Gorros escrita por Sparky


Capítulo 1
Gorros - OneShot


Notas iniciais do capítulo

Presentinho de Natal para minha super amiga Hannah-chan *-*
Hannah, feliz Natal, feliz Ano Novo, muitas felicidades para tu. Você sabe que eu te amo, né?
Tudo de bom!
Espero que você goste dessa fic, porque eu, particularmente, gostei! E isso é raro... Você me conhece!



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Quando Harry Potter adentrou o salão comunal da Grifinória retornando de mais uma de suas “aulas” de Oclumência com seu tão amado Professor Snape, lá estava sua melhor amiga, Hermione Granger, sentada na poltrona mais confortavelmente posicionada diante da lareira flamejante com duas agulhas grandes nas mãos e um novelo de lã no colo. Como já era mais do que tarde, era compreensível que ela estivesse completamente sozinha, concentrada em tricotar algo que deveria ser uma roupa. Deveria ser uma meia, ou um gorro, ou um cachecol; ele não saberia dizer muito bem. Pela aparência, poderia ser qualquer uma dessas coisas.

- Até que enfim voltou, Harry - ela comentou, sem mover-se um centímetro para encará-lo - Achei que o Snape tinha enlouquecido e te matado de uma vez.

- E o que a senhorita está fazendo acordada a esta hora? - ele ironizou, largando-se num dos estofados ao lado da garota.

- Estive ocupada demais com Hagrid, e com as tarefas de Monitores - ela explicou, fazendo uma careta ao terminar um ponto - Não fiz quase nenhuma roupa essa semana. Preciso retomar o tempo perdido.

Harry riu em seu interior, ao mesmo tempo em que sentiu uma pontada de dó da garota. Se pelo menos ela soubesse que todo esse esforço que ela não deixava de fazer nem que tivesse que tricotar até suas mãos ficarem em carne viva tinha como resultado absolutamente nada... Bem, talvez não absolutamente nada. O salão comunal andava um pouco mais sujo do que o normal ultimamente, devido à relutância da maioria dos elfos em limpá-lo; e Dobby andava bem feliz com a quantidade absurda de gorros novos que ganhara.

- Você e o Rony bem que podiam me ajudar, não é? - reclamou, unindo suas sobrancelhas de tanta concentração - Não é muito difícil, só é preciso um pouco... - ela terminou outro ponto - De força de vontade...

Um sentimento de desconsolo tomou conta do garoto. Ao mesmo tempo em que se sentia mal por vê-la se esforçando por nada, tinha medo de contar a ela e acabar sendo morto numa rajada de fúria.

- Tudo bem - disse, surpreendendo até a si mesmo.

Hermione virou a cabeça para ele lentamente. Ajeitando-se na poltrona, ele estendeu-lhe uma mão.

- Me ensine a fazer que eu te ajudo.

- É sério? - alvoroçou-se a garota, arregalando os olhos para ele. Um silêncio esquisito seguiu-se enquanto ele a encarava impassível e ela continuava não acreditando que ele concordara em ajudá-la - Mesmo?

- Vamos, antes que eu desista - ele a apressou, pegando um bolo de lã ao lado dela e um par de agulhas que estava caído no chão.

- O quê? Você está brincando comigo, não está?

- Não! Por que está desconfiando de mim? Não acha que eu possa querer te ajudar por livre e espontânea vontade? - ele pegou uma agulha em cada mão e começou a bagunçar a lã como se aquilo fosse de alguma forma útil.

- Ora, eu... - ela corou ligeiramente, colocando de lado a peça que acabara de tricotar - É só que... Você e o Rony nunca ligaram para a F.A.L.E. e...

- Eu sei - “Mas é que eu prefiro tricotar com você a ver sua cara ao contar que você não está libertando nenhum elfo e é Dobby quem pega todas essas roupas”, ele acrescentou mentalmente - Talvez essa tal de Oclumência esteja realmente servindo para alguma coisa.

Ela abriu um sorriso alegre e infantil, que esquentou o coração de Harry. Era bom ver alguma alegria depois de passar por aquela agradável experiência com Snape.

- Ótimo! - exclamou, entusiasmada - Deixa eu te explicar como faz; é bem simples, na verdade...

Alguns minutos depois, quando ela terminou de introduzi-lo aos conceitos básicos da nobre arte do tricô - na verdade, ela simplesmente mostrou a ele como manusear as agulhas -, Harry olhou desconfiado para o emaranhado vermelho a sua frente, como se a qualquer momento ele pudesse devorar sua cabeça.

- Eu acho que entendi - ele segurou as agulhas da maneira que a garota havia lhe instruído, hesitante.

- Não precisa ter medo, Harry - garantiu Hermione, radiante - Nem é possível se furar com essas agulhas.

- Espero que você esteja certa - ele murmurou, tocando a ponta não muito afiada do instrumento.

- Okay, agora você têm que amarrar a lã na agulha, assim... - ela o fez, com o garoto observando atentamente cada movimento.

Mais um instante de silêncio, durante o qual Harry pareceu empenhar-se monstruosamente para imitá-la.

- Não consigo.

- É, na primeira vez ninguém consegue - consolou a garota, dando tapinhas nas costas dele. Harry levantou os olhos para ela, choroso - Ah, me dê isso aqui; o nó é a parte mais difícil, você vai levar anos...

- Já demos o nó; e agora?

- Agora vem a parte principal: o ponto.

Logo Harry descobriria que tricotar era algo cuja complexidade ia além da compreensão de sua pobre mente de garoto mortal. A amiga explicara mais de dezessete vezes como começar o ponto, mas a coisa mais próxima ao resultado correto que ele conseguiu foi prender a circulação de seu dedo quase até gangrená-lo. Nesse momento, ele começou a gritar histérico - o que depois justificou como sendo culpa das “defesas enfraquecidas” após as aulas com Snape - enquanto ela desesperada tentava desatar o que ele fizera com uma mão e procurava sua varinha com a outra, situação que acabou com um Harry e uma Hermione completamente envoltos em lã.

De repente, a vontade que ele teve de ajudar Hermione começou a desaparecer.

- Pensando bem, acho que vou dormir - ele disfarçou, tentando se desvencilhar do entesado sem sucesso - Estou cansado, e parece que não nasci para fazer tricô.

- Que é isso, Harry... Ah, droga - ela grunhiu, ao perceber que a lã enroscara-se também a seus cabelos - Não existe isso de “não nasci para tal coisa”. É só praticar um pouco... - Seu cotovelo dobrou-se num ângulo impossível enquanto ela tirava da cabeça uma quantidade de lã que pareceu infinita para Harry - Que você consegue... Por favor, Harry. Eu estou precisando de ajuda, de verdade. Não dou conta de tudo isso sozinha, sabe... Mesmo que não pareça, estou realmente desesperada. Hagrid, a monitoria, os N.O.M.s, a Umbridge... Não sei se aguento... Realmente preciso... De alguém... Por favor...

Eles se encararam pelo que pareceu uma eternidade, e, inexplicavelmente, Harry sentiu uma vontade louca e completamente disparatada de beijar a amiga. Ele não sabia se foi pela incrível sinceridade que ela acabara de demonstrar, ou se pela pena que sentia dela com relação a inutilidade da F.A.L.E., ou se pelo fato de estarem muito próximos devido à sua batalha para se livrar da lã, ou se pelas bochechas coradas dela que a deixavam extremamente adorável - ainda mais àquela distância.

- Bem - ela suspirou, quebrando o clima, e pegou um gorro parcialmente reconhecível da pilha de roupas já prontas - Acho melhor você ir descansar, mesmo. - Ela vestiu a peça na cabeça dele, sorrindo diante do resultado - Não se esqueça de esvaziar sua mente antes de dormir. Eu também já vou me deitar; acho que passei do meu limite.

Harry observou-a amontoar suas coisas e rapidamente subir para o dormitório das meninas; jamais saberia se ela percebeu suas intenções. No entanto, não pensou mais nisso. Também foi-se para seu dormitório, bocejando longamente enquanto subia as escadas.

E aquele gorro fora o único que não acabou indo para Dobby.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos por lerem!
Boas festas para todo mundo!
E Hannah-chan, eu ia postar mais para perto do Natal, mas não sabia quando ia poder entrar na Internet de novo então resolvi postar hoje, hehe.
Beijos a todos!



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