Muito além do Desejo escrita por LoaEstivallet


Capítulo 7
Pacto


Notas iniciais do capítulo

Como prometido hoje mais cedo em ADA... O cap está bem comprido, pra compensar a demora...Explicações no cap de ADA...Curtam bastante!Beijos



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A luz tímida do alvorecer tocou as pálpebras de Edward, despertando-o.

Pela primeira vez em onze anos ele dormira excepcionalmente bem, apesar de ter repousado apenas poucas horas.

Olhou para a mulher aninhada de costas em seu corpo, e soube o motivo. Ele havia tido um sono sem sonhos... Porque seu sonho estava ali, nos braços dele.

Afastou uma mexa de cabelo do rosto de porcelana, admirando a pele suave de Bella, que ressonava tranquila. Um sorriso brotou em seus lábios, a satisfação preenchendo seu peito.

Aproximou, cauteloso, o nariz do pescoço dela, aspirando seu perfume inconfundível, fechando os olhos em júbilo.

As recordações fervilharam em sua mente.

Ele queria colocar pra fora aquelas palavra que lutavam para sair, seu coração quase explodindo de tanto sentimento. Quebrou o beijo com cuidado, fitando o olhar enternecido dela.

– Bella, eu...

Havia tanto a se dizer... Tantas palavras que queriam saltar pra fora de sua boca para fazê-la entender o quanto ele sentia por tudo que havia acontecido, a falta que ela fez em sua vida, a dor que ele tolerou durante todos esses anos, a felicidade por tê-la ali naquele momento...

Mas Isabella teve medo das palavras. Receou que o encanto fosse quebrado pelo que fosse dito por ele, e ela desistisse da loucura de se entregar uma vez mais àquele homem.

Tocou os lábios entreabertos dele, sentindo sua respiração ofegante no dedo indicador enquanto o calava.

– Shhh... Não diga nada...

E a mão que tocava o lábio, escorregara para o pescoço, puxando para mais um beijo desesperado.

Edward engoliu cada uma das declarações que faria, sentindo sua garganta arder com a ansiedade. Ele tinha esperança de que outros momentos viriam, e que fosse possível expor seus sentimentos em outra ocasião.

Bella abriu os botões da camisa dele, sem afastar seus lábios, afoita pelo contato. Ele a ajudou, se desvencilhando rapidamente do vestido dela em seguida.

Quando a roupa foi atirada em um canto, Edward ergueu o tronco para olha-la, a surpresa e a lascívia escurecendo o verde de seus olhos ao perceber os seios nus.

Ela estava tão diferente. Mais bonita, mais feminina. Suas curvas mais sinuosas e fartas. Não deteve o desejo de toca-la.

Bella arfou ao sentir a mão pesada de Edward tomando-lhe delicadamente o seio. Sentiu seu rosto queimar, não só pela intensidade do olhar dele, mas pela excitação aguda que lhe dominava.

Arqueou o tronco, desejando mais, e protestou com um gemido baixo quando percebeu a mão abandona-la.

Edward respirou pesadamente e se levantou devagar, mantendo os olhos nos dela. Tirou a calça e a roupa de baixo de uma só vez, parando de joelhos na borda da cama.

– Você é tão linda... – Sua voz estava mais grossa pelo anseio de toma-la.

Isabella observou-o devagar. Cada músculo que ela não conhecia, cada parte daquele corpo que estava diferente da última vez que o tivera.

Seus olhos pousaram sobre a excitação evidente do homem ao seus pés, conferindo-lhe uma satisfação até então esquecida, quase uma presunção. Era por ela que ele ansiava.

– Vem... – Chamou com um sorriso sutil, estendendo a mão pequena em direção a ele.

Edward deitou-se sobre ela, saboreando o contato com a pele macia e quente que conhecera tão bem um dia.

A peça íntima diminuta de Bella virou farrapos pelas mãos de Edward em segundos, e seus lábios se reencontraram sôfregos, abafando um gemido mútuo ao encontro de seus sexos.

O beijo se tornou ainda mais urgente, e ele apertou-a mais contra si quando ela o enlaçou com as pernas, encaixando seus corpos.

O ato fora intenso, mas apaixonado, e em meio a carícias e sussurros eles chegaram juntos ao êxtase, olhando-se nos olhos que brilhavam as palavras que nenhum dos dois ousou pronunciar.

Edward suspirou.

Aquele fora apenas o começo da noite intensa que tiveram. Seguidamente seus corpos se encontraram, sem cansar um do outro, parecendo querer compensar todo o tempo perdido.

Ele observou o relógio digital sobre o criado-mudo. Havia apenas três horas que adormecera com sua menina sobre o peito, exaustos e extasiados pela longa noite de paixão.

Olhou novamente para ela, desejando que o mundo lá fora não existisse, que não fosse preciso retornar do sonho e encarar a realidade.

De repente sentiu um desespero grave travar-lhe a garganta e acelerar o coração. Ela estava tão entregue durante a noite... Ele não estava certo de como ela agiria daqui por diante.

Consumido pelo medo de que ela, recobrando a sanidade perdida durante a madrugada se afastasse de uma vez por todas, Edward enterrou seu rosto nos cabelos negros de Isabella, aspirando seu perfume, ávido para mantê-lo dentro de si.

Bella sentiu uma respiração quente e entrecortada arrepiar seu pescoço, e sorriu, se entregando momentaneamente ao prazer de tê-lo lhe acarinhando novamente.

Mas sabia que aquilo havia sido um momento pontual, uma loucura deliberada que não seria repetida, muito menos se tornaria rotina.

Aproveitou o afago por mais alguns instantes, respirando fundo para controlar o desejo que já lhe pulsava o ventre novamente, e virou-se para encarar os olhos verdes que a fitavam apreensivos.

Edward sorriu hesitante, e Bella percebeu que o gesto não alcançou seu olhar. Sorriu largo de volta, querendo assim passar a ele a segurança de que ela não estava zangada ou mesmo arrependida. Ela sabia o que estava fazendo o tempo todo, afinal.

Vendo sua expressão, Edward relaxou e deslizou a ponta dos dedos em sua face.

– Bom dia, menina... – Sussurrou, os olhos seguindo o caminho que seus dedos trilhavam.

Bella estremeceu ao ouvir o apelido que ele lhe dera no passado, seu coração acelerando abruptamente.

– Bom dia. – Respondeu tentando manter o sorriso e a voz firme.

Ele queria beija-la, mas não sabia se ainda tinha permissão. Sentia-se um rapazote inexperiente e inseguro perto dela.

Não queria forçar. Ficou claro, desde o momento em que ela o puxou para fora daquela festa sem dizer uma única palavra, que para ela aquilo era um ato impulsivo, um deslize, permitido e deliberado, mas um deslize.

Bella observou em silêncio sua expressão oscilar entre a dúvida e a ansiedade, o olhar fixo no dele, enquanto ele fitava seus lábios com ardor.

– Nós precisamos levantar... – Murmurou, quebrando o clima propositalmente – Temos uma reunião às oito.

Edward expirou forte, claramente insatisfeito, afastou o corpo do dela com relutância, e sentou-se na cama com as costas apoiadas na cabeceira.

Observou-a se enrolar no lençol e levantar.

Sabia que o que faria a seguir poderia destruir qualquer chance daquilo se tornar algo mais sério, mas não conseguiu controlar o impulso.

– Você vai fingir que nada aconteceu, não é? – Cobrou com a voz melancólica.

Bella parou de catar suas coisas no meio do quarto e o olhou.

Ela havia decidido, desde a saída da casa dos Cavendish, que se permitira apenas aquele momento e nada mais. Mas não iria fingir que nada acontecera. Apenas não permitiria que se repetisse.

– Não, Edward. Eu não pretendo fingir que nada aconteceu... – Falou com suavidade, enquanto ele momentaneamente relaxava – Mas isso não vai se repetir.

Toda a aflição então voltara ao peito dele, com a confirmação do que temia.

– Nós temos nossas vidas, nossos companheiros, nossos compromissos... – Ela continuou, alheia a dor que causava – Eu agi feito uma criança evitando você, me fazendo de distante, sendo rude e formal. Eu estava afetada por... – Se interrompeu, não querendo tocar no assunto – Garanto que teremos uma relação mais cordial a partir de agora... Mas o que aconteceu entre nós dois essa noite... Foi apenas um momento. E ele passou.

– Ok. – Edward respondeu depois de um tempo, contendo a decepção em sua voz. – Você está certa.

Ele sorriu um sorriso vazio, desejando se enterrar em algum buraco bem fundo para gritar sem que ninguém ouvisse.

Bella enxergou o brilho da angústia em seu olhar, mas ignorou o que viu, acreditando ser sua mente lhe pregando uma peça.

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Embaixo do jato forte da ducha, Edward permitiu que a dor lhe alcançasse por completo. Precisava expurgar a desilusão antes de erguer os ombros e enfrentar um dia inteiro de trabalho ao lado da mulher que almejava e não podia ter.

Tão perto e tão longe... O clichê pairou em sua mente.

Passou quase meia hora apenas sentindo a água lhe lavar o rosto e o corpo, apagando os resquícios daquela noite inesquecível.

Enquanto isso, Bella falava ao telefone com Jacob, sentindo-se a pior de todas as mulheres.

– O que você tem? – Ele perguntou do outro lado da linha – Sua voz está estranha... Está triste? Aconteceu alguma coisa?

– Não, não é nada. Eu estou bem. Só um pouco cansada... O dia ontem foi muito puxado.

Sacudiu a cabeça quando os flashes do rosto de Edward em êxtase lhe tragaram do presente.

– Quando você volta? Na sexta ou no sábado?

– Eu ainda não sei. Vai depender da conclusão das negociações... Como estão adiantadas, acredito que sexta, mas não tenho certeza.

– E sua relação com o superintendente?

Jacob perguntou em relação à afinidade profissional, mas Bella sobressaltou-se, a culpa lhe esmagando.

– C-como assim?

– Ele é parceiro, ou é daqueles chefes prepotentes que só sabem dar ordens?

Bella suspirou, chutando-se mentalmente pela estupidez.

– Ah, claro... Ele... Bem... Ele é jovem, mas sério, não é prepotente, estamos desenvolvendo uma relação produtiva.

Falou e se debateu com a veracidade de suas palavras. Ele era realmente tudo aquilo... E mais um pouco. E a relação havia passado, e muito, de produtiva.

Sentiu-se uma vadia.

Meu Deus! Como eu vou conseguir conviver com isso? Pra que eu fui ceder? Pensou.

– Que horas são aí agora? – Ele perguntou.

– Hum... – Olhou o relógio de pulso – Quase sete.

– Você está saindo?

– É, daqui a pouco, vou só tomar café.

– Bem, eu tenho que ir... Meu horário de almoço está terminando e hoje estamos tendo uma inspeção no setor, então eu preciso desligar.

– Tudo bem... Te ligo hoje mais tarde? Quando eu chegar, lá pras sete ou oito da noite, já vai passar da meia-noite aí... Provavelmente você vai estar dormindo.

– Eu vou dormir com o celular ligado, assim você me acorda pra gente poder conversar mais um pouco. Tô morrendo de saudade, Bells...

– Eu também.

– Até mais tarde. Eu te amo.

Bella não respondeu. Desligou o celular aceitando aquela última frase como a despedida dele. Mas as palavras ecoaram em sua mente, fazendo-a sentir ainda mais culpada.

Ele não merece o que eu fiz... Droga! Praguejou internamente.

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Depois de um dia extenuante de reuniões seguidas eles finalmente entraram no hotel.

Passava um pouco das nove, e por causa do fuso horário Bella desistiu de ligar para Jacob.

Edward desejava conversar com Bella , mas sentia-se hesitante.

Depois de muito relutar consigo mesmo, encontrou uma desculpa plausível para um momento a dois.

– Você está com fome? – Perguntou à Bella no elevador enquanto subiam.

– Eu estou faminta! – Ela respondeu enfática – Acho que vou tomar um banho e descer pra comer alguma coisa.

– Por que não pedimos serviço de quarto? Eu realmente gostaria que jantasse comigo.

– Edward...

– Por favor, Bella. Eu só quero jantar e conversar. Prometo que não encosto um dedo em você.

A não ser que queira... Ele completou em sua mente.

Ela observou-o atenta. Obviamente seus olhos contradiziam o que ele afirmara há pouco. Mas ela sabia que se não quisesse, nada aconteceria. Ele não seria louco de permitir um escândalo, afinal era casado.

– Tudo bem... – Suspirou – Mas vou tomar um banho antes.

Edward assentiu satisfeito.

Quando pararam em suas portas, encararam-se mutuamente e falaram em uníssono.

– Até daqui a pouco. – E riram da sincronia.

Meia hora depois Edward abria a porta para uma Bella despojada em seu jeans e camiseta, os cabelos molhados e soltos ao longo das costas.

– Eu tomei a liberdade de fazer o pedido quando entrei. Pensei que você não aguentaria esperar muito tempo para comer.

Ela riu da solicitude e atenção dele.

– O que pediu? – Perguntou curiosa.

– Massa.

– Humm.

– Você ainda gosta, não é? – Edward indagou inseguro.

– Sim. Ainda é o meu favorito. – Falou desconfiada.

– Bom, então... Sente-se.

Eles sentaram à mesa que já estava posta há apenas alguns minutos. Edward serviu o vinho e tomou o prato vazio de Bella para preparar sua porção, enquanto ela olhava-o admirada.

Depois de fazerem sua refeição em silêncio, Edward se contorcendo internamente em busca de uma maneira amena para iniciar aquela conversa e Bella aflita pelo que teria de ouvir e falar, levantaram e seguiram para a frondosa varanda da suíte, sentando-se no sofá elegante que acomodava-se no canto mais fresco.

– Então... O que queria conversar? – Bella iniciou ansiosa.

Edward ponderou cada uma de suas palavras antes de serem ditas.

– Isabella... Eu gostaria de lhe pedir perdão... Pelo que aconteceu... Em Forks. – Ele disse pausadamente sem fita-la, inseguro com o que veria em seu olhar.

A moça desviou seus olhos do rosto dele imediatamente, em choque por ter aquele assunto em foco depois de tantos anos.

Edward não se intimidou. Queria, não, precisava lhe dizer tudo que deveria ter dito na noite em que se separaram.

– Eu fui um idiota imaturo, um covarde. Não deveria ter me deixado levar pela minha vaidade, ter dado ouvidos àqueles energúmenos que se diziam meus amigos...

– Você estava apenas preocupado com a sua imagem, Cullen – Isabella falou em tom desdenhoso, interrompendo-o – Tudo com o que você se preocupava naquela época se resumia a isso. Por isso tanto segredo... Por isso ninguém podia saber que Edward Cullen – Ela cuspiu o nome dele com repulsa – O capitão do time de futebol do Forks high school, o mais cobiçado rapaz da cidade, o mais adorado estudante pelo corpo docente, o mais rico partido de todo o estado de Washington, namorava a esquisita da Isabella Swan, filha de um homem separado que só tinha uma pequena farmácia como renda familiar, a nerd da escola, a mais desprezada garota que aquela instituição já viu... – Ela se interrompeu, engolindo com dificuldade as lágrimas que as lembranças lhe provocavam – E pior, que ele estava apaixonado por ela.

– Sim, eu estava – Ele se adiantou – E continuei estando mesmo depois que...

– Eu não terminei! – Ela retaliou, levantando-se e prostrando-se em frente a ele – Eu fui a idiota. Eu me deixei enganar! Você fez o que quis de mim, mas fez porque eu permiti! Eu não o culpo por nenhum de nossos atos, Edward... – Sua voz foi morrendo em meio à dor que a consumia, agora mais intensamente – Eu apenas me decepcionei ao perceber que seu amor por mim não foi suficiente. Eu não era mais importante que sua popularidade.

Isabella caminhou até o parapeito da varanda com os olhos rasos, dando as costas a um Edward constrangido e taciturno.

– Bella... Nós éramos jovens demais... Eu... – Ele murmurou, levantando-se para segui-la.

– Eu não quero remexer no passado, Edward. – Bella falou sem se virar.

Ele afagou suas costas assim que a alcançou, temeroso ainda que ela se afastasse.

Ao perceber que ela apenas aceitou o carinho, sem nem hesitar, Edward a virou com delicadeza para si, prendendo seguramente sua cintura entre as mãos fortes.

– Eu pensei em você em cada minuto desses onze anos. Eu nunca consegui sentir por outra mulher o que senti por você. – Ele disse com a voz intensa. – Eu preciso que me dê o seu perdão.

Isabella temeu aquelas palavras. Não por achar que ele mentia, mas justamente por acreditar que ele era sincero.

Não queria retornar àquilo. Era passado. Ele era casado agora, e em pouco tempo ela também seria.

Mas não podia fingir que não sentia nada. Edward tinha tamanho poder sobre ela que, mesmo agora, quando ela tentava se desvencilhar do desejo que ardia em seu corpo, permanecia inerte em seus braços, ansiosa para que ele a tomasse.

Edward queria dizer muito mais. Tantas coisas que ele planejou falar. Mas olhar nos olhos profundamente castanhos de Isabella o faziam perder totalmente a linha de raciocínio.

Sentiu seus lábios formigarem pelos dela.

Seus olhares estavam conectados de tal forma que, mesmo que uma parede fosse colocada entre eles, tinha certeza de que ainda se enxergariam.

Não percebeu nenhum sinal de resistência por parte dela. Então sem pensar em mais nada, se inclinou e a beijou.

O beijo foi arrebatado, cheio de significado. Ele trazia toda a angústia que as memórias de ambos traziam à tona, todas as palavras não ditas em anos de afastamento, todo o medo que ambos sentiam do que estava acontecendo mais uma vez entre eles.

Edward quebrou o beijo arquejando em busca de oxigênio, colando a testa na de Isabella.

– Ontem à noite... – Ele tentou começar.

– Shhh... – Ela o calou com os dedos em seus lábios – Esquece de tudo. Do passado, do futuro, do mundo lá fora... Vamos ser só Eu e você, agora, enquanto ainda temos tempo.

Edward, apesar de surpreso com a atitude da moça, fez exatamente o que ela mandou, satisfeito em ter mais uma noite com ela.

Bella, convencida de que não conseguiria ignorar o que latejava em seu corpo e em seu coração, resolveu ceder e aproveitar, nem que fosse apenas mais essa noite.

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Edward abriu os olhos para a claridade, preparando-se psicologicamente para uma nova rejeição por parte de Bella. Ela ainda dormia tranquilamente em seu peito, as mãos pousadas em seu abdômen, enquanto ele a mantinha segura pela cintura.

Quando a moça acordou, seu coração deu um sobressalto, e ele respirou fundo.

Bella não pensava mais em fugir. Sabia bem o que estava sentindo, e que era proibido e problemático. Mas se deu permissão para aproveitar, ao menos enquanto estivesse longe de casa.

Levantou seu rosto encontrando Edward acordado a observando. Leu nos olhos verdes sua hesitação. Ele, obviamente, estava esperando uma atitude dela.

Sentiu uma satisfação secretamente perturbadora ao constatar que ele estava em suas mãos, completamente a sua mercê. Até cogitou a possibilidade de uma vingança, mas não fazia parte de sua natureza tal tipo de atitude, então o pensamento se esvaiu com a mesma facilidade com que surgira.

– Bom dia, menina... – Edward repetiu a saudação da manhã anterior, obtendo o mesmo efeito em Bella.

Decidida, ela se apoiou no tórax dele e o beijou delicadamente nos lábios, arrancando-lhe um suspiro surpreso.

– Bom dia... – Ela falou ainda em seus lábios.

Quando se afastou, sorriu, ao que foi correspondida com um sorriso igualmente caloroso.

Eles se encararam tranquilamente, buscando um no outro a compreensão daquele momento.

– Eu quero te fazer uma proposta... – Edward falou, se enchendo de coragem.

– Estou ouvindo.

– Hoje temos o dia livre...

– Por que é domingo...

– E ainda vamos ficar até, provavelmente a sexta-feira...

– Umhum...

– Eu pensei... Já que estamos aqui... Assim...

Bella sabia onde Edward queria chegar. E ela espelhava sua vontade.

– Podemos ficar juntos enquanto estivermos aqui – Bella falou segura, olhando diretamente nos olhos dele – Mas precisamos entrar em um acordo.

Edward não escondeu sua satisfação e surpresa por Bella compreender e aceitar sua ideia, mas as últimas palavras o apreenderam um pouco.

– Que tipo de acordo? – Perguntou cauteloso.

– É mais um pacto – Ela disse sorrindo, de repente se sentindo na adolescência novamente – Uma combinação, um acerto... Apenas para que não misturemos as coisas.

Edward escutou atento, tendo a certeza de que não iria gostar do tal “pacto”.

– Nós ficamos juntos enquanto estivermos aqui, mas não vamos nos expor nem sair por aí como namorados apaixonados. E não vamos discutir qualquer assunto relacionado ao passado ou à nossas vidas pessoais. E quando embarcarmos no avião de volta a Nova York, o que acontecer aqui, ficará aqui, e não se repetirá.

Como previsto, Edward odiou os termos de Bella. Mas ponderando atentou-se para o fato de que era aquilo ou nada. E ele ainda tinha a chance de fazê-la mudar de idéia. Ainda tinham cinco dias pela frente.

Com esse pensamento, assentiu, silenciosamente inclinando-se até Bella para selar o tal acordo com um beijo apaixonado.


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Notas finais do capítulo

Galera, no prox cap vai ter um trailer do meu novo projeto, que eu estarei lançando quando encerrar ANTES DA AURORA.Não percam!Não esqueçam de comentar o cap!!!!