Kingdom Hearts: Three Keys, One Heart escrita por nekohime_yami


Capítulo 25
XXIV – Narnia -parte 2-


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, Feliz Natal!
Resolvi postar um capítulo novo para comemorar a ocasião... o próximo agora só ano que vem. Não sei bem quando.
Bom, é. Narnia outra vez. E percebi tarde demais que o capítulo anterior teria combinado bem mais com o Natal... é, mas agora já foi.
Enfim.

O capítulo de hoje não tem muita ação... mas tem coisas que serão importantes mais para a frente.
Espero que gostem!

[músicas para ambientação]
Continuam as mesmas, aqui o link para quem estiver com preguiça de voltar no outro capítulo para pegar:
https://www.youtube.com/watch?v=kZxFlE4H1nk&index=2&list=PLBCC96B55C7A7C1D5

Boa leitura!



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Voando na direção que Noel lhe havia indicado, não demorou muito até que Hikaru avistasse as tendas vermelhas e douradas contra o verde dos campos e o marrom das pedras.

Conforme Hikaru se aproximou do acampamento, pôde divisar seus ocupantes: faunos, centauros, animais falantes. Todos armados e vestindo armaduras nas cores das tendas, vermelho e dourado. Quando pousou, deixando que seu keyblade glider desaparecesse, e aproximou-se do acampamento, percebeu pela primeira vez a importância da cor de suas roupas ao ver a desconfiança com que o miravam.

Caminhou até o acampamento calmamente, tentando não aumentar a desconfiança de seus ocupantes. Um centauro, de guarda na orla do acampamento, do lado pelo qual Hikaru se aproximava, lentamente colocou sua lança em posição. Hikaru continuou andando, até ser parado pela lança apontada em sua direção.

Levantou as mãos num gesto de paz.

– Com licença, senhor... Papai Noel me mandou vir aqui, disse para pedir a alguém que me levasse a Aslam. Pode me mostrar o caminho? – perguntou Hikaru, exibindo o guizo de Noel como prova do que dizia.

– Bom, você não parece um dos servos da feiticeira branca... – disse o centauro, ainda um pouco desconfiado.

– Feiticeira...?

Vendo a genuína confusão na expressão do garoto, o centauro se convenceu.

– Cornelius! – chamou o centauro, e um fauno apareceu – Leve este garoto a Aslam.

– Entendido. – o fauno assentiu – Venha, garoto. – acenou para que Hikaru o acompanhasse.

Com um último aceno respeitoso de cabeça para o centauro, Hikaru seguiu o fauno pelo acampamento. Foram cada vez mais para o centro e, quando percebeu, Hikaru estava olhando para a maior tenda, provavelmente pertencente ao comandante daquele exército peculiar.

– Aslam, senhor! – chamou o fauno.

Então, de dentro da tenda, surgiu um leão dourado enorme e imponente, maior até que Simba, que fixou seus olhos dourados em Hikaru. Não tão surpreso por Aslam ser um leão após ver aquele exército, Hikaru retribuiu o olhar do outro calmamente.

– Ventus. Discípulo de Xehanort... e Eraqus. – disse o leão, com uma voz tão forte e imponente quanto sua aparência

Hikaru ergueu as sobrancelhas, surpreso.

– Eu o conheço? – perguntou, franzindo as sobrancelhas.

– Não. Mas você também não é mais apenas Ventus, é? – perguntou o leão, e Hikaru inclinou a cabeça, pensando nisso pela primeira vez.

– ...não, não sou. – disse, com as sobrancelhas franzidas, e então sorriu – Me chamam de Hikaru agora.

– É um bom nome. – Aslam assentiu – O que o trouxe a mim, Hikaru?

– Papai Noel, eu acho. – mostrou o guizo – Ele me disse para te procurar. Que talvez você pudesse me indicar a direção a seguir. – fechou a mão sobre o guizo, como se fosse algo precioso, com um olhar meio triste. Suas mãos tremiam levemente.

– Eu não sei te dizer para onde ir, Hikaru... mas talvez você encontre uma resposta se ficar mais um pouco. – disse Aslam com o que Hikaru sentiu que era o mais próximo de um sorriso que um leão podia dar.

Ainda sentia uma forte escuridão neste mundo, então talvez fosse mesmo uma boa ideia ficar por ali mais um pouco. Assentiu para o grande leão, guardando o guizo. Então um centauro veio avisar Aslam que a feiticeira requisitava uma audiência, e o grande leão fez um sinal de cabeça para que Hikaru se afastasse. O jovem obedeceu.

– Jardis! A rainha de Narnia! Imperatriz das Ilhas Desertas! – anunciava um estranho anão, ainda mais feio e desgrenhado (e muito menos colorido) que os que Ventus conhecera em Dwarf Woodlands, precedendo uma liteira carregada por quatro feios ciclopes e seguida por alguns minotauros.

Uma mulher alta, pálida e toda vestida de branco sentava-se na liteira. Hikaru sentiu que ela tinha um coração, mas era um coração que transbordava escuridão. Estremeceu. Devia ser a tal Feiticeira que o guarda-centauro mencionara. Quando percebeu, já estava segurando a Wayward Wind firmemente.

A mulher desceu da liteira, altiva e arrogante, e aproximou-se de Aslam.

– Você tem um traidor entre os seus, Aslam. – disse.

Hikaru percebeu uma movimentação, e viu uma das quatro crianças (dois garotos e duas garotas) paradas perto de onde ele estava mover-se desconfortavelmente. Teria relação com o tal traidor?

– A ofensa dele não foi contra você. – respondeu Aslam calmamente.

– Vejo que se esqueceu das leis sobre as quais Narnia foi construída. – retrucou a mulher.

Aslam rugiu.

– Não cite a magia profunda para mim, Feiticeira. – respondeu o leão – Eu estava lá quando foi escrita.

– Então se lembra bem de que – continuou a Feiticeira, inabalada – todo traidor pertence a mim. O sangue dele é minha propriedade.

Um garoto, que parecia ser o mais velho das quatro crianças, desembainhou a espada que trazia e apontou-a para a feiticeira.

– Tente pegá-lo! – disse, arrogante.

A Feiticeira, é claro, não se abalou.

– Acredita mesmo que a força bruta vai tirar o meu direito, – perguntou num tom de desprezo – reizinho?

O rapazinho murchou.

– Aslam sabe que a menos que eu tenha o sangue dele, como manda a lei, toda a Narnia será subvertida e perecerá em fogo e água. – anunciou a Feiticeira – Esse menino – apontou para o garoto mais jovem, o que havia se mexido desconfortavelmente antes – morrerá na mesa de pedra, como diz a tradição. – os garotos se mexeram, inquietos – Não ouse recusar. – ameaçou ao grande leão.

Basta. – respondeu Aslam, e houve um momento de silêncio tenso – Quero falar com você a sós. – adicionou para a Feiticeira.

Dando meia-volta, o leão entrou em sua tenda, e a feiticeira altiva o seguiu. A tensão no acampamento era palpável enquanto os dois conversaram.

Hikaru esperou como os outros, ainda incerto do que deveria fazer naquele mundo, mas sabendo que ainda não era hora de partir.

Logo a feiticeira deixou a tenda, seguida pelo grande leão dourado. Todo o acampamento se movimentou em expectativa.

– Ela renunciou ao direito do sangue do Filho de Adão. – anunciou Aslam.

O acampamento comemorou, e o alívio foi visível, principalmente entre as quatro crianças.

– Como vou saber se manterá a promessa? – perguntou a feiticeira.

O grande leão dourado respondeu com um poderoso rugido, com o qual a feiticeira pareceu perder sua altivez por um momento. Sentando-se apressadamente em sua liteira sob risos dos residentes do acampamento, a feiticeira se retirou.

Ironicamente, apenas Aslam não parecia feliz com a conquista. Hikaru viu que a menina mais nova percebeu, mas logo o leão desapareceu dentro de sua tenda e o acampamento continuou sua comemoração.

O jovem guerreiro da keyblade continuava indiferente, incerto de como proceder, e supôs que provavelmente destoava do resto dos habitantes do acampamento. Talvez tenha sido por isso que a garotinha veio até ele.

– Olá. – disse a menina mais jovem, com um sorriso doce.

– ...olá. – respondeu Hikaru com um sorriso e uma sobrancelha erguida.

– Qual é seu nome? – perguntou a menina.

– Hikaru. O seu?

– Lúcia Pevensie. – sorriu – Muito prazer.

– O prazer é meu. – acenou com a cabeça.

Lúcia sorriu, um sorriso sincero que fez Hikaru lembrar-se de alguém.

– Você é humano também, não é? – perguntou a menina.

– Hm? Sim, até onde eu sei. – sorriu meio de lado, estranhando a pergunta.

– Mas me disseram que não existem humanos em Narnia... – franziu as sobrancelhas.

– É que eu não sou daqui. Você também não é? – perguntou, curioso.

A menina balançou a cabeça negativamente.

– Sou de Finchley. Mas você não parece ser de lá. – franziu as sobrancelhas. Hikaru riu.

– Eu vim de Disney Town. Você não deve conhecer. – deu de ombros.

– Não conheço. – disse, balançando a cabeça negativamente – Ei, o que é isso? – perguntou, apontando para a keyblade que, sem perceber, Hikaru estivera segurando todo esse tempo.

– Hm? Ah, isso é uma keyblade. – disse com um sorriso, agachando-se para que os dois estivessem no mesmo nível.

– Keyblade? – perguntou, sobrancelhas franzidas – Pra que serve?

– Bom, é uma arma... e uma chave. Capaz de abrir ou trancar qualquer fechadura. Pode abrir até mesmo mundos... e corações. – explicou com um sorriso, tocando de leve o peito da menina com a ponta da keyblade.

Com um suspiro de surpresa, a menina levou as mãos ao peito.

– Não se preocupe, eu não fiz nada. – Hikaru tranquilizou-a com um sorriso – Aqui, pegue. – virou a keyblade, oferecendo o cabo à menina.

Lúcia tomou a estranha chave com certa relutância, como se pudesse se queimar. Hikaru sorriu, ela daria uma boa escolhida da keyblade, como... finalmente percebeu quem ela o lembrava.

– Você me lembra um amigo meu. – disse Hikaru com um sorriso.

– É? Como ele é? – perguntou a menina, curiosa.

– Bom, ele é uma criança grande. Não consegue fazer nada sozinho e está sempre com um sorriso bobo no rosto. – disse com as sobrancelhas franzidas, espantando a menina – Mas... – sua expressão se suavizou – Dá pra contar com ele quando precisa. Ele me salvou quando achei que não poderia ser salvo, sou muito grato a ele por isso. E ele tem um coração como o seu, cheio de luz... uma luz gentil. Gosto disso em vocês dois. – bagunçou o cabelo de Lúcia, e ela riu – Ah, e ele também tem uma dessas – apontou para a keyblade –, mas é um pouco diferente da minha.

– Qual é o nome dele? – perguntou a menina, curiosa.

– Sora. Pode ser que ele passe por aqui depois. Se passar, diga oi por mim. – sorriu, e ela sorriu de volta.

– Direi. – assentiu com a cabeça – Hikaru... eu posso usar sua keyblade? – perguntou, curiosa.

– Bom, até pode. Mas... – estendeu a mão – Se eu chamar, ela volta pra mim. – disse, chamando a keyblade, que desapareceu das mãos de Lúcia e apareceu na dele.

– Uau! Como você fez isso? – a menina parecia espantada e maravilhada ao mesmo tempo.

– Se um escolhido da keyblade chama, ela vem até ele. – liberou a keyblade, que desapareceu – Também não sei direito como funciona. Acho que elas estão ligadas a nossos corações. – sorriu.

Lúcia sorriu de volta.

– Lúcia! – chamou a menina mais velha.

– Ah! Minha irmã está chamando... preciso ir. – disse Lúcia.

– Oh... vocês são irmãos? – perguntou Hikaru.

– Somos! Pedro é o mais velho, depois Suzana, Edmundo e eu. – explicou com seu sorriso doce.

– Hm...

– LÚCIA! Vamos, hora de dormir! – a menina mais velha, Suzana, chamou outra vez.

– Agora realmente preciso ir... até mais, Hikaru! – acenou com um sorriso, antes de sair correndo até a irmã.

Hikaru acenou de volta com um sorriso, vendo Lúcia se afastar. Ao cruzar olhares com uma desconfiada Suzana, acenou com a cabeça num cumprimento. Ela fez o mesmo, antes de tomar a irmãzinha pela mão e levá-la para dentro de uma tenda.

Com exceção dos guardas, todos se retiraram para dormir. Sem sono, Hikaru sentou-se onde estava, esperando que a razão dele ainda estar ali se revelasse.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só, espero que tenham gostado!
Boas festas para todos, e até a próxima!



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