Que Tony Stark era um multibilionário, todo mundo sabia. Que ele era o Homem de Ferro, todo mundo sabia também. Que ele era um dos homens mais bonitos e desejados dos EUA, todo mundo também sabia...

Qual a novidade então?

A novidade, que ninguém, além de Tony e o fiel JARVIS sabiam, era que Tony estava morrendo.

Simplesmente assim, sabe?

E sem ter como fazer nada.

Bom, isso era o que ele pensava.

O que mais o irritava nisso, era o fato de que quando ele morresse, o mundo ia perder o Homem de Ferro.

Não, ele não planejava dar aquela armadura pra ninguém.

E também... Pepper. Sim, na verdade, Pepper era a sua maior preocupação.

Obvio que ele sabia que ela não precisava dele, mas ainda assim ela o preocupava.

Suspirando audivelmente, terminou com o copo de bebida que estava em sua mão.

oOo

A porta do escritório foi batida com força.

Pepper pressionou a ponte do nariz com os dedos, e fechou os olhos.

Depois que Tony assumiu finalmente ser o Homem de Ferro, ela tinha que despachar diariamente cerca de cinco jornalistas, no mínimo. Isso tudo tirando os contratos oferecidos para a fabricação em massa da armadura.

Aquilo estava começando a irritá-la profundamente.

Ela olhou o relógio e deu graças a Deus que já eram cinco horas.

Ela rapidamente recolheu suas coisas e igualmente depressa voou até seu carro, da mesma forma que o dirigiu até a enorme mansão Stark.

“JARVIS?” Ela chamou

“Sim, Srta. Potts?”

“Tony está na garagem?”

“Como de costume.”

Pepper agradeceu e desceu as escadas com alguma pressa. Pra variar Tony estava no meio de centenas de cabos, vários computadores, e mexendo novamente na armadura.

“E dessa vez o problema é...?” Ela começou. Tony não desviou seu olhar.

“Energia. Se eu economizar mais durante o voo eu posso ter um poder de ataque maior.”

“Hum.” Concordou Pepper.

Tony removeu algo da armadura que brilhou fortemente, e se apagou. Ele colocou a peça de lado e continuou a remexer nas outras peças.

Era impressão de Pepper ou ele estava mesmo meio abatido?

Mais pálido, talvez...

Bom, ela atribuiu isso ao fato de que Tony não saia muito ultimamente sem a armadura, então supôs que foi isso, e não comentou nada.

Mas ele decididamente estava diferente. Sua respiração estava mais pesada, e o cansaço era evidente em seu rosto.

Há quanto tempo ele não dormia?

“Tony, não acha melhor descansar um pouco? Você pode voltar depois.”

Pela primeira vez naquela tarde, ele olhou para ela.

Sua boa se abriu, mas não saia nenhum som.

Ele a fechou, voltou a abri-la e fechá-la mais algumas vezes.

Ele fechou os olhos e deu de ombros, levantando.

Pouco tempo depois, Pepper ouviu um chuveiro sendo ligado, e resolveu fazer o mesmo, dirigindo-se ao seu quarto.

Naquela noite Tony ainda estava sério, e depois do jantar Pepper sentou-se ao lado dele num dos confortáveis sofás da enorme sala.

Ficaram em silêncio durante algum tempo, um silêncio calmo, confortável para ambos.

Tony a puxou para mais perto e envolveu em seus braços.

Ele aproximou seus lábios do ouvido dela e murmurou:

“Eu te amo.”

Pepper o olhou, espantada. Tony não achou estranho, e disse aquilo apenas por ter sentido vontade de dizer.

'Não desperdice sua vida.” Dissera-lhe Ho Ynsen, e em uma época em que ele nem imaginava que tinha seu tempo de vida contado.

Então, agora que ele sabia, por que não fazer o que sentia vontade?

E, droga, se ele sentisse vontade de dizer a Pepper que a amava, ele diria, mesmo censurando-se mentalmente por saber que isso apenas tornaria as coisas piores para ela depois.

Ele respirou fundo.

Ele era Anthony Stark, dono da Stark Industries, um homem capaz de construir uma armadura com alto poder destrutivo dentro de uma caverna.

E ele consertaria aquilo, ele daria algum jeito, e agora não só por ele, mas por Pepper também, e todos aqueles que precisavam dele e do Homem de Ferro.

Se antes ele achava que aquilo não tinha cura, agora ele tinha quase certeza, mas nem por isso ele desistiria, pelo menos não enquanto tivesse alguém por quem continuar.