E lá eu estava, de calça jeans, chinelos e camiseta branca, vagando sem o boné pelas ruas. As pessoas que tinham o trabalho de desviar o olhar de seus celulares ou jornais para me olhar somente franziam o celho e davam de ombros, continundo sua vida normalmente.

Era o que todo mundo tinha feito até agora: me ignorado e vivendo como se eu não existisse, ninguém se importava. Chutei uma lata de Coca para a rua. Eu não tinha a menor idéia de onde eu estava e o que eu poderia fazer. Sem casa nem comida, mas pelo menos sem irmãos demoníacos ou cookies asquerosos.

Não conseguia deixar de olhar as construções. Imponentes, de cores bonitas, de desing único. Qualquer dia eu iria construir alguns daqueles prédios para que qualquer pessoa perdida se encontrassem nos ângulos e cores dos meus prédios.

Sorri. Então era ssim que as pessoas se sentiam quando estavam sozinhas no mundo? Consigo sentir o sol esquentando meu rosto, consigo ouvir os pássaros cantando. E estava lá, sozinha, mas ao mesmo tempo acompanhada pelos meus sonhos e pelos meus pesadelos. Cercada de pessoas boas e más. Apresentada a caminhos certos e errados. Mas não tinha nenhuma responsabilidade: eu pegava o meu lápis e desenhava a planta da minha vida, traçava o meu destino.

E quando o desenho estivesse terminado, iria somente me afastar e sorrir. E lembrar de todos os sentimentos presentes em cada linha.