POV BELLA

No telhado do prédio fizemos duas pilhas de chupadores de sangue, com seus membros e logo a fumaça roxa coloria o céu, algumas pessoas ficaram da rua apontando, mas não nos importamos em dar explicações para os populares, ficamos perdidos na nossa discussão.

-Todos sentiram o cheiro de seis vampiros, certo? - Lunna falou para nós, que estávamos num semi circulo tentando compreender alguns fatos.

-sim todos nós sentimos. - concordou May digitando uma mensagem pra Sarah, sempre fazíamos isso ao final de todo embate, isso alivia o coração de mãe dela.

-Mas um tinha um odor diferente, algo misturado. - Jake avaliou, todos concordaram. Os braços dele me envolviam, eu de costa pra ele. - Tinha algo de humano. Como é possível? Vocês viram algo?

Ele perguntou para Jonh, Melissa e Shang, eles entraram pela parte de cima do prédio.

-Quando entramos vimos um vulto negro sair... - a oriental relatava, mas o urso interrompeu.

-Sem duvida era capa de um Volturi. - Mesmo eu sendo um ser forte sobrenatural, ouvir o nome do clã dos italianos a minha primeira reação corporal é se arrepiar e seguida sou invadida por um ódio enlouquecedor.

Um dos motivos da minha separação do meu sol, foi a maldita promessa de me tornar uma vampira, mesmo tentando fugir, meu destino me fez encontrar a Jane e seu veneno me contaminar, de certa maneira virar um tipo bizarro de sanguessuga.

-Bem, esse vulto estava com quinto vampiro ao seu lado, os dois fugiam de nós, de um embate conosco. - Shang continuava sua narrativa. - Quando em pensei em segui-los percebi que Mel precisava de mim.

-Infelizmente. - a loira falou um pouco derrotada, porém May abraçou, mostrando aquele comportamento de vergonha dela era ridículo, Shang logo foi falando.

-Melissa, eu nunca te deixaria lutar sozinha com um vampiro tão experiente, ele era o criador desse grupo, tinha mais de trezentos anos, era muito experiente. Sem duvida se eu tivesse só, no seu lugar você faria o mesmo por mim. Não é?

-Sem pensar duas vezes. - Ela disse emocionada. - Por cada um de Vocês.

-Então, pode tirar essa carinha de gatinha manhosa. - May disse afagando o braço dela, que sorriu.

Tínhamos uma relação de apoio mutuo, sempre apoiamos um ao outro, ficávamos lado a lado a todo instante e a todo momento, eramos uma família, eramos irmãos por opção e amor. Não eram necessário laços de sangue para nos mantermos sempre juntos.

-Mas o que era o outro ser? - Indagou Lunna. - Mais ainda por que o interesse dos italianos por ele?

-Várias perguntas, nenhuma resposta temos. - eu respondi depois do silencio perante a pergunta da loba.

-Talvez Sarah consiga nos explicar o que pode ser isso tudo. - Analisou Shang, as duas vivem há muito tempo juntas, ela mais que ninguém ali sabe o quanto nossa “mãe” tem um vasto conhecimento nesse mundo sobre natural e seus desdobramentos.

-Então vamos. - Chamou Jonh enquanto analisava as fogueiras, ele normalmente esperava vampiros virarem cinzas, ele temia dos infelizes se rastejassem e acabassem voltar a andar colando os pedaços.

Arrumamos tudo e descemos até a rua, quando ali chegamos os curiosos nos observam atentos, alguns cochichos eram trocados, talvez ficaram fomentando teorias sobre o que aconteceu ali, não sei como não chamaram a policia, tínhamos feito muito barulho naquele prédio.

-Engraçado que ninguém chamou a policia, mesmo quase colocando o prédio abaixo. - comentei com todos quando chegávamos aos carros estacionados perto um do outro.

-Eu falei que nós eramos a policia. - Shang comunicou dando um sorriso tímido.

-Você pode ser presa. - ironizou Melissa.

-De certa forma trouxemos a segurança para todos daqui. - A oriental falou vitoriosa.

Entramos todos nos carros e seguimos para casa, eu fiquei quieta maior parte do tempo, algo me dizia que estamos lidando com algum ser desconhecido por nós, mas o que era? Será que há algo de saudável nesse mundo? O que mais poderia surgir contra nós? Mais o que mais me dar temor é pensar a relação real dos italianos com esse ser exótico.

Remexi inquieta no banco de couro do veiculo, a mão direita quente de jake repousava em cima da minha coxa, com os dedos entrelaçados aos meus. Ele deu um aperto sutil no nosso contato, acho que notou minha movimentação, além da minha preocupação ser transparente para ele.

-Está preocupada com o bicho novo dos Volturi? - Um sorriso escapou da minha boca, sem duvida ele me conhecia. Será que ele conseguia ler meus pensamentos?

-Como você consegue me ler com tamanha perfeição? - indaguei.

-Bells, te conheço muito bem, você faz parte de mim, lembra a nossa dor sempre foi compartilhada, todos os nossos sentimentos são mútuos. - ele respondeu puxando minha mão até os seus lábios, dando um beijo sutil. - Agora que estamos finalmente juntos vejo você perfeitamente melhor do que antes.

-Estou perdida com você. - impliquei, logo a gargalhada estrondosa, que tanto amo, ecoou naquele espaço.

-Você sempre esteve perdidamente apaixonada por mim Bells. - Ele me olhou de lado de uma maneira marota, sem perder seu ar sabichão. Sim, hoje vejo que amei Jacob desde do primeiro momento, sempre houve um encanto meu com sua presença. - Agora, me fala qual sua teoria sobre o ser diferente.

Ao ouvir Jake falando as palavras: “o ser diferente” minha ideias se chocaram umas contras outras. Esse ser era uma mistura de cheiro, puxei o ar com força, sentindo meu próprio aroma, havia uma mistura ali. Então minha dedução veio em voz alta:

-É um hibrido. - meu sol me olhou espantado, porém continuei falar. - Mas será igual a mim?

-Não, ele não tem o seu cheiro, é algo diferente. Talvez uma especie diferente a sua. - ele disse convicto.

Nesse momento chegamos a nossa casa, com destreza Jake estacionou o carro na vaga correspondente. Quando encontrei meus irmão relatei a minha desconfiança de ser um hibrido o cheiro não identificado. Eles concordaram comigo e seguimos para nosso apartamento, quando chegamos Sarah já nos esperava sentada em sua poltrona cativa.

Antes que eu terminasse de adentrar a sala, ela logo foi se levantando, linda, como sempre, usava um dos seus vestidos longos muito bem alinhados no seu corpo, como seu cabelo cacheado volumoso, seus olhos coloridos me procuravam.

-Venha aqui Bella. - ela esticou os dois braços para mim, segui até ela. - Você me contem o que viram.

Ela parecia aflita ao pedir aos meus irmãos os relatos, todos atenderam o seu pedido, Shang começou a falar, logo os outros completavam a narrativa. Quando toquei as mãos de Sarah as pálpebras dela se fecharam, notei seus olhos se movimentarem rapidamente.

Uma energia nos envolveu, senti como se algo me invadisse, mas não era algo ruim, trazia um tipo de paz, meus músculos relaxaram com aquilo, contudo algo nunca por mim experimentado começou acontecer, que me impressionou foram as cenas da luta se agitarem dentro de mim e passarem de maneira veloz em minha mente, me deixando um pouco tonta.

De repente os olhos multicoloridos se abriram, com olhar determinado ela pediu:

-Bella, vou te pedir algo nunca feito por você, mas que sei ser capaz de atender. - Ela falava calmamente, senti meu elástico que protegia minha mente vibrar, como tentasse se esticar. - Quero que você tente englobar a mente minha e de Shang.

Nunca tinha tentado manipular meu dom fora o estresse de um embate, sem estar numa luta e sofrendo pressão dela, isso sem duvida me ajuda, agora aqui do nada não vou consegui. Fiquei receosa.

-Sarah, não sei se consigo tal proeza. - mordi o lábio de nervoso.

-Eu confio em você. - minha “mãe” apertou os meus dedos com os dela, senti uma força invadir meu corpo e meu elástico a esticar. - Vou te dar força. Venha Shang fique do nosso lado e toque em Bella, isso ajudará ela nos ligar, pense na cena do ser. Preciso ver uma coisa na mente dele e na sua.

Rapidamente a oriental tocou a minha pele do braço, voltei minha atenção para Sarah, que pediu para eu me concentrar e ligar nossas mentes como eu fiz uma vez com meus irmãos em uma batalha com sanguessugas.

Agora foi a minha vez de fechar os olhos, precisava me concentrar. Engraçado que esse aspecto do meu dom, o elástico, era como um pedaço do meu corpo, um artigo que tinha certa vontade própria, que deve ser domado por mim.

O pedido de Sarah me trouxe uma urgência, como também senti uma força, vindo dela a me auxiliar a expandir meu dom. Com muito empenho e depois de um tempo meu elástico esticar, englobando Sarah, conseguia ver sua energia.

Sua mente ficou acessível a mim, sem nenhuma restrição, eu poderia ir a qualquer canto, descobri qualquer segredo, aquilo me assombrou. Percebendo isso Sarah pediu para eu me concentrar e agora trazer a mente de Shang para aquela nossa ligação.

Concentrei mais um vez, fiz mais força, demorou um pouco, porém foi mais fácil do que com a “minha mãe”, assim nossas mentes pareciam uma só e compartilhavam tudo com detalhe.

Enfim a imagem da chinesa apareceu em nossas mentes: Um Rapaz moreno pálido, mas sem cor doentia dos vampiros, aparentava ter uns 17 anos, de olhos esverdeados e cheiro misturado, sem olheiras e com a beleza da eternidade, usando a casaca negra e pesada dos Volturi.

Ele pegando o vampiro, o quinto do bando, levando-o para longe daquela guerra criada pelos meu três irmãos contra os dois vampiros, então escutamos o grunhido de dor de Mel, em seguida a decisão da tigresa em ajudar a leoa, deixando os dois fugitivos para trás.

Sem permissão a cena pareceu rebobinar em nossa mente, algo feito por Sarah, deixando tanto eu como Shang apavoradas, a imagem pareceu se aproximar do rosto do rapaz, do ser diferente. Sem a minha permissão coloquei a minha opinião; era um hibrido. Tinha o cheiro misturado e agora via a sua figura que aparentava ser um vampiro, mas com características físicas humanas.

Sarah avisou a mim que minha suspeita é correta, em seguida ela mostrou a nós uma floresta, de mata densa, logo informou ser no Brasil aquilo, mais especificamente na Amazônia, no ano de 1817.

Ela em meio as plantas exóticas, desconhecidas por mim, ao lado dela tinha outros seres, pela tristeza dessa memoria deduzimos o obvio, eram transformos que acompanhava na época, seus outros filhos. Deixando a emoção de lado, a memoria continuou.

O grupo se aproximou de um chalé, o cheiro de sangue se espalhou, gritos cortavam a floresta eram humanos, sem contar o bater de alguns corações, aquilo apressou todos a invadir o local. Dois correram logo deixando suas feras surgirem, dois felinos apareceram, contudo um sanguessuga surgiu na frente deles, urrando os ameaçando.

Depois tudo sumiu, rapidamente Sarah nos explicou:

-Você não precisam ver isso.

Ela se afastou de nós, a ligação foi quebrada, meu elástico voltou protegendo a minha mente, Shang já não era mais escutada por mim. Me senti um pouco fraca, como se tivesse gasto uma quantidade considerável de energia, procurei me sentar.

Quando encontrei a poltrona de Sarah, que por sua vez começou a falar com meus irmão sobre o que foi partilhado por nós traves do meu dom. Quase que imediatamente senti o toque quente de Jake oa meu lado, ele me levantou num movimento ligeiro, sentou onde eu estava e me puxou para seu colo, adorei aquilo, o calor dele me acolhia na minha fraqueza momentânea.

A voz suave de Sarah terminava de relatar o que foi compartilhado por nós três, finalizou contando quem era o sanguessuga.

-O nome dele é Vladimir, ele começou a criar uma cruza de vampiros e humanos. - ela relatou. - ele pretendia criar uma nova raça de vampiros.

-Como isso é possível? - May perguntou com a voz elevada de indignação. - Eles não são como pedra?

-O veneno deles tem essa capacidade de reprodução, essa única secreção produzida por eles. - Sarah explicou com a voz derrotada. - Só que a maioria das mulheres na hora há copula morrem, pois eles não resistem o sangue pulsar tão forte nos humanos, acabam mordendo e drenando todo sangue. Mas se caso ela engravide, é quase certo que a mulher morra durante o parto, pois a criança rasga mãe, na verdade se alimenta dela, sua primeira alimentação.

-Que coisa nojenta! - Ponderou Jonh com asco. - Esse bicho num respeita a mãe não?

-Pelo jeito não. - falou Melissa.

-Então você esta deduzindo que esse ser que vi hoje é um hibrido desse tipo? - Shang perguntou.

-Tenho certeza, vi aqueles olhos esverdeados nesse dia. Ele é metade vampiro e metade humano. - Sarah relatou.

Nesse momento minha mente trouxe outra questão: nós duas também somos hibridas , temos o veneno de vampiros nas nossas veias. Somos como ele?

-Qual a diferença nossa pra ele? - questionei em voz alta.

-Nossa genética não tem os traços do vampiro, isso o deixa mais vampiros, nós temos o veneno infectando nossos órgãos, eles não fazem parte efetivamente do que somos. Além de termos sangue de transformos, que é mais parecido com sangue humano, eles se afinizam se tornam um. Na verdade querida somos muito mais complexas. Já esses híbridos são a nova evolução dos vampiros.

Sarah explicou tudo com cuidado para mim, meus irmãos confabulavam teorias e mais teorias, até que Melissa perguntou:

-Como terminou esse encontro com Vladimir?

-Conseguimos matá-lo, mas antes descobri que ele já tinha criado algumas dezenas desse ser de nova raça. - Sarah explicou. - Cacei alguns com meus filhos da época, eles usam as características humanas para enganar todos, com falsa humanidade, mas no fundo são tão sanguinários como os clássicos vampiros. Isso os tornam altamente perigosos.

Nossa “mãe” parecia contrariada, sua feição parecia ponderar se devia continuar partilhar seus pensamentos, respirou fundo e confessou o inimaginável;

-Foi a única vez na vida que lutei lado a lado daquele monstro. - As lagrimas desciam em quatro gotas grossas dos cantos dos olhos dela, profundos no seu recordar. - Aro caçou esses híbridos ao meu lado, infelizmente numa guerra temos que ter parceiros até os inimigos.

Aquela confissão nos assombrou, todos estavam espantadíssimos, nunca nos meus devaneios mais insanos pensei em que Sarah lutou ao lado dos Volturi. Ao fim ela explicou que não houve escolha, eles tinham objetivo comuns, os dois temiam essa nova raça, eles teriam fácil acesso aos humanos, isso nos fez unir forças.

Aliados caçaram vários híbridos, mas quando tudo parecia acabado, Aro resolveu criar uma emboscada contra os filhos de Sarah, matando alguns, isso a fez duelar ferozmente com ele, quase se mataram, mas o ardiloso do Aro conseguiu escapar, mais uma vez eles estavam de lados opostos.

-Então, o maldito ficou com um hibrido. - Melissa disse entre dentes.

-Pelo jeito sim. - Sarah falou derrotada. - Esse rapaz foi visto por mim, ainda como menino de oito anos. Descobrimos que o desenvolvimento psicológico e físico é acelerado nesses seres, portanto mesmo aparentando ser uma criança sua mente é de um adulto, mesmo que sua idade cronológica seja inferior a sua aparência. Desde do nascimento são mortais e usam essa falsa ingenuidade humana como grande arma.

-Mas por que ter esse tipo de vampiro, inimigo dele ao lado? - questionou Shang pensativa.

-Tenha seus amigos próximos, os inimigos mais próximos ainda. - Falou meu sol, enquanto acarinhava minha pele. - Esse sanguessuga novo deve ser o ultimo de sua especie, o maldito italiano quer ter esse inimigo por perto.

Eu não tinha pensado naquilo dito pelo meu sol, sem duvida tinha uma grande logica, algo muito possível de Aro fazer, ter mais uma joia a sua disposição e guardada bem em baixo dos seus olhos. Suspirei, era nítido: aquilo ainda traria mais desdobramentos e mais lutas não tenho duvida.

-Outro ponto deixado de lado por nós de lado. - Lunna sempre sagaz falou. - Esse novo vampiro foi lá pegar um dos vampiros, o quinto do grupo. Algo ele tem de especial?

-Sem duvida! - Concordou Jonh impaciente andando de uma lado para outro, forma que ele faz para pensar, sempre May implica que é a forma do cérebro dele funcionar de alguma maneira.

Sarah respirou fundo e tentou se concentrar em algo, logo falou:

-Teremos que ficar atento, os Volturi estão logicamente por perto, arrumando a sua guarda. Podemos nos preparar para talvez um embate, uma guerra.

-Estaremos pronto. - Jonh falou com peito inflado.

-Sempre prontos. - May endossou o argumento do urso.

-Eu nunca tive medo daqueles malditos. - Lunna disse.

Todos nós assentimos com nossos irmão, se tivermos uma guerra, lutaremos juntos, não temeremos. Junto somos fortes.

Nesse momento o telefone de casa tocou, rapidamente May atendeu e sorriu.

-A lobarada chegou. - A morena balançava os cabelos se ajeitando rindo. Todos nós rimos, afinal as meninas ficaram super agitadas, Lunna revirava os olhos saindo da sala.

Jake abriu um sorriso lindo, agora eram os irmão dele ali chegando, nossa família estava ficando completa.

-Vou mandar servir o jantar. - Sarah comentou, mas antes comunicou. - Vamos receber bem os nossos convidados e tentar ficar bem. É provável que os volturi fiquem quietos por um tempo, ficaremos atentos, enviarei mensagem a todos os olheiros para ficarem em estado de alerta. Mas por enquanto vamos viver em paz, até quando pudermos.