xxx Uruha's POV xxx

Ele me mandou embora. Sim, ele havia feito isso.

- Sai daqui!

- O que?

- Você ouviu, Takashima... vai embora.

Aquilo não saía da minha cabeça. Como eu pude ser tão idiota? Parando pra pensar, ele vivia "me dando mole"... a cada fanservice meu ele agia de um modo diferente, não tão agradável assim. Ora me ignorando quando eu falava com ele, ora sumindo. Sempre em meus aniversários, os melhores e mais caros presentes eram deles...

- Yuu!!! Eu não acredito nisso!! - disse o loiro, perplexo, segurando a garrafa de champagne.

- O que foi, Kou?

- Você gastou 250 pratas nessa bebida aqui!

Aoi pegou a garrafa da mão do outro rapaz, retirando a etiqueta que, por distração, havia esquecido de retirar.

- Que indelicadeza a minha, esquecer de tirar o preço...

- Por que isso?? Por que gastou esse dinheiro todo comigo?

- Porque você é muito especial pra mim, Takashima...

Finalmente, eu entendi... e aprendi. Agora não tem mais jeito... se eu conheço aquele homem como acho que conheço, ele vai me ignorar até eu tomar vergonha na cara e me desculpar... afinal, nada daquilo teria acontecido se eu não tivesse, ou melhor, minha cabeça não tivesse desconfiado dele. Ah, por que ainda não inventaram uma bendita máquina do tempo?! Eu teria feito tudo tão diferente...

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{n/a: agora sim, 4º dia #D'}

Acordei com o som do telefone tocando. Nem sequer havia percebido que, enquanto falava comigo mesmo, acabei dormindo... me arrastei até o telefone, praticamente, que ficava na sala. Por que mesmo eu o havia tirado de meu quarto? Ah sim, porque Aoi havia dormido no meu quarto, estava de ressaca e cortou a linha quando Kai ligou, hm. Aoi, Aoi, Aoi!!

- Alô? Que é? Fale logo, quero dormir. - quem quer que fosse seria decaptado por interromper meu soninho...

- Alô! Ruki, problema seu... - alguém estava pior que eu, ou era impressão?

- O que você quer, baixinho?

- Baixinho é o seu avôzinho degustando sua avózinha no meio da Amazônia.¹- delicado, hm.

- Ah sim! Sabia que eles já pensaram em fazer isso uma vez?? Mas minha mãe não deixou, porque ela sabia que vovó era puta.²

- URUHA!!!!

- Desculpa, Ruki... - confesso que fiquei com vontade de rir. Ruki atravessaria o telefone pra me esganar, se pudesse. - Fala logo...

- Você tem noção de que horas são?

- Ih, rimou! Ai como você é linda.

- Número um, você bebeu? Número dois, vai tomar no cu.

Ah, não deu pra agüentar... eu comecei a rir descontroladamente, a ponto de cair ajoelhado no chão. Com o gancho do telefone jogado, dava pra ouvir perfeitamente bem os inúmeros xingamentos de Ruki. Achei que seria amaldiçoado até a 56ª geração da família... quando, finalmente, parei, pus o ouvido no gancho e, por sorte, ele ainda estava na linha.

- Ai, ai... fala, amor...

- Acabou o ataque, seu homossexual? Gay é muito chulo, sabe...

- Número um, eu não sou homossexual. Número dois, vai tomar no cu. - entreguei na mesma moeda à ele. Se bem que quando disse sobre ser gay ou não, pude ouvir um risinho por parte dele.

- Isso é o que? Uma sessão anal? - perguntou ele, em tom irônico.

- Parece, né?!

- Minha mãe conhece vários homens assim...

- Sua mãe é cafetina?

- Claro que não, animal! Ela só tem muitos contatos..

- Não tenta se salvar! Sua mãe tá quase caquética, tadinha...

- ...

Ele desligou na minha cara. Com certeza se vingaria quando pudesse... ou não. Voltei a minha crise de riso, quando me deparei com o relógio. Eram dez e dezessete da manhã e eu estava MUITO atrasado. Provavelmente o Ruki me ligou por causa disso... eu costumo chegar sempre depois do Kai, que sempre é o primeiro por ser o líder da banda... hm. Vou correr.

Tentei tomar um banho bem rápido, mas justamente pro meu azar, faltou luz e o chuveiro queimou. Isso seria o de menos se eu não tivesse tropeçado na bola, que -ATÉ HOJE- está no meu apartamento, que pertence ao cachorro do Ruki, o Sabu... escovei os dentes enquanto penteava o cabelo, abri o armário e me deparei com aquela bagunça...

- Preciso chamar o Reita, urgente... - não sei porquê, mas ele ama arrumar meu armário, depois de amar Ruki é claro.

Não tinha absolutamente nada pra vestir. Literalmente... então fui ver a roupa que estava na corda, e... bem, eu não me lembrava deste traje.

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Eu tinha CERTEZA de que vestir aquela roupa não seria muito agradável.

- U-Uruha! O que é isso?? - perguntava Kai quase se jogando no chão.

Sinceramente, eu não queria ir vestido daquela forma. Uma calça boca-de-sino quadriculada que tinha uma espécie de ligamento com uma jaqueta da mesma forma, e eu estava sem uma camisa por dentro³. Ainda tive que ir de chinelo porque já estava mais do que atrasado. Eu estava extremamente corado, não sabia aonde enfiar a cara... talvez se eu a enfiasse dentro da calça e saísse andando, ninguém saberia que era eu e seria um mico a menos, hm.

- Sabe aquele palhaço daquele episódio das Meninas SuperPoderosas?? - perguntou Reita, até num tom normal. - Uruha, você tá a cara dele!

- Vai se foder, Reita. - apenas mostrei o dedo. Cof cof, ele disse "As Meninas SuperPoderosas" !!!

Todos os quatro começaram a rir que nem bêbados. Quando, do nada, Ruki levanta o dedo indicador e as atenções se voltam à ele.

- Err... Reita... você assiste as Meninas SuperPoderosas??

- Hã?! Não, eu sou macho!!! 'Magina, Ruki... eu, vendo as Meninas...

Pronto, começou o ataque de novo. Kai até caiu no chão, coitado, e ficou com um galo enorme na testa... estatelado no chão. Eu os deixei lá, rindo... e fui em direção a lavanderia. Talvez alguma boa alma tivesse esquecido uma roupa minha qualquer ali...

- Yukimi-san!

- Kouyou, não sei se te avisaram, mas...

- Cadê minhas roupas, mulher? - perguntei, atropelando-a. O que quer que fosse, não era mais importante do que meus lindos trajes.

- Yuu gostaria muito de falar com você.

E se retirou. Sem mais nem menos. Mais importante que minhas roupas, só ele. Pra minha sorte, ainda havia a roupa que eu usei em Regret. Não sei como aquilo já não foi pro lixo, mas... era aquilo ou a "roupa de palhaço, feat Powerpuff".

Bom, eu não podia fazer aquela desfeita com o Yuu. Além do mais, precisávamos esclarecer aquilo tudo de uma vez. Fui até a sala de espera, aonde eu estava sendo o centro do universo. Chegando lá, fui abordado por Ruki.

- URUHA!! URUHA, ADIVINHA SÓ!! - estava com uma empolgação que chegava a irritar.

- O que foi?

- Reita assumiu que está apaixonado por mim e agora estamos namorando!! Não é demais?? - Ruki estava com aquela cara de "oi, meu namorado é forte e eu sou sexy, se rasga".

- Já não era hora... com licença. - dei alguns passos adiante, vendo um Aoi segurando um cigarro, em frente a janela. Logo, já estava atrás dele, tocando seu ombro. - Yukimi-san disse que queria falar comigo.

Dentro do meu estômago, parecia que existiam borboletas procriando {n/a: eu não sei como borboletas vem ao mundo D: ...} Ele se virou pra mim, sorrindo... parecia que nada havia acontecido, parecia que só havia eu e ele, ali, naquela sala, parecia que finalmente eu iria tê-lo só pra mim.

- Hm, digamos que... - ele pausou pra suspirar, me deixando ainda mais aflito. - Eu ainda não aprendi a viver sem você, tá, loiro?

Eu simplesmente derreti. Se ele não tivesse me puxado pra um abraço, eu teria desmontado ali mesmo. Ele transmitia uma segurança, uma coisa que, eu sei lá... eu o apertei o mais forte possível. Eu não queria soltá-lo. Não estava pronto pra isso.

- Ei, Kou...

- Hmm?

- Aishiteru. - ele me apertou contra os braços, fazendo com que minhas bochechas queimassem um pouco. Não estava acostumado com aquilo.

- Aishiterumo, Aoi... - disse com o queixo apoiado em seu ombro.

Ele fez o contrário do que pensei.

Continua...