Atlantis - os Dois Reinos escrita por LadySpohr, Tay_martins


Capítulo 23
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Taí, espero que não esteja muito ruim, já que fiquei escrevendo até 1 da matina x.X



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- Dante -

As dores da derrota e da vitória

Aquilo que foi e que era,

Que um dia viria a ser.

Um coração fadado,

Por um espírito livre,

A encontrar seus próprios meios

De trilhar seu próprio caminho

          Longos minutos se passaram... O que será que estava acontecendo lá encima? Será que elas o derrotariam lá mesmo? E então viriam para me salvar? Que cômico... As garotas vindo em resgate do príncipe...

         Não havia nada que eu pudesse fazer... de novo... impotente... Elleonor estava desolada. Esse é meu destino?

         De repente, não acreditei no que estava vendo. Barton descia as escadas, acompanhado de Ariana, Ursula e Betina. Ele falava como se estivesse num tour.

         - Oh, cuidado com o degrau. E aqui, temos minha sala de experiências. Não liguem a sujeira, foi o melhor que consegui fazer com esse lugar abandonado. E ali, é a sala de hospedes. – estava apontando para mim. Realmente odeio a ironia desse cara.

         - Dante! – Ursula exclamou – está tudo bem com você?

         - Oh sim, está tudo bem. Eu e o professor... Digo... Lorde Barton estávamos tomando um chá e falando sobre trivialidades enquanto vocês não chegavam.

         - Oh sim, e não esqueça dos biscoitos e sobre a conversa a respeito da bolsa de valores. – Barton completou, deliciando-se com aquela situação toda.

         - Ah, então você encontrou alguém a sua altura Dante... – Betina falou meio em deboche.

         - Eh, parece que sim... Mas por que vocês ainda não acabaram com ele e me tiraram daqui?

         - Porque não conseguimos – Betina ficou séria olhando para Barton.

         - Como assim? – indaguei.

         - Ora, ora Dante. Não prestou atenção em nossa conversa? – seus olhos azuis pareciam estar me penetrando profundamente, congelando tudo até minha alma. – Suas amigas não têm as armas necessárias para me derrotar.

         Ajeitou a barba, e apontou um lugar para as garotas se acomodarem.

         - Pois bem. Como hoje encerraremos... toda a trama que perdura por séculos. Hoje, EU, Lorde Barton de Du’Bay colocarei um ponto final na Guerra dos EXO. – lê-se écso – exterminando a linhagem de ouro. Dentre eles o último descendente da família real, Dante de Claredon – na verdade é Dante Augusto Weber – e ninguém poderá me impedir de cair nas graças do rei Christopher, O SUPREMO.

         Esse cara parecia ainda mais megalomaníaco falando essas coisas. Fala sério, eu sou assim? Não... esse cara com certeza é pior que eu.

         - Bem – continuou – dessa forma, sinto-me generoso. Portanto vou explicar para vocês o que originou tudo isso, para que tenham o que odiar pela eternidade inteira! – lá vinha mais história. Mas agora parecia que seria interessante. Parecia realmente que estávamos na aula de história... não fosse o ambiente macabro, e eu acorrentado. – As duas grandes nações do mundo. Lemuria e Atlântida viviam em paz, até que surgiram reis gananciosos e ambiciosos que queriam deter todo o poder que havia sido descoberto, sem que houvesse um rival para impedi-lo da supremacia total. Pois nós somos isso. Tudo entre nós não passa de relações de poder. A existência humana não passa da busca pela supremacia sobre os outros – esse pensamento era tão mesquinho para mim... por mais que tivesse um fundo de verdade... não é só isso... – e uma nova tecnologia fora descoberta. Cristais com uma fonte imensa de poder. Mais tarde chamado de EXO-Lyrium. Muitos chamaram a energia que ele acumulava de energia originária. Outros chamaram de energia espiritual. Mas a única verdade absoluta era que seu poder realmente era tentador. Os cristais canalizavam essa energia que podia ser utilizada para diversas coisas. Desde simplesmente iluminação, até canalizadas em armas de destruição em massa.

         Fez uma pausa para ajeitar a garganta.

         - Assim, ambos os reinos eram detentores desses conhecimentos. E a guerra só piorava. Até que outros experimentos começaram a ser feitos. O EXO-Lyrium foi testado em seres humanos. Muitos morreram, os resultados primários foram catastróficos. Mas com o tempo, alguns dos experimentos passaram a dar certo. Partículas de cristais inseridas na corrente sanguínea, fazendo parte do sistema circulatório do corpo humano, catalisando essa energia originária, ou espiritual, como preferir, começou a gerar resultados surpreendentes. Dependendo da personalidade e da linhagem das pessoas, criavam poderes diferentes. Sendo divididas em três castas primárias, que vocês conhecem muito bem. Mas cada pessoa apresentava variações desse poder. E algumas apresentavam peculiaridades realmente poderosas.

         Ficou ainda mais sério.

         - Depois de um longo período de paz. Novos soberanos, ainda mais sedentos de poder e vingança assumiram os tronos das duas nações. Estes, impiedosamente, com todo o avanço da tecnologia azul, como era chamada – apontou para um cristal azul brilhando encima da mesa, então aquilo era o EXO-Lyrium? A luz que emanava dele era um de azul cristal pálido – ordenaram a guerra mais destrutiva dessa terra. Com tamanha energia originária sendo utilizada de uma só vez. O local onde ocorreu a guerra teve um lapso no cosmo, causando um rasgo no tempo-espaço, jogando-a para uma nova dimensão... E então, ocorreu o que vocês já sabem. Mas um próximo rei de Lemuria resolveu mexer nos remanescentes profanos daquela guerra, dessa tecnologia maldita, e continuou com os experimentos em si mesmo. Esse é Christopher, O SUPREMO. E não é a toa que tem esse título. Ele vive desde aqueles tempos antigos até hoje. Esperando o momento de governar o mundo inteiro.

         Então... era isso? Foi assim que tudo aconteceu? Por isso temos esses poderes? Remanescentes dos resíduos de cristais que estão gravados em nosso DNA e correm até hoje em nossa corrente sanguínea?

         - E embora eu não pertença a nenhuma das castas. Fiz experiências em mim mesmo com o EXO-Lyrium, que possui inúmeras propriedades, que até hoje ainda estão sendo descobertas. E todo o poder que vocês desenvolveram é uma manifestação da energia originária que os cristais catalisam. E os cristais no meu corpo absorvem quando chega perto demais de mim. Por isso, nenhum de seus poderes me afetará.

         Então era isso que ele queria dizer... Aí estava a última peça do quebra cabeça. Teríamos que lutar corpo a corpo. Mas ele tinha uma espada, significando que sabia lutar. E ao que eu via, a única nessa sala que sabia lutar corpo a corpo era Elleonor, que estava se auto flagelando.

         - Pronto – disse Barton – isso é tudo que vocês tem que saber para não morrerem ignorantes. Minha consciência agora está limpa.

         As garotas se inquietaram e se levantaram em posição de combate. Todas tentaram usar seus poderes que faliram ao se aproximar de Barton. Quanto? Ao que parecia, de olho, entre 6 e 4 metros... era uma distância considerável. Um projétil de Ariana teria que estar muito rápido para atingi-lo. Ursula teria que explodir algo próximo para afetá-lo... mas 6 metros não era uma distância efetiva. O que poderíamos fazer?

         - E como eu havia prometido. Vou começar a última noite de sangue, pelas peças menos importantes, até chegar no rei. – olhou para mim ao falar rei. Aquilo me deixava incomodado.

         Seu olhar passou por Ursula - Ora, um bispo, você poderá ser a segunda, querida. – então por Betina. – um cavalo. Ainda bem que não pode me atingir, oh amável Betina.  – por Ariana – o potencial de uma rainha? Matarei você com gosto. – e finalmente pousou em mim – como prometido meu caro rei, você verá todos os seus súditos perecendo. – Ariana e Ursula se espantaram com aquela fala. Betina pareceu entender.

         - Mas agora, vamos começar. – virou-se para Elleonor desembainhando sua espada - Pelo peão – como poderia matar assim, sua própria sobrinha? Estava a dez metros da garota. Alguém deveria protegê-la. – Elleonor, minha querida. Sinto em dizer que seus dias junto a mim acabaram – Elleonor aparentava aceitar seu destino com desgosto. – você me traiu, eu que sempre te dei educação, zelei por ti, te ensinei as artes da luta, as condutas de um nobre, os caminhos de Lemuria, você se rejeitou a cumprir sua missão, assim como seus pais – Elleonor pareceu acordar de um transe ao ouvir aquela fala – eles, como você, se recusaram a cumprir seus destinos, e eu tive que executá-los para limpar nossa honra. Mas não se preocupe, você se unirá a eles em breve – estava a 7 metros de Elleonor que chorava e soluçava. Aproximava-se lentamente, deliciado com toda a situação que causava, em que era o centro, em que dominava. E eu impotente. Eu perderia Elleonor de novo, dessa vez para sempre. Não só ela, mas todos os outros...

         Todos estavam inquietos. Barton estava a seis metros do alvo. Ninguém sabia como reagir. Ariana avançou contra Barton. Mais foi parada, tomando uma cotovelada na face.

         - Espere pacientemente sua vez garota – Barton se irritou – sou eu quem dito as regras, e todos terão seu momento.

         Tudo estava perdido... Não... “Dante” algo falou em minha mente. “Meu querido Dante”... minha visão ficou branca. A sensação era de que uma brisa acariciava meu corpo. Eu não enxergava nada além de um branco. E ouvia uma doce voz, que me acalmava, me dava saudades... terna...

         - Dante, se você está me ouvindo é porque já sabe que pertence a família real. E seus poderes verdadeiros começaram a ser despertados. Eu sou sua mãe meu filho, e gravei essas memórias em seu subconsciente antes de ter que entregá-lo forçadamente a seu fado. No momento certo você iria despertar essas memórias. Desde que nasceu meu filho, você está destinado a isso Dante, a ser o soberano de Atlântida. Desde tempos antigos, os oráculos previram que em sua geração, a linhagem de ouro estava destinada a grandeza, a restauração do reino perdido. Esse é seu destino. Mas o futuro não está traçado Dante. Seu destino está traçado, mas o futuro do mundo é incerto, dependerá da vida de todos, das escolhas de cada um. E se puxar alguma coisa do que seu pai foi, com certeza não se satisfará com seu destino. Vai querer abrir um rasgo por entre o destino de todos e criar seu próprio caminho, eu sei disso. Mas jamais se esqueça que em você corre um sangue escolhido, para que a glória de um povo, de um mundo, volte a brilhar. E apesar de seu caminho ser árduo. Muito mais árduo que o de seus pais, que provavelmente morrerão ao fio da espada por amor a você, quero que você jamais abandone seus queridos. Proteja-os sempre, disponha-se sempre a todos, dedique sua vida aos outros, e jamais, em hipótese alguma, se permita afastar das pessoas que lhe são amadas, não permita que elas lhe sejam tiradas, a menos que seja o melhor para todos. O destino de muitos deve superar o destino de poucos, ou mesmo o de um. Se necessário, seja o principal sacrifício no momento decisivo. Mas seu dever é com cada ser vivente meu filho. Guarde isso em seu coração. E não esqueça que você segue o rumo da superioridade da mente. Domine, lute, crie seu próprio caminho!

         Lágrimas escorreram de meus olhos. Minha mãe... Uma obscura como eu, gravou aquelas palavras em mim antes de morrer. Minha visão voltou ao normal. O estranho é que o tempo não havia se passado. “...e jamais, em hipótese alguma, se permita afastar das pessoas que lhe são amadas, não permita que elas lhe sejam tiradas, a menos que seja o melhor para todos...” Eu não podia permitir!

         Elleonor ainda estava chorando por seus pais, aceitando seu destino sem reagir. Eu tinha certeza que não podia permiti-la morrer daquela forma.

         - Elleonor, sobreviva! Por nós! – exclamei. Meu peito ardia com aquele desejo. Poder fluiu do meu corpo. Como quando eu ordenava alguém pelo toque.

         Algo mudou. Elleonor levantou a face. As lágrimas cessaram. Seu olhar ficou determinado. Barton se aproximava. 5, 4, 3 metros. Estava certo da vitória. De repente senti uma chama vinda de Elli, seu desejo de viver retornou. Barton se aproximou para dar o último golpe. Rapidamente Elleonor desembainhou a espada e aparou o ataque de seu tio. Pegando-o de surpresa. Abaixou-se, desviando pela esquerda, desviando-se do alcance da espada de seu tio, que surpreso apenas acompanhou com a cabeça. E sem ter reflexos suficientes foi trespassado pelas costas, com a lâmina de sua sobrinha, de um peão, segundo ele. Elleonor mexeu a espada, aumentando os danos em seu tio, que caiu sem vida.

         - Tinha que ser assim... – ela falou.

         Todos olhavam incrédulos. E a ordem foi minha. A ordem para ela fazer aquilo com certeza foi minha. Por algum motivo, minhas palavras, a distância, alcançaram sua mente e seu coração. “...E seus poderes verdadeiros começaram a ser despertados...” As palavras de minha mãe voltaram a mente.

         Finalmente livre daquela situação absurda. Demoraria até encontrarem o corpo de Barton ali. Espero que tudo fique bem. Mas após ser liberto, resolvemos não tocar no assunto. Elleonor parecia abalada, mas visivelmente aliviada. E eu sentia que a tinha próxima de mim novamente. Agradeci as garotas pela a atitude de ir me salvar. E apesar da curiosidade de Ursula, não revelei nada sobre o porque de Barton ter me chamado de rei.

         No momento certo todas as verdades seriam reveladas. E no momento, eu já tinha coisa demais para pensar. Elas também. Eu só queria ajudar Elli a superar esse trauma. E ir em busca do meu destino, para trilhar meu próprio caminho, visando redimir os pecados de meus ancestrais. No entanto, ser rei não me agradava... Eu queria alcançar minha própria estrada, livre...


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Notas finais do capítulo

Posé, acabou o segundo capítulo do Dante.

Deu dor de cabeça escrever esse. E eu fui meio que obrigado pela Aline

Ta... não foi bem assim... eu estava em dúvida entre fazer o capítulo de uma nova fic que to trabalhando. Ou continuar Atlantis. Mas a Aline disse que queria que eu fizesse a Atlantis, meio que me obrigando... "Quem não conhece a Aline, compra"

Mas seria melhor para os fans também... só não quero que exijam muito de mim, já que meus olhos já estavam pesando, e minha cabeça latejando. E ainda assim, dediquei-me bastante...

Não eh desculpa pra escrever mal... mas ah!!! Que seja .-.
Taí, espero que tenham gostado


Ahhhhh... e o próximo que disser que o Barton poderia ter reagido e durado mais, eu pego minhas trouxas e me aposento u.ú

Se coloquem no lugar dele.
O cara pensando:
"Vou matar essa daqui e ir pro próximo"
Aí quando dá o golpe... *fail* "ueh????"
E quando vê, a garota já se esquivou pro lado e enfiou o bagulho nas costas dele...
O bixo não teve tempo nem de piscar, foi pego de surpresa... quando raciocinou, caiu duro...
Isso não é dragon ball pra luta durar uma semana. O cara é humano,
toma uma espadada num ponto vital pra ver se tu não cai duro no mesmo instante....



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