Just Harry escrita por The Escapist


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Demorei com capítulo? acho que não né? Bom, espero que gostem e obrigada as gurias que comentaram o capitulo anterior!



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— Você beijou o Harry Potter?

— Luna, fala baixo. — Hermione estava quase arrependida de ter contado a Luna sobre Harry, mas também se sentia sufocada e precisava desabafar com alguém, e Luna era a única amiga que ela tinha no momento. — A gente tem ficado.

— Vocês tem ficado? Mas... O... Ah... Hermione?!

— Eu sei, eu sei que não é nada legal andar com caras que tem namorada, mas eu acho que estou gostando dele, Luna.

— Gostando? Você quer dizer “gostando”? Mas espera um pouco, Granger, onde vocês tem se encontrado?

— Biblioteca — Hermione falou baixinho como se aquilo fosse a confissão de algum crime grave.

— Ah, entendi.

— Ele prometeu que vai terminar com a Giny. — Luna sabia que não era pra ela que Hermione tentava se justificar, era para si mesma, deu um sorriso bondoso de compreensão, embora se perguntasse para quantas garotas Harry já tinha feito a mesma promessa; ela não poderia julgar a amiga, pois sabia muito bem como Hermione se sentia. — Bom, eu vou pegar um livro. De verdade — acrescentou Hermione ao perceber a sobrancelha arqueada de Luna.

— Sei. A gente se vê na aula, então.

XXX

— Harry?

— O que?

— Bom, é que, você não vai levar a mal não é?

— Fala logo qual é o problema, Ron.

— A Giny. — Harry parou e se virou para olhar para Ron, esperando que ele continuasse. — Ela acha que você tá estranho e me perguntou se eu sabia de alguma coisa.

— Ah, e o que você disse?

— Que eu não sei de nada, é claro. Mas, Harry?

— O que?

— É que você anda mesmo estranho, quer dizer, estranho.

— Sabe de uma coisa, Ron, eu, preciso ir até a biblioteca.

—Tá vendo, é disso que eu ‘tô falando, Harry, desde quando você vai à biblioteca? — Harry abriu a boca, por um segundo parecia que Ron o tinha pego.

— Você está estranho, Ron, sério, para de ficar bancando o garoto de recado pra sua irmã.

— Poxa, qual é, Harry?

— Quer um conselho, Ron, tenta conseguir uma namorada, de verdade. — Harry deu um sorriso zombeteiro e bateu nas costas do amigo, depois se afastou na direção da biblioteca.

— Completamente normal — concluiu para si mesmo.

XXX

— A gente tem que parar com isso, Harry, é sério.

— Eu sei, eu sei, Hermione.

— Você não sabe como eu me sinto? Imagina se o meu pai souber que eu ando dando uns amassos nas prateleiras empoeiradas da biblioteca, ainda por cima com um garoto que tem namorada! — Harry abriu um sorriso, se divertindo com o jeito sério de Hermione. — Isso não é engraçado.

—Ok, você tem razão, eu vou resolver tudo com a Giny.

— Quando?

— Ahm, logo.

— Harry!

— Hoje, ok, eu prometo falar com a Giny hoje.

XXX

Enquanto Harry estava na biblioteca com Hermione, Giny estava conversando com as amigas, Cho e Kate, no refeitório.

— Se o Harry estiver me enganando, eu vou descobrir — a garota Weasley disse com determinação.

— E como você vai descobrir isso, Giny? — perguntou Kate.

— Aqui.

— Um telefone? — Cho falou com um pequeno sorriso cínico.

— Não um telefone qualquer, Cho, o telefone do Harry; se ele anda saindo com alguém, com certeza deve ter ligado para a fulaninha.

— Você vai fuçar o celular do Harry? Não. Giny, eu não faria isso se fosse você.

— Qual é, Cho?

— Não é legal bisbilhotar a vida dos outros.

— É a vida do meu namorado.

— Você iria gostar se ele fizesse isso com você?

— Eu não tenho nada pra esconder, Cho. — Giny encarou a amiga e Cho desviou os olhos.

— Ok, Giny, se você vai bisbilhotar, anda logo com isso — Kate disse animada; Giny verificou as chamadas recentes no telefone de Harry. — Então?

— Não é possível. — Quando Giny voltou a olhar para as amigas, Cho e Kate tiveram a impressão de que ela tinha visto algum fantasma ou coisa do tipo, as duas se entreolharam curiosas, mas Giny ainda não falou nada; discou o último número na memória do telefone e levou o aparelho ao ouvido.

XXX

Hermione estava saindo da biblioteca quando ouviu o telefone tocar; pegou o aparelho na bolsa, e sorriu ao ver o nome de Harry brilhando no visor, não fazia nem um minuto que ele tinha saído e já estava telefonando.

— Bobo. Alô. — Hermione só ouviu a respiração de alguém do outro lado da linha. — Harry? Não seja tão bobo, ok? — clique.

XXX

Quando Giny desligou o telefone, apertando o aparelho com força na mão, parecia prestes a ter um ataque de raiva, como observaram Cho e Kate; mas as amigas nem tiveram tempo de ouvir o motivo da irritação de Giny, Harry tinha acabado de chegar e ele também não estava com uma cara boa. Foi com relutância que as duas deixaram o casal a sós.

— Então a gente se vê depois, Giny, eh, tchau — Kate falou e saiu, quase puxando Cho. Harry sentou no lugar onde Kate estivera, de frente para Giny, estendeu a mão para pegar o celular. Giny atirou o telefone.

— Você não tinha o direito de bisbilhotar minhas coisas.

— Você anda me traindo com aquela Granger?

— Não começa a fazer escândalo, ok?

— Como você teve coragem, Harry? Como você pôde fazer isso comigo?

— Giny, não é o que você tá pensando — Harry falou, mas concluiu que não tinha sido uma coisa interessante de ser dita, era a hora de resolver aquela história de uma vez. — Olha, a gente precisa conversar. — A raiva de Giny foi diminuindo, logo ela não estava mais preocupada somente com uma possível traição de Harry.

XXX

— Você não pode fazer isso comigo, Harry.

— Eu sinto muito, Giny.

— Não diga que você sente muito, Harry, eu, eu te amo, eu sempre te amei, eu... você não pode. — Harry continuou sério sem dar a menor demonstração de querer voltar atrás; por um instante pensou que Giny fosse cair no choro ou fazer uma cena, mas quando ela se levantou, ainda com raiva, lhe deu um tapa no rosto. Harry não teve nenhuma reação e ficou vendo-a se afastar balançando os cabelos ruivos, enquanto os colegas no refeitório tratavam de espalhar a novidade.

— Eu falei com a Giny — Harry disse quando encontrou Hermione no estacionamento.

— É, eu percebi. — a escola inteira já estava comentando sobre a briga de Giny e Harry, e principalmente o motivo. Hermione nem conseguiu fingir que não estava chateada.

— Não se preocupe, eles não vão falar de nós para sempre, amanhã já vão ter esquecido. — Harry sorriu e deu um beijo em Hermione, ela se virou para ir para o carro, e deu de cara com Giny Weasley, que parecia tomada por uma raiva mortal, e para completar a maior parte dos colegas de plateia.

— Vadia.

— Qual é, Giny, não começa, tá bom? — Harry disse, se colocando obviamente ao lado de Hermione, com o braço em volta dos ombros da garota, o que deixou Giny com mais raiva.

— Você vai me pagar, Granger, pode apostar. — Giny lançou um olhar fuzilador à outra garota, e antes que Hermione pudesse abrir a boca, lhe deu as costas. Harry deu um suspiro longo e passou a mão pelos cabelos, ele sabia que Giny não ia aceitar o fim do namoro numa boa.

— Desculpa.

— Tudo bem. — Mione deu um beijo no rosto de Harry e entrou no carro, evitando olhar para qualquer pessoa. Duvidava que amanhã eles tivessem esquecido, e não podia se sentir bem sabendo que as pessoas estavam lhe chamando de vadia pela escola.

XXX

— Tem uma visita para você, Harry.

— E quem é?

— O senhor Ronald Weasley.

— Qual é, Sirius, manda ele subir.

— Ele disse que prefere esperar o senhor lá embaixo.

— Por que?

— Eu não sei. — Harry não gostou do jeito como Sirius falou, era aquela expressão que dizia “você deve saber o que fez para deixar seu amigo chateado”. — Você vai falar com ele?

— Claro. — Só podia ser sobre Giny que Ron queria conversar, Harry desceu as escadas e encontrou o amigo na sala. — Ei, cara...

— O que você fez com a minha irmã? — Ron falou, o rosto vermelho como um tomate.

— Ron, olha...

— Qual é o seu problema?

— Isso é entre eu a Giny, ok?

— Você se acha muito bom pra transar com a minha irmã e depois dispensá-la como se ela fosse uma vagabunda qualquer? Você não pode fazer isso com a Giny.

— Ah, qual é, eu não fiz nada que a sua irmã não quisesse, aliás, você sabe muito bem a irmã que tem. — Ron estava tão vermelho que Harry pensou que o amigo ia explodir.

— Eu pensei que você fosse meu amigo.

— Ron, isso não tem nada a ver com a nossa amizade, é entre eu e a Giny, a gente terminou.

— Não, você deu um chute na minha irmã.

— Você acha que seria bom para a Giny continuar namorando sem eu gostar dela?

— Eu fui mesmo um idiota por achar que você era uma pessoa legal.

— Do que você tá falando, cara?

— Esquece, deixa pra lá, você não se importa com ninguém mesmo.

— Ron, pera aí, cara, espera. O que foi que eu fiz, Sirius?

— O que o senhor fez, como eu vou saber?

— Você hoje está chato pra caramba, hein, Sirius? — Harry voltou para o quarto e ficou tentando encontrar uma explicação para a atitude de Ron, claro que ele tinha o direito de estar chateado, mas por outro lado, o que Ron esperava, que ele se casasse com a Giny?

Quando desceu para jantar, esperava encontrar a mãe sozinha, já que Tiago estava viajando, mas Lilian tinha companhia. Harry sentou no lugar normalmente ocupado por seu pai à cabeceira.

— Boa noite, mamãe.

— Boa noite, querido. Harry, por que você não cumprimenta o Tom?

— Tom, que Tom? Onde? Ah, Tom, desculpe, eu nem tinha te visto aí.

— Harry! — Harry balançou a cabeça dando a entender a mãe que não estava disposto a ser simpático com Riddle. — Como estão as coisas com a Giny? Eu não tenho te visto com ela ultimamente.

— Ah, mãe, eu e a Giny terminamos.

— Terminaram? E eu posso saber por que?

— Não. Mãe, você sabe que eu não vou falar sobre a minha vida na frente desse cara.

— E você sabe que eu não gosto que você fale assim com o Tom! Não foi a educação que eu te dei foi? — Harry deu um sorriso falso; achava que a mãe fazendo aquilo deixava o Tom com vergonha, era demais que ela quisesse fazê-lo gostar do puxa saco oficial dos Potter.

— Ei, Tom, posso te fazer uma pergunta? — disse o garoto fingindo interesse em conversar com Riddle.

— Claro que sim, Harry.

— Você é gay?

— Harry! O que deu em você, garoto? — Lilian olhou séria para o filho, mas Harry tinha uma expressão debochada no rosto. — Peça desculpas ao Tom.

— Desculpas por quê? Foi só uma pergunta, uma pergunta simples, não é Tom? Então, Tom? Você é gay, não é? Quer dizer, eu nunca te vi com nenhuma mulher.

— Já chega, Harry, peça desculpas pela sua grosseria!

— Tá brincando, não é?

— Não, Harry, eu estou mandando você pedir desculpas ao Tom. — O tom da mãe deu a Harry a impressão de que ela estava se importando demais com essa bobagem, enquanto Tom continuava com a mesma cara falsa de sempre.

— Tudo bem, Lilian, o Harry só está brincando.

— Lilian? Desde quando você chama a minha mãe de Lilian? Para você é Sra. Potter.

— Harry, pare com isso agora mesmo. Tom, me desculpa, eu realmente não sei o que aconteceu com o meu filho.

— Mãe, por que você está dando tanta importância ao Tom?

— Ora, Harry, você sabe muito bem que o seu pai não gosta que você seja grosseiro com as pessoas, e não é porque ele não está aqui que você vai ofender o Tom.

— Eu não ofendi o Tom, só fiz uma pergunta. E, quer saber, para mim chega.

— Não se atreva a levantar dessa mesa, Harry.

— O seu querido Tom pode lhe fazer companhia. Com licença. — Harry atirou o lenço na mesa e saiu.

— Harry... Ah, o que foi que deu nele? Me desculpa, Tom.

— Tudo bem, não se preocupe comigo, eu já estou acostumado com esse jeito do Harry.

— Não deveria se acostumar, Tom. Essa atitude do Harry vai tornar tudo mais difícil.

— Quando você vai contar para ele?

— Assim que o Tiago voltar, eu só quero que... não quero brigas, principalmente por causa do Harry.

— Eu entendo, você tem razão. Agora — Tom tocou a mão de Lilian Potter que descansava sobre a mesa. — Não se preocupe tanto.

XXX

Alguma coisa estranha estava rolando. Foi o que Hermione pensou quando chegou à escola e sentiu vários olhos se dirigirem para ela, pelo visto ainda estavam comentando sobre ela e Harry, claro, quando o garoto mais popular da Hogwarts School trocava Giny Weasley por uma CDF, isso não era esquecido de um dia para o outro. Ao contrário de Hermione, que não se sentia nem um pouco confortável em saber que estava “na boca da escola inteira”, Harry não parecia se importar com os cochichos. Se as pessoas ficavam felizes em dar importância à vida alheia mais do que à própria, não era seu problema. A única coisa que o deixou chateado realmente foi a reação de Ron; era natural que Giny ficasse com raiva, mas o irmão dela não tinha que se envolver nisso.

Harry encontrou Hermione na entrada do colégio, lhe deu um beijo sob os olhares curiosos de vários colegas.

— É impressão minha, ou todo mundo está cochichando? — disse Hermione, andando meio sem jeito segurando na mão de Harry.

— Acho que é impressão sua.

— Não, não é! Eu sei quando estão falando de mim, Harry.

— Isso não é com você, Hermione, é comigo.

— Ah, claro, porque você é popular! — Hermione riu sarcasticamente.

— Outch! Será que você vai querer uma briga no nosso primeiro dia de namoro oficial? — Harry beijou os lábios da garota, sorrindo ao mesmo tempo.

— Namoro oficial? Engraçado, eu não lembro de você ter me perguntado se eu queria ser sua namorada!

— Boba!

— Bom, eu acho que vou falar com a Luna.

— Ok, ah, então a gente se vê depois.

— É, a gente se vê. — Hermione foi procurar Luna na sala do jornal, continuava ouvindo os cochichos e, embora não entendesse as palavras ditas aos sussurros pelos cantos, tinha certeza de que era dela que estavam falando.

A mesma sensação ela teve quando entrou na redação do “Profeta Diário” e os colegas pararam de falar assim que a viram.

— Oi, pessoal.

— Hey, Granger, você está aqui! — Colin falou sem muita naturalidade.

— É, estou. Ei, qual é, gente, vocês estão estranhos; porque estão me olhando assim?

— Assim como? — perguntou Luna.

— Não sei, mas... desde que eu cheguei eu tenho a impressão de que as pessoas estão falando de mim, sabe?

— Sério?!

— Deve ser por causa do Harry — disse Jordan como quem tem interesse de plantar uma verde.

— É, foi o que ele disse também. É mesmo um pouco estranho!

— Então, é verdade que vocês... — Colin começou, mas Luna o interrompeu.

— Que vocês estão ficando?

— Bem, sim... espera. — Hermione encarou as expressões nos rostos dos colegas. — É mesmo sobre mim que todo mundo está falando, não? — Luna, Lino e Colin desviaram os olhos, fingindo desentendimento. — Hey, qual é! Eu sei que é sobre mim, só não sei exatamente o que é. Será que vocês podem me dizer? Luna? — Hermione apelou para o excesso de sinceridade de Luna.

— Bem, é sobre você e o Harry Potter.

— Ok, isso eu sei, mas o que exatamente estão dizendo? Estão me achando terrível por ele ter largado a Giny por minha causa?

— É, mais ou menos isso...

— Mais ou menos isso, sei! Luna, você é minha amiga, lembra?

— Tá bem, Hermione, é que todo mundo no colégio tá dizendo que você...

— Eu o que, Luna?

— Que você transou com o Potter.

QUE?! — Hermione viu Colin e Lino virarem a cara, e teve certeza que ela mesma estava vermelha, não era à toa que os amigos estavam estranhos; eles deviam estar se perguntando se era verdade quando ela entrou, ou deviam estar se perguntando que tipo de garota era Hermione Granger, que ia para a cama com o primeiro que aparecia, aliás, a escola toda devia estar fazendo a mesma pergunta, pior, a escola toda parecia já ter uma opinião formada a seu respeito, e essa opinião não era nada lisonjeira. — Isso é mentira! Quem inventou essa história? De onde? Eu não entendo, por que estão falando de mim?

— Calma, Granger, não fica assim — disse Jordan. — Essa escola está cheia de falsos moralistas.

— Claro que são falsos moralistas, Jordan, e também são mentirosos. Eu queria saber quem inventou essa história e a troco de quê! Ah, só pode ter sido a Giny.

— Não foi a Giny — disse Luna.

— E você sabe quem foi?

— Aparentemente foi o próprio Potter quem espalhou o boato.

— Não, Luna, isso é impossível, o Harry não faria isso.

— Acontece que tem um e-mail rolando entre o pessoal, e ele foi enviado pelo Harry e repassado para todo mundo. Eu não mandei pra você porque, bom, pensei que você ficaria chateada.

— O Harry não faria isso — Mione repetiu. Luna puxou uma cadeira para a colega ao mesmo tempo em que fazia um sinal com a mão para que os garotos saíssem.

— Ei, não fica assim, Granger.

— Eu quero ver esse e-mail, Luna.

— Acho que não é uma boa ideia.

— Por favor, Luna.

— Olha, é melhor você esquecer isso, logo vai aparecer outra fofoca. Eu deletei o e-mail.

— Eu acho que eu tenho o direito de saber por que as pessoas estão cochichando pelas costas, você não acha? Eu sei que você não deletou.

—Está bem, eu vou te mostrar então. — Luna deslizou a cadeira giratória para a frente do computador, acessou sua conta de e-mails e abriu a mensagem mais recente. Hermione também aproximou sua cadeira da tela para ver; a garota colocou a mão na boca para suprimir uma exclamação; aquelas palavras usadas por quem escreveu o e-mail não eram do tipo que poderiam ser ditas numa conversa civilizada. Hermione ainda teve esperança de que fosse alguma brincadeira de mal gosto de outra pessoa, mas estava claro que a mensagem original tinha sido enviada por Harry. — Mione?

— Porque alguém faria isso, Luna? Ele disse que gostava de mim, nós estávamos juntos antes de eu vir te procurar, porque ele me faria de idiota dessa maneira?

— Eu tentei te avisar sobre o Harry Potter, sabe? Quando você disse que vocês estavam ficando, mas eu não queria que você pensasse que eu estava me intrometendo na sua vida.

— Você queria me avisar? Como você sabia que, que o Harry ia me sacanear, Luna? — Luna ficou um instante calada, depois falou.

— No ano passado, pela metade do ano, uma garota chamada Susan Bones deixou a escola; alguém espalhou que a tinha visto com o Harry Potter, você sabe o que eu quero dizer, não é? Ele nunca desmentiu, e, sabe como as coisas funcionam. A Sue não aguentou as brincadeiras maldosas. É claro que você não vai sair da escola por isso, não é? Quer dizer, no fundo todo mundo sabe que esse e-mail é um boato e, além disso, eles só precisam de alguém para ser o alvo.

— Não se preocupe, Luna, eu não vou dar esse gosto ao Harry Potter. Na verdade, se ele queria se divertir, escolheu a pessoa errada para isso — Hermione falou tentando demonstrar indiferença, mas o que ela realmente queria era ir para casa e deitar a cabeça no colo da mãe.

Nunca tinha se sentido tão humilhada em toda sua vida. Talvez fosse fácil dizer que não se importaria, que não fazia diferença o que aquelas pessoas pensavam a seu respeito, e talvez isso nem fosse o pior, o que mais doía em seu peito era o que Harry tinha lhe feito, depois de tudo, ele só queria se divertir um pouco às suas custas. Hermione nunca entenderia o motivo que levaria um garoto que tinha tudo a agir como um canalha. E ela nunca se perdoaria por ter se permitido gostar de alguém como ele.

Hermione voltou pra sala de aula, lutando contra a vontade de sair dali e encarou os colegas de cabeça erguida, afinal ela não tinha contas a dar aquele bando de falsos moralistas. Ela ignorou Harry durante as aulas e no intervalo; a cara de desentendido que ele fez deixou-a enjoada.

No fim das aulas, Hermione saiu na frente e Harry conseguiu alcançá-la já no saguão.

— Ei, Hermione! — Harry puxou o braço de Hermione, mas ela o puxou bruscamente. — O que aconteceu?

— Por que você não fica bem longe de mim?

— Oh! Do que você tá falando? O que houve, Hermione?

— Hipócrita nojento. — Mione não deu mais tempo para Harry falar qualquer coisa, saiu andando apressada, deixando-o com cara de bobo. Se ele pelo menos soubesse do que estava sendo acusado, mas não fazia ideia e ainda não podia falar sobre Hermione com o melhor amigo porque Ron ainda estava com raiva. Era como se estivesse sozinho.

— Ei Harry! — Harry se virou desanimado, estava quase entrando no carro quando ouviu o chamado; definitivamente não estava com humor para conversar com Simas e Dino naquele momento.

— Ei, caras!

— A gente queria te perguntar uma coisa.

— Ok, podem perguntar. — Harry se encostou na Ferrari e cruzou os braços esperando pela próxima grade besteira que ia sair da boca de Simas Finingham.

— Eh, aquela sua história com a Granger, é verdade?

— Que história?

— Ah, qual é, Harry, nós somos seus amigos, você pode contar a verdade.

— Que verdade? Do que você está falando, Thomas?

— Você inventou aquilo só para zoar a Granger, não foi? Quer dizer, ela não faria tudo aquilo, não é?

— Eu não sei do que você está falando e não inventei nada. Gentlemen. — Harry inclinou a cabeça e entrou no carro.

Alguma coisa estava acontecendo, não havia dúvida. Hermione estava com raiva e havia um boato rolando pela escola. O que Harry queria era descobrir qual era sua parcela de culpa nessa história toda. Já estava quase saindo da escola quando avistou Luna caminhando para o seu Smartcar amarelo. Harry nunca tinha falado com ela, a não ser para fazer alguma brincadeira boba. Era como se, se desse conta de que agia como um grande idiota a maior parte da sua vida.

— Ei, Luna — chamou baixando o vidro do carro; a garota olhou para os lados se perguntando se era com ela mesma e deu de ombros. — Você é amiga da Hermione, não é? — Luna assentiu. — Ela está chateada e, ah, você sabe o motivo?

— Você ainda pergunta, Potter? Francamente.

— Eu... ahm...

— Olha, a Granger é uma garota legal, por que você não a deixa em paz? — Luna deu as costas a Harry, ele desceu do carro e correu para acompanhá-la.

— Espera, por favor. — Luna arregalou os olhos, que grande novidade, Harry Potter lhe pedindo por favor. — Eu não sei o que deu na Hermione, se você sabe, por favor, me fala, Luna. Ela parece que está com raiva de mim, mas eu não sei porque...

— O que você esperava depois de escrever aquele e-mail?

— Qual e-mail? — Luna deu um sorriso irônico.

— Você é ridículo, Potter. — Dessa vez Luna foi embora antes que Harry voltasse a falar.

— E-mail? Que e-mail é esse? — disse para consigo, que lembrasse não tinha escrito nenhum e-mail para Hermione. — Do que será que essa maluca está falando?

XXX

Harry clicou no link para ver as últimas mensagens de e-mail enviadas; como já tinha repetido mil vezes para si mesmo, nenhuma mensagem tinha sido enviada para Hermione, pelo menos não por ele.

Aquilo era pior, muito pior, como explicaria para ela que não escreveu aquele e-mail? Desligou o computador, pegou as chaves do carro e desceu as escadas correndo. Foi direto para a casa dos Weasley.

— Do que você está me acusando agora, Harry?

— Só pode ter sido você que hackeou o meu e-mail, Giny.

— Faça-me o favor!

— Não teria sido a primeira vez, não é mesmo? Só que agora você passou dos limites.

— Quem passou dos limites foi você, Harry. Você me tratou como lixo, me trocando por aquela sonsa da Granger.

— Ah, Giny, por que você fez isso? Ham? Por que você não pode simplesmente aceitar que acabou?

— Por que eu gosto de você, Harry, eu te amo.

— Bom, se você me ama mesmo, então não ferra com a minha vida. Olha, Giny, você é uma garota legal, incrível, mesmo, e, eu tenho certeza, você vai encontrar um cara que te mereça, só que esse cara não sou eu, ok? Então, não se mete na minha vida, está bem?

XXX

Hermione, eu preciso falar com você, você tem que me escutar, eu não escrevi aquele e-mail. Eu juro, olha, eu posso te explica tudo, por favor, me liga assim que você receber o recado, a gente precisa se encontrar, por favor”. Para ouvir a mensagem novamente aperte 1, para salvar, aperte 2, para apagar aperte 3.

Hermione apertou o 3. Era o quinto recado deixado por Harry; o que ele pretendia, pensava Hermione, será que achava pouco o que tinha feito e queria sacaneá-la um pouco mais?

— Pode explicar, sei.

— Mione?

— Entra, mãe. — Amélia entrou no quarto e sentou na beira da cama.

— Você está tão quieta, Mione, o que aconteceu, filha?

— Sabe, mãe, eu estou com saudade de Liverpool.

— Ah, querida! Tem certeza que é só isso?

—É sim, eu estou bem, mamãe. — Hermione sorriu, preferia não contar a mãe sobre os boatos na escola, principalmente por que não saberia explicar a Sra. Granger por que de repente sua filha tinha se tornado a maior vadia na boca dos alunos da Hogwarts School. Torcia pra que essa história nunca chegasse aos ouvidos dos pais, não poderia imaginar nada mais humilhantes do que seu pai ouvir alguém comentar aquelas coisas sobre ela. — Obrigada por se preocupar, mãe.

Antes de Amélia sair o celular de Hermione voltou a tocar; era Harry; ela desligou o aparelho e guardou-o numa gaveta. Assim que ficou sozinha, Hermione desabou a chorar.


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