Kagome tentava despertar Kikio, mas era em vão, seus olhos haviam perdido o brilho da vida.

-por favor, Kikio reaja! –pedia Kagome desesperada. –nós precisamos fazer alguma coisa. –Kagome encarou Genbo e Byakko.

-nós não podemos fazer nada. –respondeu Genbo seriamente. –a única que pode fazer alguma coisa é a própria Kikio. –Kagome o encarou confusa.

-como assim?

-se eles estão conseguindo absorver as energias de Kikio-sama é por que ela esta permitindo. –explicou Byakko.

-não pode ser. –Kagome não acreditava no que ouvia, por que Kikio permitiria isso? Um sussurro chamou sua atenção, era a voz de Kikio.

-eu não tenho futuro... –Kagome a encarou, ela já tinha ouvido Kikio falar isso antes. –eu estou sozinha.

-ela desistiu. –disse Genbo se aproximando de Kagome. –ela não tem mais vontade de lutar.

-isso não é verdade. –afirmou Kagome. –Kikio, por favor, Kikio reaja. –ela sacudia Kikio, mas não surtia efeito.

-não adianta... acabou.

-não... não acabou. –ela se virou seriamente para Kikio e lhe deu um tapa. –idiota já se esqueceu do que eu lhe disse. –Byakko e Genbo a encararam surpresos. –eu também sofri quando perdi nossos pais, me senti sozinha, mas eu segui em frente e assim eu encontrei minha nova família. –as lagrimas começaram a escorrer pelas faces de Kagome. –elas estavam ao meu lado e me mostraram que por mais triste que a vida pode ser sempre temos que seguir em frente e eu percebi que não estava mais sozinha. –um sorriso apareceu em seus lábios. –eles se tornaram muito importantes para mim e agora você também... você não esta sozinha Kikio, a parti de agora estaremos sempre juntas. –uma única lagrima escorreu pela face de Kikio.

-realmente... Obrigada. –Kikio encarou Kagome com um sorriso nos lábios.

Suzako e Seiryu perceberam que seu oponente estava mais fraco como se estivesse perdendo as energias.

-não pode ser... aquela maldita garota ousa me desafiar. –ele avançou na direção de Kagome e Kikio para atacá-las, mas Byakko e Genbo entraram na frente e usaram seus poderes para dete-lo. 

-Kagome-sama para trás. –ordenou Suzako. –ele ainda tem bastante energia pode ser perigosos.

-não. –negou Kagome firmemente. –eu não vou fugir essa luta também é minha... vou ajuda-los coma minha energia.

-eu irei ajudar também. –todos olharam para Kikio. –todo esse tempo eu achava que estava sozinha, por isso deixava que ele me controla-se e usasse minha energia, vou fazer com que ele pagar por se aproveitar dos meus sentimentos.

-Ok então vamos acabar logo com isso. –disse Seiryu. –os quatro se posicionaram na frente das duas, Kagome e Kikio começaram a concentrar suas energias, ambas foram envolvidas por uma oura dourada, Suzako e os outros foram envolvidos por suas auras que iam crescendo de acordo com que suas energias aumentavam em compensação seu oponente parecia cada vez mais fraco.

-eu não vou perder. –Kagome sentia suas energias estavam acabando, Suzako e os outros estavam em meio da luta, ela sabia que não poderia parar agora, Kikio também parecia cansada, ela teve quase toda sua energia absorvida isso era arriscado demais para ela. –Kikio você precisa para.

-eu não vou deixar você fazer isso sozinha. –disse determinada, mas era possível ver seu cansaço. Suzako, Seiryu, Byakko e Genbo cercaram a energia maligna concentrando seus poderes e atacam com um único golpe fazendo com que a energia maligna desaparecesse completamente.

-nós consegui... –Kagome sentiu seu corpo ficar pesado, então ela mergulhou na escuridão.

-acorde Kagome. –aquela voz lhe era familiar, Kagome sentia como se estivesse flutuando, lentamente ela abriu seus olhos e não acreditou no que via.

-não pode ser. –aquilo só podia ser uma ilusão, sua família esta bem a sua frente, seu avô, seu pai, sua mãe assim como Souta. –como isso é possível?

-você fez a sua escolha Kagome. –a mulher a sua frente lhe era familiar, sentia que já a virá em algum lugar. –Ryujin-sama lhe avisou que usar a Shiko no tama poderia ser arriscado, você gastou todas as suas energias e agora chegou há sua hora.

-Ryujin-sama...? –foi então que Kagome a reconheceu. –Midoriko! –um sorriso apareceu n o rosto da mulher.

-eu imaginei que você me reconheceria e bom finalmente te conhecer Kagome. –Kagome tinha um sorriso em seus lábios, mas a realidade a acertou.

-então é verdade, eu não poderei mais voltar não é?

-sinto muito Kagome, mas você fez a sua escolha. –disse Midoriko com pesar. –esta arrependida? –Kagome negou.

-nem um pouco... estou feliz que os outros estejam bem. –ela tinha um sorriso triste nos lábios. –alem do mais eu poderei ficar com a minha família não é? –apesar da dor que sentia por não poder mais voltar para juntos de seus amigos saber que estaria com sua família novamente a consolava, mas isso não era suficiente para suprir a dor de saber que não veria mais Inuyasha. –está tudo bem assim.

-não... não está. –a voz de Kikio surgindo entre sua mãe e seu pai a surpreendeu. –você realmente vai aceitar isso?

-Kikio... mas o que você esta fazendo aqui?

-eu estou aqui para que você possa voltar. –Kagome a encarou confusa e depois encarou Midoriko que deu um pequeno sorriso.

-eu não imaginei que você faria isso Kikio, mas estou orgulhosa de você.

-eu não poderia deixar que ela fica-se com todo mérito. –disse com um sorriso nos lábios e encarou Kagome. –além do mais diferente de mim você faria mais falta.

-Kikio você...

-além do mais e toda aquela historia sobre eles serem sua família agora, você poderia abandoná-los assim tão facilmente?

-não... mas não é justo com você...

-é justo. –declarou Kikio calmamente. –uma vez eu disse que você era a responsável por me afastar da minha família... bom é hora de se redimir.

-mas...

-Kagome. –Satore se aproximou e a abraçou, Kagome não conseguiu conter as lagrimas, era tão bom abraçar sua mãe novamente, como sentira falta disso. –aquelas pessoas ainda precisam de você, em especial aquele rapaz, assim como você precisa dele.

-mãe como à senhora sabe.

-nós sempre estivemos com você Kagome. –agora foi Kaoro quem se aproximou. –apesar de você não nos ver sempre estivemos com você e sempre estaremos nos orgulhamos muito de você filha.

-mamãe, papai eu senti tanto a falta de vocês. –ela os abraçou sem conter as lagrimas.

-não se preocupe nós nos veremos de novo... Na hora certa. –disse Kaoro. Kagome assentiu  e se afastou um pouco para encará-los.

-força mana. –gritou Souta.

-eu sempre soube que você nos orgulharia muito Kagome. –disse seu avô ao lado de Souta. As lagrimas escorriam sem controle pelas faces de Kagome, seus pais se afastaram um pouco então Kikio parou a sua frente, elas ficaram frente a frente se encarando em silencio por uns minutos então Kikio se pronunciou.

-obrigada Kagome, por não desistir de mim. –Kikio tentava segurar as lagrimas. –e obrigada por me dar a chance de ficar com eles. –disse indicando sua família.

-eu que agradeço graças a você eu poderei voltar.

-ao contrario de mim você tem um bom motivo pra voltar não é? –Kagome concordou nesse momento Midoriko se aproximou.

-esta na hora de voltar, tenho certeza que seus amigos estão esperando.

-certo. –afirmou Kagome, ela então se virou para sua família, Kikio agora estava com eles, e podia ver que ela estava feliz. –você sempre soube sobre nós não é? –Midoriko fez um aceno apenas.

-eu cuidarei deles, agora é a sua vez de ser feliz Kagome.

-obrigada. –disse em um sussurro. Então uma luz forte a envolveu e a ultima coisa que ela viu foi sua família reunida.

Inuyasha observava o céu, Kagome acabará de desaparecer e junto com ela os Deuses, agora as nuvens negras desapareciam assim como a energia maligna, acabará... e a que preço. Kagome acabará de salva-los, mas ele se sentia um perdedor, pois apesar de Kyou estar salva ele perdeu o que lhe era mais importante e pela segunda vez, mas dessa vez não havia volta.

-Inuyasha... –Miroku estava meio hesitante, não sabia o que dizer, mas imaginava como o amigo estava se sentindo.

-não importa Miroku vamos...

-lá vêm eles. –disse Ryujin chamando a atenção de todos. Todos olharam na mesma direção que ele e não acreditavam no que viam. Suzako, Genbo, Seiryu e Byakko aparam em frente à Ryujin.

-Ryujin-sama. –disse Suzako se aproximando. –nós trouxemos de volta a Ryujin no miko. –ele tinha em seu colo Kagome.

-vocês fizeram um ótimo trabalho. –disse pegando Kagome em seu colo. –obrigada por trazê-la de volta. –os quatro se ajoelharam em a sua frente.

-estamos aqui para servi-lo. –eles se levantaram. –agora nós iremos voltar, a partir de agora Kyou estará sobre nossa proteção. –dizendo isso eles assumiram a forma de animais e sumirão nos céus.

-Kagome... –a voz de Inuyasha não passou de um sussurro. –como?

-aqueles eram Suzako e os outros? –perguntou Miroku confuso, na verdade todos ali pareciam confusos.

-eu explicarei tudo, mas primeiro acho melhor nós voltarmos não é?

Ela já havia acordado a algum tempo, mas permaneceu deitada, queria muito rever a todos e principalmente ver Inuyasha, mas também queria pensar em tudo que havia acontecido, silenciosamente ela saiu do quarto, precisava de ar puro e a brisa fria da noite a acalmava, ali no silencio do jardim ela se perguntava o que aconteceria agora, será que Ryujin a mandaria de volta a sua mundo.

-não consegue dormir. –ela se sobressaltou, mas logo reconheceu que era Inuyasha. –assustei você?

-eu estava distraída. –um sorriso apareceu em seus lábios. –mas estou feliz que esteja aqui. –Inuyasha a abraçou por trás, era tão bom estar assim com ele, nesses momentos agradecia por estar de volta, mas isso não mudava o fato de Kikio ter se sacrificado para que isso acontecesse. –desculpe não estar comemorando com você. –quando saiu para o jardim ela ouviu a musica e deduziu que todos estavam comemorando a salvação de Kyou e não os culpava, para eles Kikio era a inimiga.

-não precisa se desculpar, afinal eu sei o que você esta sentindo. –Kagome o encarou. –quando pensei que houvesse perdido você não consegui ficar feliz por Kyou ter sido salva, e isso seria normal, pois eu teria perdido a pessoa mais importante pra mim, a mulher que eu amo. –ele encarou Kagome com ternura. –por isso não precisa se desculpar por estar triste, irmãos mais velhos cuidam dos mais novos... só esqueceram de dizer isso para o Sesshomaru. –Kagome deu uma pequena risada. -mas eu serei eternamente grato a Kikio... por trazer você de volta pra mim.

-Inuyasha. –ela não conseguia mais segurar as lagrimas. Ele a abraçou forte. –eu o mão tanto.

-eu também amo você Kagome e por duas vezes eu pensei que havia te perdido por isso não quero mais perder tempo... casa comigo Kagome? –a mesmo o encarou surpresa. –quero a corda ao seu lado todos os dias, quero que o mundo saiba o quanto eu te amo e que você me pertence... quero você pra sempre Kagome.

-Inuyasha... –Kagome tinha o rosto inundado por lagrimas, mas estava feliz como nunca pensou ser possível. –eu aceito Inuyasha... –conseguiu dizer entre risos e soluços. –eu amo você. –em resposta Inuyasha uniu seus lábios em um beijo suave, mas cheio de paixão.

Três meses se passaram à reconstrução de Konan estava quase completa, a vida de todos estava arrumada, Ryujin fez questão de que todos soubessem o que realmente aconteceu com Kikio, assim a imagem de que todos tinham dela mudou, ela passou de inimigo a heroína por ter ajudado Kagome a salvar Kyou e ter salvado a mesma, um monumento foi construído em sua homenagem dentro do templo ao lado da de Midoriko e Ryujin a onde uma estatua de Kagome também seria construída. Como tinha previsto Sango deu a luz a uma menina, o que ela considerou um castigo para Miroku que pagaria por todos os seus anos de pervertido. Kuga havia voltado para sua tribo, mas ia visitá-los com freqüências o que não agradava muito Inuyasha, mas em uma de suas visitas Kuga trouxe uma yokai loba que apresentou como Ayame e disse que ela era sua noiva e isso pareceu acalmar um pouco Inuyasha, embora continuassem implicando um com o outro sempre que se encontrava não podiam negar a amizade que se formou entre eles. Uma coisa que poucos sabiam era que Sesshomaru continuou seus encontros com Rin e isso surpreendeu Inuyasha que em dado momento perguntou o que ela via nele e Rin responderá que ele era muito gentil, Inuyasha chegou a pensar que estavam falando de pessoas diferentes, Sesshomaru é claro não gostou nada disso e foi tirar satisfações com o irmão e claro isso gerou uma briga, que lógico foi apartado por Izayo.

Kagome nunca se sentira mais feliz, estava cercada de pessoas que lhe era importante e se casaria com o homem que amava.

-você esta belíssima. –disse Izayo animada. –nem acredito que meu filinho ira se casar.

-ele não vai gostar nada de ouvi-la falando dele assim.

-bem ele que se acostume. –ela ajudou Kagome a ajeitar os últimos detalhes do vestido.

-desculpe a demora. –disse Sango entrando. –mas a Mei não parava de chorar. –disse se referindo a sua filha.

-e onde esta a Mei-chan? –perguntou Kagome.

-eu a deixei com o pai, afinal eu não poderia deixar de te ajudar a se arrumar e alem do mais ele tem que ter algum trabalho também. –as três começaram a ri. –o seu vestido é realmente lindo Kagome. –comentou Sango admirada. –é esse tipo de roupa que as mulheres no seu mundo usam para se casar?

-hum... foi difícil para as costureiras do palácio fazerem um, mas enfim conseguimos. –Kagome não conseguia conter a alegria, sua mãe sempre falava que queria ver sua filha em um lindo vestido de noiva e não a decepcionara. Depois de já estar pronta Izayo e Sango saíram para deixar Kagome um momento a sós, ouve uma batida na porta. –pode entrar. –distraída Kagome não percebeu quando Inuyasha entrou no quarto e a encarou encantado.

-você está maravilhosa. –Kagome o encarou surpresa.

-Inuyasha você... –ela não entendia o que tinha acontecido com ele, seus longos cabelos prateados deram lugar a madeixas negras, suas fofas orelhas foram substituídas por orelhas humanas,  embora seus olhos continuassem na coloração âmbares que ela tanto amava. –o que aconteceu com você?

-eu pedi a Ryujin que fizesse isso. –declarou se aproximando.

-mas por que eu não me importava Inuyasha. –disse alisando seus cabelos como se querendo ter certeza que não eram mais prateados.

-eu sei e esse era um dois motivos por eu ama-la tanto. –disse pegando a mão que alisava seus cabelos e depositou um beijo nela.

-então por quê?

-eu já disse... eu quero passar minha vida inteira com você... quero envelhecer ao seu lado.

-Inuyasha... –ela estava tão emocionada que não tinha mais palavras.

-tem certeza?

-absoluta. –disse com um sorriso em seus lábios. –quero viver uma vida humana ao seu lado, sentir dor com você, sentir alegria ao seu lado, ver nossos filhos crescerem, e ficar cada vez mais velho ao seu lado, assim quando ficarmos bem velhinhos e há nossa hora chegar nós iremos juntos, de que me serviria ser jovem por séculos se eu perderia você no decorrer deles eu posso enfrentar e superar a morte contanto que seja ao seu lado junto a você, mas não suportaria uma vida de imortalidade sem você, nunca mais vou me separar de você Kagome, eu amo você.

-Inuyasha... –as lagrimas que ela bravamente tentava conter já desciam pelas suas faces, mas ela não se importava, ela podia dizer que era a mulher mais feliz do mundo. –eu também te amo... te amo tanto. –eles uniram seus lábios em um beijo que selou a promessa de ficarem juntos para sempre. Enfrentariam o que viessem, pois sabiam que teriam um ao outro e assim conseguiriam suportar qualquer obstáculo, nunca Kagome pensou que poderia ser feliz como agora, mas ela sabia de uma coisa, seria eternamente grata por ter entrado naquela sala abandonada da livraria de Tokyo, pois graças a  ela encontrou o melhor livro de todos... o livro que lhe devolveu a vida e lhe deu a maior alegria de todas... o AMOR!

FIM