Lies escrita por San Costa


Capítulo 22
Capítulo 23 - A hora da despedida




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Narradora

Depois de algumas horas, em que todos passaram reunidos perto do corpo de JP, Carlisle se levantou e fui providenciar seu velório e enterro. Eles levaram JP pra reserva, lá Dany, Nessie, Emily e Esme lavaram e perfumaram o seu corpo e lhe vestiram somente uma bermuda, deixando o resto do seu corpo nu. Depois Sam, Jake e Seth o colocaram em uma tabua e o levou até onde estava um dos anciões da aldeia. Ele começou a pintar seu peito e braços, enquanto isso ele cantava uma musica quileute em voz baixa. E então eles o levaram pra fora. A noite estava fria e sem estrelas, mais escura que o normal.

Jake, Seth, Sam e Edd carregaram o corpo de JP até o centro do grande circulo de gente. Um zumbido de lamuria se era ouvido ao longe, todos choravam.

Não me interessa como está o tempo, não

Dia de luto é muito sofrimento, então
       Um silêncio toma conta de quem chora por dentro
           E uma palavra de lamento, não pode amenizar
         Esse momento triste de quem deixou de existir


Jake foi o primeiro a ir até o centro, ele se abaixou e depositou um beijo na testa do neto. Grossas lagrimas rolavam de seu rosto. JP tinha um semblante tranqüilo, sereno.

A vida segue o sentido a caminho da morte eu sei
(Mas não me acostumei...)
Com cadáveres, flores dentro de um caixão
Lágrimas dores dentro de um coração

Nessie foi até onde Jake estava e o abraçou, ela pousou a mão sobre a mão do neto.

- Ele sempre foi o mais serio entre os primos. O mais calmo. – Ela se abaixou e beijou seu rosto. – Meu querido. – Ela sussurrou sentindo o nó se formar na garganta. – Descanse.

Que nunca mais vai chorar, ou muito menos sorrir
O céu escuro sustenta um temporal que não acalma
Será chuva ou fúria, de Deus chorando pela alma

Os dois se afastaram enquanto Henri e Duda se aproximaram do primo. Ela o abraçou chorando muito, suas lagrimas molhavam o rosto de JP. Henri a puxou pros seus braços e a prima enterrou o rosto em seu ombro ainda chorando muito.

Cada um dos quileute foi ate o corpo de JP, algumas mulheres colocaram flores ao seu redor. Os homens falavam sobre suas qualidades.  Cada um dos Cullen foi até ele

Por ultimo Dany, Edd e Kauã se aproximaram do corpo, Dany se ajoelhou do lado dele, chorando e dizendo coisas sem nexos. Edd abraçou a esposa e também deitou seu rosto sobre o filho. Kauã se abaixou por trás da cabeça do irmão e acariciou seu cabelo enquanto as lagrimas se derramavam por seu rosto.

E nada supera a dor de quem ficou pra trás
Dos familiares, dos pais, os filhos choram demais
Mesmo sabendo que naquele corpo não há vida
O sentimento de perda, bate na hora da partida

Jake olha pra Edward e os dois vão até eles.

- Está na hora. – Edward fala tocando o braço de Edd.

- Não. – Dany chora se agarrando mais forte ao filho. Bella se aproxima e envolve Dany em um abraço e a tira de perto de JP.

Emily coloca uma manta sobre a parte inferior do corpo de JP. Então Edd, Jason, Jacob e Edward levam o corpo em direção ao mar. Eles entram até que a água atinge seus peitos. Jake pega um isqueiro que esta ao lado de JP e acende uma tocha, logo depois ele acende as pontas da manta que esta sobre ele.

Eles o empurram e ficam olhando enquanto o corpo navega para o alto mar já com chamas altas, chamas azuis e roxas. Jake abraça o filho e eles voltam cabisbaixo pra praia.

Rola uma lágrima
Só uma gota e nada mais
Esse mundo é um rio de sangue
Talvez não seja tão importante
Rola uma lágrima
Só uma gota e nada mais,
Só uma gota te pedindo a paz,
Só uma lágrima e nada mais

           Os Cullen voltaram pra casa envoltos em uma profunda tristeza. Somente o tempo poderia apagar a dor e tristeza de cada um deles.

Ness

           A semana passou lentamente, e eu sentia algo estranho, uma dor no coração que eu não sabia o motivo. Sempre que dava Julia, Luc e eu planejamos como seria a fuga. Hoje eu me sentia sozinha, Luc havia saído em uma missão e eu ainda não tinha visto a Julia, provavelmente também estaria fazendo algo pra Aro. Caminhei pelo pátio de trás do castelo, me deixando admirar a paisagem do lugar. Haviam varias arvores nas quais muitos pássaros cantavam alegremente, sem saber onde estavam. Um deles chamou a minha atenção, um pássaro colorido e de repente eu só conseguia ouvir a ele, o seu canto era divino, hipnótico. Ele veio até onde eu estava sentada e pousou no chão ao meu lado. E então ele sumiu e do meu lado estava Julia.

           - Me desculpe pelo canto.

           - Ã? – Eu não sabia se era por causa do susto de vê-la se transformar na minha frente ou se eu só não tinha entendido o que ela tinha falado. Julia sorriu. – Você é uma transmorfa?

           - Eu nunca pensei nisso assim. – Julia falou abaixando a cabeça. – Mas... Acho que não.

           - É a única explicação pra você conseguir se transformar em pássaro, vampiros não são imutáveis?

           - Yeah, mas esse é meu dom. Eu posso me transformar no pássaro que eu quiser e meu canto é hipnótico, por isso me desculpei.

           - Oh! Realmente eu não conseguia parar de te ouvir, interessante. Aro deve amar seu dom.

           - É ele é muito útil, todos os dois. – Ela viu minha cara confusa. – Como pássaro eu posso vigiar qualquer um dos seus inimigos sem ser percebido, e ninguém nunca vai esperar que um pássaro seja uma ameaça, então se eles fizeram algo de errado eu canto e os prendo até Aro mandar alguém pra resolver o problema.

           - Nossa incrível. Aro daria qualquer coisa por você. Vai ser ainda mais difícil conseguirmos fugir.

           - Realmente ele deu. – Ness percebeu que Julia ficou triste, mesmo ficando curiosa com o que ela falou Ness esperou até que Julia explicou.

           - Sabe ao contrario da maioria eu me lembro exatamente de tudo da minha vida antes de ser transformada. Posso te contar minha estória?

           - Claro Ju.

           - Ela tem haver com sua família.

           - Como?

           - Aro sempre foi fascinado com a sua família. Ele e Carlisle foram amigos há muitos séculos atrás, e ele não aceitava que o amigo tinha uma família tão poderosa. Quando sua mãe nasceu Aro fez de tudo pra acabar com sua família e pegar os dons que ele queria. – Julia estava me contando o que Luc começou e Jane não deixou ele terminar. – Depois disso Aro tentou varias vezes matá-los e os atacou mais de uma vez. – Eu senti uma dor forte em meu peito, pelo visto onde quer que eu fosse mentiriam pra mim. Julia prosseguiu. – Pra acabar com sua família Aro se uniu a minha espécie.

           - Você não era humana? – Perguntei surpresa a interrompendo.

           - Quando fui transformada ainda era uma humana, mas não seria pra sempre. – Eu não estava entendendo. – Meu pai e minha mãe eram imortais e eu já estava começando a sentir os efeitos da transformação, e eu queria ser uma imortal, então Aro viu o meu potencial e Marcos me transformou.

           - Deixa eu entender. Você diz imortal como os que a Chelse me explicou, como era o nome do líder deles?

           - Bartolomeu.

           - Isso. Então você realmente não é um simples vampira, se não você não conseguiria mudar seu corpo.

           - Não sei...

           - Você já pensou que só precisa desenvolver seu lado imortal? – Julia me olhou com intensidade.

           - Tem lógica.

           - Claro que tem. – Falei sorrindo e ela me acompanhou. Eu fiquei seria novamente.

           - E seus pais?

           - Quando eles descobriram que Marcos havia me transformado eles enfrentaram Aro e Aro os matou.

           - Sinto muito.

           - Obrigada Ness. Bem como você viu eu também odeio os Volturi tanto quando Luc e tudo o que eu quero é ir embora daqui.

           - Eu ainda tenho tantas duvidas.

           - Eu tenho certeza que a sua família esclarecerá qualquer duvida que você tiver. Ness me escuta. – Julia pediu quando eu ia protestar. – Este mundo “sobrenatural” é cheio de rivalidades, e maldades. E uma intriga não é resolvida com ofensas verbais é resolvida com lutas. E pelo o que Luc disse quando você nasceu você era quase cem porcento humana e seus pais só quiseram te proteger.

           - Okay. Eu já entendi essa parte.

           - Que bom. – Julia rodeou seu braço pelo me pescoço me puxando pra um abraço.

           - Sabe eu não entendo...

           - O que?

           - Por que agora eu desenvolvi todos os poderes vampirescos.

           - Eu não sei te explicar exatamente por que, seu bisavo Carlisle é o mais recomendado pra te explicar, mas vou tentar assim mesmo... O genes lupinos você deve ter desenvolvido através dos anos, você provavelmente conviveu com algum vampiro. – Quando Julia falou isso eu me lembrei de Dereck.

           - Isso. Eu conheci um rapaz que com certeza era vampiro.

           - Então. E os dons vampirescos se desenvolveram a partir de quando você começou a se alimentar como um vampiro. E o sangue humano fez tudo se desenvolver mais rápido. Quando encontrarmos sua família Carlisle pode te explicar melhor. – Afirmei com a cabeça. Eu me sentia estranha sempre que falavam na minha família. Eu ainda me sentia ressentida com eles, mas eu queria conhecê-los, saber mais sobre eles. Estava ansiosa e tinha medo deles não gostarem de mim.

           - Vamos treinar? – Julia chamou depois de um tempo em silencio.

           - Vamos.

           - Luc ainda não voltou?

           - Não. Vocês estavam juntos?

           - Não, ele foi com Inácio pra algum lugar secreto. Eu só espero q ele volte logo e não tenhamos que mudar nossos planos.

           Julia e eu fomos pra onde outros volturi estavam treinando e começamos a lutar juntas. Nós já estávamos a mais de quatro horas lutando, meu corpo já estava começando a dar sinal de cansaço, Julia era uma ótima lutadora. E então tudo aconteceu muito rápido pra que eu pudesse entender, Julia atacou e eu sabia que ela iria me acertar, por que eu não consegui desviar. Fechei meus olhos e quando eu os abri eu não estava mais na área de luta dos Volturi. Eu estava em um campo verde, o mesmo dos meus sonhos, só que não tinha fumaças e nem estava embaçado, como sempre fica. No fundo haviam varias arvores, cada uma mais linda que a outra e como da primeira vez eu vi que nelas tinha maças vermelhas. Onde eu estou?

           - Ness. – Me virei com o som da sua voz, eu não precisava olhar pra saber quem ele era.

           - Arthur. – Quando eu o olhei eu não me importei que eu estava chateada com ele, na verdade eu nem estava mais, ou se ele estava chateado comigo. A única coisa que importava era que ele estava li, na minha frente e que eu estava morrendo de saudade. Acabei com o espaço entre nós e joguei meus braços em volta do seu pescoço. Ele estava diferente, não tinha aquela áurea branca em volta dele e ele estava mais quente. – Onde eu estou? – Ele me olhou com uma ruga na testa.

           - Você realmente esta aqui?

           - Como?

           - Esta é uma dimensão paralela a terra Ness. Você desenvolveu seu dom. – Arthur falou com um sorriso, porem ele não parecia bem, seu semblante estava triste e estava mais magro que antes.

           - Você esta bem? – Antes que ele respondesse eu ouvi a voz da Julia me chamando. Eu não queria ir, eu queria ficar com ele, queria saber por que ele estava tão triste, entender essa evolução do meu dom, mas era tarde, tudo ficou escuro e quando eu abri meus olhos eu estava olhando pra uma Julia desesperada.

           - O que aconteceu? Você esta bem?

           - Estou. Vem. – Levantei e puxei Julia pra longe de todos que nos olhavam. Expliquei o que tinha acontecido, ela foi comigo até meu quarto e me ajudou a achar no arquivo sobre o meu dom, que Luc me deu, sobre viajar pra outra dimensão. Passamos o restante do dia entretidas lendo e relendo o arquivo.

           “toc toc”

           Luc colocou a cabeça pra dentro do quarto, ele tinha vários arranhões no rosto e no corpo.

           - O que...

           - Não se preocupe, não é nada demais. – Ele me cortou. – Precisamos conversar. – Ele veio até nós e parou na nossa frente. - Será hoje.


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