Acordei cansadíssima, hoje. Não em devia ter deitado tão tarde. Levantei-me e fui buscar uma roupa ao meu armário. Vesti-me calmamente e depois fui tomar o pequeno-almoço. Já estava a ficar atrasada, por isso, tomei o pequeno-almoço às pressas. Fui a correr para a escola e entrei na sala mesmo a tempo. Sentei-me na minha mesa ao fundo da sala e tentei prestar atenção à aula. Quando a aula acabou, arrumei as minhas coisas lentamente e sai da sala. A Rose estava lá à minha espera.
- Olá, Alice! – Disse ela sorrindo abertamente.
- Olá, Rose! – Cumprimentei-a.
Ficámos as duas a falar no intervalo. Ela agora já não se dava com o grupo dos populares. Ela deixou-os definitivamente. Ao inicio foi um choque para a escola toda mas agora, já estavam todos habituados. Depois de tocar, a Rose foi comigo até à minha sala e depois foi para a sua. O resto das aulas até à hora de almoço, passaram-se num instante. Quando tocou para a saída, dirigi-me calmamente até ao refeitório. Fui buscar a minha comida e depois fui-me sentar ao lado do Jasper. Ainda não o tinha visto, hoje.
- Olá. – Sussurrei ao ouvido dele.
- Saudades? – Perguntou ele.
- Muitas. – Sussurrei ao seu ouvido sorrindo.
- Ainda bem. – Disse ele, beijando-me em seguida apaixonadamente. Correspondi ao beijo. Era verdade, eu estava com imensas saudades dele. Parámos de nos beijar quando ouvimos alguém a pigarrear. Separámo-nos envergonhados e vimos que o Emmet e a Rose estavam em pé a olhar para nós com os tabuleiros nas mãos. Sorri muito envergonhada para eles e comecei a comer. O Emmet acabou por cair na gargalhada o que fez com que eu ficasse mais envergonhada. Logo depois o Edward e a Bella chegaram e também se sentaram para comer. Almoçámos entre muitas piadas e muitos risos. Quando demos por nós já estava a tocar para a entrada. Fiquei logo de mau humor. Ia ter matemática.
- De onde é que o mau humor veio, Alice? – Perguntou a Rose depois de eu responder torto a uma pergunta dela. Fiquei logo arrependida, mas as aulas de matemática deixavam-me sempre assim.
- Aula de matemática. – Respondeu o Jasper por mim.
- Compreendo perfeitamente, Alice! – Disse o Emmet.
- Odeio as aulas de matemática. – Resmunguei.
Eles caíram todos na gargalhada. Eu e o Jasper entrámos na nossa sala e sentámo-nos no nosso lugar. O Jasper sentava-se ao meu lado nesta aula. O professor entrou e começou a corrigir o trabalho de casa que eu não tinha feito e depois começou a dar matéria. Eu não prestei atenção a nada, passei esse tempo todo a falar com o Jasper. Pelo menos distraía-me.
- Jasper, vá para aquele lugar! – Disse o professor num tom autoritário. Ele estava a apontar para única mesa que tinha apenas uma pessoa sentada. Era uma rapariga que se chamava Helena.
- Porquê? – Perguntei sem dar conta.
- Desde o inicio da aula que os meninos não se calam. Vá, Jasper. Rápido! Quero continuar a aula. – Boa! Só me faltava esta! Ficar sem o Jasper na aula de matemática, o que poderia ser pior? O Jasper juntou as suas coisas e saiu do meu lado para se sentar ao lado da outra rapariga. Fiquei ainda mais mal-humorada do que o que estava. Passei o resto da aula a rabiscar no caderno, sem prestar atenção.
- Bem, sei que não é normal em matemática, eu pedir um trabalho escrito mas as notas estão péssimas. Estou com esperança que este trabalho suba algumas notas. O trabalho vai ser a pares, com os companheiros da vossa mesa. Cada par vai fazer um trabalho escrito sobre um matemático. Sobre alguém que tenha contribuída para a evolução da matemática. Vocês podem escolher. Quero que me entreguem o trabalho daqui a duas semanas. – Explicou o professor. Eu não tinha colega do lado. Provavelmente vou ter que fazer o trabalho, sozinha. Os pares começaram a murmurar uns com os outros já a planearem as coisas para começarem o trabalho. Eu fiquei apenas a rabiscar o meu caderno, até que o professor veio ter comigo. Deve ter percebido que eu não tinha par.
- Alice. – Chamou. Deixei os desenhos do meu caderno e olhei para o professor. – Vais fazer o trabalho, sozinha. Não quero grupos de três. Esforça-te. – Disse ele antes de me virar as costas e ir para a sua secretária. Continuei a ouvir os murmúrios dos outros alunos da turma. Olhei para o Jasper e ele conversava animadamente com a Helena. Fiquei um pouco triste. Eu queria ter ficado com o Jasper. Desviei o meu olhar para o meu caderno e continuei a rabiscar. Por fim, acabou por tocar. Arrumei as minhas coisas e sai. Fiquei à espera do Jasper do lado de fora da sala. Ele, passados uns minutos, acabou por sair e saímos juntos da escola, mas ele foi para casa e eu fui para a instituição. Foi estranho. Há muito tempo que isto não acontecia. Normalmente, depois das aulas, ou íamos para casa dele, ou íamos passear, mas ele não falou nada durante o percurso e quando chegou ao estacionamento, despediu-se de mim com um beijo e entrou no carro para ir para casa com a Rose e o Edward. Eu fui a pé até à instituição um pouco triste. Quando cheguei lá, fechei-me imediatamente no meu quarto e pus-me a acabar o projecto final para a aula de desenho, para afastar a tristeza. Fazer aquele projecto, fazia-me lembrar da felicidade que sentia quando estava com o Jasper e a sua família. Distraí-me com as horas. Quando dei por mim, era quase meia-noite. Tinha estado a desenhar esse tempo todo. O projecto já estava bem adiantado. Fui até à cozinha para comer qualquer coisa e depois voltei para o quarto para desenhar. Como amanhã era Sábado, eu poderia acordar tarde. Só me fui deitar perto das três da manhã. Faltavam apenas alguns retoques, desenhar mais umas coisas que faltavam e dar cor ao desenho e ficava concluído. Mal me deitei na cama, adormeci entre os meus pesadelos habituais. Acordei no dia seguinte com alguém a chamar-me.
- Alice! Acorda.
- Deixa-me dormir mais um pouco. – Pedi a quem quer que fosse que me estivesse a chamar. Senti a minha cama a afundar de um lado. Virei-me de costas para quem se tivesse deitado na minha cama. Eu tinha me deitado tarde, querida dormir mais um pouco, apenas. Senti a abraçarem-me por trás e a beijarem-me a nuca.
- Acorda, dorminhoca. – Agora, tinha a certeza de quem era. Era o Jasper que estava no meu quarto. O que é que ele estava a fazer aqui? Não tínhamos combinado nada, até pensei que ele fosse adiantar o seu trabalho com a Helena.
- Jasper. – Suspirei o nome dele. Ai, eu amava-o tanto!
- Sim, dorminhoca, sou eu. Agora, levanta-te. Tenho uma surpresa.
- Uma surpresa? – Perguntei admirada. – Porquê? – Perguntei curiosa.
- Sim, uma surpresa porque ontem eu percebi que ficaste triste por eu não te levar a passear, ou ter ficado contigo de tarde. Quer dizer, a Rose percebeu e deu-me na cabeça. Eu estava a pensar sobre o trabalho ainda, desculpa.
- Eu não fiquei triste! – Defendi-me. Sim, eu tinha ficado triste. Eu estava mesmo à espera de passar a tarde com ele. Eu adorava passar as tardes com ele.
- Não vale a pena dizeres que não ficaste. Mas eu tenho uma surpresa para ti! Vá lá! Levanta-te. – Pediu ele.
- Estou cheia de sono, Jasper. – Resmunguei. – Deitei-me tarde, ontem. – Expliquei-lhe.
- Porquê? Não costumas deitar-te tarde.
- Estive a fazer o projecto final para a aula de desenho e distraí-me um pouco com as horas. – Expliquei-lhe.
- Está bem! Para o sítio onde vamos, depois podes dormir um pouco. Eu deixo. Mas agora tens de te levantar, vestires-te e vires comigo.
- Está bem. – Acabei por concordar levantando-me da cama. – Deixa-me tomar um banho rápido. – Pedi. Ele concordou com a cabeça e ficou deitado na minha cama enquanto eu fui tomar banho. Tomei um banho rápido e fui para o quarto enrolada na toalha. Tirei a roupa do armário e voltei para a casa de banho, para me vestir. Quando fiquei pronta, voltei para o quarto. – Já estou pronta. – Avisei-o. Ele levantou-se da cama e veio ter comigo. Aproximou-me dele, puxando-me pela cintura e uniu os nossos lábios num beijo apaixonado.
- Vamos? – Disse ele com a sua boca demasiado perto do meu rosto.
- Sim. – Respondi. Ele levou-me até ao seu carro. Entrámos e depois ele conduziu até à praia de La Push. – O que vamos fazer aqui, Jasper? – Perguntei curiosa.
- Já vais ver. – Respondeu ele sorrindo. Não perguntei mais nada. Ele estacionou o carro e depois ajudou-me a sair. – Agora, vou ter que te tapar os olhos. Podes ficar descansada que eu não te deixo cair. – Disse ele com uma venda preta nas mãos. Afirmei com a cabeça, concordando que deixava ele pôr-me a venda nos olhos. Ele foi para trás de mim e atou a venda atrás da minha cabeça. Depois envolveu a minha cintura com um dos braços dele e pegou na minha mão. Andámos devagar durante um bocado. De repente parámos e o Jasper largou a minha mão e tirou o braço da minha cintura.
- Jasper? – Perguntei com um pouco de medo. Eu não via nada.
- Tem calma, Alice. Vou tirar a venda. – Disse ele calmamente. Suspirei aliviada. Senti ele atrás de mim e depois ele retirou a venda dos meus olhos. Nos primeiros segundos, eu apenas pisquei os olhos para ver com mais nitidez depois reparei na surpresa dele. Fiquei estática, sem conseguir dizer nada. – Não gostaste? – Perguntou ele hesitante.
- Claro que gostei! – Consegui dizer atirando-me para os braços dele. Nós estávamos num canto da praia onde havia uma toalha e uma cesta de piquenique. Havia algumas almofadas para nos acomodarmos. Foi a melhor surpresa que alguém me tinha feito. – Adorei, Jasper. – Disse realmente feliz. Passei os braços pelo seu pescoço e beijei-o intensamente. – Amo-te tanto, Jasper. – Acabei por dizer quando separámos os nossos lábios. Ele sorriu e acariciou a minha bochecha, simplesmente. Sentámo-nos os dois perto um do outro.
- Com fome? – Perguntou ainda sorrindo.
- Sim. – Respondi sinceramente. Ainda não tinha comido nada desde que cheguei. Ele tirou do cesto, caixas com fruta, chocolate, sandes, sumos.
- Não é um banquete…
- É perfeito. – Cortei-o. Peguei numa caixa que continhas uvas e abri-a. Comecei a comer. Estava mesmo esfomeada. O Jasper comeu comigo. Durante o resto do almoço, eu acabei por comer de tudo o que ele trouxe e era muita coisa. No final, fiquei muito cheia. – Acho que não como o resto do dia. – Disse aconchegando-me nele.
- Que exagero, Alice. – Disse ele rindo. – Nem comeste assim tanto.
- Acredita que comi. Para o meu estômago foi imenso. – Respondi. Ele começou a pôr as caixas dentro do cesto e depois chegou o cesto para o lado para dar espaço para nos deitarmos. Ele deitou-se primeiro, e depois levou-me com ele. Aconcheguei-me nele e deitei a cabeça no peito dele. Ele começou a passar os dedos levemente nas minhas costas, fazendo desenhos invisíveis, o que me relaxava. Comecei a ficar sonolenta, acabando por adormecer. Ele sabia que eu ainda estava cansada. Acordei um tempo depois. Já estava a começar a escurecer. – Olá. – Disse espreguiçando-me.
- Dormiste bem? – Perguntou ele divertido.
- Muito bem! – Respondi. Ele riu-se com a minha resposta.
- Vamos até à beira-mar? – Perguntou ele acariciando suavemente a minha bochecha.
- Sim! – Respondi entusiasmada. – Anda molhar os pés! – Disse. Sentei-me rapidamente na toalha e comecei a tirar os sapatos. Dobrei um pouco as minhas calças para cima para não as molhar. O Jasper fez o mesmo e por fim fomos até à beira-mar. A água estava gelada, mas eu adorava molhar os pés na água. Acabámos por dar um passeio e conversar um pouco.
- Alice, diz-me a verdade. Tu, ontem ficaste triste, não ficaste? – Perguntou ele olhando-me nos olhos.
- Um pouco, mas não importa. – Respondi rápido.
- Claro que importa. Eu não te quero ver triste, muito menos por causa de mim. Alice, eu amo-te e quero-te apenas feliz. Não quero fazer-te triste com as minhas acções, com as minhas atitudes. Está bem?
- Está bem. – Disse um pouco emocionada com as suas palavras. Continuámos a passear pela praia. O tempo estava agradável. Quando ficou mesmo escuro, voltámos para o sítio onde estavam as nossas coisas e arrumámos tudo. Já estava a ficar tarde. Levámos as coisas até ao carro e depois o Jasper levou-me para a instituição. Despedi-me dele e entrei. Estavam todos a jantar. Eu tirei um pouco de comida e fui comer para a sala. Ainda estava um pouco cheia do almoço. Depois de comer, fui até ao meu quarto e adiantei alguns trabalhos de casa. Quando comecei a ficar com sono, fechei os livros e fui para a cama, adormecendo de seguida.