A viajem foi longa e cansativa, estava exausta, e para piorar, quando o ônibus parou em Forks fiquei totalmente decepcionada, havia trazido um monte de biquínis e roupas leves e me deparado com um clima fechado e até frio para o verão.

- Ninguém merece! - pensei irritada, mas ao menos uma coisa estava em ordem, do outro lado da rua, uma picape me esperava, vi dois garotos de cabelos longos descerem dela, enquanto meu coração parecia que ia saltar do peito de ansiedade, reconheci Jacob logo de imediato, ele era muito alto, mais alto do que imaginei que fosse, caminhava de um jeito balançado e sorria abertamente, o outro vinha logo atrás, não era tão alto, mas tinha um jeito muito tranquilo e alegre, reconheci logo, era Jared. Jacob parou diante de mim e falou:

- Jared estava duvidando que você viria, mas eu tinha certeza.

- É, estou aqui mesmo. – falei baixinho e ele me apertou num abraço forte tirando meu ar e falando:

- Seja bem vinda! Encabulada me afastei e pude ver em toda a extensão o quanto aquele sorriso que eu via pela a web era pequeno e sem graça perto desse que eu vislumbrava agora, diante de mim, e só então lembrei de minha amiga, me virando encarei o rosto irritado dela e falei:

- Esta é Leah, minha colega de aula, de quarto, minha melhor amiga. - Oi Leah, seja bem vinda também. – a voz de Jacob era gentil - Já conheço você de tanto Bells falar.

- Bells?– minha amiga perguntou e eu falei:

 - Jake me chama assim Leah, eu lhe falei.

- É verdade! Algumas vezes esqueço que toda essa loucura é real e que eu faço parte dela.

Os garotos riram e Jacob falou perto de mim:

- Sua amiga é espirituosa!

Encarei os olhos escuros e alertei:

- Você não imagina o quanto!

Eles riram, e só então fui realmente apresentada a Jared, um garoto muito alegre que não parou de tagarelar o tempo todo até chegarmos a La Push, um lugar realmente diferente, mas muito agradável, Jacob tinha feito reservas para mim e Leah numa pequena pousada perto da praia, nos deixou lá nos organizando, dizendo que voltaria em meia hora, e antes de sair me cochichou:

- Coloque uma roupa simples vamos dar uma volta de moto.

- De moto? – perguntei com os olhos arregalados - A sua moto? Você terminou?

Ele sorriu parecendo satisfeito consigo mesmo e falando:

- Sim terminei, trabalhei dobrado para terminar, para você poder aproveitar comigo.

Meu coração disparou ao ouvir isso, não podia acreditar que ele fizera mesmo isso e então Jared concluiu:

- Teve uns dias que ele só comia lá na oficina, e acho que mal dormiu, só saia de lá para falar com você. Me senti culpada por isso e tentei argumentar:

- Você foi muito imprudente, não precisava de tudo isso, eu ia adorar ver você trabalhando. Percebi outra vez o sorriso aberto e ele falou:

- Não seria a mesma coisa, agora podemos sair juntos, vou poder levar você onde quiser. Mas tenho um projeto novo, você ainda poderá me ver trabalhar.

- Vou adorar. confessei e ele sorriu de volta.

Suspirei feliz, pensando que esses sete dias seriam os melhores dias da minha vida toda, estava preparada para arquivá-los na memoria e em muitas fotos e nunca mais esquecê-los. Afinal no próximo verão eu estaria me preparando para a faculdade, não poderia fazer essa loucura, e depois? Depois minha vida era um completo enigma, um enigma sem a presença de Jacob com certeza.

Jake se aproximou, beijou de leve meu rosto e se foi, Jared tranquilo acenou e o acompanhou, Leah e eu nos dirigimos para o recepcionista, fazer o cheke in e para minha surpresa, soube que as diárias eram por conta dele, de Jacob, não precisaria pagar nada, Leah não gostou disso, mas tivemos que aceitar, já estava tudo ajeitado e percebi que por isso ele não ficara, para evitar uma discussão desnecessária conosco.

Logo depois fomos para o quarto que era muito bonito e espaçoso, uma sacada dava de frente para a praia, o mar batia com força contra algumas pedras produzindo um som forte e e apesar do vento havia pessoas caminhando e muitos surfistas ali, respirei o ar com profundo cheiro de mar, era bom, pensei, um ambiente tão diferente do meu, mas muito gostoso.

Tomamos um banho e me preparei para ir até a entrada e esperar por Jacob, Leah me olhou e sorriu, ela estava cansada, disse que ia ficar no quarto mais um pouco, e que depois ia até a praia caminhar um pouco, pude perceber que minha amiga estava gostando tanto quanto eu dali e parecia mais tranquila a cada momento. Sorri feliz e acenei fechando a porta do quarto, assim que pus os pés na recepção, topei com Jacob que chegava, ele trazia dois capacetes e caminhava daquele jeito tranquilo e ao mesmo tempo sexy que fizera meu coração disparar ao vê-lo mais cedo.

- Você está muito bonita. - falou me olhando bem e depois perguntou: - Pronta para uma aventura de moto?

- Sim. - respondi tranquila, colocara uma camiseta, uma bermuda curta e rasteirinhas, apesar do clima fechado, não estava frio realmente, mas peguei um casaco leve para prevenir.

- Ótimo! Vem comigo. - falou passando o capacete para a outra mão e me estendo a livre, por um segundo achei que não deveria aceitar, mas na realidade não havia pq não aceitar, segurei a mão grande e quente enquanto ele sorria e quando passamos pelo porteiro o homem nos olhou muito sério e falou:

- Boa tarde Jacob!

- Oi Peter! – ele respondeu meio entre dentes e tomamos a direção de uma moto que estava do outro lado da rua, não parecia uma moto reformada e disse isso a ele que sorriu feliz quando comentei que ele tinha talento para a mecânica.

Perguntei onde iriamos, ele não respondeu, fez uma cara de brincadeira e sentou acomodando o capacete, fiz o mesmo, ficando colada nele para logo ouvir um leve sorriso, eu conhecia esse sorriso, era perfeito e eu adorava. A moto se moveu com rapidez e facilidade, fizemos muitas voltas pelas ruas de La Push, era um lugar simples, com pessoas simples, percebi que todos os garotos e até os homens por quem passávamos usavam os cabelos longos, Jacob acenava e cumprimentava as pessoas com familiaridade. Então tomamos uma estrada inclinada, longa e cheia de curvas, que nos levou a um lugar afastado e alto, era um penhasco , Jacob estacionou num espaço plano e descemos, largamos os capacetes sobre a moto e fomos em direção as pedras em silêncio, podia ouvir mesmo ainda afastada o som do mar batendo furioso metros abaixo de nós, meu coração parecia que ia saltar do peito, era uma sensação incrível que aquele lugar produzia em mim, o vento forte batendo no meu rosto, movendo meus cabelos, me fazendo sentir livre, então ouvi a voz rouca perguntar:

- Gostou?

- Muito. - fui sincera e continuei: - Na verdade não creio que vá gostar tanto de outro lugar daqui. Outra vez o sorriso e ele falou :

- É meu lugar favorito desde criança, meu avô me trazia muito aqui para me contar histórias do nosso povo. – de repente seus olhos ficaram distantes, suspirei havíamos batido no nosso assunto proibido: o futuro, encarei os olhos escuros e meu cabelo tapou meu rosto, ia levar a mão para afastá-los quando senti a mão dele fazendo isso, um arrepio percorreu meu corpo ao sentir esse leve toque e minha imaginação gritou me informando como eu me sentiria se ele me tocasse mais intensamente, desviei o olhar encabulada e falei vendo ao longe uma praia:

- Lá é...?

- Sim, a praia onde fica a pousada que você está.

- Não parece tão longe. – falei sorrindo e ele me explicou que o trajeto parece longo pq faz muitas voltas.

Concordei e me sentei em uma pedra abraçando minhas pernas com os braços.

- Você está arrependida de ter vindo? – a pergunta saiu baixinho como se Jake estivesse com medo da resposta.

- Não! - falei firme, era verdade, não estava arrependida, estava feliz por estar ali, mas principalmente por estar com ele, por poder viver esses momentos totalmente livre ao menos uma vez e ele explicou:

- Por um momento achei que estava arrependida. 

Tratei de esclarecer:

- Estou muito feliz por ter vindo...só estava desejando que esses dias sejam longos, que demorem a passar. Ouvi um suspiro e ele olhou ao longe e falou me surpreendendo:

- O sol não vai se pôr...o dia não vai acabar...e você poderá ficar. – depois se virou e me encarou, éramos confusamente íntimos e estranhos ao mesmo tempo, pensei sentindo meu coração acelerar mais uma vez, por alguns instante me dei conta de que tinha dividido com ele confidencias, dores, tristezas, medos, e não o conhecia, estranhamente, ao mesmo tempo, o conhecia tão bem quanto a mim mesma.

Num movimento rápido ele se aproximou, tocou meu rosto com a ponta dos dedos, fechei meus olhos aproveitando aquela sensação e a presença dele a cada instante mais próxima, ia acontecer, o beijo que tanto desejei e com o qual cheguei a sonhar estava prestes a acontecer, Jake falou baixinho:

- Não acredito que você está aqui. – abri uma pequena fresta dos meus olhos e vi os dele muito próximos, colados nos meus, e falei:

- Não acredito que estou aqui. – ele sorriu de leve e finalmente tocou minha boca com a dele, levemente no principio, roçando a pele úmida dos seus lábios nos meus, as mãos ao mesmo tempo me puxavam para perto, acariciando minhas costas e carinhosamente me colando no seu corpo, minha respiração acelerou a medida que o beijo ficava mais e mais intenso e urgente, me fazendo ficar mole. Jake se afastou um pouco me olhando nos olhos, era um jeito profundo de olhar, uma entrega, suspirei e lentamente me deixei ficar ali quando ele se afastou um pouquinho mais, agora sorrindo levemente. 

Depois, calmamente, me acomodei entre seus braços grandes e perdi a noção da hora e da vida, o sol se punha no horizonte e logo a lua tomaria conta do céu, esse era o momento mágico pelo qual eu estivera esperando por tanto tempo, a felicidade que fazia meu peito inflar com força e quase doer, uma felicidade tão intensa que com certeza jamais seria apagada de dentro de mim.

Ficamos ali por um tempo indeterminado, mas quando resolvemos voltar já era noite a um bom tempo, Jacob ficou em pé e me puxou para perto acariciando meu rosto e falando:

- Não quero perder um só dia, vamos passar o tempo todo juntos?

- Sim. – afirmei claramente e vi um sorriso se abrir antes que aqueles lábios tocassem os meus, depois de um suspiro ele passou o braço pelo meu ombro caminhamos até a moto, voltamos para a pousada, ele me deixou lá com a promessa de que iria me buscar no dia seguinte para conhecer sua família.

Ao entrar no meu quarto, vi que Leah estava apavorada, não sabia onde eu estava nem o que estava fazendo, já jantara e se preparava para deitar, mas mesmo assim ouviu todo o meu relado e apesar de ter me ver bem, me passou um sermão por ter ido para um lugar ermo com um garoto que não conheço direito e ainda ficar até aquela hora. 

Contei a ela que no dia seguinte eu iria a casa dele, ela me olhou desconfiada, e cometei que ela iria comigo, então o rosto de assustado ficou apavorado mas não houve recusa, ri de sua expressão e entrei no banheiro para mais um banho, estava cheia de areia e me sentia salgada por causa da brisa do mar.

Quando sai, ela dormia a sono solto na sua cama, mas eu estava sem sono, agitada era a palavra, caminhei até a sacada e me sentei ouvindo o som do mar, sentindo a brisa que vinha contra o meu rosto e me sentei na rede que estava pendurada na lateral, abraçando o corpo com meus braços, sonhando com os beijos que trocáramos a pouco mais de uma hora, e constatei que não estava arrependida de ter vindo, mesmo com o prenuncio de tristeza e infelicidade certas pairando sobre a minha cabeça como uma guilhotina prestes a cair no momento em que eu fosse embora dali.

Mas já me decidira, seria como se aquilo tivesse sido um sonho, como se nunca tivesse sido vivido por mim, como se tivesse sido a história de um livro que li, ou de um filme que assisti, daqueles tão bons que a gente entra e vive a história deles, apenas isso. De repente uma pergunta surgiu:

- E a dor?

A dor que que viria com minha partida, com a impossibilidade de continuar juntos, não uma impossibilidade passageira, mas uma impossibilidade que estava além de nossas capacidades de resolver, essa dor seria, talvez, uma companheira por muito tempo, mas estava cada vez mais certa que cada instante vivido nesses sete dias valeriam cada segundo dela, cada milésimo de segundo, na verdade.

Adormeci ali e acordei com o sol nascente brilhando contra meus olhos, o céu não estava totalmente limpo, mas o dia parecia que seria espetacular, na praia já havia pessoas caminhando e rapazes surfando, achei que já era tarde, pulei da rede e entrei no quarto, minha amiga ainda dormia, me olhei no espelho e constatei rindo que meu cabelo era uma total bagunça depois de ter dormido daquele jeito numa rede e cai sob o chuveiro novamente depois perceber que era cedo, e teria tempo para me arrumar.

Leah acordou e fomos juntas tomar um café, Jacob chegou pouco depois, usava uma camiseta, bermuda e tênis, os cabelos estavam amarrados num rabo de cavalo, Leah cochichou ao ve-lo se aproximando:

- Não gosto desse cabelo dele. – sorri, pensando que eu gostava, emoldurava espetacularmente seu rosto bonito.

Ele veio e sem cerimonias me beijou de leve, Leah não fez um só comentário, mas eu sabia bem o que ela pensava sobre tudo aquilo, fomos de mãos dadas até a picape em que ele nos buscara na tarde anterior, direto para sua casa, Jacob informou que sua mãe estava a espera de suas amigas com muitas guloseimas e nos avisou que não deveríamos recusar ou ela se sentiria ofendida, Leah foi clara em reclamar:

- Não posso engordar Jacob! Ele riu alto ao meu lado me contagiando e falou:

- Não se preocupe, se você provar ela já fica feliz.

E eu aproveitei a deixa e concordei:

- Está decidido, só vamos provar Leha.

- Com certeza. – ela confirmou enquanto entravamos numa rua estreita, de pedras irregulares, arborizada, uma casa rustica e enorme ficava entre elas, era espetacularmente diferente de tudo o que eu já tivesse visto na vida, era linda!

Desci, totalmente encantada com aquela visão e jacob me contou que ela fora construída por seu bisavô, falou:

- O velho Black tinha bom gosto não é?

- Muito! – concordei e ele me chamou e bem perto de mim, esclareceu com um ar culpado:

- Não posso dizer a eles que nós estamos...

- Eu sei. – falei por fim encarando seu olhar escuro e ele emendou:

- Minha irmã sabe, uma das gêmeas, Rachel, vou lhe mostrar qual. - suspirou apertando minha mão - Precisava contar a alguem além de Jared, não conseguia conter isso dentro de mim. – confessou me olhando nos olhos e sorri antes de responder :

- Eu contei a Leah assim que cheguei,mas não consegui dormir de ansiedade. - outro sorriso aberto e ele falou:

- Nem eu, fiquei horas acordado pensando em nós, desejando poder parar o tempo e tentando não pensar no dia que você vai embora.

Desviei meus olhar ao ver uma sombra sobre os olhos dele, isso era algo no qual não queria pensar também, mas ao mesmo tempo que não saia da minha cabeça, então uma voz sonora nos chamou, me virei e vi uma moça, alta e muito bonita, Jacob explicou:

- Essa é a Rachel.  Encarei o rosto bonito e ela veio sorrindo para perto, me abraçou e falou:

- Estou feliz que tenha vindo, feliz que esteja aqui, pq meu irmão está muito feliz com sua presença.

- Obrigada! – agradeci sentindo os braços dela me apertarem com força e carinhosamente. - Venha, mamãe está esperando.

Jacob apresentou Leah a Rachel e nos entramos, a mãe de Jake éra uma mulher muito bonita, inteligente, muito firme também, percebi que eles tiveram uma educação rígida, com preceitos muito bem definidos baseados em suas tradições, tradições que para minha família não passavam de simples e ultrapassadas, mas que para eles eram importantes, com certeza se Jacob tivesse a oportunidade de conhecer meus familiares pensaria de nós o que eu pensava agora deles, que tínhamos uma maneira muito diferente de viver e ver o mundo. 

Encarei os rostos daquelas pessoas em seu ambiente e percebi que tudo aquilo eram bobagens, meu mundo, o mundo deles, minhas tradições, as tradições deles, nada valia, nada tinha importância se não nos fazia melhores, nem felizes, Jacob me encarou como se quisesse saber o que eu pensava, desejei dizer a ele, falar o quanto estava sendo proveitoso esse momento ali, mas não falei, apenas sorri, ouvi todas as histórias de família, provei a comida, e de tarde, fomos para a praia, Leah e Rachel, Jacob e eu, ele carregou sua prancha e sua roupa especial para surfar, nós,colocamos nossos biquines e oculos de sombra e estavamos prontas.

Ficamos lá o restante da tarde, Jacob surfou por alguns momentos, depois voltava correndo, os cabelos longos molhados e espalhava água sobre mim, me fazendo rir depois se deitava ao meu lado e me abraçava me enchendo de areia e rindo alto.

Após uma dessas brincadeiras me deparei com Rachel nos olhando, havia tristeza no rosto dela, e aquilo me atingiu em cheio, encarei o rosto bonito de Jacob, ele sorria me olhando, acariciei levemente sua pele bronzeada e molhada e me aproximei para um beijo, foi um beijo terno, apaixonado, senti meu coração doer pela primeira vez, o olhar da irmã dele provocara isso, a sensação de estar perdendo algo, algo que estava escorrendo entre meus dedos e que nunca mais recuperaria.

A tarde se foi e nós voltamos para casa, Jacob garantiu que voltaria, ele não podia entrar no nosso quarto, mas podíamos ficar na área de lazer juntos, era isso que faríamos, despois de um banho e de me arrumar, rumei para o lugar marcado, me deparei com ele lá, sentado sob uma árvore, num banco rustico feito de um tronco, usava uma calça jeans, botinas, camiseta, ao me ver abriu um leve sorriso e levantou, me aproximei e fui segura e apertada com força contra ele, depois seus lábios procuraram os meus com necessidade, a mesma necessidade que havia em mim, quando nossos rostos se afastaram, ele me encarou, os olhos nos meus olhos, fechei os meus e me deixei ser puxada de encontro ao seu corpo e que ele me conduzisse para o banco onde estivera sentado.

- A noite está gostosa. – falei baixinho e ele emendou:

- Melhor do que tudo é ficar aqui com você, faz da noite perfeita.

Acaricei a mão dele na minha cintura e ficamos calados novamente, apenas aproveitando o momento, menos um dia, a contagem era regressiva.

- O que você vai fazer quando acabar a escola? – perguntou e suspirei antes de responder, ele sabia em parte, mas como eu estava indecisa quando conversamos era a hora de esclarecer.

- Acho que terei que fazer uma faculdade, queria fazer alguma coisa relacionada com jornalismo, gosto muito de ler, mas ainda não sei de verdade e você vai ser mecânica mesmo?

- Com certeza, não tem nenhuma tradição que me empessa de fazer isso. - ri ao ouvir seu comentário e falei:

- Pois é, chega uma hora em que temos que tomar decisões, não sei se estou preparada para isso. – ele emendou:

- Nunca estamos preparados Bells...não para as coisas que os outros nos impõem. – eu sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas não continuei o assunto, acabaríamos falando do que não queríamos falar e ele entendeu meu silêncio.

A noite passou entre beijos, conversas amenas sobre nossa infância, sobre lugares que gostaríamos de conhecer, sobre coisas que gostaríamos de fazer e que talvez nunca fizessemos.

Quando Jake se foi, estava contrariado, se despediu uma duzia de vezes e sempre acabava voltando, mas já era madrugada, não havia outro jeito, e quando finalmente a moto sumiu no portão da pousada meu coração voltou a doer, uma dor leve, um sentimento quase tranquilo, talvez eu me acostumasse a ela e até a aceitasse comigo pensei voltando para meu quarto.

Ao entrar me deparei com Leah, que me recriminou mais uma vez, ela sabia que eu estava apaixonada, sim, estava apaixonada a muito tempo, sabia com certeza agora, mas não havia mais o que fazer quanto a isso, apenas aproveitar enquanto pudesse. Viver minha louca aventura até o último instante.