Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 44
Capítulo 44 - Amefuri




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— Coelhinha estúpida! – Hanako ouviu o chamado familiar, e sorriu na direção da classe ao lado, onde Hikaru a chamava – Aqui está, coelhinha, o seu almoço de hoje. Coma! – ele disse, colocando um obento embrulhado em um pano na frente dela.

— Oh, lá está o Hitachiin, entregando o seu obento como uma adorável esposa! – Aiko que estava sentada na classe a frente para que almoçassem juntas, exclamou – Com hoje já é a décima vez, correto? Que admirável da sua parte, Hitachiin-kun...

— Ah, não seja malvada, Aicchii! E você, Hikaru-kun, não precisa se incomodar comigo todos os dias… – Hanako sussurrou, mesmo que já tivesse pegado o pote e se preparado para comer – Itadakimasu…

— Você não gosta da comida que eu faço, Coelhinha? – Hikaru indagou.

— Não é isso, não mesmo! Sua comida é ótima, perfeita! Mas… parece errado, de alguma forma... A minha comida é horrível, nem se compara com a sua, mas sou eu quem deveria cozinhar para você, afinal, eu sou sua namorada... – Hanako murmurou, corando levemente.

Com aquelas palavras, Hikaru ruborizou, virando o rosto para o lado incomodado.

— Não é como se eu fizesse isso para ver você sorrindo enquanto come a minha comida nem nada disso, eu faço por que quero, e você não tem que se preocupar com isso, sua Coelhinha estúpida!

— Tão tsundere... – Aiko observou, como quem comenta sobre o tempo.

— Não diga essas coisas, sua tampinha! – Hikaru exaltou-se.

— É mesmo, Aicchi! Não diga coisas que farão Hikaru ficar envergonhado – Hanako adicionou com um sorriso debochado.

— Você também, coelhinha? Hunf, como castigo, não vai ganhar a sobremesa!

— O que, tinha sobremesa?? Eu não sabia!!! Aaaah, eu queeero!!! – Hanako choramingou, agitando-se.

— Pare de chacoalhar o seu hashi, está derrubando o arroz! E olha só para isso, tem comida no seu rosto! – Hikaru dizia com um tom de voz cuidadoso, enquanto se ocupava de fazer Hanako parar de se mexer e limpava a bochecha dela com o polegar.

— Você não vai me dar a sobremesa?? – ela olhou para ele com olhos grandes e suplicantes, formando um biquinho nada maduro. Hikaru sentiu seu coração fraquejar diante daquela expressão.

— Você tem que comer primeiro!! – ele colocou um tomate pequenino na boca de Hanako, afastando-se e disfarçando o embaraço.

— Está certo... – ela aceitou, continuando a comer. Hikaru apoiou a cabeça na mesa, virando de costas para Aiko, e começou a observar Hanako comer, com um sorriso ínfimo formando-se nos lábios. Hanako notou a observação insistente dele, mas tentou agir normalmente, continuando a conversar com Aiko. Ultimamente, ele estava sempre daquela forma, observando-a com um olhar tímido, e absolutamente feliz. A maneira que ele olhava, a maneira que sorria. O seu comportamento. O seu corpo inteiro. Era como se tudo nele dissesse “eu realmente te amo!”. E Hanako não podia negar que aquilo fazia seu coração se estremecer de uma forma absolutamente agradável.

-

— Aaah~ Está chovendo!!! – Hanako exclamou, na entrada da escola, assim como a maioria dos estudantes, vendo a torrencial massa de água que caía lá fora.

— Eu não trouxe guarda-chuva... – Hikaru lembrou, com um semblante cansado, preparando-se para colocar a pasta na cabeça e correr até a frente da escola, onde certamente a mãe de Kaoru estaria esperando-o no carro. Era impressão ou sua voz estava meio rouca? – Você também não. Como vai fazer?

— Eu posso arrumar uma carona no guarda-chuva da Haru-chan e... – ela ia dizendo, quando viu Haruhi correndo até a frente enquanto dividia seu guarda-chuva com Tamaki – Aaah... eu posso esperar até a chuva acalmar...

— Não mesmo! Vamos lá, eu levo você até em casa... – Ele disse, e logo depois começou a tossir. Hanako estranhou.

— M-mas... nós não temos guarda-chuva...

— Eu posso te dar uma carona no carro da Donatella-san, não posso?

— Bem... não seria... estranho? – Hanako baixou o olhar – Q-quero dizer... quando eu conheci ela eu era... namorada do Kaoru-kun... – ela baixou o a voz até se tornar um sopro.

— Está bem, um momento. – Hikaru virou-se, e barrou um garoto mirradinho que passava ali na hora – O seu guarda-chuva – ele disse, e o garoto tremeu, entregando o objeto à Hikaru e saindo correndo logo depois. – Valeu!

— Você já tem uma péssima fama, não é? – Hanako murmurou ceticamente, percebendo que Hikaru nem mesmo precisou ameaçar o garoto.

— Do que está falando? Eu estava apenas sendo amigável! Agora vamos lá – ele abriu o guarda-chuva em cima da cabeça dela, e os dois saíram.

Caminharam por uma ou duas quadras, até que Hanako olhasse para Hikaru e percebesse que ele estava com todo o lado do ombro completamente molhado.

— Você está se molhando, Hikaru-kun! – ela notou.

— Eu estou bem – ele disse seriamente, olhando para frente.

— Bem... você não ficaria assim se... se... se me abraçasse... – ela murmurou, num fio de voz. Hikaru sobressaltou-se, corando irremediavelmente. Hesitante, ele circundou o braço ao redor do ombro de Hanako, tão delicadamente que ela mal podia sentir seu toque. Ela sorriu, apreciando o cuidado que o garoto tinha, e aproximou-se ainda mais, apoiando a cabeça no peito dele. Estava estranhamente quente.

Depois de alguns minutos a mais caminhando, eles finalmente chegaram à casa de Hanako. Ela suspirou, sorrindo na direção de Hikaru, que ainda estava bastante corado.

— Então... hmm.. tchau nee, Coelhinha... Até amanhã... – ele murmurou sem graça, na frente do portão da casa dela.

— Está bem. E certifique-se de devolver esse guarda-chuva amanhã, viu? – ela comandou com um tom de voz imperativo.

— Pode deixar... – ele disse, e Hanako se colocou na ponta dos pés para beijá-lo. Assim que ela tocou com a mão na face dele, porém, sentiu o quanto estava quente. Anormalmente quente.

— Hikaru!! Você está com febre!!!! – ela bradou, indignada.

— Estou nada... – ele replicou.

— Está sim! Venha aqui, você não pode ir para casa nessa chuva! – ela o puxou para dentro, sem se render aos protestos resmungados de Hikaru.

— Não precisa disso, Coelhinha! Me solta! – ele reclamou, deixando o guarda-chuva cair, embora de alguma forma, estivesse sem forças para se desvencilhar dela. Assim, finalmente Hanako entrou em casa, tirando os sapatos, com Hikaru fazendo o mesmo.

Ela o rebocou até a sala, onde o colocou sentado. Pegou uma toalha no banheiro e correu de volta para a sala, secando o rosto e os cabelos de Hikaru, que estava realmente molhado.

— Olha só para você, com essa febre e andando na chuva! – ela repreendia, enquanto secava Hikaru vigorosamente – Por que não me contou que estava se sentindo mal?!

— Mas eu estou bem! – ele respondeu.

— Está nada! – ela censurou – Olha só para isso, está todo vermelho, e seu rosto estava fervendo! Eu vou abrir aqui para secar – ela disse, mais para si mesma começando a abrir a camisa dele.

— O que está fazendo, sua Coelhinha Pervertida! – ele bradou, tentando segurar as mãos de Hanako, mas ela foi mais forte, e continuou a secá-lo. Hikaru mordeu os lábios, tentando reprimir um gemido causado por aquele toque insistente, e deixou a cabeça cair sobre a almofada, derrotado. Já não tinha muitas forças, e sua garganta doía, o que dificultava a fala.

— Hanako!!! – uma voz sobressaltou aos dois. Hanako se afastou, deixando cair a toalha, e Hikaru virou a cabeça para o lado, com a visão turva. Mesmo sem conseguir enxergar direito, ele notou a figura embaçada de uma mulher, logo na entrada.

— Mamãe... – Hanako murmurou, surpresa, e Hikaru tentou se recompor, fechando a camisa e levantando-se, mas tonteou e acabou por cair novamente sentado no sofá.

— O que você está fazendo com esse garoto de novo, Hanako?!?


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