How To Fall In Love. escrita por envy


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Mais um fic lindinha pra vocês.



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Eu o via se sentar naquela mesma carteira, naquele mesmo horário; com os olhos fundos e inchados. Nos primeiros dias aquilo era confuso e, quando eu soube o motivo que ele chorava todos os dias, primeiramente, sentia sempre um aperto estranho no meu coração e, depois, eu tentava afastar aqueles pensamentos.

Eu o via chorando debaixo daquela mesma árvore. Eu o via indo para casa sozinho pela mesma rua. Eu o via sumir na virada da esquina todos os dias. E depois de todos esses dias eu me dei conta de uma coisa: Eu o amava.

Eu amava seus olhinhos puxados, eu amava quando esses mesmos olhinhos se tornavam uma pequena linha quando seu sorriso se abria, eu amava seu sorriso, eu amava seu jeito tímido de pedir as coisas, eu amava sua voz baixa, seu cabelo extremamente ruivo, suas bochechas ruborizadas quando pisava em falso ou, até mesmo, quando lhe chamavam no momento em que estava ‘contemplando’ o infinito.

Seu nome era Daisuke. Um nome adorável, né?

  E foi em um dia completamente nublado em que ele chegou, com os olhos e o nariz vermelhos. Eu cheguei à rápida conclusão de que ele estava novamente triste. Não tive tempo para pensamentos mais profundos porque, de alguma forma, quando eu o vi eu já estava me levantando e andando em sua direção. Eu juro que eu não pensei bem o quê dizer. A frustração de vê-lo daquela forma me fez agir sem pensar. Mas eu não parei. Eu só estava cansado.

Cansei de vê-lo chorar e não poder fazer nada. Alguém precisava dizer a ele que um sorriso é bem melhor do que lábios secos e olhos fundos. Além de não fazer bem à saúde.

Com um sorriso carinhoso no rosto eu me sentei na cadeira vaga à sua frente.

- Olá, Daisuke-chan. – Eu falei e ele levantou o olhar morto para mim, tentando limpar uma lágrima que caía.

- O-Oi. – Ele falou, com a voz grogue. Os olhos inchados e visivelmente com olheiras, tentavam ao máximo levantar aquele brilho que a tempos eu não via.

- Eu posso lhe dizer uma coisa? – Eu pedi, retirando alguns fios de cabelo do seu rosto. Ele assentiu, meio assustado. – É uma droga quando você sabe que tem de parar de se lamentar, mas você continua esperando pelo impossível acontecer, né? – Eu sorri. Ele colocou suas mãos nas minhas, afastando-as do seu rosto. Suas mãos eram frias e ele estava sério.

- Porque você age como se importasse? – Indagou.

- Eu já passei por isso. – Falei, sério. – E eu sei como se sente. Mas não houve ninguém pra lhe consolar. – Seus olhos se encheram novamente e eu o observei inalar sofregamente o ar pelo nariz e limpar rapidamente as lágrimas. – Pode me chamar de anjo, que eu estou a um passo de lhe curar. – Eu sorri.

Ele sorriu minimamente.

Nesse momento, mais de perto, eu pude notar um fino corte em seus lábios, decorrente da secura de sua boca. Aquilo era o fundo do poço ou lhe faltavam alguns tombos? Eu realmente não o queria ver se machucando.

- Você mal me conhece, Junkhyou-kun. – Ele fez uma careta, com o rosto seco.

- Não é não, eu só criei vergonha na cara pra dizer o que eu sempre quis. – Eu disse.

- Sempre quis o quê? - Ele me olhou confuso.

- Eu me importo.

Ele sorriu, adquirindo em suas bochechas uma cor avermelhada.

- Ah, bem. – Ele desviou o olhar para sua carteira, num ato desesperador de não me encarar. Ele ficou sério, voltou os olhos para mim e suspirou uma vez. – Eu já perdi minhas esperanças, Junkhyou-kun. – Ele sorriu fraco.

- Há uma luz que nunca se apaga, Daisuke-chan. – Eu sorri da forma mais sincera, capturando uma de suas mãos com a minha, tentando num afago lhe transmitir segurança. Eu queria que ele confiasse em mim.

Ele desviou o olhar novamente, agora para nossas mãos. Ele fez menção de retirar a sua, mas parou.

- Suas palavras são bonitas. – Ele sorriu minimamente, um pouco mais sincero. Não era um sorriso automático.

- E serão mais bonitas se você tentar sair desse buraco que você caiu.

Ele me olhou por um momento, quase desafiador.

- Eu não consigo. – Ele suspirou. – Eu não consigo esquecê-la.

Ela, a pessoa em questão, se chama Naomi. Essa garota foi o mundo para ele. Foi sua melhor amiga, quase como uma irmã. Eu não sei se ele nutria um sentimento mais forte do que apenas amizade, mas eles se gostavam muito. Um vivia para o outro. Mas num acidente há quatro meses, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu.

O mundo dele caiu. Ele não tinha nenhuma outra pessoa em quem confiar. De alguma forma ele decidiu abrir seu coração apenas para Naomi e mais ninguém. E eu sinto pena dele agora que não tem mais ninguém. E eu quero ser essa pessoa que falta na vida dele. Preencher esse vazio.

Eu quero ser a única pessoa para ele.

Ele suspirou sofregamente.

- Você é muito legal. – Sorriu fraco.

- Então qual o problema? Confie em mim, Daisuke-chan. – Eu apertei sua mão levemente e sorri.

Ele retribuiu o sorriso.

- Está bem. – Sussurrou, com a voz grogue.

Uma lágrima solitária desceu seu rosto, mas esta não foi acompanhada e parou lentamente em sua bochecha. Eu levantei meu polegar e limpei seu rosto.

Ele sorriu. Um pouco mais natural.

Eu me sinto impotente e sem escolhas nesse momento. Mas eu agüentarei. Eu conseguirei fazê-lo feliz.

   Cinco dias se passaram. Nós nos aconchegamos na sua árvore favorita. Um ao lado do outro.

Ele se encolhia mais e mais ao meu lado, por conta do frio, fazendo-me sorrir com aquilo.

Eu abri o saquinho das minhas bolachas e comi uma. Daisuke me olhou com um olhar diferente, com o sanduíche em mãos quase encostado ao peito. Quando eu observei e sorri divertidamente ele corou.

- O quê foi? – Perguntei.

- Eu quero uma bolacha sua! – Ele falou de uma vez. Eu sorri. Oh, tão adorável. ~

- Claro. Mas só se você me der um pedaço do seu sanduíche. – Eu apontei para o alimento em suas mãos e ele pareceu pensativo, mordendo o lábio inferior.

- Tá bem. – Ele aproximou suas mãos com o sanduíche para mais próximo de mim. Eu mencionei pegar com a mão e comer, mas eu me inclinei e mordi um pedaço. Ele corou absurdamente. Eu me afastei e sorri, limpando algumas migalhas dos cantos da minha boca.

- Aqui sua bolacha. – Eu entreguei-a para ele.

- Obrigado. – Ele pegou-a e comeu, mas não limpou os cantos de sua boca com o dorso da mão, como eu. Então eu decidi fazê-lo, só para ver seu rosto avermelhar-se de novo.

- Não foi nada. – Eu ri.

Ele estreitou os olhos, tentando assim controlar a cor de suas bochechas e aquilo era adoravelmente fofo.

   Eu o deixei em casa em um dia chuvoso. Ele parecia pensativo.

- Você está com algum problema, Daisuke-chan?

Ele me encarou por longos segundos e se aproximou. Eu abri os braços, percebendo o que iria acontecer. Ele iria enterrar-se no meu peito e foi o que fez. Mas não só para passar o tempo, como das outras vezes. Misteriosamente ele começou a chorar. Eu fiquei paralisado por um momento, porque ele estava chorando? Comecei a afagar seus cabelos ruivos e sentir o cheiro doce que seu corpo exalava.

- O que aconteceu, Daisuke-chan? – Indaguei, preocupado.

- Não foi nada. – Eu ameacei afastá-lo, mas ele me apertou. – Não. – Pediu. – Não foi nada mesmo. Eu só... – Soluçou e afastou o rosto, olhando para mim. – Quando eu estou com você eu me sinto uma pessoa melhor. – Sorriu. – Eu me sinto feliz. Menos... Sozinho.

- Você não está sozinho, Daisuke-chan. – Eu suspirei, afastando seus cabelos e beijando sua testa. – Eu sempre estarei aqui, eu lhe prometo.

Ele afundou seu rosto no meu peito e voltou a chorar. Aos poucos começou a acalmar-se e lentamente foi parando de chorar. Sua respiração voltou ao normal.

- Junkhyou-kun? – Soluçou novamente.

- Hm?

- Podemos ficar assim só por um pouquinho?

Eu sorri.

- Sim, por um pouco... Nós podemos. – Eu o apertei em meus braços, sentindo-o tremer ainda.

E eu me sentia a pessoa mais realizada do mundo. Eu tinha alguém a quem proteger e alguém que se sentia bem ao meu lado. Eu daria minha vida para vê-lo feliz e aqui estou. Eu dei completamente minha vida para ele e Daisuke-chan aceitou-a com relutância. Guardando-a em sigilo, num local onde apenas ele poderia penetrar. Seu coração.

Eu não sei quando eu irei me declarar à ele. Acho que está muito cedo. Ele ainda sente as feridas, mas é forte como pode. Eu gostaria que ele confiasse seu coração apenas para mim, e eu estou disposto a correr atrás. Porque eu o amo.

   Já faz duas semanas que eu não o vejo mais chorar. E eu acredito que ele realmente esteja tentando. Claro que às vezes eu vejo algumas lágrimas, mas nunca chorando descontroladamente. E eu fico feliz. Por ele estar tentando. Hoje é quinta-feira e eu estou no caminho para sua casa, indo buscá-lo.

Eu resolvi tocar a campainha e esperar. Fui recebido por sua mãe, sempre sorridente, dizendo-me que Daisuke Lee estava na cozinha tomando seu café. Ela me pediu para ir até lá, porque ela já estava saindo.

Eu assenti e ela saiu pela porta.

Segui até a cozinha e peguei uma cadeira para sentar ao seu lado. Ele estava com um caixinha de café com leite em suas mãos e o canudinho na boca. Tão infantilmente adorável.

- Bom dia Daisuke-chan! – Eu falei, enchendo o ambiente com a minha presença.

Quando me notou ele assustou-se e endireitou-se na cadeira, retirando o canudinho da boca e sorrindo. Eu via um brilho em seus olhos.

- Bom dia, Junkhyou-kun. ~ Quer café com leite? – Indagou, erguendo-me a caixinha.

- Não, não. – Balancei a cabeça. – Eu já tomei café.

Ele fez bico e uma cara falsamente chorosa.

Eu sorri.

- Okay, me dá um pouco. – Eu estendi a mão.

Ele me entregou e sorriu abertamente.

- Yey. ~

Sorvi um pouco do líquido levemente adocicado.

Ele relaxou na cadeira e olhou para mim, quando devolvi a caixinha para ele. Antes de terminar o líquido, ele respirou fundo e eu prestei atenção.

- Obrigado.

Ele parecia meio sério.

- Pelo quê? – Indaguei, completamente confuso.

- Por tentar. – Ele sorriu fraco. – Mesmo quando nem eu queria mais. – Ele fez uma carinha triste e seus olhos se encheram de lágrimas. Ele começou a chorar em silêncio e eu não agüentei.

- Awn, Daisuke. – Eu me aproximei dele e o abracei. Daisuke me segurou com força. Ele tremia. – Não fica assim. Eu nunca vou lhe abandonar.

- É sério? – Ele suspirou, ainda chorando.

Eu o afastei e olhei em seus olhos. Seu rosto já estava vermelho.

- É claro! Eu gosto muito de você, Daisuke-chan. – Eu afaguei suas costas e limpei suas lágrimas. Ele suspirou lentamente e sorriu.

- Desculpa.

- Porque está se desculpando? – Eu franzi o cenho. – Você pode desabafar comigo quando quiser, meu anjo.

Ele corou, mas sorriu mesmo assim.

- Certo.

- Então, vamos?

Ele assentiu e nos levantamos, prontos para mais um dia na escola. Mas agora estava bem. Ele estava mais doce, mais alegre e eu o amava mais ainda. Tentava ao máximo me concentrar e não transparecer isso, mas eu às vezes extrapolava e o tratava como se fosse meu namorado. Sem a parte do beijo, é claro.

Estávamos a caminho da escola.

- Posso lhe pedir um favor? – Ele perguntou, com as bochechas coradas.

Eu franzi o cenho, mas assenti mesmo assim.

- Segura minha mão? – Ele pediu baixinho com um bico, levantando a mão.

Eu sorri e a peguei carinhosamente, afagando-a de leve.

- Por que isso?

- Eu me sinto seguro. – Ele falou com um sorrisinho tímido. – Lembra quando você fez isso ontem pra atravessarmos a rua?

- Ah. – Eu fiz uma expressão de quem acabara de se lembrar. – Lembro.

- Foi legal. – Ele sorriu adoravelmente e se aconchegou mais ao meu lado, depositando um beijo rápido na minha bochecha. – Obrigado.

Eu me virei – sorridente feito um idiota – para ele.

Ele me beijou, Deus. Esse é o melhor dia da minha vida.

- Não foi nada. – Eu falei e em seguida afaguei sua mão mais uma vez.

   Estávamos sentados abaixo de sua árvore favorita no dia mais frio do ano – em minha opinião. Passaram-se cinco meses desde que nos tornamos amigos. Ele estava quase sentado no meu colo enquanto tremia ligeiramente e tentava abrir a caixa de chocolate.

- Eu desisto. – Ele bufou, me entregando a caixa. – Isso é muito difícil. Eles não pensam nas crianças que irão abrir essa porcaria? Droga.

Eu ri, enquanto me concentrava na tarefa de abrir a caixa.

- Pronto. – Entreguei a ele, que fez uma expressão surpresa. – É por isso mesmo, pra elas não abrirem sem a permissão dos pais. – Eu ri.

Ele franziu o cenho mais ainda, pegando um chocolate e mordendo.

- Isso é injusto.

- Por quê? Você não parece ser uma criança. – Eu acrescentei, enquanto ele dividia quatro chocolates e me entregava a metade. – Obrigado. – Eu comi.

Ele colocou o chocolate na boca e ficou pensando sobre alguma coisa.

- Quando ligam lá em casa eles me confundem com o meu irmão mais novo. O Douglas. – Ele franziu o cenho. – “Oi querido, passa pra mamãe." – Imitou e franziu o cenho, fazendo bico. – A minha voz é tão ruim assim? – Choramingou falsamente.

Eu ri.

- Eu acho legal.

Ele estreitou os olhinhos.

- Meu irmão tem cinco anos. – Chamou atenção a isso.

- Ai senhor, um dia sua voz muda, calma. – Eu falei rindo.

- É, tomara que sim. – Ele comeu um chocolate e me entregou outro. Enquanto eu comia o meu, ele já havia terminado o dele e dirigiu o olhar à mim. – Amar é igual dormir na sala de aula. Você não pode fazer isso, mas você faz. – Falou. – Então é errado?

Eu engasguei com a minha própria saliva.

- Porque se importa com isso? – Indaguei surpreso.

- Eu só estou perguntando, qual o problema nisso? – Ele sorriu provocativamente.

Ele estava escondendo alguma coisa ou só queria me provocar.

- Nenhum. – Eu abri minha garrafa de água e tomei um gole. Fechei os olhos e os abri, mais calmo agora. – Bem, – Eu comecei e ele sorriu abertamente, como se estivesse mostrando que estava me ouvindo. – Amar não é errado. Amar é fácil, mas continuar apaixonado? – Eu ri baixinho. – Esse é o desafio.

Ele riu também.

- Você diz isso como se fosse impossível amar para sempre.

- Não é isso. – Eu falei, um pouco sério. – É que às vezes você se apaixona e não é retribuído, tipo assim, nunca. – Eu sorri fraco. – Daí você desiste.

Ai, senhor, eu tenho de parar de transparecer que gosto dele.

Respirando fundo, Jun.

Pronto.

- Você gosta de alguém, Jun-chan? – Indagou.

Eu suspirei e tentei sorrir.

- É, eu gosto. – Desviei o olhar.

Ele não disse nada. Nem uma simples palavra, ele ficou ali do meu lado. Mesmo sendo pequeno, ele conseguiu me abraçar pela cintura e me apertou de leve. Encostou a cabeça no meu braço e suspirou.

- E porque não diz pra ela?

- Não é tão fácil assim, Daisuke-chan. – Eu falei. – Além do mais, eu não acho que essa pessoa goste de mim.

Ele não disse nada, só ficou me abraçando.

- Então deixa eu te dizer uma coisa, antes que resolva se declarar pra essa pessoa. – Ele me soltou, segurando a caixinha de chocolate em mãos. Ele parecia estar determinado a não me olhar nos olhos. Eu franzi a testa, curioso.

- O que é?

Ele se virou de frente para mim e subitamente me deu um selinho, de olhos fechados. Ele se afastou rapidamente.

- Eu te amo. – Eu percebi suas bochechas corarem e seus olhos se abriram. No mesmo instante eu senti meu corpo inteiro estremecer e meu coração começar a bater tão rápido que eu tive medo de ter um ataque cardíaco. Ele disse aquilo de forma tão fofa e eu não tinha o que dizer. – Não um talvez eu te ame ou algum dia eu irei lhe amar, não – nesse exato momento eu te amo. – Ele virou o rosto para mim e sorriu fraco, começando a brincar com a borda da caixinha de chocolate e desviou o olhar. – Eu percebi uma coisa, – E sorriu. – eu preciso de você. Eu confio em você, eu admiro você. Eu preciso de você, Jun-chan; você pode estar errado muitas vezes, e nós podemos brigar às vezes, mas nada, nada nesse mundo pode mudar o fato de que eu te amo. – Ele suspirou sofregamente e, nesse momento eu percebi que ele estava sofrendo por dentro. Saíam espessas lágrimas de seus olhos. Tão grossas que caíam rapidamente e em grandes quantidades. – E é pra sempre. – Ele levantou o olhar pra mim. – D-Desculpe.

Eu sorri.

- Porque está se desculpando? – Indaguei e toquei seu rosto, levantando-o até perceber que ele me encarava. Eu limpei suas lágrimas com meus dedos e suspirei lentamente. – Você não pode se desculpar por um sentimento seu.

- C-Claro que sim. – Ele soluçou. – Você queria ser meu amigo. Você queria que eu sorrisse de novo e eu... Eu caí tão facilmente.

- Daisuke-chan. – Eu o chamei e ele piscou. Aproximei-me dele e vi seu rosto corar absurdamente. Eu o abracei e percebi ele gemer de forma manhosa e suspirar. – Eu posso me pronunciar agora?

Eu não esperei resposta e o apertei em meus braços por breves segundos e desfiz o abraço. Segurei sua mão e olhei em seu rosto.

- Eu amo o fato de você saber tudo sobre mim, meu anjo. Amo suas expressões faciais. Amo o jeito como você chama meu nome. Eu amo seu sorriso. Amo suas risadas. Eu amo o fato de termos o mesmo senso de humor, de nós estarmos na mesma sintonia. Amo o seu perfume e como o seu cheiro ainda permanece em minhas roupas. Eu amo seus abraços longos. Eu amo o jeito que seus olhos se iluminam quando você ri. Eu amo o fato de eu ser seu favorito, seu melhor amigo. Eu amo o fato de nossas mãos se encaixarem perfeitamente. Eu amo quando você está preocupado comigo. Eu amo o que você me faz fazer, mesmo que seja algo bastante clichê. Eu amo como você me faz explodir em acessos de riso depois de tudo que você diz, porque eu acho que você é realmente muito engraçado. Eu amo como você confia em mim. Eu adoro a forma como nós somos melhores amigos e que eu posso confiar em você. Eu amo o fato de que eu pude conhecê-lo. Eu amo você. – Eu falei; eu sorria feito um bobo. Daisuke-chan conseguiu relaxar um pouco e até riu de algumas frases que eu disse. – Eu sou seu, Daisuke. Cada átomo meu pertence a você.

Ele colocou as mãos em meus ombros e aproximou-se lentamente.

- Você é muito bobo, Jun. – Ele sorriu e eu consegui sentir sua respiração muito próxima do meu rosto. Eu sorri em resposta e coloquei minhas mãos em sua cintura.

- Eu sou bobo por você. – Falei, quebrando o espaço entre nós e o beijando. Seus lábios eram macios e no momento em que eu pedi passagem com a língua, ouvi um suspiro doce deixar suas narinas e sorri com aquilo sem quebrar o beijo. Nossas línguas brigavam por espaço numa luta que parecia ser sem fim. Ele me apertou mais e subiu em meu colo, sem quebrar o beijo; sorriu quando se aconchegou no local e voltou a me beijar quase que vorazmente. Eu apertei sua cintura e ele gemeu entre o beijo.

Separamos-nos para buscarmos ar. Seus lábios estavam vermelhos e respirava pesado tanto quanto eu.

- Por que não disse isso antes?

- Porque eu tive medo de fazer você sofrer de novo. – Falei e minhas mãos adentraram pelo seu casaco. Ele estremeceu.

- Faz sentido. – Falou, mordendo o lábio. Ele encostou sua cabeça na curva do meu pescoço e descansou ali. – Amo você.

- Eu também amo você. – Sussurrei. - Pra sempre.

- Esse é o desafio? – Indagou ele, rindo.

- Mas está tudo bem agora. – Falei, afagando seus cabelos ruivos. – Eu prometo que venceremos.

Ele riu adoravelmente.

- Você continua dizendo palavras bonitas.

- Você acha? – Ele assentiu.

- Diz algo bonito pra mim? – Pediu, manhoso.

Eu fiquei pensativo por um tempo até que finalmente achei algo interessante.

- A próxima pessoa que eu irei amar depois de você será nosso filho. – Eu sorri.

Ele se afastou e me encarou com o cenho franzido.

- É sério?

Eu sorri abertamente.

- Claro que sim. Nosso futuro tem de ter crianças.

Ele riu.

- Nosso futuro será lindo. – Daisuke me deu um selinho.

- Sim. – Beijei seu nariz.

E eu não menti; o que eu sinto pelo Daisuke é algo tão intenso que eu nunca quero perder esse sentimento, só expandí-lo mais e mais.

Muitas pessoas passam suas vidas inteiras procurando o que eu consegui encontrar em seus olhos; força, determinação, doçura, persistência... Mas há também algumas cicatrizes que conseguem firmemente dizer: Eu estava profundamente ferido, mas eu sobrevivi.

E eu tenho orgulho de dizer que eu o ajudei nessa missão. ~


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Notas finais do capítulo

Foi algo tão bobinho e /cry ;3;Eu sei que desapontei, podem me bater. ;__;Mas, enfim, qualquer erro me digam, tá?