum dos garotos...

Ele, como sempre, estava na sala, com Esme e Emmett. Eu nem pensei duas vezes antes de me jogar em cima de Emmett. Que deu um gritinho muito gay e surpreso. Eu ri disso.

“Cara, é melhor você arrumar uma namorada antes que eu comece a me preocupar.”

Eles riram. Ele bufou.

“É melhor você não arrumar um namorado para que eu não tenha que me preocupar.”

Eu bufei.

“Emmett, eu faço dezesseis anos daqui a três dias.”

“É, não vá pensando que já é grande.” Lhe mandei a língua.

“Pai!” intimei.

“Se resolva com ele, pra mim até é bem agrad...” riu Carlisle.

“Não ouse terminar essa frase, Carlisle Cullen” indignou-se Esme, minha heroína “Quero netos de ambas as partes.”

Eu sorri pra ela e me joguei no meio de Esme e Carlisle, saindo de perto de Emmett, esse bufou.

“Por isso que eu amo mais a Esme do que vocês.” Disse me abraçando a ela. Ela me deu um beijo na bochecha e me abraçou forte.

Eles riram “Você não diz isso quando ela te faz ir pro shopping e passar a tarde lá com ela.”mexeu Emmett.

“Mas isso é questão de horas, o resto do tempo eu amo mais.”

Esme riu.”Deixem ela me amar em paz!”

“Ta, Bella, o que você quer?” perguntou Emmett.

“Como você sabe que eu quero algo?”

“Eu conheço bem você...”

“Hakkeou de novo meu e-mail, Emmett?” perguntei, brava.

Ele olhou pra cima. Bufei. “Você é um tosco!”

Ele deu uma risadinha e os meus pais olharam feio pra ele.

“O que você queria, meu bem?” perguntou Esme afagando meus cabelos.

“Nada.” Ri “É que os meus amigos lá do Brasil querem vir. Eles vão chegar amanhã umas oito horas da noite...” mordi o lábio indecisa “Queria saber se alguém pode pegar ou eu peço pro Edward, ele sempre me carrega mesmo.” Dei de ombros.

“Eu não posso, meu amor” disse Esme, chateada “tenho que cuidar dos últimos preparativos do seu aniversário.”

“Tudo bem... E você Carlisle?”

“Plantão.” Disse fazendo uma caretinha por ter se livrado.

Emmett estava saindo da sala “Hei!” corri atrás dele “Não fuja!”

Ele riu. “Tenho ensaio, Bella...”

“Mentira!” ri “O ensaio é sempre as dez, você pode chegar e ir direto.”

Ele riu sem graça “Tanya vai estar...”

“Ah.” Eu sorri “Idiota!” e lhe bati no ombro, dando um beijo na sua bochecha depois.

“Desculpa, gatinha.”

“Completamente aceitável.”

Ri e subi chateada para o meu quarto. Eu poderia pedir pro Marius, mas ele tem tantas coisas pra fazer e eu queria uma coisa mais impessoal que o meu mordomo. Pediria pro Edward, se ele não pudesse pro Jasper.

Liguei pra ele e até vi a cara dele de susto com o telefone tocando aquele toque ridículo dele: supermassive black hole. Não tinha um mais barulhento, não?

Eles cantavam esse tipo de música e até tinha umas que eu gostava, mas não eram todas...

Depois do terceiro toque ele atendeu.

“Que foi, bellinha?” perguntou.

“Que você busque uns amigos meus em Seattle comigo amanhã, topa?” direeeta!

“Topo. Que horas temos que sair daqui?”

“As seis e meia por aí...”

“Ok, já vamos direto do colégio, eu quero que você me ajude com um terno.” Riu ele. “Sempre tem um preço.”

“Ta, ta.” Ri “Pega chicotinho também, caso eu te desobedeça!”

“Não começa a fazer drama, bella.” Bufou

“Já entendi” revirei os olhos para o telefone “Mas você paga meu lanche amanhã.”

“Já quer me extorquir?” fingiu indignação.

“Sempre.” Ri “Vou ter que ficar uma tarde toda catando um terno pra você.”

“Eu vou dançar a valsa com você!” riu ele “Quer que eu esteja desarrumado?”

“Não, não. Já entendi. Nos vemos amanhã na escola, beeijão, amo você!”

“Beijo, também amo você.”

Desliguei o telefone pensativa. Nunca me imaginei tão amiga de Edward, e nunca ninguém acreditou tanto na amizade de um menino e uma menina como acreditam na nossa.

Lembrei de ter pedido o meu primeiro beijo pra ele e corei furiosamente. Droga! Eu não podia ter dado pra trás, já sou grande, mas é tão estranho pensar nisso... Eu não queria ficar com o Nahuel, não mesmo. Ele era minha paixonite a um tempo atrás, mas eu queria esquecer... Nada que viesse de lá, tirando a Huilen me fazia muito bem...E ele não podia achar que só porque vinha, teria.

Não que eu ache que tenha alguma chance, né? Emmett nunca deixaria, mas do mesmo jeito, não é legal...

Passei a mão pelos cabelos e fui pro banho. Faltavam menos de dois dias pro meu aniversário, quase toda Forks foi convidada e eu não podia estar mais nervosa.

*

“Ta,” gargalhei “agora uma cor com z.”

Eu sei que era uma bobagem, mas eu e Edward sempre brincávamos disso enquanto viajávamos.  E depois de ter passado a tarde atrás de um terno e termos comprado o que vimos na primeira loja, depois de ter passado em todas, ele tinha mesmo que me fazer rir.

“Ai!” recamou ele, ultrapassando um carro e me fazendo tremer. Eu tinha medo de andar de carro. “Zamarelo?”

Eu sorri fraco e baixei os olhos. Ele entendeu.

“Desculpe...Quer que eu diminua a velocidade?” perguntou. Ele sempre perguntava isso.

“Não precisa.” Sorri fraco “Me distraia.”

Ele riu.  “Quer cantar?”

Eu ri “Não, muito obrigado!”

“Ah.” Ele sorriu.

Ficamos em silêncio um bom tempo, não tínhamos mais o que falar.  Lembrei do nosso quase beijo e corei. Droga! Eu tinha que parar de fazer isso.

“Quem vem pra cá, bella?”

“Huilen, seu namorado e o ...hã. Nahuel.” Respondi hesitante relembrando a maldita história do ‘beijo’.

“Nossa! Todo mundo no Brasil tem nomes esquisitos?” perguntou fazendo um careta.

Revirei os olhos. “Claro que não! Só que eles são gregos.”

Ele gargalhou. “Com certeza são.”

“Idiota” ri.

“Ta, mas me diga, eles são seus amigos?”

“Huilen, sim. Os outros não sei...”

“Como assim?” perguntou enrugando o cenho.

“O namorado dela eu não conheço e Nahuel...”respirei fundo “Tentou me beijar na minha ultima festa de reveillon no Brasil...”

Ele continuou com o as sobrancelhas juntas e com a boca apertada em uma linha fina.

“Você gosta dele?”

“Já gostei...” respondi corada.

Ele ficou quieto e depois começou a cantarolar uma musica. Ele sempre fazia isso quando queria se mostrar indiferente. Eu só ignorei. A melodia dele e essa história do Nahuel me lembraram um frase:

“Seus passos são compassos da minha balada e eu sei, que é assim, seu lugar é ao lado meu, até o fim...”

Cantei baixinho só pra mim e em português, mas Edward escutou.

“O que quer dizer?” perguntou curioso. Repeti em inglês pra ele. “É muito bom! De quem é a música?”

“De ninguém...Eu lembrei disso agora.”

“É bom.” Sorriu cativante “Deveria continuar.”

Uma música completamente desconhecida pra mim, surgiu em minha cabeça como flashes de histórias e cenas. Era fácil gravar, era como se sempre estivesse ali. Eu nunca entendi a facilidade que me veio, só sei que veio. E foi divertido. Eu queria ter um violão ali comigo, naquele momento, pra eu poder seguir. Pra eu poder terminar aquilo.

Chegamos no aeroporto e eu vi dois rostos muito conhecidos e impacientes. Não acreditava que eles estavam ali ainda.  Tão lindos e...bravos? Ah, sim, estavam esperando a uns quinze minutos eu acho. Droga!

“Acho que eles não gostaram nada de eu ter me atrasado...” comentou Edward.

“Eles esquecem” ri, lhe beijei o rosto e saí do carro junto com ele.

Edward não tinha achado estacionamento perto, então tivemos que deixar o carro a mais ou menos uma quadra de distancia. Que maravilha! Num calor desses termos que caminha? Muiito bom. É, eu fui irônica, ta frio pra caramba.

Tremi levemente e Edward riu. “Ainda bem que eu sou quente por nós dois.” Falou colocando um dos seus longos braços por cima de mim. Eu ri e me abracei a ele.

“Ainda bem, né?” ri.

Caminhamos até Huilen que nem esperou eu chegar perto pra me abraçar forte.

“Ai!” disse ela me esmagando “Que saudade! Que saudade!”

“Ai, amiiga!” disse, já quase chorando. Eu era sentimental demais.

Ela se soltou de mim abanando os olhos para as lágrimas não caírem. “Não vamos chorar temos muito tempo pela frente!”

Sorri. Ela continuava a mesma.

Levantei meu olhar para o seu grande namorado  que estava conversando sobre banalidades com Edward. Ele era loiro e de olhos verdes. Oh, sim. Sonho de consumo.

“Esse” ela disse orgulhosa, segurando a cintura dele possessivamente – não deveria ser o macho da espécie a fazer isso? “É o Vitor, meu namorado.”

“Ganhou na loteria, hã?” perguntei pra ele, lhe cumprimentando de forma casual.

Ele riu “Com certeza.”

Huilen sorriu gigante e seus olhos brilharam demais.

“Er...” disse uma voz leve atrás de nós “Oi, Bella!” disse Nahuel desconfiado, olhando pra Edward.

“Oi” disse lhe abraçando levemente. 

Engraçado, ele não parecia o mesmo...

“Bem,” disse Edward, voltando a me abraçar “Vamos sair do frio?”

“Com certeza, cara” riu Vitor.

Fomos para o ‘singelo’ volvo de Edward, Nahuel parecia ter perdido a língua e pra equilibrar Huilen parecia ter ganhado uma extra. Edward foi rindo e conversando animadamente com Victor, enquanto eu ia virada para trás do banco do passageiro, falando com Huilen.

Conversamos sobre tantas coisas que pareciam sem importância, mas eram tão essenciais. Falamos sobre meu aniversário, sobre a fantasia que ela usaria, sobre a minha casa, sobre Vitor e ela – que estavam muito bem juntos – sobre meus novos amigos, sobre Emmett...

Sobre tudo que era leve, não tocamos no nome de meu pai ou de Nessie, era melhor assim.

Estava mais frio que o convencional em Forks, era quase inverno, então já era de se esperar. A estrada para minha casa foi recheada de brincadeiras e fofocas entre nós. Eu reparei pequenas mudanças na personalidade enérgica de Huilen, amadurecimentos mínimos em determinados assuntos.

Ela sempre foi mais madura que eu, mas tanta coisa tinha mudado... Ela era infantil pra coisas que eu não era, agora. E vice-versa. Ela tinha namorado, por exemplo, eu não tinha nem dado meu primeiro beijo.

Suspirei com aquilo. Edward me olhou de canto de olho e segurou minha mão. Sempre atencioso.  Nem parecia que ele era o cara mais galinha do colegio. Ri internamente disso. A garota que saia com Edward Cullen tinha uma noite de princesa e uma manhã de dragão no outro dia.  Palavras do Emmett. Revirei os olhos.

"Amiga!" sorriu Huilen alegríssima "Trouxe um CD com músicas brasileiras pra você."

"Ótimo, de pra cá." Ela riu e remexeu em sua bolsa a procura do CD.

"Aqui." riu ela.

Botei no aparelho de som supermoderno do Edward e começou a tocar amanhã colorido, cidadão Quem.

Depois de um tempo eu já acompanhava a música com perfeição. Meu português não era o mesmo de antes, claro. Mas ainda era decente. Claro que meu inglês agora era perfeito e por mais que eu gostasse de negar, tinham algumas palavras do português que em confundiam. Eu estava enferrujada, isso era um fato.

As vezes eu praticava com Alice. Ela queria aprender e eu queria ensinar para poder praticar. Carlisle também sabia falar, ele nunca me disse como aprendeu. Lembrar de Carlisle e não lembrar de seu pai, era impossivel.

Como Peter Cullen podia ser tão diferente do filho? Ele era igual fisicamente. Mesmos olhos - só que um pouco enrugados e mais escuros, cor turquesa -, mesmos cabelos, mesmo tipo físico, mesmo nariz, sobrancelhas... A unica diferença era uma minima que fazia uma diferença gigante: um brilho. Um leve brilho de bondade nos olhos de Carlisle. Uma coisa passada de mãe pra filho.

Delicadamente não presente nos olhos de meu avô. Não, pelo menos, quando se referia a mim.  Ele deixava claro que não entendia porquê do filho não ter me deixado no Brasil, já que eu tinha um 'pai' lá.

Detalhe: ele dizia pai com todo o sarcasmo e raiva presentes nele. Como se fosse um palavrão.

Eu odiava quando ele se referia a Charlie assim, mas nunca reclamava. Eu não podia não querer que Peter gostasse de mim, ele era meu avô. Eu sempre quis ter avós de verdade e os que eu tenho, me odeiam! Eu não conseguia fazer eles demosntrarem algum carinho por mim...Minha avó tinha dito que gostava de minha presença aqui uma vez, mas ela estava quase dopada...Será que ainda assim conta?

Suspirei derrotada.

"Bella, meu amor, eu sei que você aaama meu carro" riu Edward "Mas não vale a pena mofar por aí."

Nem vi que tinhamos chegado... Ótimo! Distração não é um bom sintoma.

.

.

.

"Quando, Carlisle?"  perguntei, apavorada.

"Está manhã, ele já passa bem..." disse, calmo.

Levei as mãos a boca. Meu avô tinha tido queda de pressão o dia inteiro e a ultima resultou em um desmaio... Ninguém sabia o que ele tinha, estava meio aéreo ultimamente.

"Ele está bem mesmo? Será que não seria melhor cancelar a festa e você cuidar dele?"

"Não." riu Carlisle "Acho que não é necessário."

Mordi o lábio inferior, nervosa.

"Vá para a sala junto com seus amigos, Emmett e Edward adoraram eles."

Eu ri "Eu soube."

.

.

.

A noite tinha sido fantástica! Huilen se deu superbem com Carlisle e Esme, apesar de ter torcdido o nariz para algumas brincadeiras infantis do Emmett; Eles assistiram o ensaio da banda deles e ela se encantou com Edward.

"Se eu não tivesse namorando, eu pegava!" ria ela.

Nem preciso dizer que Vitor ficou puto da cara, ele e Nahuel pareciam estar odiando tudo por aqui, mas eu nem ligava.  Tá certo que as vezes até eu me chateava com esses comentários, tanto que eles me perguntaram se nós namoravamos ou algo assim, mas isso era ridículo! Edward era meu melhor amigo e só. Emmett ficou carrancudo até se convencer que nem tinha como acontecer nada entre nós.

Alice e Tanya, como eu já esperava, viriam amanhã pra cá, pra nos arrumarmos juntos e irmos direto pro aniversário. Edward chegaria depois com Emmett e com o resto da banda, mas ainda cedo, pra dançar comigo, como eu havia pedido.

Ele era um anjo comigo, o meu anjo da guarda, meu pedacinho de céu particular.

Enfim, eu seria eternamente grata por tudo que ele me fez. E deu. Só isso. Acabou. Amizade forever e fim de linha. Não tinha como rolar romance com um irmão. Ele era meu irmão! - só não tinhamos o mesmo sangue.

Agora, nesse exato momento, levei um puta susto com Hulen. Ela e eu estamos dormindo na mesma cama de casal do meu quarto e ela parece estar sonhando com um coelho da pascoa gigantesco.  Sorri com a carinha que ela fazia, super fofa. Como sempre.

"Quando?" perguntou uma voz apreensiva no corredor. "Tá, e onde ele está?" era Carlisle, falando ao celular "O quê?!" gritou, em desespero "Onde eu vou arrumar O- a essa hora?!"

"O que foi, querido?" perguntou Esme apreensiva.

"Meu pai teve uma hemorragia e perdeu muito sangue...Estão precisando repor, me ligaram pra saber qual era meu tipo sanguineo." respondeu preocupado.

Me levantei em um pulo, chegando a onde eles estavam em outro. "Sou O-." disse apavorada "Me levem!"

Dizendo isso, quase ri. Parecia que estava me anunciando pra um sacrifício!  Carlisle riu do meu jeitinho e mandou eu me vestir, rápido.

Deixei um bilhetinho caso minha amiga acordasse e Esme ficou em casa.  Eu e meu pai, estavamos muito preocupados, do nosso jeito, claro, com meu avô. Ele sempre foi muito carrancudo, mas aquilo era preocupante. De onde será que saiu a hemorragia? Como ele conseguiu se cortar? Isso era ridículo e sem nexo!

Minha cabeça latejava de preocupação.

Carlisle dirigia rápido demais, eu estava com medo. 

Medo de bater e de me acidentar de novo, com medo do que poderia acontecer com meu avô e com medo das agulhas. Sim, eu morria de medo de agulhas e coisas cortantes, acho que foi porque um vidro ficou preso em meu braço no acidente...

Sentia dor só em pensar. Relembrar de tudo que eu perdi naquele dia me dói ainda. E agora, comigo prestes a completar dezesseis anos, minha mão não está aqui. Reconheço que Esme tenta a todo custo me ajudar e bancar minha mãe, ela é tão boa pra mim. Mas eu sempre vou sentir falta Renée. Sempre.

Chegamos ao hospital nervosos.  Notei que vó Anne estava ali. Carlisle bufou.

"O que veio fazer aqui?" perguntou, irritadiço.

"Ora, o que mais?" perguntou carrancuda "Ver se aquele desgraçado morre de uma vez!"

Eu levei as mãos a boca, chocada. "Vovó!" repreendi.

"Ora, minha filha" replicou ela "Não sei porque você se importa tanto, ele é um bruto com você!"

"É porque ela tem um coração!" respondeu Carlisle, cortante "Venha, Bella." disse, puxando-me dali.

"Rápido, Jack" disse para uma enfermeira "Prepare tudo para um transplante."

.

.

.

"Pronto, Bella" disse, Jack sorridente "Você foi muito corajosa, quer um pirulito?" perguntou irônica.

"Ora!" respondi, chateada "Você queria me enfiar uma agulha da grossura de uma agulha de tricô!"

"Claro... " disse ainda irônica "Culpe a mim!"

Lhe mostrei a língua. Carlisle chegou na sala naquele mesmo instante e arqueou uma sobrancelha pra minha cena. Eu sorri constrangida. Jack riu.

"Como ele está?" perguntou.

"Bem." sorriu ele, satisfeito "Ao que parece se cortou com uma faca." ele bufou "Só porque inventou de abrir uma garrafa de vinho com ela!" Suspirou "Atingiu uma artéria e fez um bom estrago, você foi fundamental, bella!"

"Obrigada." sorri, feliz "Será que ele..hã...vai querer me ver?"

"Ele está dormindo..." disse, cabisbaixo. "Amanhã é um grande dia para você, filha, acho melhor irmos..."

Dei de ombros e me despedi de Jack, ganhando um pirulito. Oh, sim! Como fui corajosa, dessa vez nem saí correndo hospital a fora...

Passei por minha avó no corredor e ela parecia ter criado raízes naquele banco, ela só me deu um breve aceno com a cabeça, dizendo que amanhã nos veriamos no meu aniversário.

Ainda bem que os mais velhos não precisavam ir fantasiados, odiaria ver minha avó fantasiada de alguma coisa constrangedora, do jeito que ela é, é capaz de ir fantasiada de onça.

.

.

.

"Como assim 'não posso entrar'?" perguntou Alice, furiosa "Olha aqui, minha querida, eu entro onde eu bem entender!"

"Não vai entrar enquanto ela não estiver vestida!" respondeu Huilen, brava.

"Ela vai sim!" replicou Tanya "E eu também, quero ver você me manter aqui fora!"

Tanya me dava medo as vezes e eu estava contando as horas para ver aquela três se machucando, pareciam três granadas prestes e a explodir.

"Já chega!" reclamei "Entrem todas vocês."

"Mas, Bella..." reclamou Huilen.

"Não tem nada a ver, amiga" disse, calma "Deixa elas entrarem."

Tanya soltou uma risadinha, eu já devia imaginar que ela provocaria Huilen. Ignorei.

"Amiga!" disse Alice, maravilhada "Você está linda!"

"Obrigada." sorri.

Olhei-me mais uma vez no espelho.  A roupa que eu recepcionaria era divertida. Era uma fantasia de mágica. Super-criativa, ideia da Alice, claro. Era a parte de cima de um smoking acinurado, um shorts bem curto e uma meia arrastão... Confesso que parecia mais uma fantasia de fetiche, mas era a minha festa, se eu quisesse ir pelada, iria.

Fora que nesse tipo de festas, todas usavam roupas...impróprias... E como eu era magra e modelo, não ficava vulgar em mim, mas eu me sentia uma vareta vestida. A cartola e os cachos desorganizados estavam muito bem presos na minha cabeça, chegavam a doer.

"E vocês está muito...Original?" minha afirmação pareceu uma pergunta.

Tive, inclusive, que rir. Ela estava com um vestido que ia até o meio das coxas e vestida de Alice - Sabe? A do país das maravilhas. O vestidinho azul caiu super bem nela, ficou perfeita.

"Eu sei, batam palmas!" riu ela.

"Você está linda, amiga!"

Ela sorriu, radiante.

"E você, Tanya, hein?" sorri pra ela. "Está linda!"

E ela estava mesmo. Estava fantasiada de Amy Winehouse, com um vestidinho preto, peruca morena, tatuagens e maquiagem superforte.

"Achei a minha cara." riu ela "Louca e malcriada." disse, olhando sugestivamente para a Huilen que bufou. "Você está perfeita, Bella! Quero só ver quando vestir a outra fantasia..."

Mordi os lábios ansiosa, eu também estava.

Huilen, chateou-se e saiu do quarto procurando seu irmão e namorado. Ela estava chateada por ter que usar uma fantasia combinando com a do namorado.  Eles iriam, ambos, de chapolin colorado.

Quando ela saiu, Tanya ainda provocou "Gostei das anteninhas."

Ela ficou ainda mais irritada, claro.

"Não precisavam fazer isso." revirei os olhos "Alice, cadê seu irmão?"

"Com a banda." deu de ombros "Estão ensaiando um..."

Tanya tapou-lhe rapidamente a boca e lhe olhou feio.

"Bella, nós vamos como?" desconversou.

Eu conhecia elas a tempo suficiente para saber que nenhuma abriria o jogo. Suspirei derrotada. "Carlisle vai nos levar daqui a pouco."

Elas deram de ombros, antes mesmo de eu terminar. E seguiram ajeitando suas fantasias.

Carlisle chegara agora pouco, ele estava no hospital, cuidando do vovô. Ele estava em observação e ficaria ali até amanhã de manhã, mas estava furioso por isso. Como sempre.

"Bella!" exclamou Esme, radiante "Você está linda!"

Eu corei. "Obrigada!"

Ela me abraçou fortemente, com lágrimas nos olhos. "Ai, meu amor" disse ela, beijando o topo da minha cabeça "Eu estou tão orgulhosa de você!"

Eu sorri.

"Sabe, eu..." disse, hesitante "Eu sei que nunca vou poder substituir sua mãe, nem quero isso, mas, Bella" disse ela olhando em meus olhos, profundamente ", você é como uma filha pra mim. A que eu nunca tive."

Eu comecei a chorar ali. Sim, eu chorei. Muito! Ela chorava silenciosamente ali comigo. De emoção.

"Você nunca vai poder substituí-la mesmo" disse, limpando minhas lágrimas "Mas você é uma mãe pra mim, Esme. De verdade. E, mesmo se ela ainda estivesse aqui, eu veria você assim, porque é exatamente isso que eu sinto."

Ela sorriu largamente pra mim. E me beijou a bochecha.

"Eu te amo, minha querida." ela disse, emocionada "Verdadeiramente."

"Eu também." disse, sorrindo. E, ainda, chorando um pouco.

Aquele foi um momento decisivo na minha vida; aquele carinho maternal que Esme sentia por mim me fez sentir amada e especial, me fez apartar um pouco a saudade de minha mãe... Era o melhor pra mim. 

"Filha, vamos?" perguntou Carlisle da porta. Sorri cúmplice para Esme e saímos dali, abraçados, novamente como uma família feliz.

.

.

.

"Eu vou matar o Edward!" gritei, estressada "Vou matar, trucidar! Emmett e Jasper não me escapam também!"

"Calma, bellinha..." tentou Huilen.

"Eu não tenho com quem dançar valsa!" exasperei "Não tenho!"

"Olha, eu..." engoliu seco, Nahuel "Eu posso dançar com você."

Parei de berrar e o encarei. "Sério?"

"Sério." sorriu.

"Vou me vestir!" disse, radiante.

Faltavam trintas minutos exatos pra eu completar, oficialmente, dezesseis. Eu não podia estar mais nervosa. Ainda mais, com o sumiço de Edward. Grande amigo da onça! Ele, meu irmão e Jasper sumiram faz um bom tempo! Emmett deveria recepcionar os convidados comigo! Que raiva!

Deus e o mundo me mandam me acalmar, mas não rola! Será que ninguém entende que eu estou estressada e que, provavelmente, algum crítico me criticará se isso não sair direito?

Entrei na sala onde me vestiria, ainda, marchando.  Me joguei no sofá que tinha ali e coloquei o meu braço atrás da cabeça. Lembrando cada detalhe do meu aniversário.

Aquele tinha sido, com certeza, a obra de arte de Esme. Era todo relacionado a mágica e a fantasias. Perfeito!  As inúmeras mesas todas tinham uma toalha preta brilhosa e uma prata e rosa, luminosa, por cima. Com uma máscara de tecido preto brilhoso também, com um arranjo perfeito.

As paredes eram enfeitadas com tecidos e brilhos, com um globo de espelhos centralizado, dando ao ambiente um clima festa. Várias luzes, de inúmeras cores, brilhavam por todos os lados, a pista gigante de dança se encontrava centralizada e pronta pra valsa. Ah, sim! Era uma festa deslumbrante, feita com o melhor, mais caro e mais bonito.

Pequenos luxos que se pode pagar com dinheiro... Meu.

Podia usar várias fontes pra aquela festa. Minha herança, meus cachês, minhas economias, Carlisle, meus avós...Jesus, desde quando fiquei tão ambiciosa? Bufei.

"Sabia que eu vejo os países baixos daqui?"

Me assustei e pulei, sentando-me rapidamente no sofá, para depois ir espancar Edward.

"Idiota!" bufei "Onde você andava?"

"Coisas da banda." revirei os olhos e me atirei no sofá...De novo.

"Eu já disse que vejo muito mais do que gostaria daqui." repetiu.

Ignorei.

"Bella?!" indignou-se.

"Tape os olhos." disse, simplesmente.

Ele riu e trancou a porta. Eu ouvi a chave girar e fazer 'click', arqueei uma sobrancelha quando vi que ele se aproximava de mim. Estranho, isso me fez sentir...assustada? Não. Eu sabia que Edward nunca faria nada comigo, certo.

Mas eu sentia tantas borboletas no meu estômago. Permaneci calada pra ele não se chatear.

"Não esqueça que eu tenho que descer em vinte e cinco minutos." disse simplesmente.

Ele riu, baixo. Talvez até rouco...

Senti uma coisa estranha em cima de mim, um peso extra. Abri os olhos e o encarei engatinhando por cima de mim no sofá, até sua boca estar na altura da minha.

O encarei perplexa. Susto, medo, confusão...Tudo junto. "O que você está fazendo?" perguntei alarmada.

Ele riu baixinho, divertido "Calma, Bellinha." Senti seus lábios roçarem levemente no meu queixo e maxilar. Arfei? Arfei de que? De pavor? Ai, Jesus!

"Edward, mas o que...?" não consegui terminar, ele me distraia.

Ele sugou levemente meu lóbulo e o mordeu. Eu senti meu corpo estremecer com o arrepio, que foi daquela região até  aponta dos meus pés.

"Eu não estou fazendo nada, Bella, só o que você pediu" sussurrou no meu ouvido.

Respirei pesadamente. uau, isso era tudo tão...novo? Eu estava eufórica? Não sabia descrever...

Ele não me esperou me contradizer e queimar ele de novo, ele só chegou mais perto da minha boca. Ainda deixando aqueles rastros estranhos por minha pele. Onde ele tocava tudo formigava, seus lábios pareciam anestesias. Ri internamente disso.

Ele chegou ao meu lábio inferior e o mordeu, puxando-o levemente. Minhas mãos, que até agora estavam imóveis no sofá, foram para seu peito. Não para empurrá-lo, mas para segurar fortemente em seu terno.

Ele passou a ponta da língua, no meu lábio inferior, incentivando a se abrir.  Fez a mesma coisa, então, no lábio superior.

Ele colocou suas mãos nas minhas costas, mudando, rapidamente, nossas posições, deixando-me por cima dele para não ter perigo dele soltar seu peso em mim.  Uma de suas mãos estava na minha cintura, prensando-me a ele e a outra na minha nuca, obrigando-me a ir em frente.

Abri rapidamente meus olhos, quando eu senti que ele me beijaria. Queria sentir medir todas as suas expressões faciais. Queria saber o que ele estava sentindo. Só que quando sua língua invadiu minha boca sem nenhum aviso de "Oi, estou chegando", eu fui obrigada a fechá-los com força.

Nossas línguas ali, dançando juntas, era tão difícil de entender... Não era difícil beijar, eu não precisaria daquela aulinha se eu soubesse que seria assim. Quando sua língua tocou a minha pela primeira vez, um gemido quase que escapou de mim. Tive que mantê-lo bem preso dentro de minha boca.

O beijo do Edward era tão quente, tão urgente, tão bom, tão...Ai, não sei explicar! Eu ia amar ficar assim pra sempre. Ele não deixava suas mãos nas minha cintura e nuca, agora elas passeavam pelas minhas costas, me apertando contra ele em determinadas vezes.

Eu, agora, puxava seu cabelo na tentativa de trazê-lo pra mais perto de mim. Eu nem acreditava que estava fazendo isso ainda!  Edward sugou meu lábio inferior, me fazendo prender um gritinho de surpresa. Ele sorriu torto e começou a beijar meu pescoço, orelha e ombros, voltando para minha boca e dando mais um beijo quentíssimo por lá.

Dessa vez foi diferente, eu já sabia mais ou menos o que fazer, então me apertei mais contra ele e quando, acidentalmente, nossas intimidades se tocaram pude sentir uma coisa volumosa por ali.  Ele gemeu com esse contato e puxou minha coxa mais pra cima, a fim de aumentar o contato.

Aquilo me deixou tão fora de mim, que nem podia acreditar.

Um vermelho vivo queimou meu rosto, me desconcentrando levemente e sendo obrigada a voltar a mim, por um Edward impaciente que apertava minha coxa com força.

Meu Deus, o que estou fazendo? Era pra ser só um beijo!

"Edward" disse com uma voz rouca "Eu tenho que me arrumar."

Ele grudou meus lábios nos dele novamente, sem nem me escutar. Me assustei com a minha voz. Ela estava rouca. Eu não queria largar Edward! Não queria mesmo, mas quando o relógio deu quinze para meia noite, precisei me soltar.

"Edward!" disse, quase em pânico, com a voz ainda rouca "Preciso me vestir..."

Ele grunhiu de chateação e voltou a beijar meu pescoço e foi para o meu busto, algo dentro de mim fervilhou quando ele deu um beijo chupado, afastando um pouco minha blusa. Ficaria marcado.

"Edward!" disse, repreendendo-o e o empurrando "Pare! Era um beijo!"

Ele pareceu voltar a si e corou - corou absurdamente forte - como eu nunca havia visto antes.  Parecia muito constrangido e seu estado era deplorável. Cabelos bagunçados, boca vermelha, roupas amassadas. Oh, Deus! Espero não estar assim!

"Eu..." começou ele, sem jeito "Eu não sei, me desculpe, eu..."

Eu sorri e lhe coloquei um dedo nos lábios, silenciando-o "Foi" disse, mordendo o lábio inferior, sem graça "Muito bom." sorri fraco "A melhor coisa que já experimentei..."

Ele sorriu e eu olhei pra baixo. Ele parecia feliz.

"Eu achei que você foi espetacular!" riu ele, descontraído outra vez, voltando a ser meu melhor amigo "Nossa, Bella! Se você não tivesse me parado eu não me importaria em continuar e..."

"Edward!" repreendi "Cai fora!"

Ele riu e saiu. Voltou e me deu um selinho. Olhei espantada pra ele. Ele riu.

"É o ultimo, só pra eu não esquecer." deu de ombros.

Antes de ele sair, ele me olhou e corou, antes de perguntar: "Continuaremos amigos, certo?"

Eu ri. "Sim, isso não vai interferir na nossa amizade!"

.

.

.

"Você está linda!" dizia Edward, repetidas vezes enquanto dançavamos a valsa. 

Eu estava mesmo. Meu cabelo estava solto e em cacho singelos ao longo das minhas costas, com a máscara e o vestido branco gigante eu dançava com Edward, que estava vestido de terno. Um terno e all star, era pra ele estar vestido de roqueiro.

"Obrigada!" lhe sorri.

Suas mãos faziam círculos na minha cintura. Era engraçado. Nunca tinha tido tanta proximidade com ele assim, geralmente, ficávamos perto, mas nem tanto.

"Seus lábios ainda estão um pouco vermelhos" disse.

Eu ri. "Culpa sua, seu idiota."

Ele gargalhou. Flash.

"Essa ficou perfeita!" comentou o fotógrafo.

"Eu aposto dez dólares que quando ele sair daqui, vai vender nossas fotos pra revista de fofocas" - dissemos em uníssono.

"Estou convivendo demais com você e suas paranóias, Bella." riu ele.

"Engraçadinho!' ri e olhei pra sua boca e notei que ela ainda estava, levemente, inchada. "Nossa, sua boca está inchada também."

Ele me girou e levou uma mão a boca. "Espero que Emmett não relacione."

Eu gargalhei.

"Pode me ceder, Edward?" riu Emmett, pegando-me pela cintura. "É hora da dança com o manão aqui."

Edward saiu, mas antes se virou pra mim e fez cara de apavorado. Eu ri.

"Bells, você tá muito gata!" riu Emm "Todos os garotinhos estão de olho em você." completou, carrancudo.

"E você não vai deixar nenhum chegar perto, certo?"

"Exato!" respondeu, confiante.

Eu ri. Edward e eu havíamos feito coisas superdivertidas e ele nem tinha visto. Que otário. Eu ri, internamente, disso.

"Nahuel ficou chateado por você ter dançado com Edward depois do papai." disse, baixo "Ele achou que você dançaria com ele."

"Edward era meu par, ele só dançaria comigo se ele não viesse." dei de ombros.

Emmett me fez girar. "Você gosta de Edward?" perguntou ele, com uma ruga na testa.

"Ele é meu amigo, Emm." ri "Eu gosto dele assim."

Ele sorriu. "Quem bom." seu sorriso aumentou "Não queria capar um dos meus melhores amigos."

Arregalei os olhos e ele me abraçou fraternalmente. "Eu te amo, maninha, eu tô muito orgulhoso de você."

"Eu também amo você, Emm. Demais." Ele fungou nos meus cabelos.

"Emm, você tá chorando?" perguntei incrédula.

Ele fungou mais uma vez e limpou uma lágrima. "Claro que não" disse, fungando mais uma vez e com a voz chorosa "Caiu um cisco nos meus olhos, tá legal?"

Eu gargalhei e lhe abracei forte. Sim, ele - com toda a certeza - era meu irmão.

"É minha vez agora, moleque, chispa daqui!" disse uma voz rouca, uma voz má, de uma pessoa cruel comigo. Peter. Peter Cullen. Meu amado avô. Sem ironias.

"Tudo bem, senhor pai do Carlisle, me desculpe." disse Emmett, quase chorando de medo e saindo correndo.

Meu avô assumiu seu posto e me guiou, estalando os lábios de desgostos e murmurando algo como "Moleque frouxo".

Eu estava tão atônita que mal conseguia me mexer. "Não sabe dançar, garota?" irritou-se ele, com diversão nos olhos, mas não presente em seu rude comentário.

"Sei...hã...Claro que sei!" disse, confusa. Comecei a me movimentar de forma ritimada e calma, como a música pedia.

O silencio que permanecia ali era desconfortável pra mim.  Eu precisava perguntar o que trouxe ele aqui e se ele não deveria estar em casa, descansando. Abri e fechei a boca cinco vezes, sem saber se perguntava ou não. Não queria fazer ele chatear-se comigo.

"Pergunte logo, garota, está me deixando nervoso!" chateou-se.

"Desculpe" murmurei, indecisa "É que eu achei que você não viesse! E você não estava em observação? E, sem querer parecer grossa e eu não querendo que você vá, o que trouxe o senhor aqui?" disse em um fôlego só, arrancando um sorrisinho de canto de lábios dele.

"Ninguém me prende em uma cama, garota, você deveria saber." deu de ombros "Seu avô é a pessoa mais influente desse ovo." grunhiu " E, depois, não há nada de extraordinário em vir no aniversário de sua neta."

Eu sorri, com uma lágrima perigando cair de meus olhos.

"Não chore!" disse, firme "Não estou preparado emocionalmente para isso."

Eu gargalhei e limpei a quase lágrima com minhas mãos enluvadas. "Obrigada." murmurei.

Ele ficou sem jeito e deu uma bufada forçada para mim. "Não seja boba, garota. Pare com esse sentimentalismo todo."

Eu lhe sorri e ele me fez dançar por todo o salão com uma graça, delicadeza e gentileza invejáveis.

"Er..." disse Tanya, no microfone "Boa noite a todos!" começou sem jeito, meu avô e eu, paramos de dançar e a encaramos.

Não era pra eles tocarem agora, era só pra depois. A banda deles era boa, mas era pra tocar no meio da festa e não agora.

"Eu sou a vocalista da banda Vampires (N/A: NÃO me matem, sugestivo, masneligo hihi) e, acima de tudo, amiga da aniversariante." ela sorriu pra mim e uma luz forte me encontrou.

Ai, droga!

"E a minha banda, quis fazer uma homenagem a Isabella, como forma de demonstrar o quanto ela é especial e querida por todos nós." ela sorriu e eu sorri "Esse é o nosso presente pra você."

Quando Edward se posicionou no meio do palco eu quase caí pra trás. Ele cantaria? Edward tem pavor de palco...Ele não seria capaz, eu acho, de fazer isso.

Ele pigarreou, ajeitou seu violão sobre a perna e começou a tocar, acreditem ou não, Paulinha, do Armandinho.

Paulinha - Armandinho

(http://www.youtube.com/watch?v=6BYDaYwWrpk)

Ele tocava a música e me olhava, eu sabia que não era a letra que importava, porque o que ela dizia tinha mais a ver com namorados do que amigos. Mas era todo o resto.

Ela o carinho com que ele cantava pra mim, a essência da música, a transição menina-mulher. Era ele ter passado trabalho pra aprender a cantar na frente de todos e um idioma desconhecido...

Eu não podia deixar de sorrir e chorar com a música. Meus dezesseis anos ficaram marcados a ferro em mim.

Se minha mãe estivesse aqui ela faria um fiasco, choraria em público, mas a única coisa que eu tenho aqui, do Brasil, é a música. Nem me padrasto veio me ver... Meus amigos vieram, mas sumira, que amigos são esses?

E ali estavam todos os meus amigos americanos, cantando - aliás, tentando lutar contra os nasais - e se divertindo.

Eu subi no palco e dei um beijo demorado em todos integrantes da banda.  Parando ao lado de Edward, que estava vermelho e concentrado na música para não se perder.

Eu sorri largamente pra ele e comecei a bater palmas o ritimo da música, sendo acompanhada por todos. Eu já tinha passado por muitos palcos pra ter medo desse, passarelas são terríveis remédios contra pânico. Eu podia enfiar Edward em um desfile, ele leva jeito pra coisa...

O pessoal acompanhava alegremente e quando a música terminou eu pulei em Edward e o abracei como se nunca mais pudesse fazer isso. Ele teve um trabalho pra segurar-me e ao violão, mas me girou suspendendo-me do chão, do mesmo jeito.

"Obrigada! Obrigada obrigada, obrigada!" eu murmurava entre lágrimas e lágrimas de emoção.

"Você merece." disse, ele, emocionado também.

Enquanto ele me girava, uma estranha luminosidade me chamou atenção. Ao lado de Carlisle e Esme, tinha uma forte luz. Ela tinha mãos e vestia branco. Como um anjo.

Ela sorria pra mim de forma encantadora e carinhosa. Tocou levemente os cabelos de Carlisle e Esme e sorriu para as mãos dadas daquele casal, do mesmo jeito que sorriu pra mim e pra Edward.

Foi tão rápido que eu podia jurar que foi um sonho, mas eu tinha certeza do contrário pela pequena jóia que estava em meu pescoço.  E eu, no fundo, sabia que aquele dia, seria inesquecível pra mim.

 ;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;

“Aii” choraminguei “Você sabe que eu morrerei de saudades.”

“Para, Bellinha” murmurou ele, choroso “Você sabe que vai me fazer chorar assim.”

Olhei pra Emmett com os olhos cheios de lágrimas. Que eu poderia fazer? Sentiria muita falta do meu irmão! Claro que não poderia impedi-lo de ir pra faculdade, fato. Mas eu poderia fazer cena e me lamentar a vontade. Direito de irmã.

Fora que ele prometeu vir todos os finais de semana e em dois anos eu iria para Dartmouth também. Só que eu cursaria medicina, ao contrario dele, que preferiu direito. Opostos.

Eu preferi medicina por causa de Carlisle, afinal, eu já era modelo por causa de minha mãe. Nem posso descrever a felicidade que meu estava quando falei de minha escolha. Ele mal cabia em si.

“Olha, maninha” disse Emmett, me abraçando de novo “Eu volto rápido, você sabe.”

Lhe sorri. Aposto que ele iria chorando até Hanover.

Eu beijei suavemente seu rosto e o deixei ir no grande jeep entulhado de coisas. Uma coisa que eu não aceitaria, seria a ida de Edward e Jasper ano que vem. Sentiria-me muito só sem eles comigo, ficaria perdida sem meus amigos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espeeero mesmo ter agradaado *-----------* esse daí foi feito com muito cuidado e carinho e partir do próximo, tudo vai mudar, ela já vai ter dezessete *-----* e vai começar com a vida dupla.

Eu estou muiito consada hoje, sério, meu dia foi um diia de cão, mas aqui estou eu postando *---* então por favor, quero comentários e estrelas! haha

Beijos, amo vocês. Só postocomcomentários&stars. Falo sério. *--*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rock Model" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.