O primeiro Strigoi apareceu e me atingiu com um soco na cara, me fazendo voar longe. Eu fiquei zonza. Eu vi Dimitri tirar a sua estaca, que estava presa em seu cinto e começar a lutar com o Strigoi. Em poucos segundos ele empalou o Strigoi e veio me socorrer.

-Roza! Roza!Você está bem?

Eu acenei com a cabeça. Ele me ajudou a levantar. Ele segurou o meu queixo, e embora eu pensasse que sabia onde isso ia dar, eu sabia onde isso ia dar. Derrepente ele virou o meu rosto pra esquerda, pra analisar o meu machucado na direita.

-Um... Isso vai ficar roxo?- Eu perguntei. Já que isso não ia dar aonde eu queria...

-Vai.-Ele disse- E muito. Não se preocupe. Cuido disso depois. Agora temos que ir pra cidade.

-Hum- Uma ânsia de vômito subiu pela minha garganta- Espere.

E foi vômito pra todo lado. Ele tinha segurado o meu cabelo. Quando tudo tinha saído eu me sentei- ou me joguei, tanto faz- no chão. Ele se agachou perto de mim e afastou o meu cabelo do rosto.

-Rose, é por isso que não podemos simplismente beber.

As próximas palavras saíram sem eu ao menos perceber.

-Desculpe-Eu disse- Isso podia ter me custado a vida.

Ele enlaçou os meus ombros em seus braços e apoiou sua cabeça na minha.

-Não- Ele disse- Eu não iria deixar. -Ele beijou o topo da minha cabeça.-Agora vamos.

Dimitri tinha pego um Chevrolet Camaro preto com a listra amarela. Eu me recostei no banco do carro e fechei os meus olhos. Na maior parte da viagem, ficamos calados.Dimitri me olhava diversas vezes pelo canto do olho, e eu fingia que não tava nem ai. Pela minha visão periférica eu pensei ter visto alguém do lado de fora, e meu corpo recuou.

-Rose-A voz de Dimitri me fez desviar o olhar da janela pra minha frente.-Está tudo bem?

-Yep! É, bem, eu pensei ter visto alguem do lado de fora pedindo carona...Era um poste...

Ele riu. O som da sua risada fez a minha pele arder por ele. O que não estava fazendo muito sentido era o porque de ele estar rindo.

-Hey Camarada!-Eu queria muito entrar nessa sua brincadeira doida que sempre conseguia me deixar curiosa-Do que está rindo?

-Caroneiro? Poste? Rose, Rose...Você realmente não devia ter bebido...

Eu virei a minha cara pra janela e ia começar a contestar, mas eu vi outra vez a forma estranha. Era um corpo(eu não sabia identificar se era uma pessoa). Ele era descolorido, cinza até, e meio transparente. Por ser transparente, eu já sabia o que era:Um fantasma. Eu não pude ver quem era, pois o vento parecia estar embaçando a forma que eu via.Aliás, Dimitri estava tão rápido com o carro, que com ou sem vento, eu não ia conseguir identificar quem era. Talvez a minha guarda pudesse estar baixa por causa da bebida.

-É- Eu disse-Talvez eu não devesse beber.

Dimitri parecia surpreso. Eu estava concordando com ele em algumas coisas muito rapidamente.

-Pegue o anel, cartão de crédito e as identidades na mochila.-Disse Dimitri, quando estávamos chegando perto da Las Vegas Boulevard.

Eu peguei  as coisas que ele pediu e mais os walktalkies. Ele também tinha os aneis de compulsão. Três, como eu. Nas identidades, as idades variavam entre 21 e 28. Eu resolvi que hoje ia ser a Dhampir, Holly Hampfer. Ela era ruiva de cabelos lisos e seu bronzeado era muito, muito fraco. Seus olhos castanhos eram profundos e tinham sardas muito clarinhas embaixo dos olhos. Ela parecia o Mason, e quando eu olhava pra foto da identidade, eu podia imaginar ele a abraçando como se fosse sua irmã. Porém, ela tinha vinte e quatro anos. Eu separei o Dhampir Kahlil Matahari para Dimitri. O cara tinha o sobrenome de Matahari, e eu uma vez tinha visto no título de um dos romances de Faroeste de Dimitri os nomes:Katita e Matahari. Eu acho que é nome de cachorro.( Principalmente se Katita for um Poodle e Matahari um Vaimarani-se é que é esse o nome da raça-.)

Quando chegamos no Witching Hour, já estava tudo pronto. Eu era Holly, e Dimitri era Kahlil. Eu tinha posto o walktalkie preso no meu cinto, e a idêntidade e o cartão no bolso de trás. Pela graça divina de Deus, Dimitri pegou a mochila. Nós andamos lado a lado até a recepcionista.

-Bem vindos ao Witching Hour. Em que posso ajudar?-A recepcionista era uma Moroi, morena de cabelos encaracolados até a cintura. Como sempre, alta e pálida.

-Nós queremos um quarto.-Eu disse. A recepcionista mal me olhou. Ela estava hipnotizada com Dimitri. Eu não gostei daquilo. E ele sorria como se tivesse se acabado em cinco quilos de chocolate.

-Bem, Sophie-Esse era o nome da vadia?? Como ele sabia? E ele continuava todo sorrisos...-, eu e Holly precisamos de uma Villa.

Villa? O quê?!?! Eu estava crente que eu ia poder dividir uma King Size com Dimitri e ele me vem com essa de Villa? Uma suíte com trezentos quartos??

-Oh, estão esperando mais alguém?

Não! É que tem a possibilidade de quebrarmos todas as camas... Vadia intrometida! Ela tinha diarréia mental?Que tipo de recepcionista é essa que se intromete na minha vida?!?! A minha vontade era de pular esse balcão de mármore e bater a cara dela nele.

-Sim. Podemos receber algumas visitas.

Eu ergui as sombrancelhas, e como se ele pudesse ler a minha mente ele sussurrou algo como: Vá tomar um ar. Não vá muito longe...

Eu segui seu conselho antes que o seu flerte com a recepcionista se tornasse o último da vida dele. Eu estava indignada. Uma Villa? Alguém viria pra nos acompanhar??? Eu tentei desprender a minha cabeça do assunto e comecei a olhar o hall onde eu estava. O balcão da recepcionista (futuramente morta) ficava bem no meio e em cada lado tinha dois elevadores. E ao lado dos elevadores, postas que davam para o cassino, bar e etc... A recepção tinha uma cor bege com branco, e o teto tinham desenhos como os que se veem no teto de igrejas. Santos, anjos e pessoas enroladas em lençois.(Já podem imaginar o que a minha ingênua mente imaginou, né?) Eu olhei para todos os lados, e uma coisa prendeu os meus olhos: O hotel tinha uma pequena boutique. Eu me dirigi até ela entusiasmada. As minhas roupas estavam um lixo e eu não troxe nenhuma roupa- Não que eu tivesse essa opção. Eu entrei e uma vendedora veio me atender. Ela usava uma faixa no cabelo que jogava o seu cabelo loiro escuro todo pra trás. Ela era branca, como os Moroi, mas ainda assim era Humana. Ela usava o uniforme da loja- Preto sobre roxo- que eu achei uma graça. Ela veio saltitando até a minha direção.

-Olá! Bem vinda à Storm Angel! Em que posso ajudar?

-Bom eu preciso de algumas roupas novas. O que vocês tem de melhor ai?

Ela me mostrou algumas coisas. Um vestido estampado com florzinhas miúdas e com detalhes em renda preta, uma calça jeans escura, várias blusas e várias saias. No final eu fiquei com tudo. Eu procurei depois roupa íntima. Fiquei com algumas rendas pretas e vinho. Foi a compra mais rápida da minha vida, porque quando eu voltei pro hall, eu ainda podia ver aquela atendente se oferecendo para Dimitri. Eu passei perto dele praticamente espumando.

-Vamos?-Ele perguntou.- Eu não sabia onde você estava. Eu já ia te chamar pelo Walktalkie.

-Claro- A minha voz maquiou direitinho o que eu estava sentindo.-Sophie já te falou tudo o que ela tem á oferecer?

Dimitri rolou os olhos, mas, mesmo assim sorriu. Ele foi em direção ao elevador do lado esquerdo.

-Qual é o quarto?-Eu perguntei.

-Oitocentos e oito.

Quando chegamos no andar e entramos na Villa, eu joguei as minhas coisas na cama do meu quarto e corri pro banheiro pra tomar o melhor banho que alguém poderia ter. Eu saí com a toalha enrolada por que eu fui burra demais pra lembrar de pegar uma roupa. Dimitri estava jogado no sofá com um daqueles romances de faroeste na mão. Ele deu uma rápida olhada por cima do livro pra mim, mas quando viu que eu o estava observando desviou o olhar. Eu botei uma calcinha e um sutiã e o hobbie do hotel que estava arrumado em cima da minha cama quando cheguei ao meu quarto. Eu fiquei um bom tempo arrumando as coisas no armário. Quando eu deitei na cama pra dormir, o meu estômago roncou muito alto. Eu saí do quarto e fui procurar Dimitri, pra ver se ele queria alguma coisa, mas ele estava dormindo. Então eu resolvi ligar pra recepção do hotel e pedir pra eles entregarem alguma coisa pra eu comer. Eu disquei o número que estava perto do telefone, e logo um rapaz atendeu.

-Witching Hour Restaurant's, o que posso fazer por você?

-Você poderia mandar a janta por favor?

-Claro. Para quantas pessoas?

-Uma. Só eu.

-Quarto?

-808.

-Bom, senhora, chegará em cerca de meia hora.

Eu sorri como se o cara pudesse estar na minha frente.

-É senhorita. Obrigada.

Depois dessa ligação, eu sentei no sofá e liguei a TV. Eu fiquei assistindo o Late Show With Davd Letterman, até a hora em que a comida chegou. Era um belo macarrão ao molho branco. Ele era servido algumas vezes na academia e eu costumava saber o nome. Depois que eu jantei, eu escovei os dentes e fui para o meu quarto. Mas não passei da porta. Aquela forma que eu tinha visto goje mais cedo na estrada estava no meu quarto, completa. No Witching Hour não tinha wards em todos os lugares. Somente nas partes mais abertas, como a da piscina, mas o resto era protegido pelos guardiões. O fantasma estava aqui, me encarando, mas antes que eu pudesse ver suas feições, eu fechei a porta e sai correndo pro quarto onde Dimitri estava. Eu abri a porta, e saltei em cima dele. Dimitri pulou com o susto e nós dois caímos da cama e rolamos no chão. Isso fez com que a coberta se enrolasse em nós dois e me prendendo ao seu corpo. Ele parou pra me encarar. Ele me analisava, não somente me encarava. Como se estivesse afastando um pensamento ruim, ele apertou os olhos e depois abriu.

-O que houve Rose?-Ele parecia não estar percebendo a situação. As únicas vezes que eu corria como uma louca ou paralisava feito pedra era quando eu via um fantasma.

-Oque ouve? Tem um fantasma no meu quarto!!!

Dimitri riu. Ele sabia que era verdade, mas não era disso o por que de estar rindo. Eu acabei me deixando rir também.

-Isso foi ridículo não é?-Eu disse, me deixando cair ao seu lado.

-Foi- Ele disse.-Você tem medo de fantasmas?

Eu dei um murro no seu peito e ri mais um pouco.

-Posso dormir aqui?

Ele suspirou.

-Pode Roza.