You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 73
Nightmare




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Alice

Estaca na sala da minha outra casa, quando morava com os meus pais e os meus irmãos. Estava desorientada porque não sabia bem o que estava a fazer ali, nem como tinha ido ali parar. Só sabia que não queria estar ali porque algo de mau ia acontecer. Só aconteciam coisas más naquela sala. Ouvi baterem violentamente à porta o que me fez saltar de susto. Parei, estática no meio da sala. Arrombaram a porta quando ninguém os atendeu. A cena era demasiado familiar, mas eu estava sozinha. Eu estava tão assustada. De um momento para o outro, apareceram a Esme, o Carlisle, a Rose, o Jasper e o Edward na sala. O que eles estavam a fazer aqui? Eles não deveriam estar aqui. Eles iam acabar magoados. Tentei dizer para eles se irem embora, mas não saía nada para além de gritos. Eu não me conseguia mexer. A cena apenas se desenrolava à minha frente e eu, nada podia fazer. Os assaltantes atacavam um a um. Eu queria fazer algo, queria protege-los porque eles eram tudo aquilo que eu tinha e amava, mas eu não conseguia. A única coisa que eu conseguia fazer era assistir à morte de cada uma das pessoas que eu mais amava no mundo e gritar. Mais nada. Eu queria fugir dali, não consegui vê-los deitados, inertes e saber que a culpa de tudo aquilo era minha. Finalmente, consegui ter controlo nos meus músculos, mas apenas consegui escorregar até ao chão e chorar violentamente com o rosto escondido nos meus próprios joelhos. Quando voltei a abrir os olhos, encontrava-me num quarto escuro. Estava desorientada e não sabia onde estava. Ouvia um som penetrante e percebi imediatamente que eram os meus gritos misturados com o som do meu choro convulsivo. As luzes acenderam de repente e deparei-me com a Esme completamente preocupada a entrar no meu quarto.

– Mãe… - Disse num tom de alívio por ver que pelo menos algo do meu sonho não era real. O choro veio mais forte como se isso fosse possível. Ela apenas se aproximou de mim e envolveu-me nos seus braços.

– Foi só um pesadelo, querida. Está tudo bem. – Disse ela numa voz calma e reconfortante. Mas eu não me conseguia acalmar até ver se todos estavam bem.

– Onde estão todos? – Perguntei entre soluços. Ela olhou confusa para mim mas tratou de responder.

– Estão todos no corredor, querida. Acordaste muito assustada e aos gritos. – Disse ela.

– Tens a certeza? – Perguntei.

– De quê, querida? – Perguntou ela realmente confusa.

– Que eles estão lá fora no corredor. – Expliquei.

– Tenho, mas porquê? – Perguntei passando a mão na minha testa para tirar os cabelos que se encontravam ali colados por causa do suor.

– Eu estava na minha antiga casa e arrombaram a porta. Mataram-vos a todos à minha frente e eu não me conseguia mexer para vos proteger. Era tudo minha culpa. Eu não consegui mexer-me para vos proteger e depois vocês morreram todos. E depois quando dei por mim já estava aqui no quarto, no escuro. – Disse meio incoerentemente. Ainda sentia o medo a correr-me nas veias e sentia-me a tremer levemente.

– Querida, confias em mim? – Perguntou ela, fazendo-me afirmar com a cabeça. – Nós estamos todos bem. Foi apenas um sonho mau, mais nada. Está tudo bem agora.

– Está bem. – Disse ainda pouco convencida, mas se a Esme dizia era porque era verdade. Passei as mãos nas minhas bochechas e afastei algumas lágrimas que se encontravam aí.

– Porque não te deitas e dormes mais um bocado? Ainda é de madrugada. – Disse a Esme acariciando a minha bochecha.

– Não, eu não quero dormir outra vez. – Disse com um tom de pânico na voz. – Sempre que fecho os olhos tenho pesadelos. Eu não quero mais ver aquelas imagens. Eu não aguento mais.

– Há quanto tempo duram os pesadelos? – Perguntou a Esme preocupada.

– Há uma semana. – Disse num sussurro. Desde do dia que a Rose veio para casa do hospital que tenho tido pesadelos. Tenho conseguido esconder para não os preocupar, mas esta noite foi impossível. Foi o pior pesadelo que alguma vez tive. Foi tudo tão assustador. Tão real.

– Porque não me contaste, querida? – Perguntou colocando uma mecha de cabelo solta atrás da minha orelha.

– Eu não queria preocupar-te. – Disse voltando a soluçar.

– Shh, não precisas de chorar, querida. – Disse a Esme embalando-me um pouco para me acalmar. Ouvimos bater à porta, fazendo com que olhássemos instantaneamente para a porta. Era o Carlisle.

– Está tudo bem? – Perguntou preocupado.

– Sim, está tudo bem dentro dos possíveis. Carl, eles ainda estão aí? – Perguntou a Esme.

– Sim.

– Manda-os para a cama que amanhã têm aulas. Diz-lhes que a Alice está mais calma. – Disse a Esme. – E depois vai dormir Carl, amanhã trabalhas cedo. Vou ficar mais um pouco com a Alice.

– Está bem. – Disse ele entrando no quarto. Chegou-se ao pé de mim e beijou-me a testa que ainda se encontrava ligeiramente suada, o que me fez sorrir um pouco, e depois beijou a da Esme. – Resto de uma boa noite e se for preciso alguma coisa, chamem-me. – Disse ele. A Esme apenas afirmou com a cabeça e depois ele saiu do quarto. A Esme fez com que eu me deitasse outra vez e depois deitou-se ao meu lado.

– Fecha os olhos, querida. – Pediu a Esme. Neguei com a cabeça. Eu não queria adormecer outra vez, eu não queria ter mais pesadelos como aquele. Um bastou-me. – Querida, não podes ficar o resto da madrugada acordada. Vais ficar exausta!

– Mas eu não quero dormir mais. Se eu voltar a adormecer, vou ter mais pesadelos e eu não quero. – Expliquei.

– Eu estou aqui, agora. Vai ficar tudo bem. – Disse a Esme calma enquanto me traçava desenhos imaginários nas minhas costas para me acalmar.

– Eu só não quero ver mais aquelas imagens na minha cabeça. São horríveis. – Disse num sussurro. – Eu tenho tanto medo de vos perder. – Confidenciei ainda num tom baixo de voz.

– Isso não vai acontecer. Estamos todos bem, agora, está bem? – Disse a Esme, aconchegando-me a ela.

– Está bem. – Respondi pousando a cabeça ligeiramente sobre o seu ombro.

– Então fecha os olhos. – Disse ela carinhosamente fazendo-me sorrir pequeno. Fechei os olhos como ela e aconcheguei-me mais a ela. Ela continuava a acariciar-me as costas, algo que me costumava acalmar. Ainda estava com medo de adormecer e ter pesadelos, por isso, demorou um pouco para que eu conseguisse realmente relaxar e adormecer, mas aos poucos fui acalmando e o sono foi chegando, até que não resisti mais e deixei-me cair num sono profundo. Eu estava exausta devido às outras noites mal dormidas e o choro intenso de hoje. Os pesadelos não vieram e eu agradeci por isso. Eu não aguentaria outro pesadelo esta noite, seria demais para mim. Acordei levemente, mais tarde, quando senti algo a mexer ao meu lado, percebi ser a Esme a levantar-me, mas eu não queria que ela se fosse embora. Queria que ela continuasse ao meu lado. Agarrei com força a manga do pijama para que ela percebesse que eu estava meio acordada.

– Não vás, mãe… - Disse num tom baixo e meio grogue por causa do sono. – Não quero ficar sozinha.

– A mãe tem de ir lá a baixo num instante mas já volto. Continua a dormir, querida. Já volto. – Disse ela carinhosamente, beijando a minha testa ternamente. Sorri um pouco e voltei a cair num sono superficial. Passado um bocado, voltei a sentir a Esme a deitar-se ao meu lado. Sorri um pouco e aconcheguei-me nela, voltando a cair num sono profundo.

– Alice. – Ouvi a Esme a chamar. – Alice. – Chamou outra vez. Virei-me de barriga para cima e de seguida, abri os olhos lentamente. Assim que abri os olhos, deparei-me com a Esme. Sorri para ela e bocejei um pouco. – Dorminhoca, já é hora de almoço.

– Hora de almoço? Mas devia estar na escola! – Exclamei sentando-me na cama.

– Achei melhor ficares hoje em casa, amanhã voltas par a escola. – Explicou a Esme, beijando a minha bochecha de seguida. – Como te sentes? – Perguntou preocupada.

– Estou melhor. – Respondi sincera. – Obrigada por teres ficado comigo e desculpa ter-te acordado de madrugada. – Disse timidamente.

– Não faz mal, querida. Só quero que fiques bem. – Disse ela sorrindo ternamente para mim. – Vamos comer? – Perguntou.

– Sim, já estou com fome. – Respondi sentido o meu estômago a doer de fome. Saí da cama e fomos as duas até à cozinha, onde a mesa já estava posta para duas pessoas e a comida já estava servida. Era a minha comida preferida o que me fez sorrir grande.

– Que cheiro delicioso! – Comentei, sentando-me à mesa. A Esme apenas sorriu e depois começamos a comer. Como sempre a comida estava deliciosa. Depois de almoçarmos, ajudei a Esme a arrumar a cozinha e depois fomos para a sala. Estava a dar um dos programas preferidos da Esme, por isso fiquei com ela a ver televisão. Acabei por me aconchegar a ela e fechei um pouco os olhos.

– Dorminhoca, se voltares a dormir, à noite não tens sono. – Disse a Esme num tom divertido.

– Eu sei. – Respondi manhosa, abrindo os olhos. – Espero não ter pesadelos esta noite. Estou tão farta deles. – Disse suspirando.

– Eu sei que sim, querida. Eles vão passar, já passaram uma vez. Estiveste bastante tempo sem os teres. Só acho que eles voltaram agora, por causa do que aconteceu com a Rose. Deparaste-te com a possibilidade de a perderes, de nos perderes a todos e isso assustou-te, o que se reflete nos teus sonhos. – Explicou a Esme. – Mas não precisas de preocupares-te com isso. A Rose já está bastante melhor também. Ainda tem alguns sonhos maus, não confia muito em homens desconhecidos e não consegue sair de casa sozinha à noite. Mas já vai para a escola sem ter medo e anda pela escola sozinha. Aos poucos, ela vai conseguir enfrentar todos os seus medos. E tu também os vais. É normal que tenhas medo de nos perder mas tens de saber lidar com isso, apenas. Tudo se consegue com esforço e sei que o vais conseguir. – Disse a Esme com convicção.

– Obrigada, mãe. Não sei o que seria de mim sem ti. Dás-me tanta força para ultrapassar todos os meus problemas. Não sei como alguma vez te vou poder agradecer tudo aquilo que fizeste por mim.

– Só precisas de ser feliz, querida. Mais nada. – Disse ela sorrindo beijando a minha testa de seguida. Ficámos o resto da tarde na sala. Eu aconchegada nela, a ver televisão e a conversar ocasionalmente. Adorava estar assim com a Esme, adorava o sentimento de segurança e afeto que ela me transmitia. Era algo que só ela me proporcionava. Era meio da tarde quando, eles chegaram a casa. A Rose entrou disparada dentro de casa e quando me viu no sofá veio logo ter comigo.

– Porque não contaste que continuavas com pesadelos? – Perguntou ela num tom um pouco brusco mas ao mesmo tempo perto do choro. – Porque não contaste? Pedi que contasses! – Continuou ela, com o mesmo tom.

– Rosie… - Advertiu a Esme.

– Não, mãe, ela tem de ouvir. Há uma semana atrás pedi para contares se tivesses mais pesadelos! – Exclamou a Rose. - Ela não é só minha mãe, Alice, ela é tua mãe também. Tens de perceber isso. Ela pode ajudar-nos às duas! Diz-me que percebes isso! – Pediu ela. Algumas lágrimas já tinham escapado mas eu percebia o ponto da Rose. – Diz-me, Alice! – Pediu ela mais intensamente.

– Sim, eu percebo. – Disse num tom choroso. Algumas lágrimas escaparam e eu tratei logo de as limpar. A Rose respirou fundo e voltou a falar comigo num tom mais brando.

– Alice, eu não queria fazer-te chorar, desculpa. – Disse ela mais calma. – Mas eu só quero que compreendas isto. Fazes parte da família tanto como eu, ou como o Edward ou o Jasper. A Esme é tua mãe, tal como é minha. Somos todos, uma família e a família serve para nos ajudarmos uns aos outros, mas para isso é preciso confiar-nos os teus problemas. Nós vamos estar aqui para ti, Alice. – Explicou ela. – Só não quero ouvir-te chorar e gritar como ontem. Foi totalmente agonizante, ouvir-te e não poder fazer nada, Alice. Não quero ver-te assim outra vez. – Disse ela, abraçando-me de seguida.

– Eu sei, Rose. – Disse. – Obrigada por seres uma irmã maravilhosa. – Disse perto do ouvido dela. Ela apenas sorriu. Depois do pequeno sermão da Rose, as coisas voltaram ao normal. Claro que o Jasper ainda estava preocupado e não me largava um momento, mas é a maneira de ser dele e é isso que eu amo. Fiquei o resto da tarde, aconchegada ao Jasper enquanto ele me mimava o tempo todo. Estes momentos eram sempre perfeitos e nós esquecíamos o resto do mundo. Criávamos uma pequena bolha à nossa volta e estávamos felizes assim. O Carlisle chegou mesmo a tempo do jantar e depois de comermos, fui com o Jasper para o meu quarto. Ele iria ficar comigo até eu adormecer, visto que a Esme e o Carlisle não gostavam muito que dormíssemos juntos, além de vez em quando permitirem. Não por não confiarem em nós mas apenas porque era a casa deles e eles não queria que nada acontecesse na casa deles, com eles lá. Estava enfiada dentro da cama, enquanto o Jasper estava deitado ao meu lado a mexer-me no cabelo.

– E se eu tiver outro pesadelo, Jazz? – Perguntei num tom baixo.

– Se tiveres outro pesadelo, vamos estar todos aqui para te acalmar, Ali. Apenas isso, não te preocupes, não penses neles. Quanto mais pensares neles, pior é. Tenta relaxar e adormecer que vais dormir a noite inteira.

– Está bem. – Disse sorrindo um pouco. Tinha imensa sorte em tê-lo comigo. – Eu amo-te tanto, Jazz! – Exclamei beijando-o de seguida.

– Também te amo, Ali! – Disse ele depois de nos separarmos. – Mas agora, está na hora de fechares esses olhinhos e dormires. – Disse ele carinhosamente, acariciando a minha bochecha.

– Está bem. – Respondi fechando os meus olhos. Não foi difícil relaxar aconchegada ao Jasper, isso era demasiado fácil. Fui adormecendo aos poucos e antes de cair na inconsciência, ainda ouvi o Jasper dizer:

– Dorme bem, minha Alice.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, juro que se conseguisse postar antes o tinha feito, mas estou em época de exames e antes disso estive em época de testes. E ainda não acabei os exames, mas achei que estava na hora de postar, porque se tudo tivesse corrido bem, já teria feito os exames todos, pois... No dia do meu exame de português, os professores decidiram fazer greve e não apareceram nas salas de aula. Conclusão: não fiz exame. Vou faze-lo amanhã. Mas a boa noticia é que é o último e depois disso estou de férias, por isso acredito que as postagens começarão a ser mais regulares, como antes.
Espero que tenham gostado deste capitulo e fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos
S2



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