Love Is Waiting escrita por Gabriela Rodrigues


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas aí vai mais um capítulo. ficou pequeno, mas eu queria terminar de um jeitinho especial. Espero que gostem tanto quanto eu, pois essa é minha fic preferida.. Quem quiser, da uma passada na minha outra: "Um minuto para a meia noite".. Boa leitura =)



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A casa estava um breu e, diferente do que havíamos planejado, fomos à cozinha. Só quando dei a primeira mordida no sanduíche que Jake preparara para mim que percebi o quanto eu estava faminta. Comi rápido, sem parar para saborear quando um som abafado nos fundos da casa me assustou.

Meu primo se levantou com uma faca na mão.

- Jake! – chiei. Não ia suportar vê-lo arriscar a vida de novo.

- Quieta! Só vou ver o que é.

Clóvis, o cachorro (já apresentei ele) latiu nos fundos e eu puxei meu primo pela camisa.

- Você não vai! – eu não deixaria.

Fomos até a janela, cautelosos. Jake ainda com a faca na mão afastou um pouco a cortina e quase gritei de alívio quando vi que o que estava fazendo barulho era um gato revirando as latas de lixo.

De volta à sala, sentei no sofá aninhada perto de meu primo. Não lembro qual era o filme que estava passando; só sei que adormeci ali mesmo.

Acordei com alguém me sacudindo pelos ombros sem muita delicadeza. Abri os olhos só para dar de cara com uma Ashley de olhos arregalados.

- O que foi? – grunhi.

- Você dormiu aqui na sala abraçada ao Jake!

- Ótimo. Grita mais alto que eu acho que ainda não te ouviram lá de Belém! – rosnei e tornei a fechar os olhos. Minha prima pulou em cima de mim, me sacudindo.

- Zo! Presta atenção! Se fosse eu o Jake me jogava do sofá sem nem pensar duas vezes! – devo dizer que nessa hora o sono passou. Meu primo estava me tratando diferente e as pessoas estavam notando o que deixava um apito em minha mente: “Perigo!”.

Completamente desperta, olhei ao redor procurando me situar.

- Cadê ele? – perguntei.

- Ah, eu esqueci de dizer que ele ta na cozinha preparando teu café-da-manhã?

- ELE O QUE?!

Saí correndo da sala ignorando os latidos de Clóvis só para parar petrificada na porta da cozinha ao ver a cena mais bizarra de toda a minha vida: Jake de touca, vestindo um avental cor-de-rosa onde se lia “melhor mãe do mundo”.

Aproximei-me devagar sem saber se ria da touca, do avental ou do conjunto.

- Higiene em primeiro lugar. – foi a defesa dele quando eu comecei a gargalhar, mas devo admitir que aquela omelete estava uma delícia.

- Precisamos conversar. – falei assim que vi que estávamos a sós.

Ele parou de lavar a louça, despiu aquela parafernália de cozinheiro e sentou no banco à minha frente, completamente atento.

- A Ash ta desconfiando. – joguei na cara. – Você dormiu comigo no sofá e ela viu. Você só fala comigo e ela não é idiota!

Suspiramos.

- E o que você sugere? – ele perguntou.

- Sei lá. Só sei que não to muito a fim de ficar presa em casa, principalmente com as quatro no nosso pé.

- Então... Nós vamos para onde?

Guiei-o até os fundos da casa, onde havia um quartinho minúsculo onde ficavam os sapatos que não eram muito usados, e quando eu digo pequeno quero dizer que só cabia duas pessoas por vez e sem poder se mexer mais que o necessário.

Sentei-me no chão incitando-o a fazer o mesmo.

- Agora a gente pode conversar melhor. – expliquei – O que a gente vai fazer a respeito da Ashley?

- Bom... Eu não faço a menor idéia, mas sei perfeitamente o que fazer aqui e agora.

Jake me puxou para si e o beijo que começou tranqüilo tornou-se selvagem de repente. Suas mãos passeavam por minhas costas enquanto as minhas se embrenhavam em seus cabelos num desespero ardente. Não me lembrava da última vez que o beijara assim. Para ser franca mal lembrava meu nome.

Senti seus toques subindo até minha nuca ao passo em que sua outra mão envolvia minha cintura puxando-me para mais perto. Meus dedos agora deslizavam por seu tórax definido subitamente despido, enlaçando seu pescoço e trazendo-o para mais perto.

- Jake... – o gemido foi involuntário e entrecortado, dividindo seu nome de modo a formar uma terceira sílaba inexistente. Eu ofegava, mas a cada aperto de meus pulmões exigindo oxigênio eu apenas puxava meu primo mais para mim.

Nós nos separamos vermelhos e sem fôlego. Eu mal sentia minhas pernas e tremia por completo, tentando respirar normalmente. Jake me abraçava e sua camisa continuava largada em algum canto daquele cubículo abafado.

- A gente pode ir conhecer outras cidades. Trouxe roupa suficiente para três dias tanto pra mim quanto pra ti. – ele falou. – Pensei em te levar a Itu, a cidade dos exageros. Mas a gente teria que passar a noite em um hotel. De novo. – eu não tinha nada a perder além de um dia incrível, então concordei.

Guardamos nossas coisas e Jake ligou para minha tia, deixando o celular no viva-voz:

- Filho? – ela atendeu no segundo toque – Tudo bem? Onde vocês estão?

- Tudo, mãe. – sua voz estava sem vida.

- Então por quê ligou?

Com certeza ela não fazia idéia do acidente no parque. Tremi só de lembrar o dia anterior. Os gritos encheram minha mente como se eu estivesse no meio do pesadelo que me perseguiu a noite inteira e Jake me apertou mais forte contra si.

- Só queria avisar que Zoey pediu para eu a levar a outra cidade. Acho que virei um tipo de guia turístico. De qualquer forma vamos passar um ou dois dias fora.

- Tudo bem, querido. Divirtam-se. - ela desligou.

- Bem... – Jake começou, fitando-me – Onde paramos?

Eu ia responder, mas ele foi mais rápido. Puxou-me para si e dessa vez a urgência era quase palpável. Uma hora eu estava sentada no chão abraçada a meu primo e em outra, quando dei por mim, já estava em seu colo com uma de suas mãos em minha nuca e outra acariciando minhas costas sob a blusa, causando-me arrepios onde quer que seus dedos tocassem.

Consegui separar-me dele o suficiente apenas para tomar fôlego. O que ele queria? Um pagamento com juros por todas as horas que nossa família nos interrompia ao aparecer sem convite? Meus pulmões protestavam, exigindo ar enquanto nossas línguas dançavam juntas em um beijo que poderia ter durado horas ou talvez dias caso eu não precisasse respirar.

Levantei-me com certo esforço. Pernas bambas, cabelos desgrenhados e lábios certamente inchados. Avaliei o estado de Jake e ele não estava muito melhor. Observei-o vestir a camisa e saímos pouco depois um do outro, atentos a qualquer possível espectador. Ninguém.

Pudemos entrar na casa ser sermos vistos e corri para o banheiro. Um bom banho me acalmaria e me daria tempo para pensar. Um batom disfarçou o inchaço em minha boca e a roupa limpa fez-me sentir mais confortável. Olhei o relógio: quase meio dia. Ou a gente saí logo ou teríamos que ficar para o almoço (o que não seria má idéia, exceto por termos que esperar mais tempo a bem da educação).

Despedimo-nos de todos e entramos no carro, dissipando por completo a tensão. Quem diria que ficar a sós seria o remédio? Jake dirigia como um louco. Não sei como não recebeu nenhuma multa, mas conseguimos chegar a Itu antes do anoitecer.

Não sei bem para onde estávamos indo, mas consegui ler a placa do lugar onde passaríamos o resto da tarde e provavelmente a noite: Camping Carrion.

Entramos na recepção onde tocava uma música ambiente e uma jovem de pele amorenada e cabelos densos, negros e cacheados amarrados em um rabo veio nos atender.

- O Camping Carrion é um espaço projetado para agradar tanto os mais aventureiros quanto aqueles que querem um tempo de sossego. Nós contamos com trilhas, caiaquismo e esportes radicais, incentivados em função do número de lagos e do cuidado ecológico e natural da vegetação circundante. – ela explicou o texto que já devia ter decorado há um bom tempo, porque eu nunca ia lembrar de tudo isso ou falar com tanta precisão.

- Como são os alojamentos?

- Vocês pretendem passar a noite? – ela perguntou um pouco espantada. Afinal, não deveria ser todo o dia que um casal de jovens chegasse pedindo acomodações. Principalmente para dois.

- Sim. Queria saber que tipos de alojamentos vocês têm. O preço a gente discute mais tarde.

Pude ver a mulher engolir em seco antes de responder:

- Bem... Oferecemos diversos tipos de chalés e apartamentos com acomodações e preços diferenciados conforme a ocupação, além de ótima estrutura para barracas e trailers. São só vocês dois? - meu primo assentiu – Então sugiro um apartamento de um... Ou melhor, dois quartos. São pequenos, mas confortáveis... – ela continuou falando em seu tom mais profissional e eu simplesmente parei de prestar atenção.

Depois de tudo certo, a mulher (que descobri que se chamava Melissa) nos acompanhou até uma casinha minúscula, porém munida de um quarto, um banheiro e uma mini-cozinha com seus utensílios mais básicos.

- Nós vamos ficar por aqui. – Jake disse a Melissa.

Deixamos nossas coisas no quarto e fomos andar pelo parque. Pela primeira vez em pouco mais de duas semanas, Jake estava descontraído. Andávamos de mãos dadas sem preocupações, indo a cada lugar que aquele acampamento oferecia. Até que na piscina, usando apenas um biquíni, uma moça, não muito mais velha que eu se aproximou.

- Olá, Jake! Pensei que nunca fosse te ver de novo. – ela o abraçou ensopando a camisa de meu primo que ficou sem reação – Não está mais chateado, não é? Quero dizer... Já faz tempo. Quem é ela? – a outra perguntou parecendo ter me visto só naquele momento.

- Minha namorada. – ele destacou a palavra – Zoey, essa é...

- Alanna. – ela o cortou – A ex dele.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews?



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