Um Conto de Natal escrita por GiullieneChan


Capítulo 2
Parte 2




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Agora não estavam mais na Itália, e sim na Grécia.

—Aonde?... -o cavaleiro olhou ao redor, tentando se localizar.

—Cinco anos depois daquele dia, Máscara da Morte. Acho que você tinha doze anos. Você se lembra? No mesmo ano que foi para o orfanato, um homem apareceu e te levou. Disse que seria seu discípulo.

—Mestre Faust! -o cavaleiro parecia lembrar. -Ele me tirou de lá, e me treinou. Apesar dele me assustar às vezes quando moleque, foi muito bom ter vivido ao lado dele.

—Diga-me, era por causa dele que você achava bom estar aqui ou era por outro motivo?

—Que outro motivo seria?

O espírito apontava com a cabeça em um ponto, onde um jovem aspirante a cavaleiro lutava com outros, e vencia a luta. Confiante, gargalhava vendo os outros fugirem dele.

—Vão mesmo! Bando de covardes!

—Brigando de novo? -uma menina com Maria Chiquinhas que prendiam seus cabelos castanhos, pouco mais nova que ele apareceu, com expressão brava. -Mestre Faust não vai gostar!

—Mestre Faust gosta que eu treine um pouco pela manhã, Nira. -respondeu irritado.

—Treinar, não massacrar os outros.

—Qual é a diferença?

A menina revirou os olhos, irritada.

—Idiota.

—Do que me chamou?

—Idiota. -ela respondeu com expressão de tédio. –Cara de calabresa.

—Olha, para uma serviçal você é bem abusadinha! -apontando o dedo para o rosto da menina.

—É para sentir medo? -ela ergueu a sobrancelha em desafio.

—Deveria, Dejanira! -disse o nome completo da menina, sabendo que ela odiava quando faziam isso, apenas para irritá-la.

A menina ficou lívida, e depois vermelha de raiva.

—Seu...retardado comedor de pizza! Isso não é jeito de tratar uma garota.

—Eu faço o que eu quero! -mostrando a língua para ela. -E não sou eu que tenho um nome feio!

—Seu ... bobo! -lágrimas vieram aos olhos da menina, que começou a chorar, se encolhendo no chão e escondendo o rosto entre as mãos.

—Ei, não chora. Odeio ver isso! -sem graça, e a menina continuava a chorar. -Desculpe tá?

Se aproximou dela e a menina ergue o rosto e mostra a língua para o garoto que assusta, caindo sentado.

—Sua idiota!

—Bobão! –ela ria da cara dele. –Marco, você sempre cai nessa!

Em seguida, ambos começaram a rir da situação, se esquecendo da briga. Máscara da Morte observava a cena, com um sorriso de lado.

—Nira... eu havia esquecido dela. Como pude? Vivíamos brigando, mas eu gostava da pestinha!

—Foi a primeira amiga que realmente teve não?

—Sim, mas... ela foi embora.

—Te deixando sozinho. Na véspera do Natal... eu sei. -o Espírito suspirou. -Não foi culpa dela.

—Como não?! Ela foi embora com a irmã mais nova e o pai. Tudo dá errado comigo nesta data maldita!

—Seu mestre Faust a mandou embora. -o Espírito apontou com a rosa outra pessoa que assistia a cena escondido. Era Faust. -Ele queria que seu discípulo fosse como ele, cruel e insensível. Dejanira despertava em você sentimentos nobres, como amizade e amor. Sim, ele sentia que você a amava. Então a mandou para longe de você e intensificou o treinamento cruel e desumano dele levando-o de volta a Itália. Sem uma amiga, você se tornou... amargo e insensível a ponto de esquecer até mesmo dela.

—Ela que me esqueceu. -disse amargo. –Mestre Faust me disse anos depois que ela havia se casado e nem se lembrava de mim.

—E você acreditou? Ela nunca o esqueceu. -foi o que o Espírito disse pouco antes de tocar no ombro de Máscara da Morte e desaparecerem.

Máscara da Morte foi praticamente lançado de dentro do guarda-roupa para fora, caindo de cara no chão de seu quarto. Ele levantou xingando, e esfregando o nariz dolorido.

—Maldito Espírito! Como ousa me jogar assim? -ficando em pé e olhando para o relógio da cabeceira da cama. Faltava apenas um minuto para as onze horas. -Droga! O outro vai aparecer a qualquer momento!

Então o relógio marca onze horas e alguém bate à sua porta. Meio desconfiado ele a abre e se depara com Pégasus na sua frente, com um sorriso nos lábios, usando uma roupa ridícula de Duende.

—O que você quer aqui, Encosto de Natal? Já falei que não vou a festa da Saori!

—Bem, eu não te darei muitas escolhas. -Máscara da Morte estranhou o jeito dele falar. -Deixe-me apresentar-me de maneira adequada a forma que escolhi. Bem... -ele pigarreia. -OI, eu sou parecido com o Seiya mas... Sou o Espírito do Natal Presente!

Máscara da Morte recua alguns passos.

—De tanta gente, pegou a cara do Encosto? -Máscara da Morte apontava para Seiya, quer dizer, o Espírito do Natal presente com incredulidade.

—Ele me parece ser um cara legal! –se olhando no espelho. –Gostei do jeito dele. Está preparado? -perguntou o Espírito, sorrindo.

—Mas por que tem que ser ele?

—Ele adora o Natal! Mesmo depois de ter sofrido tanto continua cheio de espírito natalino.

—Um Encosto de Natal! É o que ele é.

—Ah, deixa disso. Vem, não percamos tempo. -pegando ele pela mão. -Vamos dar uma olhada no Natal de hoje!

—Natal de hoje?

—É, hoje ainda é Véspera de Natal! -e o puxou, fazendo-o atravessarem paredes até a cozinha, onde a serviçal de Máscara da Morte havia acabado de guardar o último enfeite de Natal.

A moça olhou para um globo de neve e suspirou, guardando-o na caixa.

—Qual o problema dele afinal? -ela falava consigo mesma. -Sempre tão irascível! Mal humorado! Não parece nada com aquela pessoa que a tia diz. Tia, ele não é o cara que você conheceu!

—Ei, do que ela está falando? -indagou ao Espírito. –De quem ela tá falando?

—De alguém que conhecia o antigo Máscara da Morte, antes de virar o rabugento Máscara da Morte.

—Hein?

—Dejanira! -uma jovem apareceu a janela sorrindo, ela estava acompanhada de outras servas. -Vamos! Já estamos atrasadas pra festa da senhora Atena!

—Dejanira?! -ele se surpreendeu com o nome. -É o mesmo nome... Mas não pode ser ela, está aqui é uma menina. A minha Nira já deve ser um pouco mais nova que eu!

—Sua Nira? -perguntou o Espírito com um sorriso malandro, cutucando ele com o cotovelo. –Malandrinho!

—Cala a boca!

—Mas você nunca soube o nome dela? –o Espírito coçava a cabeça. –Sério?

—Eu nunca liguei de perguntar... as outra a chamavam de Dê.

—Dê de Dejanira?

—Eu não vou, Mirela. Meu senhor não me deixou ir.

—Desde quando você o obedece diretamente? -perguntou uma outra surpresa.

—Mas eu não vou. Não quero deixá-lo sozinho na noite de Natal. Tava deprimido, tenho receio que faça alguma bobagem.

—Muitas pessoas se suicidam na Véspera de Natal. Não seria uma perda tão grande assim se ele fosse um destes. -comentou uma delas e as outras riram.

—Posso mata-las? -pediu o Cavaleiro ao Espírito.

—Não! –o Espírito se surpreendeu. –Não reparou na falta de gatinhas desse lugar e quer matar as poucas que tem? Tá louco?

—Não falem assim dele! Minha tia falou que ele não é tão mal assim.

—Não. Ele é pior! -debochou Mirela. -Olha, Dê. Ele foi dormir. Deve estar roncando agora. Só vai acordar amanhã. Vamos. Ele nem vai reparar que você saiu!

A menina parecia hesitar e então pediu que as amigas esperassem. Abriu o forno e retirou os biscoitos que assou e os colocou em um prato, escrevendo um bilhete em seguida e colocando perto. Tirou o avental e saiu pela porta dos fundos.

—O que é aquilo? -perguntou uma das meninas.

—Um presente de Natal para o mestre Máscara da Morte. -respondeu com um sorriso.

—Francamente, como pode se importar tanto com uma pessoa que te trata tão mal!

Olhando para o prato cuidadosamente arrumado para ele, Máscara da Morte se indagava o mesmo.

—Tem gente que ainda gosta de você. -falou o Espírito, se servindo de um dos biscoitos. -Chocolate!

—Ei! Isso é pra mim! -tomando o biscoito da mão do Espírito e comendo. -Hm, isso é bom!

—Vamos. -o Espírito o puxa, e eles saem voando pelo teto para a surpresa do cavaleiro.

Tão rápido quanto o pensamento, eles chegam a festa em Rodório, que estava começando.

—Por favor, coloquem os bolos naquela mesa. -pedia a deusa a uma serva, e em seguida se dirigia a um dos soldados. -Poderia ver se as carnes já estão assadas?

—Saori, relaxa! -dizia Shun, chegando com alguns presentes.

—Quero uma festa linda para todos, Shun!

—E vai ser, todos estão ajudando. Até o Shaka está aqui, e olha que é difícil tirá-lo do seu jardim.

—Sim, e fiquei feliz com a chegada dele. Quero todos os meus cavaleiros comigo neste dia. -ela olhou ao redor. -Mas...

—Mas?

—Onde está Máscara da Morte? Pedi ao Aldebaran que o trouxesse.

—Olha o Aldebaran ali perto da árvore de Natal. Vamos perguntar a ele. -sugeriu Shun, acompanhando a deusa.

Assim que se aproximaram, ela lhe fez a pergunta. Sem graça, o cavaleiro de Touro respondeu que ele não viria.

—Por que? -a deusa não entendia.

—Ele... não gosta do Natal, senhorita. -respondeu Aldebaran. -Prefere ficar sozinho.

Saori ficou com uma expressão entristecida, notada por todos. Incluindo por Máscara da Morte que estava ali, presenciando tudo.

—Bem... eu o visitarei pela manhã e levarei meu presente a ele. Vamos. Temos muito o que organizar. -ela pediu, se afastando. - Comecem a tocar a música!

—Ela ficou triste. -comentou o Espírito. –E ela até comprou um presente para você!

—Por que? Por minha causa? -sem entender.

—Era muito importante para Saori ter seus cavaleiros ao seu lado nesta noite. Sabe, apesar de ter crescido em uma mansão cheia de mimos, Saori sempre passou os Natais sozinha, com o mordomo. O avô sempre viajava e depois veio a falecer. -explicava o Espírito. -Por isso ela queria um Natal diferente este ano. Com todas as pessoas importantes em sua vida ao seu lado, e isso inclui você!

—Por que eu? Não sou digno da tristeza dela.

—Tem razão. -suspirou. -Ah, olha a Dejanira ali. Puxa, maior gatinha! Tipo, pro Seiya tá na idade certa, você seria preso por pedofilia se chegar perto demais.

—Cala a boca.

Máscara olha para a direção apontada pelo Espírito, aonde sua serva chegava acompanhada pelas amigas. Ela corre na direção de uma bela mulher de cabelos castanhos e longos. Gelou, ela parecia familiar.

—Vamos! -pediu o Espírito, puxando Máscara da Morte pela gola da camisa.

—Espera! Aquela mulher! Eu a conheço! -pediu em vão, sendo alçado ao ar por uma força poderosa e em seguida estava de volta às doze casas, e em seguida à sua própria casa.

Ele é jogado com força ao chão, caindo sentado de maneira dolorosa.

—Vocês Espíritos tem que melhorar a aterrissagem! -resmungou.

Olhou o relógio, era meia noite! Como o tempo pode ter passado tão rápido? Era o que ele se perguntava, quando percebeu a presença de mais uma pessoa no local.

—Quem está aí? -perguntou tenso, ao ver a névoa que se formava, e uma escuridão parecia tomar conta do local. Ele já sabia a resposta, mas não queria demonstrar seu receio. -Apareça!

—Sempre resmungando. Tsc. -e das sombras e névoas um homem saia dela, trajando um terno negro, que destacava os cabelos loiros do mesmo, entre seus dedos um cigarro aceso. -Que foi? Surpreso ao me ver?

—Radamanthys?

—Sim, e não. -deu uma tragada no cigarro, expelindo a fumaça. -Sou o Espírito do Natal Futuro.

—E por que se parece com o maldito do Radamanthys? -desconfiado.

—Somos Espíritos, não temos forma física, somos o que queremos ser. No seu caso. -dando mais uma tragada e soltando a fumaça na cara do cavaleiro. -Escolhemos as formas de pessoas em suas memórias. Gostei do visual deste aqui. Bem... agora me siga. Não temos a noite toda.

Ainda desconfiado, Máscara da Morte o acompanhou pelos corredores da Casa de Câncer.

—Aonde vamos?

—Visitar algumas pessoas. -respondeu vagamente, e ao abrir a porta para fora, avisou. -Não se afaste de mim.

Ao atravessarem a porta, se deparam com o Santuário. Era dia e tudo parecia bem. E o Espírito continua a caminhar, e o Cavaleiro continuava a segui-lo. Eles chegaram a uma casa nas imediações da Vila.

—Pode olhar. -avisou o Espírito, apontando para a janela.

—Onde... quero dizer, quando exatamente estamos?

—Muitos anos do seu futuro. É tudo o que precisa saber.

Máscara da Morte olhou para dentro da casa, pela janela. Havia uma mulher sentada próxima ao fogão, fios grisalhos emaranhavam-se aos castanhos, e o rosto apesar de belo para a idade, era marcado por sofrimentos.

—Tia? -uma moça apareceu a porta. -A senhora está bem?

—Sim... acho que sim. -a senhora tentou sorrir. -Se não fosse por minha saúde, eu queria estar lá.

—Ninguém foi lá.

—Nem você?

A menina virou o rosto.

—–Ele sempre me tratou mal. Por que eu iria?

—Mas, ele é um santo de Atena. Como permitiram que fosse enterrado assim?

—Apenas a deusa e dois cavaleiros a acompanharam. E aquele velho careca que é servo dela.

—Você não era tão fria assim, Dejanira.

—Aprendemos com o tempo a ser. -respondeu a moça, saindo do local.

Máscara da Morte recuou, e depois olhou para o Espírito.

—Aquela mulher... é a menina que trabalha em minha casa?

—É. Anos de maus tratos fizeram que ela ficasse amarga. –respondeu. –Sempre a prendeu em seus afazeres e ela perdeu coisas importantes em sua vida. Aniversários de seus filhos, de amigos, essas coisas... quando ela percebeu, havia perdido sua juventude tentando ser uma amiga que você nunca se permitiu ter.

—Eu que fiz isso a ela?

—Sim.

—E o cavaleiro que aquela mulher falou. Que morreu e ninguém foi ao seu enterro. Quem é?

—Vamos ao cemitério ver. -respondeu simplesmente, acendendo outro cigarro.

Chegaram até o Cemitério do Santuário, a ponto de ver dois coveiros conversando, olhando o túmulo aberto.

—Dá pra acreditar? Um santo de Atena ser enterrado assim?

—Ele não era muito querido mesmo. respondeu o outro, abrindo uma garrafa e dando um gole antes de oferecer ao colega. -Agia de maneira selvagem, matava culpados e inocentes. Até crianças!

—É, mas nenhum amigo?

—Ele não tinha amigos, parentes, ninguém. Alguns morreram já faz tempo ou já aposentaram e não moram mais por aqui. Os novatos, ele nunca quis amizade. Morreu sozinho em seu Templo. A serva o achou morto no meio da sala. –apontou para o peito. –O coração simplesmente parou de funcionar!

—Morte indigna para um Cavaleiro. -o outro lamentava.

—É. Tá frio aqui. Vamos beber algo no bar.

—Mas, e ele? Ainda não enterramos o sujeito.

—Ele não vai a lugar nenhum. Vamos!

Os dois saíram, largando a cova aberta. Máscara da Morte e o Espírito que acompanhavam a conversa chegaram mais perto. O cavaleiro temeu perguntar, mas mesmo assim o fez:

—De quem é o túmulo? Quem é esta pessoa que morreu e ninguém se importou com isso?

—Chegue mais perto e verá. -disse o Espírito.

Máscara da Morte se aproximou, e olhou para a lápide que tinha seu nome escrito nela, sentiu seu corpo estremecer e um frio cadavérico tomar conta dele. Era seu túmulo ali. Em seguida, foi empurrado com um pontapé pelo Espírito do Futuro e caiu dentro da cova.

—É o Futuro que te reserva, Máscara da Morte de Câncer. Destino cruel hein? Sempre sozinho! Viveu sozinho, morreu sozinho! -e gargalhou quando o buraco começou a ser coberto pela terra.

—Desgraçado! Eu não aceito este destino! -tentava se erguer, tirando a terra de cima de seu corpo, ouvindo a gargalhada de Radamanthys. -EU NÃO ACEITO ESTE DESTINO!

Ele faz um último esforço e alcança... o chão de seu quarto mais uma vez.

Máscara da Morte levantou-se, se livrando dos cobertores que o atrapalhavam e olhou ao redor, em alerta.

—Não pode ser um sonho... era real demais... -olhou para o relógio, eram onze horas ainda. -A festa! Os Espíritos me deram uma segunda chance! Ainda dá tempo!

Correu para o guarda roupa e se trocou rapidamente, saindo correndo ao mesmo tempo que colocava o sapato. Parou na cozinha e viu o prato de biscoitos, pegando alguns e comendo pelo caminho, se deliciando com as gotas de chocolate que pareciam derreter na boca.

Rapidamente chegou a festa e gritou em pleno pulmões:

—CHEGUEI! FELIZ NATAL!

Todos pararam o que faziam, olhando entre o espanto e a admiração a presença do Cavaleiro de Câncer ali. Este caminhava entre os convidados, cumprimentando a todos, chegando até a deusa, dando-lhe um beijo na bochecha antes.

—Feliz Natal, senhorita Atena!

—Nossa! Fe-feliz Natal! Estou muito feliz que tenha vindo! -dizia a deusa, sorrindo.

—Eu jamais perderia esta festa! -viu um Aldebaran boquiaberto. -Ei! Tem um destes gorros sobrando? -reparou em Seiya, dando-lhe um tapa nas costas. -Feliz Natal. E não use roupas de duendes, não combina com você. E se olhar para a Dejanira com cara de segundas intenções vai se ver comigo!

—Que? –Seiya não entendeu o que ele havia dito por último.

Ele vê Afrodite e o abraça:

—Afrodite! Amigão!

—F-Feliz Natal! -respondeu o pisciniano, estranhando o comportamento do amigo. -Está com febre?

—Estou ótimo! -dando um soco amigável, mas dolorido, no braço do cavaleiro de Peixes. -Cadê a bebida?

—Mestre Máscara da Morte? -Dejanira estava surpresa ao vê-lo ali.

—Ei, Dê. Adorei seu presente. Os biscoitos eram deliciosos! -a menina sorriu, olhando para a moça ao lado dela. -E ela, quem seria?

—Ah, esta é minha tia Dejanira. -disse a menina. –Ela é a irmã mais velha da minha mãe. Meu nome foi em homenagem a ela.

—Marco cara de calabresa. -disse a moça, sorrindo. –Há quanto tempo?

—Dejanira? –ele parecia não estar acreditando. –Está linda, quero dizer...

—Ainda arranjando encrencas?

—Não! Que isso? eu não procuro encrencas. –dando uma de desentendido e faz um gesto para a serva não o desmentir. - Estava morando aqui este tempo todo? Como nunca veio me procurar?

—Parecia que havia me esquecido...

—Jamais! -disse por fim. -Casou-se?

—Não. Nunca me casei.

—YES! -comemorando. -Digo, que pena. Os caras daqui são cegos? Retardados?

Percebeu que algumas pessoas davam risadinhas, olhou ao redor e para cima. Foi quando percebeu que estavam sob um raminho de visgo. Dejanira ficou corada, mas Máscara da Morte não perdeu tempo em depositar nos lábios da mulher um beijo.

Enquanto se beijavam, as pessoas voltavam a comemorar o Natal. Em cima de uma árvore, os Espíritos assistiam a cena satisfeitos.

—Mas um Natal feliz. -disse o Espírito Presente. –Salvamos mais um!

—Ele merecia uma nova chance, não acham? –o Espírito do Passado comenta.

—Sim. Quem é o próximo da lista? A pessoa que vamos devolver o Espírito Natalino no ano que vem? -indagou o Espírito Futuro.

—Ah sim... -Passado pega um caderninho. -Olha, é um professor! Um lindinho chamado Severus Snape. Conhecem?

—Ih, vai dar um trabalho! Não tem outro mais fácil não? -perguntou Presente.

—Bem...tem um tal de Sylar, Yagami Raito, -Dizia Passado e os dois outros Espíritos suspiravam desanimados. -Draco Malfoy, Madara...

—Esse povo não morreu não? –Futuro perguntou.

—Ah, é mesmo! –Passado riscando os nomes do caderninho. –Sobrou.... Draco Malfoy!

—Acho que vai dar muito trabalho...

Enquanto discutiam, a festa de Natal transcorria em pura alegria e harmonia. Para um homem que tinha a alcunha de Máscara da Morte, não haveriam mais Natais solitários e infelizes.

Fim...


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