- Mas o que? – Não, não podia ser. Um bebê?

Fiquei paralisado por minutos, apenas a olhar aquele bebê chorando. Não estava conseguindo processar tantas informações de uma vez só. A cada segundo chegava mais e mais perguntas em minha mente: Um bebê? Mas, por que um bebê? Por que logo em minha casa? Com milhares de casas pela cidade, por que logo a minha?

Quando voltei a minha realidade, notei que começava a chover, não pensei duas vezes em trazer o bebê pra dentro de casa. Me ajoelhei e a peguei com muita calma parta não assusta lá. Assim que a segurei, ela instantaneamente parou de chorar. Levantei seu capuz, ela olhou para mim, eu olhei para ela e ficamos assim por vários minutos. Confesso que nesses minutos que ficamos nos entreolhando, eu fique apenas a admirando. Cabelos em um tom de mel, olhos verdes claríssimos e seu tom de pele era muito branco. Mais parecia uma boneca de porcelana.

E naquele momento, eu percebi, de algum modo, que ela era minha e eu era dela.

Com o bebê no colo, me levantei, entrei em casa e fui em direção ao sofá. Sentei-me e a encaixei em meu peito e novamente fiquei pensando por que isso tinha acontecido comigo. E comecei a imaginar como seria minha vida daqui pra frente, o que aconteceria comigo caso eu decidisse cuidar do bebê. Na verdade, já estava decidido. Eu pediria a guarda dela. Estava disposto a isso. Tudo bem que a conheço a menos de 10 minutos, mas, já estava apaixonado por ela. Mas, é agora? Como as fãs irão reagir a isso, caso eu consiga a guarda? Será que vão pensar que esse bebê é meu ou do Tom? É provavelmente sim. Mas eu sei que as fãs de verdade acreditarão em mim. Eu sei. Eu ainda olhava para ela quando, ela começou a chorar! Deus, será que ela fez? Ih! A virei, puxei um pouco sua fralda e... Nada, amém! Então, ela está com fome, claro!Me levantei do sofá, ainda com ela no colo e fui em direção a cozinha.

– Será que tem algo para você comer? Em coisa linda, será? – A olhei e sorri e ela sorriu também. Perdi-me tanto nos eu sorriso, que não notei que a porta estava fechada e bati em cheio.– Ai! Quem foi a anta que colocou essa porta aqui? Quer dizer, shiii! Não chora. Calma, calma, estou aqui. Calma – Levei a sua cabeça ao meu pescoço e comecei a bater muito faço em suas costas com o sentido de acalma lá.

E parou de chorar aos poucos e agora sim eu abri a porta. Entrei e fui em direção à geladeira. Abri e fiquei procurando algo para ela comer. Olhei de um lado ao outro a geladeira. Achei! Peguei a caixinha de leite e fui em direção ao armário pegar uma panela. Liguei o fogão e em seguida coloquei a panela com o leite. Mexia a panela com uma colher de pau, a balançava de um lado ao outro e cantava bem baixinho Can’t Be Tamed da Miley Cyrus – Não pensem que eu não posso ser domado! Apenas gosto da musica e da Miley! Nada mais. E eu sou macho. Macho!

Engraçado, eu já estou parecendo um pai de verdade, não é? Estou esquentando o leite, cantarolando Miley Cyrus enquanto Ashley está no meu colo.

- Ashley, e agora? – Não tem mamadeira! Ferrou de vez! – Ah! Claro! – Comecei a correr em direção ao quarto e dessa vez eu me lembrei da porta. Entrei e avistei meu celular em cima da cama. Sentei e coloquei Ashley no meio. Peguei o celular e comecei a procurar o nome. Procurei. Procurei. Achei!

- Então Ashley, o que vou pedir para você? – E ela ficava ali me olhando com um dos sorrisos mais lindos que já vi. E claro que eu retribuía.

- Alô?

- Alô! É da farmácia? – Por Deus, que seja da farmácia, por que né...

- É sim! O senhor gostaria de pedir algo?

- Sim! – Haha! Agora sim vou fazer a festa! – Quero...

É, fiz a festa literalmente! Comprei tudo o que tinha direito, e o que não tinha também! É, eu sou uma maquina consumidora em massa, eu sei! XD Mas fazer o que?E eu nem gastei tanto assim. No máximo 100 dólares. No Maximo. Será? Sei lá!

- Ok Ashley, comprei o necessário. Amanhã, podemos comprar roupas para você. Que tal? – Ela começou a sorrir para mim, já posso ver o futuro dessa garota, uma consumidora em massa que nem eu!

Mas, calma Bill. Não se precipite. Primeiro, tenho que conseguir a guarda dela, ou seja: advogados, tribunais, sites do mundo inteiro falando disso e nem quero pensar no resto! E depois... Meu Deus! Como vou contar para o Tom? Como vou falar para ele que deixaram um bebê na nossa casa e eu decidi adota lá? Será que vai reagir bem? Ou não? Mas, o conhecendo como eu o conheço, no início ele não vai gostar , mas depois... Não vai desgrudar dela nem um segundo se quer!

Peguei a Ashley e fui em direção a cozinha, e juro, se eu não tivesse deixado a porta aberta teria batido nela de novo. É, eu sou um tapado, eu sei. – Acho melhor colocar o leite em um isopor. – Eu sei que tenho um, mas, onde? – Coloquei a Ashley em um balcão no meio da cozinha e comecei a procurar em todos os armários. Um por um. – Achei! É nesses momentos que eu agradeço minha mãe por me dar essas coisas. – Deixei o isopor do lado da pia e coloquei o leite em um pote. Limpo, claro. Assim que coloquei o pote no isopor, ouvi a campainha tocar. Pequei a Ashley, e fui em direção a porta. Abri e lá estava um homem com varias sacolas na mão.

- É daqui que pediram – O interrompi antes que falasse

- É daqui sim! Quanto Deu tudo? – Mais que 100 não! Mais que 100 não! Mais que 100 não!

- 95 – Amém! Deus ouviu minhas preces, só pode!

- Só um minuto que eu vou pegar o dinheiro.

- Ok – Peguei minha carteira caída no sofá e voltei à porta.

- Aqui. – Entrei o dinheiro e peguei as sacolas no chão.

- Nossa que bebê lindo! Tem quantos dias? – Ele olhava para Ashley com uma cara de: Nossa, parece uma deusa.

- Não sei. Deixaram ela há algumas horas atrás aqui na porta. Nessa caixa. – Apontei para a caixa

- O que? – Ele me olhou perplexo, como se fosse o fim do mundo.

- É verdade, querido. – Fechei a porta na cara dele. Até parece que nunca viu. É, realmente ele nunca viu.