Depois de muita relutância, Justin concordou em sair de casa em companhia de Stephen. Mas só para garantir que nada saísse fora de controle, Kenny e mais dois seguranças os levaram a um shopping ali por perto mesmo. Justin tentou ao máximo ignorar Stephen, mas aquele garoto era um mala que não parava de falar um segundo sequer. Por sorte, ele deixou Justin em paz quando Kenny teve a brilhante ideia de que um dos seguranças o levasse para tomar sorvete. Enquanto isso, Justin esperava impacientemente a vendedora de uma das lojas mais caras do shopping embrulhar o presente de Nicole. Ele queria que aquele fosse o presente perfeito e queria que o momento em que o entregasse também fosse perfeito. E de fato, estava tudo perfeito em sua mente.

- Eu te dou dez dólares se você o perder no meio do caminho – Justin falou para Kenny enquanto o segurança olhava as vitrines da loja, desinteressado, e ele observava o primo ao longe.

- Ele não é tão ruim – Kenny respondeu, Justin fez uma careta.

- Não – ele ironizou - até você passar um dia todo com ele e notar q... – Justin não completou a frase – Usher! – o garoto falou surpreso, observando seu mentor adentrar a loja, com um grande sorriso no rosto.

- JB! Cara, o que está fazendo aqui? – ambos trocaram um aperto de mão, e um abraço.

- Eu vim comprar um presente para uma pessoa.

- E essa pessoa seria a Nicole?

- Como sabe? – Usher apenas lhe estendeu um jornal que trazia em mãos, Kenny se aproximou, olhando a foto.

- Eles não perdem uma – o segurança falou, Usher concordou, e ambos também trocaram um aperto de mão.

Justin ficou alguns minutos ainda olhando para a foto que provavelmente havia sido tirada na noite passada, enquanto ele entrava no range rover para ir embora do apartamento de Nicole. Ao menos, ninguém havia os visto juntos. Não que ele se importasse, mas não queria a expor mais do que já havia exposto.

- Senhor Bieber? Aqui está – a mulher falou lhe chamando a atenção. Ela trazia uma caixinha em mãos.

- Obrigado – ele a agradeceu e ela lhe retribuiu com um sorriso.

- O que é? – Usher perguntou curioso, enquanto Kenny tentava ler o que estava escrito na pequena caixa.

- Nada...

- Ah, qual é Biebs!

- O presente é pra Nicole, não pra vocês...

- Ok – Usher falou rindo – Tem planos pra essa tarde?

- Não... Por que?

- Eu preciso de umas ideias pra festa. Estava pensando em fazer algo diferente esse ano.

- Como o que?

- Uma festa a fantasia.

- Sério? Eu e o Ryan podemos passar lá mais tarde.

- Ok, eu espero vocês...

- Biebs! Eu quero ir naquela loja agora, vamos? Você prometeu q... Uau! – o garoto falou se virando, observando o homem a sua frente - É o Usher? – Stephen perguntou, Justin revirou os olhos.

Não, é o Barack Obama, dã.

- Não, é o Barack Obama.

- Não, eu tenho certeza que é o Usher – mala.

- Se você acha – Justin respondeu dando de ombros.

- Me dá um autografo? – desde quando ele conhece o Usher?

- Claro! – Usher respondeu sem entender muita coisa que estava se passando. Justin se perguntou de onde Stephen tirou uma caneta e um papel tão rápido.

- Agora nós temos que ir... Até mais tarde, Usher! – Justin falou, arrastando Stephen para fora da loja.

- Espero vocês mais tarde...

- Eu vou à casa do Usher?

- Não! – Justin respondeu de imediato, fazendo Kenny rir – Eu e o Ryan vamos à casa do Usher, você fica.

- Ah, qual é Biebs... Ei, nós não íamos naquela loja?

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Jeremy apenas permitiu que Justin e Ryan saíssem se levassem Stephen com eles. Então, para a felicidade de Stephen e o desespero de Justin, todos eles foram para a casa de Usher naquela tarde. Estavam todos conversando, enquanto Ryan falava no celular com Tina. Segundo Ryan, ela e Nicole passaram a tarde no shopping e agora estavam indo para lá, encontrá-los. Justin achou que aquele seria o momento ideal para lhe entregar o presente, mas ele não contava com que alguém estragasse todos os seus planos. Usher e Ryan falavam animados sob a festa, que agora já estava certo, seria a fantasia. Enquanto isso Justin estava sentado no sofá da sala de mau humor ao lado de Tina.

Ele desviou o olhar para o lado, observando Nicole rindo, ao lado de Stephen.

Mala.

- Algum problema? – Tina perguntou trazendo Justin de volta a realidade. Ele deixou escapar um suspiro.

- Não. Tá tudo bem... Maravilhoso... Você não tem ideia...

- Aham, você não está com cara de que quer matar alguém – ela falou levando a boca mais algumas pipocas.

- Eu não gosto dele – Tina riu.

- Não é mais fácil admitir que está com ciúmes?

- Eu não posso admitir que estou com ciúmes, porque eu não estou com ciúmes. Que ideia absurda – ele retrucou, voltando o olhar para os dois que agora estavam mais perto um do outro... E voltando o olhar para Tina – Que foi?

- Nada – ela falou se ajeitando no sofá, e voltando a atenção para a tv.

- Quer dizer, eu posso estar sentindo um pouquinho de ciúmes, mas é normal, certo? – Tina deu de ombros, não lhe dando muita atenção. Justin se afundou no sofá – o que ele tem que eu não tenho? Eu sei cantar melhor que ele, eu sei dançar melhor que ele, eu sei cozinhar melhor que ele...

- Você cozinha? – ela perguntou surpresa.

- Eu me viro – Justin respondeu – mas a questão é: por que ela está dando tanta bola pra ele? Ele é um mala q... – Tina deixou escapar uma risada, Justin a olhou confuso.

- Desculpe – ela falou tentando recuperar o fôlego, olhando para Nicole que parecia estar se divertindo – Eu acho que te devo uma, Bieber.

- É?

- É, vem comigo – o garoto se levantou a seguindo. Ambos pararam em frente aos outros dois – Nic, sabe, o Justin me convidou para ir ao cinema, se importa? – tanto Justin como Nicole voltaram seus olhares para ela.

- Ahn, cinema? Não... O que vocês vão assistir?

- Algum filme romântico, não é Jus? – Tina se aproximou de Justin, apoiando uma de suas mãos em seu ombro, Nicole arqueou uma sobrancelha, observando Justin que passou sua mão pela cintura da garota, com um sorriso no rosto.

- É...

- Nós podemos ir também, o que acha, Nic? – Stephen falou pela primeira vez.

- Ahn... – ela olhou novamente para Justin e depois voltou seu olhar para Stephen – Claro! Eu vou pegar minha bolsa.

- E eu vou com você – Stephen disse indo atrás de Nicole.

- O que você fez? – Justin perguntou se separando de Tina que sorria.

- Não se preocupa, nem você nem a Nic vão ao cinema, eu vou chamar o Ryan e nós levamos o Stephen conosco.

- E o Stephen não vai perceber o seu plano brilhante quando ele notar que nem eu, nem a Nic entramos no carro?

- Justin, com todo o respeito por ser seu primo... – ela deu um tapinha de leve no ombro do garoto - Mas ele parece meio mala.

Eu adoro essa garota!

- Ah, não! Tudo bem.

Nicole’s pov.

Eu não entendi nada do que aconteceu. Todo mundo foi no cinema, até mesmo o Usher, menos eu e o Justin. E eu também não entendi nada do que aconteceu mais cedo, aquele lance com a Tina e ele... E onde estava o Ryan? Ah, é. Ele estava mais parecendo uma menina fofocando com o Usher, pedindo conselhos de... Esquece.

- Você vai ou não me explicar o que está acontecendo, Bieber? – eu perguntei pela milésima vez enquanto ele me olhava.

- O que você viu naquele... Naquele otário? – ah, tá explicado.

- Vocês armaram pra cima de mim?

- Eu não. A Tina, ela me devia uma – ele falou sorrindo – mas não mude de assunto.

- Ah, o Stephen é legal e bonito.

- Bonito, ele? – notei uma pontada de ciúmes, senhor Bieber? Não acredito!

- Você está com ciúmes?

- Por que as mulheres têm essa mania de acharem que nós sempre estamos com ciúmes? – ele perguntou se afundando na cadeira, eu ri – vocês mal se conheceram e já ficaram tão amiguinhos... isso é... É estranho!

- Aham, e isso te deixou com ciúmes.

- É! – ele respondeu – quer dizer não! – tarde demais, Justin.

- Tarde demais! Você é um bobo, sabia? O seu primo é legal, mas não muda em nada o que eu tenho com você, Justin. Não foi por ele que eu me... Você sabe.

- Se apaixonou? – ele perguntou todo convencido.

- É – droga, eu corei outra vez.

Justin’s pov.

Seguiu-se um momento de silêncio. Então, é agora Justin. Eu tirei do bolso a caixinha, e fiquei a admirando por um tempo.

- Queria te dar isso – estendi a caixa para ela, que apenas ficou olhando para minha mão.

- O que é isso?

- É pra você – ela parecia insegura quanto a decisão de que se a pegava ou não – Eu acho que não é o que você deve estar pensando. Pelo menos não por enquanto...

- Eu não estava pensando em nada – ela respondeu, pegando o objeto da minha mão.

- Não vai abrir?

- Ahn, eu...

- Abre! - após ela abrir a caixa, o silêncio voltou a reinar entre nós.

- Deve ter custado muito caro, não posso aceitar – ela falou finalmente, erguendo o olhar.

- Você tem que aceitar – tirei o pingente de dentro da caixa e me levantei ficando atrás dela – Sabe o que essa chave simboliza? – perguntei. Ela abaixou o rosto, olhando o pingente contra sua pele agora.

- Não.

- É chave do meu coração – falei – eu não posso te dar uma aliança, não porque eu não posso comprar uma, mas por que eu não posso andar com uma por aí... Pelo menos não agora. Mas, eu posso te entregar a chave do meu coração, se você quiser, claro – ela se levantou, ficando de frente para mim. Vi uma lágrima escorrer por seu rosto. Mas vi um sorriso surgindo em seus lindos lábios.

Eu nem me lembro mais quem é Stephen.