Eu estava sentada na cadeira da mesa de jantar com Sue ao meu lado,ela tinha ficado emocionada ao me ver bem,eu contei sobre o Daniel para ela.

–Nossa,Leah!Isso é maravilhoso,não acha?!-festejou ela.

–Não sei bem.

–Como assim:"não sei bem"?

Eu suspirei e me recostei na cadeira.

–Eu não amo o Daniel.

–Como pode dizer isso?!Ele é sua alma-gêmea!Você não vai encontrar ninguém melhor.

–Mas eu nem o conheço direito, e você já quer que fiquemos juntos?!

–Leah,não consigo te entender,você sempre disse que se sentia sozinha e que ninguém nunca te amaria,e agora quando alguém sofre imprinting por você,você não o quer!-se queixou ela.

–Mãe-respirei fundo-entenda,ele teve imprinting por mim,não eu por ele.Isso não vai me fazer esquecer tudo o que aconteceu.

–Não seja boba.

–Eu amo o Sam, não o Daniel.Eu não posso ficar com o Daniel só porque ele me ama,não estaria sendo justa.

–Tudo bem então,Leah,não de "um fora"-ela fez áspas-no Daniel só porque você acha que nunca vai esquecer o que sente por Sam,de uma chance a ele.-aconselhou-me ela.

Suspirei e cobri o rosto com as mãos,o que eu diria á ela agora?

–Eu queria que fosse tão simples assim-eu disse enfim.

Houve duas batidas na porta.

–Eu atendo-eu disse á minha mãe, me levantei e fui abrir a porta.Me surpreendi com quem era,Sam.

–Sam?

–Oi,Leah.Queria conversar com você.Posso entrar?

–Tá-eu disse,e abri mais a porta para ele entrar.

–Oi, Sue-Sam cumprimentou a minha mãe que vinha da cozinha.

–Oi,Sam-respondeu ela-Bom,eu vou a casa de Billy,já volto.-ela disse e saiu.

–Quer se sentar?-tentei ser educada.Nos sentamos no sofá-Então,o que foi?

–Leah,por que você pulou na minha frente daquele jeito?

–Eu não podia deixar que você se machucasse.

–Desde quando minha vida vale mais do que a sua?-Ele perguntou aflito.

Juntei forças e sussurrei:

–Desde que me apaixonei por você.

Ele deu um suspiro pesado.

–Desculpe-ele disse.

–Por...?

–Por ter dito aquelas coisas para você uma semana antes do meu aniversário.

–Ah-eu não queria mais lembrar daquilo.

–Eu já soube sobre você e o Daniel-ele deu um sorriso malicioso.

Trinquei os dentes,como Daniel já tinha contado aquilo para Sam se estive com ele apenas 15 minutos atrás?!

–Mas você não parece muito feliz com isso.-Observou ele.

–É porque eu não estou interessada nele.

-Mas você é o objeto-imprinting dele,ele te ama.

–Sam,se você veio aqui para falar sobre isso é melhor ir embora-Eu já estava cansada daquele assunto.

–Não,não vim falar sobre isso,só queria lhe agradecer por ter salvo minha vida,apesar de ter sido loucura da sua parte,e lhe pedir desculpas sobre aquele dia,aquilo me atormentou,você me perdoa?

Naquele momento o telefone começou a tocar,me levantei e fui atender.

–Alô?

–Ah,oi,Leah,Sue disse que você estava melhor,a propósito, ela está?-Era Charlie.

–Não,ela saiu,foi á casa de Billy.

–Diga á ela que vou ai mais tarde,está bem?

–Tá.

–Então tchau,melhoras menina.-Ele desligou o telefone.

Sam suspirou.

–Bom,é melhor eu ir.

–Mas você acabou de chegar.

–É que daqui a pouco vou ter que ir em uma reunião do conselho,parece que uma tribo vizinha está tendo diversos ataques de algo estranho-explicou ele,se levantando do sofá.

–Algo estranho?O quê?

–Não sabemos ainda,só podemos afirmar que não é vampiro.As vítimas são arranhadas e mordidas.

–Hum.Que horror.

–É,mas você não tem mais nada com isso.

–Espero que isso seja bom.

–Bom para você.-Ele sorriu,abriu a porta e saiu-Tchau,Leah.

–Tchau-elevei um pouco o tom da voz,para garantir que ele ouvira.

Resolvi tomar um banho,quente e demorado.

Assim que acabei me enrolei em uma toalha e fui para o meu quarto,já haviam se passado 4 meses,mas tudo parecia estar do jeito que eu deixei.

Joguei todas as minhas roupas na cama,procurando alguma que me agradasse.Chegara ao fim a época de shorts e camisetas sem manga.

Coloquei as mãos na cintura.

Agora eu tinha poucas opções.

Nos primeiros meses da minha transformação,eu perdera uma boa parte das minhas roupas,por falta de controle.

Eu não tinha como comprar outras agora.Então eu teria que me contentar com as que estavam ali.

Depois de me vestir,fui me olhar no espelho,meus cabelos molhados estavm um pouco mais longos,eu poderia deixa-los crescer agora.

Abri a gaveta da cômoda,e achei o meu pequeno kit de maquiagem,pelo menos costumava ser,estava tudo vencido,então joguei fora.

Jacob jantou com a gente naquela noite,foi legal,mas é claro que ele sabia do imprinting do Daniel,e isso foi desconfortável,porque todos pensaram que quando eu encontrasse meu imprintend eu correria para os braços dele e esqueceria tudo o que eu tive com o Sam.Mas não era assim.

–Leah,Carlisle disse para mim lhe dizer que você deve repousar e não fazer esforço-disse Jake,palitando os dentes com um palito de dente-Bom,tenho que ir.

–Temos que ir-corrigiu Seth.-Reunião de conselho.-Especificou ele.

–É mesmo,Sam disse isso hoje-relembrei.

–Ele esteve aqui?-Perguntou Seth,estranhando.

Todos me fitavam esperando a resposta.

–Veio fazer o quê?-Insistiu Seth.

–Conversar-respondi.

–Hã,vamos,Seth-disse Jacob-isso não é da nossa conta.

Eles se despediram e foram embora.

–Espero que Seth não demore-Sue suspirou.-Por que não vai se deitar,querida?Você ouviu a recomendação de Carlisle.

–Acho que vou fazer isso,só vou lavar essa louça.

–Quer ajuda?

–Não,não.Pode ir dormir.

–É,eu vou então.Boa noite,querida.

–Boa noite.

Sue foi para o seu quarto.

Assim que terminei de lavar a louça fui para o meu quarto também.Me vesti para dormir,antes de me deitar,coloquei meu celular para carregar.

–Oi-disse uma voz grossa no meu ouvido.

Me virei em um pulo e quase dei um tapa na cara do sujeito,Daniel.

–Você me assustou!

–Ei,vai com calma,olha bem o que você vai fazer com essa mão!-Ele segurava meu pulso,minha mão estava próxima do seu rosto.-Já vi que você sabe se defender-ele disse abaixando meu braço.

–Como entrou aqui?!-Olhei pela janela,ele nunca passaria por lá,era muito estreita.

–Pela porta.

–Só se foi por debaixo dela,eu a tranquei.

–Não trancou não,estava aberta.

–Hum,achei que tinha trancado...

Ele envolveu minha cintura com os braços fortes e quentes,não sei como, mas me senti acolhida e segura ali.Eu queria encostar minha cabeça em seu ombro,fechar os olhos,e pensar em tudo de bom que o amor dele me traria,carinho,proteção,felicidade.

Pisquei,surpresa com os meus pensamentos.

Ele ergueu um pouco meu queixo com os dedos,e só foi ai que eu percebi que seu rosto estava muito perto do meu,seus lábios estavam muitos pertos dos meus,seus olhos estavam se fechando...

Meu coração começou a martelar,Daniel sorriu levemente com a mudança de ritmo da minha pulsação,seus lábios roçaram nos meus.

Eu queria aquele beijo...Eu queria que ele me beijasse.

Ele colocou a mão na minha nuca e me beijou suavemente,ele parecia estar querendo ser cuidadoso,eu retribui o seu beijo sem resistir.

Paramos de nos beijar para recuperar o ar que nos faltou.

–Você não devia estar na reunião do conselho?-perguntei.

–Devia,mas preferi vim te ver.

–Por quê?

–Porque,eu quase não te vi hoje e queria saber como você está.-Ele olhou para o relógio e suspirou-Mas é melhor eu ir-ele disse desanimado enquanto me soltava-Eu volto amanhã-prometeu.

–Certo.

Eu o acompanhei até a porta,estava mesmo aberta.

–Boa noite-Ele disse,e me lascou um beijo inesperadamente.

–Boa noite-Eu disse no momento em que ele saiu.

Fechei a porta,e me assegurei de que estava trancada antes de dormir.

Acordei naquela manhã com o som da chuva batendo na telha.

Que horas será que Daniel viria?

Era estranho como eu mudara meus sentimentos em relação a ele.

Aquele beijo fora muito especial para mim,como se tivesse sido o meu primeiro beijo.E agora,eu estava anciosa para ve-lo de novo,e o pior é que eu não sabia o por quê.

Ontem de manhã eu podia afirmar que não sentia nada em relação a ele,mas depois de ve-lo naquela noite eu não podia mais dizer o mesmo.

Parecia ser impossível inibir seu veemente amor por mim.

Me levantei da cama me perguntando o que eu faria hoje.

Me arrumei e comecei a vagar pela casa,não tinha ninguém acordado,percebi que ainda estava um pouco cedo.

Fui dar uma volta pela aldeia quando parou de chover.

Encontrei Eduarda sentada sozinha em um banco de uma pracinha,sua expressão não era muito animadora.

–Oi,Duda-eu disse e me sentei ao seu lado.

–Oi,Leah-ela suspirou.

–O que foi?

–Seth não te contou nada sobre a reunião do conselho?

–Não,ele ainda está dormindo.

–Bom,ontem fomos conversar com os anciões sobre os ataques estranhos que estão acontecendo em uma aldeia vizinha e eles concluiram que tudo indica que é um lobisomem-contou ela.

–Lobisomem?

–Sim,um lobisomem de verdade,lembre que somos só transfiguradores,os lobisomens existem.

–Puxa vida!

–O Jake,o Quil,o Jared,o Paul,o Sam e o...Daniel forão atrás dele,eles deixaram os mais novos em casa.

–E é por isso que você está assim?

–Não,Leah,eles foram caçar um lobisomem,é muito perigoso,até onde eu entendi,os verdadeiros lobisomens são mais nervosos e descontrolados.

–Você disse que o Daniel foi?-perguntei preocupada.

–É,desde quando você se importa com ele?

Eu baixei o olhar.

–Porque até aonde eu sei,você estava o rejeitando-continuou ela.

–Ele não parece ser ruim.

Um sorriso largo foi se estampando no rosto de Duda.

–Você gosta dele?Achei que você ia manda-lo pastar.

–Não,eu gosto dele-admiti.

Me preocupava o fato dele ter ido atrás daquele lobisomem,eu não sabia se ele voltaria inteiro ou vivo,eu o queria perto de mim,em segurança,ele nem pode se despedir.

–Não se preocupe,Leah,tenho certeza que vai ficar tudo bem.

Então porque que quando eu cheguei ela estava com aquela cara?

–Tenho que ir,Duda.

–Tudo bem,mais tarde eu passo na sua casa.

–Certo.

Me levantei e continuei andando sem rumo pela aldeia,pensando em Daniel,era dia agora,ele devia estar bem,mas a noite...

Eu acabara de perceber que eu o amava e era horrível saber que tinha a possibilidade de perde-lo,eu não podia passar por isso de novo.

Senti um aperto no coração,Daniel...