PDV Percy

Quando eu levantei naquela sexta, estava radiante de felicidade. Minha primeira "aula" com Anne. Mal sabia ela que eu não ia tão mal assim nas matérias. Na verdade, eu não ia nem um pouco mal. Eu só queria ficar perto dela. Pensei aonde nós iríamos comer. Afinal, era só alguma coisinha de meio de tarde. Me lembrei de um Café que ficava perto do colégio, e pensei: " É ali.".

Quando cheguei a escola, vi Anne sentada em um dos bancos, com os nossos amigos. Minha priminha querida, Thalia estava com eles. Era uma grande amiga de Annabeth.

Thalia era um ano mais velha, e era um pouco fora dos padrões de "garotinha perfeita", "filha dos sonhos", e "menina romântica". Usava sempre roupas pretas, e também fazia algumas mudanças no uniforme. Claro que as de Anne eram muito mais bonitas. Thalia estava usando meia-calça preta, botas de combate também pretas e a blusa estava normal. Ela sempre usava delineador preto, lápis também preto, e a sombra esfumada destacava os olhos azuis-elétrico dela. Titio e titia ficaram loucos quando ela se decidiu por ser assim, mas logo se acostumaram. Seus cabelos curtos e repicados eram do mais profundo negro, e não era só o visual que não era de garota comum. Thalia sempre teve uma personalidade diferente. Se tem uma coisa que ela odiava era rosa. Na vida dela, não se via um pinguinho que seja de rosa. As paredes de seu quarto eram três pretas, e uma  era azul, quase do mesmo tom de seus olhos. Em seu guarda-roupa, não se via nem meias rosas. Ela aprendeu a tocar baixo aos oito anos, um antes de mim com a minha guitarra. Seu baixo tinha até um nome. Ela andava com seu Fred por todo lugar, e expressava seus sentimentos por meio dele. Sim, ela expressava seus sentimentos por meio de um baixo verde-claro, com alguns rabiscos que ela mesma fez de caneta permanente preta. Um par de olhos, seu nome escrito de vários jeitos diferentes, um coração com uma flecha que tinha dentro as letras T e L, entre outros. Ela era apaixonada por Luke, meu primo pelo outro lado da família, por parte de mãe. Quase todo mundo sabia disso, menos ele.

Já Anne estava com meias listradas coloridas até o joelho, as mesmas que usara no primeiro dia de aula, usando os sapatos de sempre. Sua blusa estava com o tradicional decote em V e as mangas arregaçadas. Uma trança loura caia por cima de cada ombro, e ela usava blush cor-de-rosa, com deliniador preto marcando os olhos cinzas, e um batom rosa-chiclete. Estava tão linda, que eu tive a certeza que tinha que fechar minha boca antes de me aproximar mais. Quando o fiz, achei que vi um sorrisinnho no rosto daquele anjo. Dei um sorriso torto de resposta.

-Oi, pessoal. - eu falei.

-Oi, Percy. - todos disseram em conjunto.

Combinamos exatamente o horário do cinema no dia seguinte, e então o sinal bateu.

Fui para minhas aulas. Depois de uma hora de puro Shakspeare na aula de literatura, mais uma hora de fórmulas e mais fórmulas na de física e mais uma hora que foi até um pouco legal na aula de Educação Física, chegou a hora do almoço.

PDV Annabeth

Naquele dia, eu havia trazido convites pra escola. Quando nos sentamos, peguei eles e comecei a entregar. Eram convites brancos, com uma fita larga negra com pequenas bolinhas roxas. Convites da minha festa de 15 anos.

Dei o primeiro a Thalia, e depois a Rachel e Silena. Grover, Nico e Percy foram os próximos.

-Espero que vocês todos vão. Vais ser daqui a duas semanas, e eu realmente quero que vocês estejam lá.

-Claro que vamos estar- Percy disse. Que fofo.

No fim da aula...

PDV Percy

A última aula de Annabeth seria educação física, então fiquei esperando na porta do ginásio.

Ela saiu de lá e eu disse:

-Vamos?

-Claro.

Fomos juntos até aquele Café que eu tinha pensado de manhã, e lá nos sentamos e fizemos nossos pedidos. Eu pedi um Ice Capuccino, um capuccino gelado, com bolas de sorvete dentro. Annabeth pediu um capuccino normal, com bastante chantilly e raspas de chocolate em cima. Comemos cada um uma fatia de bolo. A minha era de chocolate, a de Anne de frutas. Ficamos conversando sobre nossas famílias, e descobri que Luke também era primo de Annabeth, assim como era meu primo. Até que ela perguntou:

-Posso provar?- e apontou para o meu Icce Capuccino.

-É claro.- e dei um pouco na sua boca. Borboletas se agitaram em meu estômago. Ela saboreou de olhos fechados.

-Sabe de uma coisa?- me perguntou.

-O quê?

-Se viermos aqui segunda, vou pegar isso também.

Rimos disso e depois que acabamos de comer fomos pra biblioteca.

-Com o que você quer começar?- ela me perguntou depois que nos sentamos em uma das mesas.

-Bom, das aulas de hoje, o que eu mais preciso de ajuda é física.

-Então vamos começar com física.

Ela começou a me explicar as fórmulas. Eu sabia muito sobre física, mas ainda assim ela me ensinou várias coisas. Era muito inteligente mesmo.

Quando começou a ficar tarde e estávamos guardando nossas coisas, uma folha caiu de seu fichário. Uma letra de música, que não estava terminada ainda, mas mesmo assim, eu pude sentir os sentimentos que ela queria transmitir em poucas linhas da composição.

-Você toca?- eu perguntei.

-Um pouco.

Eu toco guitarra, o que você toca?

-Bom, também toco guitarra, além de baixo e violão.

-UAU- eu disse.

-Luke me ensinou a tocar violão, já que toca também, e o baixo e a guitarra, eu aprendi o básico com aulas pelo YouTube. Depois comecei a fazer aulas de verdade.

-E isso foi você que compôs?

-É, eu comecei ontem a noite, mas ainda está longe de ficar pronta.

Quando ela abriu o fichário pra guardar a folha, mais três caíram. Três desenhos riquíssimos em detalhes. Um era o desenho de Luke, que pelo jeito era seu primo preferido. Outro era um desenho de Manhattan, com o sol brilhando por trás da silhueta dos prédios. E o outro era um casal, em um jardim, trocando beijos. Um casal qualquer, pois não dava para ver seus rostos.

-São todos muito bons.

-Obrigada- ela disse corando.

Depois que ela guardou todas as quatro folhas, eu fui com ela até sua casa. No caminho, paramos no parque pra tomar um sorvete. Quando chegamos na casa dela, eu me impresionei. Era uma mansão enorme, com muitos janelas, e com as paredes pintadas de um branco reluzente.

Fui com ela até a porta, e então ela me deu um beijo na bochecha e me disse:

-Até amanhã, Percy.

Ela entrou em casa e me deixou murmurando pra mim mesmo equanto andava pra casa:

-Até amanhã, Anne.