Amor por Compaixão escrita por CarolFernandes


Capítulo 11
Capítulo 9 – Opiniões Alheias


Notas iniciais do capítulo

Como algumas pessoas perguntaram... Eu não sei se a Bella vai ser compatível ao Edward, mas no caso dele, a medula dela tem que ser compatível e isso é MUITO difícil. Bella também vai ter essa curiosidade e nos futuros capítulos nós vamos descobrir tudinho.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/116250/chapter/11

“E ai, como foi?” Alice perguntou, sorrindo e se aproximando. Eu suspirei, me encostando no carro e tentando achar a minha voz.

“Sabe, Alice... As vezes a gente pensa que determinada coisa é completamente errada e que você deveria simplesmente voltar para casa e viver insignificantemente, mas ai você para e vê que a vida é isso... Arriscar. Você nunca sabe se vai levar um murro na cara ou se vai encontrar a porta aberta.” Suspirei outra vez. “É isso. Eu estou em êxtase.”

“É, deu para perceber.” Riu. “Conheceu algum gatinho ou qualquer coisa assim?”

“Err...” Abaixei a cabeça, corando. “Não, nada a ver.”

“Eu tenho observado você por ai e... e Edward também.” Mordeu os lábios, como se pensasse no que fazer. Ela estava visivelmente nervosa com o que ia me falar e eu não sabia bem se queria ouvir ou se, pior, iria conseguir me manter teatralmente segura. “E, bem, vocês estão íntimos.”

“Esta com ciúmes, Alice?” Perguntei tentando manter o tom zombeteiro. Se ela continuasse me analisando, iria perceber que eu também estava nervosa.

“Não, é só preocupação de irmã. Edward é muito importante para mim, então eu espero que se você seguir, saiba o que esta fazendo e o que acontecerá. Espero que saiba também que se magoar o meu irmão, vai se ver comigo.” Disse séria. Antes que eu saísse correndo, morrendo de medo dela – o que era possível -, Alice soltou uma risadinha.

Eu não podia me enganar. Tudo era uma mentira, um jogo de interesses. Esme tinha cumprido o lado dela no momento em que eu pisei na escola. Mas eu não cumpriria o meu.

“Ah, Bella, eu gosto de você... Vamos ao shopping mais tarde?” Perguntou com os olhos brilhando.

“Claro.” Aceitei com um meio sorriso.

Alice podia ficar tranquila. Edward, para mim, não era um brinquedo.

O tempo que pude, fiquei trancada no quarto pensando em cancelar tudo aquilo. Eu amava Cambridge, mas tudo era tão errado... Muito errado. Fui até Esme. Talvez ela deixasse eu continuar meus estudos se desse outra coisa em troca a ela. Qualquer outra coisa que não envolvesse a manipulação de uma pessoa tão boa quanto Edward e que tirasse o maldito peso dos meus ombros.

Ela estava no corredor, levando roupa de cama para um dos quartos, quando eu me aproximei.

“Às vezes me pergunto se isso é certo.” Comentei suspirando. Esme parou de andar para me olhar.

“Eu também já me perguntei.” Disse baixo. “Mas cheguei a conclusão de que é certo sim.”

“Por quê?”

“Não digo apenas de Edward em si, mas a casa toda esta mais feliz, Bella.” Deu um sorriso. “O mérito é todo seu. Alice não ia às compras há meses, até o dia que você chegou e ela disse que tinha que renovar seu guarda-roupa para recebê-la. Carlisle tem estado mais em casa, porque sabe que é indelicado que uma visita não veja o dono da casa. Emmett anda por ai brincando com você, e isso o distrai e coloca um sorriso no rosto dele...”

“E você? Esta mais feliz?” Eu quase mordi a língua por perguntar. Esme deu de ombros.

“Eu realmente gosto de você, Bella.” Ela segurou minha mão. “Como uma mãe.” Ela respirou fundo algumas vezes, retirando sua mão da minha. Segui-a até o escritório e ela fechou as portas, nos deixando isoladas lá. “Você sabe por que eu fiz essa proposta?” Perguntou, me fuzilando com os olhos. Eu odiava quando ela fazia isso. Fazia-me parecer uma baratinha.

“Porque você queria o bem do seu filho.” Respondi retoricamente.

“Também, mas eu queria acima de tudo o seu bem. Quando eu mandei a carta para Renée, esperava reencontrar você e ela, mas quando eu soube da morte...” Ela bagunçou os cabelos sempre tão arrumados e isso não era algo normal dela. “Eu fiquei desesperada e precisava te encontrar. Quando eu vi o jeito como você olhou para a foto do Edward... É o mesmo jeito como você olha para ele hoje, sabe?” Gesticulou. “Com amor.”

“Eu sinto um carinho muito grande pelo Edward, mas...”

“É amor, Bella. Eu sei.” Suspirou dando um sorriso de lado. Eu odiava quando me interrompiam.

“Como sabe? E como eu posso amar Edward desde aquele dia? É impossível, nós não nos conhecíamos.” Dei uma risada, banalizando sua teoria.

“Lembra que eu contei que diziam que vocês iam se casar?” Assenti. “Você o amava desde aquele tempo.” Sorriu. “Não é óbvio?”

“Não! Não é óbvio! Na verdade, isso não tem sentido.” Cuspi as palavras. Não, eu não amava Edward Cullen.

Ou amava?

“Você o amava antes e o ama agora.” Esme disse como se lesse e respondesse meus pensamentos. Eu pensei em falar algo, mas ela saiu do escritório antes que eu abrisse a boca.

Como eu poderia amar alguém que estava no meu subconsciente infantil? Como um sentimento poderia sobreviver a tanto tempo? A minha vida monótona e romanticamente estagnada poderia ajudar, mas se tudo tivesse sido diferente – se eu tivesse tido relacionamentos – ainda haveria aquele sentimento?

“Isso não é certo.” Murmurei comigo mesma.

Quando eu desci para o jantar, pude perceber que Edward sorriu para mim, mas eu não sorri de volta para ele. Estava mal humorada e não queria acabar descontando nele. Porém, parece que a minha vontade de não magoá-lo falhou, já que o sorriso dele desapareceu na mesma hora, e ele abaixou a cabeça. Ou seja, de qualquer jeito eu magoei uma pessoa que se importava tanto comigo.

Alice me olhava de rabo e olho e perguntou se a nossa ida ao shopping ainda estava de pé. Eu assenti. Precisava respirar novos ares. Emmett disse que iria conosco, já que estava tarde. Na verdade, eram apenas oito horas, mas eu ficaria mais tranquila com ele lá.

Edward se recolheu da mesa cedo e eu me senti culpada pela tensão criada entre nós dois. Às vezes o silêncio machucava mais que mil palavras ou ações.

“Eu quero esses sapatos!” Alice se encostou na vitrine da loja, como se fosse um cachorrinho fitando o frango de padaria. Eu soltei uma risada alta. Se soubesse que vir ao shopping com Alice fosse tão engraçado, teria vindo antes.

É claro que eu tive que comprar algo, mas fiquei feliz por ela não me levar a todas as lojas ou me obrigar a comprar algo fora do que eu realmente compraria. Emmett estava sempre atrás de nós, como um segurança, e isso deixava os olhares dos garotos bem longe de nós, o que também me tranquilizou. Romanticamente falando, meu coração estava trancado.

“Bella!” Ouvi alguém gritar. Quando me virei, vi que era Rose. Ela sorriu, acenando e se aproximando.

“Rose, esse é o...” Comecei, mas fui interrompida.

“Emmett.” Ele disse, segurando a mão dela tempo demais. Lembrei do que Rose tinha dito. Eles eram o tipo um do outro, pelo o que eu pude perceber. “Bella é minha irmãzinha, de qualquer forama.” Ele soltou uma risada e Rose acompanhou.

“Eu sou Alice.” Alice se jogou na frente do irmão, repreendendo-o.

“Prazer.” Alguém chamou Rose – deviam ser seus colegas de quarto -, ela olhou para trás rapidamente e depois voltou para nós. “Bem, eu tenho que ir. Amanhã a gente se vê.” Rose sorriu demoradamente para Emmett e se afastou. Fiquei olhando para ele, que ainda acompanhava o olhar da loira, até que suspirou.

“Garota legal.” Falou.

“Legal, sei.” Eu e Alice dissemos em uníssono.

Logo a hora de dormir chegou, e era o meu pior momento. Ficar sozinha me lembrava Forks e Forks me lembrava o porquê de estar ali. E tudo isso deixava a minha mente muito confusa. Muito mesmo.

Bella.” Ouvi uma voz conhecida chamar. Na verdade, não tão conhecida assim. Minha mente vagou por alguns anos, meio que achando aquela voz em um canto empoeirado do meu cérebro, quase intocável. Mas era uma voz inconfundível de todo jeito.

Mãe.” Levantei da cama em um pulo. Eu a vi bem na minha frente. Algo realmente me dizia que não era real – não podia ser, ela estava morta -, então era um sonho? Provavelmente.

Precisamos conversar.” Ela falou calmamente. Estava sentada na minha cama, bem a minha frente e me encarava realmente séria – algo incomum em Renée.

Eu não sabia se queria conversar. Porque o motivo provavelmente eram os meus atos e eu tinha medo da reação que meus pais teriam sobre eles.

Porque esta fazendo isso?” Ela perguntou, me obrigando a olhar em seus olhos.

É só um sonho. É só um sonho.

Eu tinha tido dezenas desses em Forks. Alguns gloriosos, outros assustadores. Com o meu pai também, e até meu irmãozinho recém nascido. Eu nunca tive vergonha ou medo de olhar ou pensar neles. Eu tinha me acostumado. Mas depois que me encontrei com a família Cullen, era como se eu não fosse mais órfã. Eu me lembrava deles, eu sentia a falta deles, mas eu tinha pessoas que tapavam aquele buraco.

Esta fazendo isso por quem, Bella?” Perguntou outra vez, como se tivesse pressa. “Por dinheiro ou por Esme?

Eu não sei.” Gemi frustradamente. Passei as mãos no rosto como se fossem esponjas ásperas de banho. Já tinha me debatido sobre a resposta antes, mas nunca chegado a uma conclusão.

Você sabe.” Ela praticamente gritou. “Precisa apenas dizer.

Renée não era assim agressiva, então conclui que meu sonho estava a transformando em uma mãe ditadora apenas para eu confessar o que a suposta Renée queria que eu confessasse. Ok isso era louco, mas alguns livros de comportamento humano podiam confirmar minha teoria.

Sonho. Sonho. Sonho. Repeti para mim mesma.

Por Esme.” Joguei para fora. Apenas compaixão por Esme.

Tem certeza?” Ela perguntou sumindo de repente.

Acordei. Durante o sonho, eu estava sentada na cama, mas não estava na realidade. Continuava deitada, e ao acordar eu logo me levantei. Andei de um lado para o outro do quarto, pensando.

Quando eu aceitei realmente o acordo, estava obcecada por entrar na universidade. Eu disse que faria tudo o possível e mesmo a idéia me parecendo suja, eu a aceitei. Foi primeiro pelo dinheiro, segundo por uma vingança estranha – movida pelo fato dos Cullen terem esquecido da minha família – e terceiro por compaixão a condição daquela família, em especial Esme.

O sonho me fazia crer que havia um quarto motivo para eu estar ali. Só podia ser... Edward.

Eu estava tão frustrada.

Sim, ele me atraia, mas isso era apenas movido pelo fato de eu ter que me sentir atraída por ele. Era algo dentro da minha mente. Eu precisava me envolver com ele e isso criava a ilusão de que o que nós tínhamos era verdadeiro.

Eram aproximadamente três da manhã quando eu desci as escadas e fui rumo a cozinha. Talvez um copo de água clareasse meus pensamentos. O corpo parado no balcão me fez paralisar também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como esse capítulo não foi muito grande, vou dar um spoiler do próximo que é bem grandinho e... e.. com o grande beijo.

###

“Do que esta falando?” Perguntei de volta.

“Esta preocupada por causa de Esme, certo?”

Droga! Ele também ia perguntar isso? Sério ou também é um sonho?

Decidi destravar a minha mente de qualquer nervosismo e falar a suposta verdade.

“Estou preocupada com você, Edward.”

“Por quê?” Ele fez uma careta que quase chegou a dor.

“Porque eu gosto de você.” Saiu com mais convicção do que eu esperava. “Eu gosto.” Murmurei.

###

Hum, esse sonho foi interessante. Quem será que esta parado no balcão? Alice é mais inteligente do que imaginávamos... E essa aposta da Esme? Será que os sentimentos deles realmente são coisas do destino? Tantas perguntas... que só serão respondidas no próximo capítulo. :P

Vou tentar postar antes do prazo (segunda-feira), mas vai ser difícil... A escola tem me tirado muito tempo, e o tempo que eu tenho, não consigo escrever. É muito frustrante.

Deixem mais reviews!! Adoro lê-las.

Cáh