Alex acordou assustada, também não era para menos, simplesmente Madame Pomfrey a sacudiu literalmente, ela parecia surpresa, feliz, animada, radiante ou qualquer outro adjetivo que pudesse escolher para que aquele sorriso "estupido", como diria seu padrinho, estava enfeitando o rosto da mulher:

– Bom dia! - exclamou ela para a medi bruxa, nada afetuosamente, estava sonhando com o seu pai.

– Bom dia? É um ótimo dia, vamos coloque sua roupa e suma daqui. - disse ela saindo de perto.

Alex só podia pensar em um palavrão para descrever sua confusão total, mas não o diria em voz alta nem sobre tortura, finalmente ela viu seu padrinho perto e ele parecia que passou a noite em claro e outra coisa estranha eram os olhos, felizes e vermelhos, parecia ter chorado, assim era demais:

– O que esta acontecendo? - perguntou curiosa.

– Apenas faça o que Pomfrey disse. - disse ele saindo da ala hospitalar.

– Merlin! Tanto suspense e nem tomei o café da manhã! - gritou ela de propósito para irritar e ver se teria uma resposta, mas pelo visto não.

Colocando suas calças, sapatos e uma camisa manga curta, tudo muito trouxa, afinal era fim de semana no castelo, ela saiu da ala hospitalar como a face do caos, era nítido que ela simplesmente não se arrumou em nada e que praticamente caíra da cama, então seu padrinho a segurou pelo ombro e foi levando:

– O que esta acontecendo? - perguntou ela.

– Vamos dar uma volta primeiro. - disse ele calmamente.

Eles saíram do castelo, andaram pelo lago, ela até mesmo tomou seu café a beira do lago, mas o mais estranho era que tudo estava sendo feito no mais absoluto silencio, seu padrinho a olhava de forma meio melancólica as vezes e isso a deixava triste:

– Aconteceu algo ruim? - perguntou ela preocupada.

– Não, nada de ruim. - ele suspirou e olhou para o lago. - posso visitar você no verão?

– Que pergunta é essa? - Alex se levantou nervosa. - claro que pode, sempre pode.

– Bom, você pode estar ocupada. - refletiu ele ficando em pé.

– Ocupada com o que? - perguntou ela.

– Vamos indo. - disse ele de forma tranquila guiando novamente ela pelo ombro.

Alex não estava gostando nada desse suspense todo, Pomfrey feliz, seu padrinho feliz, porém meio triste, aquilo dava nos nervos, ela queria gritar para arrancar algo, mas sabia que não era assim que funcionaria, então se deixou levar e ver onde esse suspense todo iria acabar. Estranhamente eles estavam de volta a ala hospitalar, mas na porta de uma sala que ela nunca vira antes, olhando para o padrinho, ele se afastou dois passos para trás:

– Sua mãe saiu daí a pouco, para dar privacidade. - disse ele limpando a garganta. - tente não pular em cima dele.

– Dele? Dele quem? - perguntou ela.

– Entre e verá. - foi tudo o que ele disse.

Ele se afastou mais e ela se voltou para a porta, pegando na maçaneta e tomando uma profunda respiração ela abriu a porta um pouco e entrou, o quarto parecia com o de um hospital, mas era muito mais aconchegante, ele também não estava tão claro pela luz do sol e nem tão escuro, uma iluminação média, escutando a porta se fechar as suas costas, ela viu uma cama vazia, meia desarrumada, como se percebesse não estar completamente sozinha, seu corpo congelou no lugar:

– Olá criança. - disse a voz serena e uma voz que ela conhecia bem, muito bem de suas visões.

Lentamente ela se virou para ver seu pai, sentado em um sofá de pelucia, muito colorido, ela voltou a olhar para a porta, pensando que estava tendo outra visão e provavelmente seu padrinho estava passando isso para ela, então relaxou, afinal talvez fosse algo importante:

– Hum... Olá. - disse ela. - algo importante a dizer?

– Muitas coisas, mas a mais precisa delas é que eu te amo, minha filha. - Alvo estava com lagrimas em formação podendo finalmente ver sua filha tão perto e como um humano novamente.

Alex sentou no mesmo sofá a uma certa distancia, era estranho conversar com uma visão, geralmente suas visões passavam como um filme:

– Essa visão que estou tendo agora, fez junto com o padrinho para conversar comigo e ela tem respostas programadas? - perguntou ela curiosa. - porque eu não sei o que devo perguntar.

Alvo esperou todas as possibilidades e reações de Alex e essa era uma delas, ele deu um pequeno sorriso e uma lagrima caiu de sua face, estendendo a mão com as costas do dedo indicador ele tocou a face da filha de forma carinhosa, um gesto que ele não fazia desde que ela era um bebê, ele notou que de repente ela estava maravilhada com aquilo, então a realidade de que ele não era nem de longe uma de suas visões entrou na mente dela, quando isso aconteceu, ele já estava pronto e com os braços abertos. Minerva em sua forma animaga viu tudo no canto da sala, ela realmente não queria atrapalhar esse encontro, Alex não pulará no pai, mas o abraço que ela deu nele dizia que era tudo o que ela queria e que nunca sairia dali.