Hidden escrita por jduarte


Capítulo 69
Encontrável


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, mas como não há muitos reviews, me decepciona mt e a criatividade morre!
COMENTEM!
Beijoooos,
Ju!
Ps: Espero que gostem...



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– Tudo bem – disse sufocada.

Eu ainda descobriria porque Astif me parecia muito familiar.

Adam estava de pé, nem ligando muito para nós dois. Precisava ser pelo menos amiga dele, até que ele me contasse o que planejava para meu irmão. Não iria deixar nada me passar.

– Adam... – tentei dizer.

Ele me olhou sem muito interesse, e eu tive que respirar fundo. Controle-se, uma voz surgiu no fundo de minha mente.

– Preciso ir agora. – disse.

Seus olhos encontraram os meus, e pareciam suplicar por alguma coisa.

– Não vá. – disse baixo, quase como se não fosse para Astif ouvir-nos.

Tive que olhar para baixo, para não ceder a seu pedido. Oh, Deus!

Ainda vamos nos encontrar, ok?

Adam segurou minha mão, mas deixei-a escorregar para o lado de meu corpo. Não queria que ele fizesse isso. Não queria ter nenhuma ligação com ele. Queria continuar a ser solitária, não botar mais ninguém no meio de meus problemas idiotas.

– Camila...

Astif olhou para mim, quase me devorando, e pareceu me explorar sem a menor vergonha. Ainda não conseguia o decifrar.

– Eu prometo. – disse.

Aquelas palavras provocaram uma sensação estranha na boca de meu estômago, deixando na boca um gosto de ferro.

Senti a mão de Astif tentar me segurar novamente, mas meu braço escorregou, e aproveitando a deixa, corri como nunca para qualquer lugar. Queria apagar. Voltar no tempo, voltar para Bernardo.

Preciso encontrá-lo, Bernardo! Volte para mim!, implorei mentalmente.

Porque tudo tinha que ser tão difícil? Tão impossível? Como uma conversa inocente – ou não tão inocente assim, pudesse me causar tanta dor? Chegava a ser um absurdo. Em meus sonhos, Bernardo não passava de um cara normal. Mas havia algo mais. Algo que cobria parte dele, e me impedia de ver seu verdadeiro eu.

Corria tanto, que minhas pernas fraquejavam. Pensei em abrir as asas e voar para bem longe daquele caos, mas então me lembrei de Rubens. Ele estava sozinho há muito tempo. Isso não era bom. Muito menos para uma criança hiperativa como ele.

Quando meus pulmões começavam a implorar por ar, percebi que era hora de parar. Estava na frente do hotel, por coincidência. Estranho? Não. Estava ligada no automático. Nada era estranho.

Nem tive vontade de olhar para ninguém, por mais que soubesse que não era a única mutante que se encontrava hospedada no hotel. Podíamos sentir uns aos outros, e de certa forma, me acalentava a alma saber que não éramos os únicos foragidos.

Olhei sem animação nenhuma para os lances de escada que me levariam até meu quarto. Elas pareciam tão extensas agora, apesar de serem somente quatro.

Dor. Dor. Dor.

Minhas pernas latejavam, e meus braços doíam. Era impossível não desejar que um elevador confortável aparecesse.

Sabia que se não começasse a subir as escadas, teria de dormir no saguão. E essa idéia não era tão boa. E ainda tinha meu irmão.

Quando avistei meu quarto um pouco mais fundo, tive que segurar-me para não gritar de alegria. Meus membros protestaram, me fazendo contrair de dor.

Estava tudo muito calmo. Como se tivessem ligado o mudo, ou diminuído o volume no mínimo. Era de fato perturbador.

Um frio subiu por minha coluna, irradiando das palmas de minha mão, subindo por meu pescoço, congelando meu cérebro. Mas tive que continuar. Não havia dúvida que ficaria com sérias seqüelas – leia-se: um resfriado gigante de monstro.

– Rubens? – perguntei quando forcei a porta, e percebi que estava trancada.

Tudo bem nós estávamos em um hotel, onde as portas se abrem com chave, e tudo mais. Mas isso não era desculpa para meu irmão trancá-la. Ou era? O que eu tinha pedido para ele fazer? Trancar a porta? Acho que sim.

Forcei-a novamente. A porta parecia frágil em minhas mãos. Como se fosse feita de jornal. Sua estrutura era enorme comparado ao meu tamanho, mas isso não devia justificar porque ela me parecia tão frágil.

– Rubens! – gritei. Ele não respondia, e isso me irritava.

Mas que droga!, pensei batendo mais forte na porta, sentindo que a qualquer momento ela poderia desabar com minha força.

Já que os tapas e socos na porta pareciam não surtir efeito nenhum, parti para a gritaria.

– Rubens, abre essa droga agora!

Já me desesperava. Será que ele estava de brincadeira com a minha cara? Não é possível!

Fechei os olhos, sentindo meus olhos arderem. Por favor, por favor! Abra a porta. Abra a porta, implorei. Esperar que a porta se abrisse, era a única coisa que me restava, a não ser chorar copiosamente para algum santo padroeiro vir me ajudar.

Para minha total descrença, quando abri os olhos, a porta fez um barulho estranho, como se fosse destrancada, e abriu. Esperei ver meu irmão coçando os olhinhos azuis, como se pedisse desculpas... mas não foi isso que eu vi. Pelo contrário. O quarto se encontrava mergulhado no breu completo, e o aquecedor estava ligado na temperatura máxima, assim como o chuveiro, fazendo o quarto parecer uma verdadeira sauna.

Vasculhei o quarto, primeiro no banheiro, para ter a certeza de que ele não estava fazendo brincadeirinhas ridículas na banheira. Mas não estava lá.

Meu coração se apertou por um segundo, e pareceu parar de bater quando avistei meu irmão no meio do quarto, sentado com as pernas cruzadas, fitando a janela aberta, com as mãos esticadas ao lado do corpo.



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Notas finais do capítulo

continua...