Capitulo 1 ~ Retorno

Jacob's Point of View

AS ONDAS QUEBRAVAM COM UMA MAGNITUDE IMENSA NO MAR AZUL E BRILHANTE, ERA VERÃO então tudo estava mais quente do que o normal aqui em La Push, consigo o calor também trouxe a beleza real de uma praia perfeita, pintando a areia de um amarelo chegado para uns brancos cintilantes como pequenos diamantes. Diferente também estava o céu, completamente azul, mas ainda tinha alguns vestígios de nuvens fofas e apagadas como algodão doce semi comido e triturado, pulverizado.

Subi a colina de relvas verdes e gosmentas pelo musgo e o lodo escorregadios que ele dominava; Atravessei as plantas rasteiras, esmagando algumas flores típicas do frio dos penhascos, cheguei á uma destas colinas, a maior na verdade, e passei a admirar as águas no fim da queda. Estava tudo muito deserto neste lado do pequeno povoado, o suficiente para eu continuar vagando em forma de lobo pelas redondezas.

Deitei-me na terra molhadas pela umidade relativa do ar, sabia que havia pessoas averiguando a minha mente neste exato momento, lendo minha mente e tentando descobrir uma maneira fácil e eficaz de eliminar ou amenizar esta dor que jazia em meu peito como uma vespa obsoleta que insistia em cobri-lo de sangue á cada picada. Eu estava magoando á todos por meio de meus pensamentos, nesta ligação sanguínea     chamada alcatéia. Família, talvez.

Sam bem que tentou me avisar, mesmo que Leah pedisse para eu curtir ao máximo meu tempo com aquela jovem criatura cujo roubou instantaneamente meu coração, sem piedade alguma, á exibindo para todos com sua inocência algoz e sua beleza indecente. Minha pequena Nessie. Ficar sem ela era como se o tempo e o universo em si parasse, mesmo que minha alma envelhecesse neste corpo jovem e forte. Era impossível negar o fato de que eu sentia falta dela. Um pecado negar.

Na verdade, eu sentia falta de todos os Cullens agora, estranhamente parecia que Edward não era mais uma sanguessuga nojento e careta, assim também eu tinha me afeiçoado pela Barbie-duende-de-jardim que vivia por carros e roupas de luxo, e a loira de farmácia fazia falta nos momentos de raiva, principalmente quando eu tinha piadas de mau-gosto formuladas para ela.

Os outros, não eram restos quando se tratava de reunir a família como a única do qual nós, lobos, tínhamos um contrato, digamos que de paz. A forte onda chocou-se na pedra, e eu a observei lapidar fielmente a rocha negra e calcaria com uma violência irreconhecível. No horizonte ímpeto a figura da loba apareceu trotando nas folhas das plantas rasteiras, levantando um pouco da poeira dourada com suas pequenas patas.

Minhas patas são pequenas, mas eu aposto que posso arrancar sua cabeça.

Leah pensou. Arrogantemente.

Tenho a certeza de que consegue, respondi gargalhando mentalmente.

Ainda se lamentando pela mini vampira perdida?

Vê se não enche Leah.

Ela se sentou graciosamente ao meu lado, enquanto eu encolhia minha cabeça entre as patas, Leah seguia aquele arquétipo de soldado perfeito com as costas eretas e uma postura firme. Ela se orgulhava disso: ser a preferida do Beta do bando.

O pessoal ta preocupado, informou-me.

O pessoal tipo Billy e as pessoas como Emily? Pensei brincando com seus sentimentos, citando apenas as pessoas sensíveis.

Não, o pessoal tipo todos os que te querem bem.

Leah parecia séria, sem todo aquele sarcasmo infernal que ela retraia em seu espírito selvagem e magoado, uma pena não poder alcançar aquela pessoa que ela maquiava tanto debaixo do gelo.

Vais precisar de um maçarico para isso, cada palavra vinha carregada de ira, eu e minha enorme boca. Quanto tempo faz mesmo?

Que os Cullens partiram?

Não que eu me tornei a Grã Duquesa Anastácia – o ar irônico havia retornado, Quero saber quando tempo faz que eles se mandaram.

Creio que sete anos e meio.

Nem é tanto tempo assim, Leah atacou em desdém.

Engano seu, para mim é uma eternidade.

Leah limpou a mente novamente, ela tentava, mas não conseguia esconder aquilo de       

mim, não de mim. Em geral ela só compartilha seus pensamentos tão nitidamente

quando ocorria uma reunião, em outros casos evitava o máximo se transformar e só

fazia isso quando se tratava de um Jacob da vida.

Eu não a criticava. Na real, eu fazia o mesmo, me transformando á solitária para não  

compartilhar esta dor, porque eu sabia que tudo o que eu sentia, também era sentido

pelos outros, portanto era um favor que eu fazia á todos me mantendo longe dos seus

campos mentais. Mas é claro que havia as invasões, assim como acabou de acontecer

comigo e Leah.

Mudando de assunto, seria bom se você, sei lá, ocupasse sua mente com outras coisas, dá certo, acredite em mim. Ela entendia o que eu sentia, só que, diferente de mim, ela não podia ter esperanças. O destino estava selado.

Você sabe que não dá.

Qual é Jake? Amanha é o seu aniversario, deveria ser algo legal, com velas e bolo...

Vocês estão fazendo uma festa surpresa, não é?

Eu não, mas Seth, a mãe e o Billy insistiram com a idéia para os outros. Sugiro que transpareça pelo ao menos um pouco de felicidade.

Odeio quando eles fazem isso.

Eu amo ganhar presentes, desde quando não sejam meias, ela gargalhou e eu fiz o mesmo.

Legal mesmo seria se Renesmee estivesse conosco, pensei tristemente.

Não fica assim, ela vai te ligar á noite.

Infelizmente este era o único modo de eu me ligar á ela, por meio de palavras e não por contato pessoal, como poderia ser.  Eu poderia juntar dinheiro sendo mecânico e partir para a Romênia ao encontro dela, mas levaria um bom tempo para conseguir as verdinhas já que quase não havia carros em La Push e todos os que tinham tratavam de consertá-lo pessoalmente.

Segundo os telefonemas que Bella fazia, Renesmee já tinha parado de crescer e agora tinha o corpo de uma mulher de vinte e dois anos, mais jovem do que eu que aparentava ter uns vinte e cinco – Mas nunca  recebi uma foto para glorificá-la, isso por causa do parasita do pai dela.

Jake? Esta na conexão?

A voz mental de Seth invadiu a minha e a mente de Leah. Eu podia ver através de seus olhos. Ele estava longe, no norte, mas tinha dado a volta e corria para ir para sua casa.

O que foi Seth?, A preocupação de irmã mais velha não saia da mente da Leah.

Billy me mandou procurar por você, ele foi pescar.

Hum, então Jake ira comer peixe pra variar, Leah tirou sarro.

Faz parte do meu cardápio há meses.

Pelo ao menos você não come o que a Leah faz, Seth pensou.

Gargalhamos, Leah grunhiu ao meu lado, dando uma leve patada em meu ombro.

Tem sorte de você não estar aqui.

Vamos, esta ficando tarde; A não ser que queiram fazer a ronda hoje, ameacei.

Leah e eu partimos para a floresta correndo em direção ás casas, atravessamos arbustos e arvores velhas caídas, as samambaias e matas rasteiras eram esmagadas por nossas patas e algumas eram arrancadas pela raiz por Leah, que corria com uma velocidade monstruosa. O verde vivo das arvores eram ofuscados pela escuridão que nos circulava á cada instante de tempo perdido, eram como cinzas negras loucas para nos agarrar com seus tons sombrios.

A cena se repetiu por curtos dois minutos ate eu ficar perto o suficiente de casa, Leah continuou. Fui para trás de uma moita e me transformei, vesti a calça surrada, rasgada nos joelhos e parti para uma pequena caminhada ate a rua de terra batida, passei na garagem, mas não tive animo de terminar de montar os carros velhos que havia encontrado no ferro velho, antes da reunião.

Abri a porta e pulei no sofá, a estrutura de madeira e espuma rangeu como sempre, ameaçando quebrar. O teto escuro pelo mofo estava realmente decadente, assim como o piso de madeira velha semi-envernizado para disfarçar os anos de uso; A mobilha, felizmente, tinha uma vida muito melhor do que o resto da casa, porque se dependesse da minha competência já havia virado lenha há muito tempo, foi Rachel quem salvou elas.

O barulho do telefone me assustou, levantei num pulo para atendê-lo na cozinha. O piso gelado rangia em meus pés descalços e quentes, e a quebra de temperatura me dava leves calafrios, peguei o aparelho e o levei ate o ouvido. Eu tinha uma leve impressão de quem se tratava.

__ Alô? __ a voz inconfundível de minha deusa sussurrou no aparelho.

__ Nessie?

__ Jacob? Como vai? __ ela perguntou preocupada.

Minhas pernas estavam bambas, então tratei de me sentar em uma das cadeiras da mesa de cerejeiras, empurrei os livros do assento e o estrondo dos mesmos no chão foi inevitável.

__ Gostaria de receber mais uma de suas cartas, admito que adoro a sensação de ter algo seu em mãos.

__ Tudo bem, se não se importa com a presença de minha péssima caligrafia.

__ Não será um infortúnio decifrar suas palavras, alem do, mas, já sei exatamente o que ira escrever.

Ela falou imediatamente, num tom brincalhão e sortido.

__ Bem, quando vai voltar? __ Eu sempre perguntava isto.

__ Logo... Na verdade é surpresa, mas será mais cedo do que imaginas.

__ Espero que sim... Andou estudando?

__ Nem tanto, viajei muito nos últimos dois anos, mas não se preocupe: aprendi o suficiente para garantir uma cultura inteligível. __ ela estava animada.

__ Estive pensando fielmente em você nos últimos dias.

Ela falou, na verdade sussurrou como uma daquelas adolescentes apaixonadas que telefonam ás escondidas para o amado. Cena que eu adoraria ver pessoalmente. Principalmente, sentir pessoalmente. Á noite eu me pegava perguntando se ela me amaria como mulher algum dia, e sempre chegava á conclusão de que faria de tudo para que sim.

__ Porque não me telefonou nesta semana para dizer isto? Senti saudades.

__ Hummm... Sinto muito, estive ocupada com umas coisas... Então, amanhã é o seu aniversario, são quantos séculos mesmo?

__ Para de brincadeiras, ainda não sou um velho gaga. __ brinquei. __ Vinte e cinco.

__ Quanta sorte, eu esperava chegar aos vinte e sete, mas olhe só, serei sempre jovem e imatura...

__ Duvido que pareça ser tão infantil assim. __ tentei fazê-la feliz.

__ Bem, Edward disse que tenho uma grande vocação para os empreendimentos. E, acredite se quiser, Jasper me deu uma de suas ações de presente ontem.

Não deixei de notar o modo que ela se dirigia aos seus parentes; não era papai ou mamãe, muito menos tio ou vovô, agora Renesmee tinha o leve habito de chamar todos pelo nome, e algumas vezes, como acontecia com Billy, Charlie e a família de Sue, ela os simplesmente chamava por seus sobrenomes. Algo elegante e refinado demais pro gostos conservador dos Cullens.

__ Que legal, vai levar quanto tempo para afundar com tudo. __ brinquei.

__ Não precisa se preocupar com isso, se depender de mim tudo flutuara, tenho algo pessoal em mente. __ Renesmee gargalhou na outra linha.

__ Desejo que dê certo, não se sinta pressionada pelos gordinhos milionários, eles fingem não ter sentimentos, mas basta você falar sobre política que eles caem aos seus pés.

__ Adoraria saber onde esta aprendendo estas coisas.

__ Porque não vem pessoalmente descobrir?

__ Tem razão, irei usar meus poderes de força ao tempo e chegar ai antes da meia noite.

Ela sussurrou sarcasticamente no outro lado da linha, mas alto o suficiente para eu ouvir. O intuito dela era se fazer ouvida.

__ Nossa, diga simplesmente que não vai dar. __ brinquei com a sua piada.

__ Entretanto, reservei uma surpresa... Vai chegar a La Push amanha de manha.

__ Espero que não sejam meias. __ brinquei.

No outro lado da linha Renesmee e mais alguém gargalhou, com certeza o Jasper, isso pela risada calma e seria que ele incentivou. Houve também uma voz feminina gritando algo para minha pequena ruiva fazer, parecia ser a voz infernal de gralhas que Rosalie tinha.

__ E não são; Gostaria de saber se estará na sua casa amanha de manha, quero ser a primeira a te parabenizar.

__ Um ligação pela manha só para alegrar meu dia. O que mais posso pedir?

__ Minha presença, suponho. __ ela respondeu quietamente.

__ Nem sei mais porque pergunto.

Falei, mas logo me arrependi, principalmente pelo silencio constante que se fez na outra linha telefônica. Ela limpou a garganta, e depois respondeu algo para alguém que estava presente, suspirou e gargalhou para espantar minha duvidas cruéis sobre uma suposta garota ruiva magoada.

__Desculpe Jacob, mas agora eu tenho que desligar. Até mais.

__ Até mais. __ Recitei em desligar o telefone ate o momento que ela o fez.

Pela curta conversa que tivemos percebi a quão grosa e sensual sua voz ficou depois da curta semana sem diálogos por meio do telefone. Receio que tudo em si deve ter mudado repentinamente desde a ultima vez que nos vemos, isso quando ela tinha dois anos e a aparência de uma garota de sete. Lembro-me perfeitamente de seu rosto grudado no vidro fume do carro e eu a observando partir tão lentamente.

O pálido rosto denunciava uma magoa de mil anos impressa em dois olhos castanhos vivos e tristes, mas ela não chorava. Meus instintos sempre diziam que ela tinha algo de especial naqueles olhos, não diziam isto por ela ser meu imprinting, mas sim pelo jeito que ela observava as coisas ao seu redor, sempre com tanta curiosidade, buscando a perfeição em todos os simples detalhes. Admirável o seu jeito de entender as coisas.

Acordei com as luzes atravessando a cortina da janela, já era de manha, acho que não muito cedo para ficar de pé. Era meu aniversario, então tratei de ir tomar um banho, entrei no banheiro e parei para me olhar no espelho, o rosto ainda era jovem, mas a barba rala e nojenta estava ali para me dar aquele ar de ladrão ou viciado, o cabelo também estava maior do que o normal, passando um pouco dos ombros.

Peguei a tesoura na cozinha e o cortei, o cabelo ficou totalmente comido, talvez se eu fosse ambidestro ficasse mais bonito. Fiz a barba depois do banho com o espelho todo embaçado pela água quente, e me cortei levemente com a lamina, nada que a minha regeneração surpreendente não resolvesse em poucos segundos. Os músculos ainda permaneciam intactos assim como a estatura que não se modificou com o tempo. Eu não estava envelhecendo mais, assim como Renesmee.

Entretanto em uma dada época eu morreria. Assim como todos os outros lobos, eu pereceria lentamente em alguns séculos de vida, minha juventude é eterna, mas meu tempo é contado. Ainda sou humano. Leah sabia disso, mesmo falando á todos que com ela seria diferente, porque ela era mulher, uma privilegiada. Certamente ainda havia duvidas sobre seu fim, sorte a dela.

Vesti a blusa de malha negra e a calça nova e limpa, sai para a cozinha com uma fome irracional. Billy já estava de pé com uma forma de torta nas mãos, seus olhos cansados me miraram com certo entusiasmo, ignorei o fato, mas mesmo assim fiz questão de ficar parado na porta esperando os cumprimentos de aniversariante, como os de costume. Olhei para o telefone na parede da cozinha. Ela não ligou.

__ Feliz Aniversario, Jake. Vejo que deu uma renovada?

__ Tenho somente vinte e cinco, mas ontem mais parecia ter quarenta.

Fingi uma felicidade constante e o abracei, depois me sentei a mesa e comi um pedaço da torta de morango que ele havia preparado, como sempre á noite iríamos para a casa de Sam e comemoraríamos o dia bebendo e comendo aquele bife mal passado da Emily. Deslizei o garfo entre meus dedos e deitei a cabeça em uma de minhas mãos observando meu reflexo no talher de aço.

Seth entrou em casa num só pulo, arfando como um cão que correu uns trinta quilômetros sem descanso, sorri com a sua aparência suada e arfante. O estranho foi o cheiro de pêssegos e Champion que veio com ele, parecia perfume de mulher. Havia ele encontrado seu imprinting e a mantido em segredo? Não havia um porque, mas não me segurei em perguntar.

__ Usando o perfume da sua irmã Seth?

__ Na verdade não. __ falou se sentando, já passivo. __ Estava com uma garota hoje de manha.

__ Quem? __ perguntei desinteressado.

__ Ela é linda: alta, magra e tem cabelos longos. __ Seth explicava olhando para o teto.

__ Eu perguntei o nome dela, retardado. __ expliquei rindo.

__ Tenho certeza de que adorará a sua presença.

Billy sussurrou levemente. O que ele estava tramando? Comi outro pedaço da torta, ainda olhando para aquele sorriso bobo no rosto infantil de Seth, e o olhar carismático de meu pai que me mirava á cada cinco segundos. Tentei não ligar muito, mais a leve risada ainda saia entre meus dentes, parecia que eles estavam esperando por algo á mais vindo de mim. Abaixei a cabeça e passei a mão no rosto liso.

__ Eu desisto. __ falei derrubando o garfo no prato de vidro. __ O que esta acontecendo?

__ Porque pergunta isso? __ Billy tentava não gargalhar.

__ Ainda pergunta? Nunca vi você rir tanto numa manha.

__ Não estou sorrindo por mim, mas sim por você... Terá que compartilhar a sua felicidade com alguém depois de hoje.

__ Então, quer dizer que há realmente algo.

Afirmei firmemente, ainda sorrindo com a situação. Toc, toc, toc. A estrutura da porta de madeira e vidro gritou, olhei para Seth e ele mirou-me com certa preponderância. Preguiçoso, pensei a seu respeito. Levantei-me da cadeira e fui em direção á varanda da casa, no reflexo do vidro, avistei a figura bela e esguia de uma moça, usando um, sobretudo palha, o mesmo folgado e tinha as mangas dobradas ate os cotovelos.

Os cabelos longos chegavam ate a cintura e formavam cachinhos como molas ruivas e eram sedosos como fios de seda cor de vinho, algumas pontas das madeixas tocavam seus lábios rosa e carnudos, emoldurando ainda mais seu rosto de porcelana e as bochechas rosadas. Não foi difícil identificá-la no momento em que ela mirou seus olhos nos meus. Renesmee. Minha Renesmee.

Fiquei estático como um tolo na porta, não tive coragem de abri-la sentindo medo de tudo não passar de uma visão ou um sonho. Mas não parecia ser irreal, pelo modo que ela continuava sorrindo através do vidro, ela bateu novamente na porta para me despertar daquele transe de felicidade. E foi o que aconteceu. Sua mão ficou repousada no vidro, longa e com os finos dedos, dava para ver que as unhas estavam enormes, mas não pintadas.

__ Jacob? Não vai me convidar para entrar?

A voz ainda estava abafada pela porta, levei minha mão ate a porta e girei a maçaneta de ferro, a porta se abriu facilmente. Puxei a mesma com uma velocidade sobre-humana e abracei a garota com um afago surpreendente, ela se assustou e correspondeu ao afeto abraçando meu pescoço, ela se suspendeu nos saltos. O perfume, o mesmo que senti em Seth, era o dela.  Então aquela era a surpresa?

__ Senti tanto a sua falta. __ sussurrei em seu ouvido.

__ Não tanto quanto eu.

Seu hálito refrescante bateu em meu pescoço me causando arrepios, sorri com o fato de poder sentir este simples ato natural. Havia esperado tanto por este momento, que agora tudo parecia se quebrar com o tempo de tão surreal que parecia, nos desprendemos do abraço ainda segurando as mãos um do outro, estiquei os braços e observei sua fisionomia novamente. Ela havia mudado.

__ Ficou bonita.

Ela sorriu e gargalhou olhando para baixo, voltando novamente o olhar para mim, mastigando o lábio inferior. Quanto charme, pensei. 

__ O que uma boa xícara de tempo não faz, não é?__ ela falou com sua voz feminista.__ Ao contrario de mim, você ainda continua o mesmo.

__ Isso permanecerá pelos próximos séculos.

__ Espero que sim. __ ela glorificou.

__ Surpresa!

Ouvimos o grito de Billy e Seth, Renesmee deslizou suas mãos das minhas e observou as criaturas á minha trás, ela abriu outro lastro sorriso e caminhou ate meu pai, se agachando para abraçá-lo, Billy correspondeu ás caricias femininas, ela fez o mesmo com o Clearwater e não recitou em fungar seu pescoço. Ele sim ficou diferente desde que ela partiu. 

__ Sabia que iria adorar o perfume dela.

__ Acertou em cheio na fragrância, Seth.

Seth disse depois de posicionar Renesmee ao seu lado. Caminhei ate a musa e experimentei a textura de seus cabelos, depois a da pele gelada de seu rosto, ela sorria como uma daquelas bonecas de porcelana chinesa que tinham um sentimento belo estampado no rosto. Ela finalmente havia voltado para mim. Finalmente eu poderia possuí-la e me fazer ser dela. Como sempre quis. Como sempre precisei.