Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 16
Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês. Espero que gostem...
Tem uma música (com o tédio da Aira tenho que ter um acervo de letras): Untouch - The Veronicas.



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Atravessei a passagem e observei a plataforma 9 3/4.  Continuava a mesma, a única diferença era eu, que estava mais alta – 1,68 para ser exata. Cresci muito -, meus cabelos estavam ondulados até o meio das costas. Ninguém me reconheceria, especialmente pela minha aparência física.

  Observei um grupinho de alunos da Lufa-Lufa. Olhei em volta e vi Carolina Smith usando as roupas que eu havia escolhido: blusa solta; que deixava parte de seu ombro para fora e larga, short jeans, all star preto e uma maquiagem básica.

  Fui até ela e a puxei. Tinha um plano eficaz (se ela fizesse tudo certo).

  - Aira?

  - Quieta! Sei que terminou com seu ex-namorado por motivos de traição, então... – olhei para ela. – Ajudarei você a se vingar! – sorri maliciosa.

  Um garoto que trai sua namorada não merece ficar impune! E nada melhor do que eu para fazer esse trabalho.

  Aproximei-me do grupo de alunos lufanos.

  - Oi! – ninguém sabia que era eu mesma.

  - Ai... – a belisquei, quando começava a falar meu nome.

  - Antonela! – sussurrei em seu ouvido. – Me chame de Antonela!

  Foi o primeiro nome que me veio à cabeça.

  - Algum problema? – perguntou um garoto moreno.

  Sorri para a Smith.

  - Oi garotos! Essa é minha amiga e ela quer conversar com vocês.

  Empurrei Smith para cima deles e saí.

  - Ai... Antonela!

  Sorri. Mostrei a língua por cima do ombro e depois fiz o sinal obsceno com o dedo médio.

  Esbarrei em alguém.

  - Olha para onde anda! – exclamei, raivosa. – Está cego?

  Ele se levantou. Tinha que ser ele!

  - Você que é cega!

  Fitou-me por alguns instantes.

  - Quem é você?

  Resolvi brincar um pouco.

  - Antonela.

  - Não tem sobrenome?

  - Não digo para pessoas das quais não tenho afinidade.

  Joguei meu cabelo para trás.

  - Sou Draco Malfoy - ele estava tentando me seduzir? - Você é nova aluna?

  O deixei falando sozinho e entrei no trem. Decidi saborear o gosto de ninguém saber quem eu era.

  Minhas amigas me reconheceram de imediato. Não era pela modelagem do meu cabelo e meu estilo, que elas não me reconheceriam. Conversamos a viagem toda e que contei que Salvatore não havia me reconhecido.

  - Homens não reparam nas feições e sim em outras “coisas”... – disse Geovanna.

  Todas caímos na risada. Era verdade que eles preferiam outras “coisas” invés de outras.

  Os alunos foram selecionados e Dumbledore levantou-se e abriu os braços em sinal acolhedor. E começou com seus memorandos, que eu já decorei, então não prestei muita atenção.

  E tinha a novidade de que seria realizado o Torneio Tribuxo, que há cem anos não era realizado, o que deixava muitos alunos entusiasmados, enquanto comiam – Mesmo assim eu continuava com tédio.

  Para me distrair, passava meu dedo na boca do cálice, enquanto cantava uma música polêmica:

“I go ooo ooo you go ahh ahh
La la la la
La la la la
I can la la la la la la
I wanna wanna
wanna get get get
What I want, dont stop”

Eu digo uh você diz ah ah
La la la la
La la la la
Eu posso la la la la la la
Eu quero quero
quero ter ter ter
O que eu quero, não pare


”Gimme, gimme, gimme whatcha got got
Cuz I can't wait wait wait any more more more
Don't even talk about the consequence
Cuz right now you're the only thing that's making any
sense to me
And I don't give a damn what they say
Or what they think, think
Cuz you're the only one who's on my mind
I'll never ever let you leave me
I'll try to stop time forever
Never want to hear you say goodbye goodbye”

Dá-me, dá-me, dá-me aquilo que você tem tem
Pois não posso esperar esperar esperar mais mais mais
Não fale das consequências
Pois agora você é a única coisa que faz
sentido para mim
E eu não ligo pro que eles dizem
Ou pro que eles pensam, pensam
Pois você é o único que está no meu pensamento
Nunca vou deixar que você me deixe
Eu vou tentar parar o tempo para sempre
Nunca quero ouvir você dizer adeus, adeus

E começaria a parte da música que mais gosto.

Minha mãe tinha razão em me proibir de assistir TV no lugar de dormir. Tinha muitas coisas inadequadas para minha idade, mas eu não a obedecia há algum tempo. Aprendi muitas coisas com a TV, especialmente como seduzir o sexo oposto.

“I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Goin' crazy from the moment I met you”

Eu me sinto tão intocada
E eu te quero tanto
Que eu não posso resistir
Não é o bastante dizer que sinto sua falta
Eu sinto-me tão Intocada agora
Eu preciso tanto de você
Eu não consigo esquecer-te
Eu estou enlouquecendo desde o momento que eu te vi

“Untouched
And I need you so much”

Intocada
E eu preciso tanto de você

Eles estavam me observando cantar. Adoro platéia, então continuei.

“See you
Breathe you
I want to be you
Ah la la la
Ah la la la
You can take take take take take time time
To live live
The way you gotta gotta
live your life
Give me give me give me all of you you
Don't be scared
Of seeing through the loneliness
I want it more more more
Don't even think about what's right or wrong
Or wrong or right
Cuz in the end it's only you and me
And no one else is going to be around
To answer all the questions left behind
And you and I are meant to be
So even if the world falls down today
You still got me to hold you up up
And I would never let you down down”

Vejo-te
Respiro-te
Eu quero estar contigo
Ah la la la
Ah la la la
Tu podes ter ter ter ter ter o tempo tempo
Para viver viver
Da maneira que tu queres queres
Viver a tua vida
Dá-me, dá-me, dá-me tudo de ti ti
Não tenhas medo
Para ver através da solidão
Eu quero mais uma vez vez vez
Nem pensei sobre o que está certo ou errado
Ou errado ou certo
Pois no fim é apenas tu e eu
E ninguém mais estará por aqui
Para responder a todas as perguntas que deixamos para trás
E tu e eu somos feitos um para o outro
Mesmo que o mundo desabe hoje
Tu ainda me terás aqui para te buscar buscar
E eu nunca te vou magoar magoar

“I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Goin' crazy from the moment I met you”

Eu me sinto tão intocada
E eu te quero tanto
Que eu não posso resistir
Não é o bastante dizer que sinto sua falta
Eu sinto-me tão Intocada agora
Eu preciso tanto de você
Eu não consigo esquecer-te
Eu estou enlouquecendo desde o momento que eu te vi

“Untouched
Untouched
Untouched
Ah la la la Ah la la la
Untouched
Ah la la la Ah la la la”

Intocada
Intocada
Intocada
Ah la la la Ah la la la
Intocada
Ah la la la Ah la la la

“I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Goin' crazy from the moment I met you”

Eu me sinto tão intocada
E eu te quero tanto
Que eu não posso resistir
Não é o bastante dizer que sinto sua falta
Eu sinto-me tão Intocada agora
Eu preciso tanto de você
Eu não consigo esquecer-te
Eu estou enlouquecendo desde o momento que eu te vi

“I feel so untouched
And I want you so much
That I just can't resist you
It's not enough to say that I miss you
I feel so untouched right now
Need you so much somehow
I can't forget you
Goin' crazy from the moment I met you”

Eu me sinto tão intocada
E eu te quero tanto
Que eu não posso resistir
Não é o bastante dizer que sinto sua falta
Eu sinto-me tão Intocada agora
Eu preciso tanto de você
Eu não consigo esquecer-te
Eu estou enlouquecendo desde o momento que eu te vi

“Untouched Untouched Untouched”

Intocada, Intocada, Intocada.


Como disse, a música é polêmica.

  - Senhorita Stwert?

  Era Dumbledore. Com certeza eu levaria suspensão por cantar aquele tipo de música. Observei os olhares reprovadores de algumas pessoas.

  - Desculpa. Está bem? – joguei meu cabelo para trás. – Mas isso está um tédio... – murmurei essa parte.

§§§

Primeira aula com o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, que era mais polêmico do que eu, pois resolveu dar, como primeiro ensino, as Maldições Imperdoáveis. Ele não entendeu que são Imperdoáveis e ainda são Maldições?

  Era um professor de assustar um aluno novo. Mas ele era legal, quebrando as regras...

  - Senhorita Stwert?

  - Oi! – disse, enquanto enrolava uma mecha de meu cabelo com o dedo.

  Giulia lançou-me um olhar reprovador. Nem sei quantas vezes já vi ela fazer isso pela minha atitude.

  - Por que as Maldições são Imperdoáveis?

  Moody estava mesmo perguntando isso a mim? Tinha a Granger mais próximo dele para perguntar isso.

  - Por que não pergunta para a Granger?

  - Não sabe responder?

  Ele conseguiu.

  - Já que quer saber... Se você utilizar ela em qualquer pessoa será preso em Askaban e nunca mais sairá de lá. É totalmente imperdoável. Por que acha que são chamadas de as Maldições Imperdoáveis?

  Aquele olho-tonto parou sobre mim. Não tinha medo daquele olho mecânico e sim repulsa. Era nojento e ficava girando para todos os lados.

Andava pelos corredores pela falta de sono. Mas eu tinha muita sorte do Filtch nunca ter pegado a mim. O zelador não é aquelas pessoas capazes de agir rápido, então, se eu percebesse sua presença, seria fácil escapar dele.

  Mas, inexplicavelmente, o destino conspira contra mim, por que, quando eu virava o corredor, trombei de frente com o professor Moody. E ele não parecia nada feliz – novidade!

  - Senhorita Stwert...

  Detenção! E lá vinha ela...

  - Acompanhe-me!

  Não era pedido e sim ordem. Não tive escolha, e para não ficar em situação pior, o segui.

  Andamos vários metros e quando vi, estávamos em frente à torre onde aconteciam às aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas. Entrei logo atrás dele e segui para seus aposentos.

  Eu estava suspeitando daquilo tudo. Apertei minha varinha com força, caso precisasse.

  Ele se virou para mim.

  - Sente-se! – e empurrou um banquinho para mim.

  Obedeci.

  Ele retirou aquela perna de metal. Aquele olho repugnante me fitava.

  Era estranho o modo como ele agia.

  - O que fazia há essa hora fora de sua cama?

  Tinha que inventar algo.

  - Espairecendo – foi à única coisa compatível, que não era de total mentira, que pensei na hora.

  Mas aquele silêncio era horrível. Por que não dizia quantos pontos perdi e qual seria minha detenção?

  O observei atentamente, sua pele começou a borbulhar – era nojento! – Moody estava sobe o efeito da poção polissuco.

  Pulei da cadeira e colei-me contra a parede ao ver quem era a pessoa a minha frente. Não acreditava que era ele. Ele não...

  O loiro retirou a capa pertencente a Moody e jogou, sem saber para onde cairia. Ele vinha em minha direção. Fitava-me.

  Não queria ele de volta na minha vida. Aquele episódio na Copa foi nojento e agora Bartolomeu Crouch Junior se encontrava ali.

  - Crouch! – Apertei minha varinha e apontei para ele. – Onde está o verdadeiro Alastor Moody? Você usurpou o lugar dele. Onde ele está?

  Meu braço foi abaixado. Aqueles olhos castanhos encontraram os meus. Estávamos a menos de trinta centímetros de distância um do outro. Queria saber porque não estava reagindo em sua presença.

  Senti o cheiro de eucalipto.

  - Não pensei que ficaríamos a sós tão rápido...

  Se aquele pervertido tentar algo, posso usar uma Maldição nele como defesa. E problema é dele, que ensinou as Maldições para mim.

  Estava presa entre seus braços, que estavam apoiados na parede, um de cada lado de minha cabeça. Ele aproximou sua cabeça ao meu pescoço.

  - Você está mais cheirosa do que antes...

  Eu estava com vontade de matá-lo.

  - Seu...

  Ele selou meus lábios com os seus – Eca! Mais eca mesmo! – Tentei afastá-lo, mas Crouch Junior era mais forte. Não queria dar passagem para sua língua explorar minha boca, mas não tive alternativa a não ser entregar-me ao beijo. Quanto mais cedo acabasse, melhor.

  Fui prensada, ainda mais, contra a parede, enquanto era beijada.

  Olhei para ele, após o beijo e levantei minha mão para lhe bater, mas meu pulso foi segurado.

  - Seu nojento! – exclamei e puxei meu braço.

  Massageei a área apertada e o fitei.

  - Você é muito evidente! – pulei em cima dele para lhe estapear, o derrubando no chão, mas ele era mais ágil e ficou por cima de mim. – Não tente nada!

  - Me solta!

  E ele me beijou novamente. Era nojento beijá-lo.

  - Não pensei que você fosse tão ousada...

  E a conversa era assim: ele falava algo e me beijava a força.

  Eu o empurrei e apontei minha varinha. Minhas pernas bambearam. Caí no chão e o observei se aproximar.

  Crouch havia usado um feitiço não-verbal contra mim. Ele afastou os cabelos de meus olhos.

  - Você não vai fazer nada contra mim!

  - Não vou fazer!

  Senti as mãos levantando-me do chão e segundos depois eu estava deitada em sua cama. Ele ficou por cima de mim.

  - Eu disse que gostei de você... – virei meu rosto, mas ele, com as pontas de seus dedos, fez com que eu olhasse em seu olhos. – E desde aquele dia não paro de pensar em você...

  Isso estava muito estranho.

  - Vai para o inferno! – exclamei e tive meus braços presos no alto de minha cabeça.

  - De qualquer modo eu vou para o inferno.

  Era bom que ele fosse e nunca mais voltasse para me importunar.

  - Mas não posso realizar seu pedido agora!

  E fui beijada, novamente, contra a minha vontade. Eu não tinha mais forças para resistir e entreguei-me, sentindo seu beijo.

  Crouch saiu de cima de mim.

  - Vá dormir!

  Sai o mais rápido que pude. Corri até meu dormitório. Encolhi-me embaixo do cobertor, tentando esquecer tudo que acabara de viver.


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Notas finais do capítulo

Não me matem!

Estava pensando... e não vou fazer a continuação em outra fic, mas nessa mesma (com capa e sinopse). Ficará mais vantajoso para ambas as partes.
Logo, logo teremos a segunda parte.
Agradeço pelos reviews e até o próximo capítulo.