-Ei, Rachel, não podemos desistir, Harry nunca desistiu quando precisamos, porque desistiríamos agora? Se ele estivesse em nosso lugar ele iria atrás de qualquer coisa para nos ajudar. – Neville estava decidido em ter coragem uma vez na sua vida, em honrar o nome que levava assim como os pais tinham honrado sendo aurores, ele sentia em cada membro de seu corpo que precisava tentar.
 -Mas fazer o que Neville? – Rachel abriu os olhos e olhou para o Grifinório.
 -Quem está ai? Quem disse isso? – Harry olhava para todos os lados, confuso e apavorado. – Anda apareça. – Harry sacou a varinha das vestes e fez a luz vir ao lugar ainda olhando para todos os lados.
-Ora, ora, ora, você não reconhece a voz de quem lhe deu essa bela cicatriz na testa. – A voz era arrastada e tediosa, só de ouvi-la Harry sentia um arrepio na espinha, ele sabia quem era, e sabia o que queria, só não sabia como.
-Voldemort... O QUE VOCÊ QUER? –Harry ainda não o via, era impossível ele ter entrado em Hogwarts, então como estava ali?
-Quero ver a luz deixar os seus olhos meu caro. – Com um risinho fraco o dono da voz tomou forma em frente a Harry, não era aquela imagem asquerosa que Harry vira no cemitério, era um Voldemort muito jovem e muito bonito. – Você deve estar se perguntando como eu estou aqui e como estou tão jovem não é? – Tom começou a rodear o garoto inerte. – Pois bem, creio eu que deve se lembrar do meu diário Senhor Potter, ele assim como o Diadema, não são mais simples objetos... – Tom parou em frente a Harry e olhou fundo em seus olhos azuis, enquanto os seus completamente frios e obscuros, maldosos.
 Hermione foi abrindo os olhos aos poucos, ela não tinha uma visão clara de onde estava somente ouvia vozes ao longe e sentia-se muito quente, apesar do lugar estar extremamente frio e úmido, sua cabeça girava e a visão estava turva, aos poucos foi se sentando e sua visão foi tomando foco, só então que ela pode distinguir as vozes e ver que ainda estava na câmara.
-Neville, Rachel! – Imediatamente a Sonserina e o Grifinório olharam para a garota, pararam de discutir e prestaram atenção nas palavras que seguiram. – O que aconteceu? – Sem resposta para a pergunta de Hermione os dois se olharam e perceberam que os outros também estavam acordando.
-O que são então? – Harry olhou confuso para Tom, que ficou com o olhar ainda mais maligno depois da pergunta do rapaz.
-São Horcruxes! – Tom olhou para Harry com um sorriso maligno na face.
-O que são... – Antes de poder terminar a frase Harry teve a sensação de estar caindo de um penhasco e finalmente com um baque surdo caiu ao chão.
 Sua visão estava ainda muito embaçada e sua cabeça girando, quando finalmente a cabeça parou de girar ele percebeu que estava sem seus óculos e por isso sua visão não voltara ao foco.
 -Ele esta acordando. – Hermione falou aos cochichos para os amigos que estavam em volta de Harry assim como ela, todos muito sujos e molhados. Hermione pegou os óculos do chão e estendeu ao amigo zonzo. – Como esta se sentindo Harry? – A expressão preocupada da amiga não o surpreendeu.
 -Melhor do que dois segundos atrás e pior do que nos próximos quatro. – Colocando os óculos diante dos olhos, Harry deu um sorriso fraco para a amiga que pareceu estar aliviada que ele estivesse melhorando, todos levantaram de sua volta e Rony estendeu-lhe a mão para levantar do chão. – Ainda estamos na câmara... – Harry olhou em volta, ela estava exatamente como da última vez, cheia de ossos e pele de cobra.
-Parece que sim. Vamos ver se achamos Tom. – Draco foi andando na frente e todo o resto passou a segui-lo, chegaram até uma passagem trancada, Harry lembrava como deveria abri-la então tomou a frente e murmurou algo em língua de cobra, a passagem abriu e todos passaram por ela, e finalmente chegaram ao centro da câmara.
-Eca, que cheiro de podre. – Bella olhou para os lados a procura da causa do cheiro horroroso, e lá estava, um basilisco em decomposição de três anos. – Já descobri o que é. Acho que vou vomitar. – Bella estava enjoada só de olhar para aquilo, como também de sentir o cheiro que vinha da cobra morta.
 -Não tem nada aqui Harry. Tom não esta aqui. -  Todos olharam em volta e perceberam que Luna tinha razão, o que tinha ali era somente uma cobra morta e muita umidade, fora isso somente eles parados.
 -Isso é impossível, nós o vimos pelo mapa, o mapa nunca se engana, ele entrou aqui, ele tem que ter entrado. – Harry ficou nervoso, ele não se lembrava do que havia acontecido antes de acordar, somente um borrão veio a sua mente, começou então a fazer força para lembrar-se do que se passou antes de despertar com os amigos a sua volta, ficou um pouco tonto e passou a lembrar-se do acontecido. – Espera aí, antes de acordar eu tive um sonho estranho, não sei bem se foi um sonho, eu estava bem aqui com Tom a minha frente, ele me falou sobre uma tal de Horcrux disse que o diário e o diadema eram Horcruxes... – Harry pareceu confuso, ainda fazendo muita força para lembrar-se do que mais ocorreu.
 -Horcrux Harry? – Hermione olhou preocupada para amigo que tinha a visão focada no chão e colocou a mão sobre seu ombro.
 -É, Horcrux, tenho certeza de que foi isso que ele disse. – Harry levantou a cabeça e olhou para a amiga preocupada, desviando o olhar algo lhe veio à mente. – Vocês não desmaiaram também... Desmaiaram?  - Olhando para todos a sua volta Harry aguardou a resposta.
-Na verdade sim, todos menos Rachel e eu... – Neville olhou para Harry. – Vocês estavam um tanto febris, e ás vezes sussurravam coisas. – Neville olhou para Rachel que simplesmente concordou com a cabeça.
 -Acho que todos nós tivemos um tipo de devaneio quando entramos na câmara, talvez seja isso que a “nova lembrança” de Voldemort faça... – Harry olhou para os amigos atentos a suas palavras. – Mecha com a nossa cabeça, faça ilusões, mas não sei se é tão poderosa, afinal só pode atingir alguns de nós não é mesmo? E só por um tempo, não foi permanente, talvez não esteja forte o suficiente. – Harry olhou para o chão novamente e o sonho que o atormenta todas as noites lhe veio a cabeça.
 -Vamos sair daqui, não achamos nada, e vamos precisar de tempo para descobrir o são as tais Horcruxes e o que elas fazem, quando soubermos estaremos preparados para voltarmos para cá. – Hermione puxou Harry pelo braço e todos foram até a entrada da câmara.
 -E como vamos sair daqui? – Dani olhou para Hermione um tanto brava. –Quer que escalemos? – Ela poderia estar mais modesta, mas não estava menos arrogante, afinal a rainha pode deixar a majestade, mas a majestade nunca deixa a rainha.
 Hermione olhou para Daniry um tanto ofendida e conjurou uma corda extensa, conjurando outro feitiço a corda foi subindo até a abertura da câmara, Hermione certificou-se de que estava bem firme e olhou novamente para Daniry que tinha os olhos em chamas.
 -Bem, aqui está quem será o primeiro? – Hermione estava realmente cheia de si depois de dar o remédio certo para calar arrogância de Daniry.
 Fred e Jorge foram os primeiro a subirem e depois foram seguidos pelo resto, estava tarde e todos decidiram ir dormir, pois a manhã que seguiria seria longa e ocupada, para se despedir Hermione foi até Draco e passou as mãos em seu pescoço dando abertura para ele colocar as mãos em volta de sua cintura, com um beijo terno e amoroso os dois se despediram, ao abrirem os olhos notaram que todos faziam o mesmo exceto Harry, Dani, Ron e Bella que andavam na frente cada um tomando o rumo para o seu aposento.
 -Hm... Acho melhor eu ir indo, te vejo amanhã no café, está bem? – A grifinória olhou nos olhos do sonserino que tinha em sua frente, lhe deu um beijo ao canto da boca e desvencilhando-se de seus braços fortes correu atrás dos amigos.
 Chegando a sala comunal da Grifinória, Ron e Harry separaram-se de Hermione que seguiu para o quarto das meninas, deixando novamente os dois amigos sós.
 -Parece que o lance da Hermione e do Draco está realmente sério... – Ron tinha seus pensamentos longes, enquanto Harry queria apenas dormir e ter, talvez, a desgraçada sorte de Voldemort em sua mente outra vez, para poder explicar-lhe o que eram as Horcruxes e o que faziam.
 -Parece que sim. – A resposta fora ríspida fazendo com que Ron se calasse, os dois subiram até o quarto dos meninos e deitaram em suas camas, não demorou muito para que pegassem no sono e ao contrario do que Harry pensava sua noite foi tranqüila e rápida, completamente vazia, sem sonhos e nem pesadelos.