Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 24
Capítulo 24 - Namida


Notas iniciais do capítulo

Certo, eu sei que demorei eras para dar continuidade a fic, e acaba de me ocorrer que eu deveria ter deixado um aviso ou algo assim, mas eu estava com o meu pc estragado, e em época de provas (e fui bem em todas, o que me garantirá férias tranquilas)e somando tudo isso temos "nada de fics para a Anna!"

Honto ni gomenasai *faz dogeza*, eu espero que vocês não abandonem a fic - e nem a mim! - por causa disso!!!


Vamos ao capítulo!!! o/



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Uma vez... você me disse que só deveria beijar alguém que se ama. Eu achei besteira na época, no entanto... eu entendo isso, agora. Nesse momento, não importa o que seja, mesmo se for apenas um beijo, eu só quero fazer isso com você. Eu quero... só... você.

Meu corpo tremia incontrolavelmente, e eu não conseguia me lembrar de como deveria mover meus músculos. Minhas pernas bambas pareciam prestes a ceder e ir de encontro ao chão.

Hikaru se aproximou lentamente, virando o meu corpo pelo ombro, até que eu ficasse de frente para ele. Mesmo estando com vontade de sair correndo dali, por incontáveis motivos bem convincentes, me mantive impassível tanto quanto possível, e me forcei a olhar para cima, para Hikaru. Ele estava parado, com os olhos dourados refletindo o meu rosto pálido e um pouco assustado. Parecia esperar por algo, com paciência nada característica.

Fitei seus olhos o máximo que podia, tentando ver algo. Eu poderia acreditar nele? Ele já mentiu tantas vezes para mim, sem falar que sempre me tratou mal, nunca demonstrou nenhuma vez que pudesse nutrir qualquer sentimento dessa forma, nem por mim, nem por ninguém, aliás... mas eu poderia estar errada, dessa vez... de alguma maneira estranha, eu sinto, lá no fundo, que queria estar errada no meu julgamento.

No que eu deveria acreditar?

Tirei a mão dele do meu ombro da maneira mais rude que conseguia. Baixei meu olhar, fitando minhas sapatilhas lustrosas e o all star surrado dele.

—E por que eu deveria acreditar? – perguntei, num fio de voz. Senti o choque perpassar por ele ao ouvir essas palavras. Um suspiro doloroso escapou. Ele poderia estar fingindo isso também, não é?

— E por que eu estaria me humilhando na sua frente dessa forma? – ele disse, colocando as mãos no bolso, de um jeito quase despreocupado. Por um momento pareceu que era eu quem estava se declarando e ele a me rejeitar. Ele continuou, com um meio sorriso triste – Sabe, eu poderia escolher qualquer garota que eu quisesse, e tinha muitas que eu queria, e todas elas ao mesmo tempo! Droga! - ele se exaltou, parecendo estar esfregando algo na minha cara – Por que eu estou atraído por uma Coelhinha estúpida e reta? – Ele gritou, com os olhos em chamas. Me afastei dois passos para trás, alarmada, mas não saí correndo como a minha razão ordenou. Porque, indo contra todas as minhas convicções, Hikaru estava com lágrimas fartas e  brilhantes escorrendo lentamente pelos dois lados da face. Ele caiu de joelhos a minha frente, com as duas mãos na cabeça – Ainda mais pela... garota... do Kaoru!!

Me inclinei hesitante na sua direção, com a mão no ar, à centímetros de tocar a sua cabeça. Isso é impossível, definitivamente impossível. Ao mesmo tempo em que eu custo a acreditar no que estou ouvindo, eu não posso evitar querer consolá-lo.

O que está acontecendo comigo?

Ele olhava para mim, a face também confusa, os olhos inundados. Eu nunca pensei que fosse possível garotos, ainda mais como ele, chorarem dessa forma. Meu coração acelerava e apertava dolorosamente, me deixando ainda mais desconfortável com a situação. Apesar de todos os meus sentidos gritarem que isso era perigoso, eu não consegui desviar meu olhar do seu, ainda no chão.

Isso é terrivelmente errado, não importa de que ângulo se analise. A culpa me fazia sentir dores físicas por todo o meu corpo trêmulo. Porque eu tenho que ser tão fraca, por que não posso simplesmente fugir? Eu tenho um namorado, por que ainda estou aqui???

Hikaru levantou a mão, tocando a ponta dos meus cabelos, que caiam na sua direção. Seus olhos não tinham vestígios de falsidade, ainda que eu soubesse que era incerto confiar na minha intuição. Ele sorriu tristemente, secando o rosto com a manga da camisa. Levou a mão para trás da minha cabeça, trazendo-a para perto. Arfei, sentindo meu rosto esquentar, ao mesmo tempo em que percebia que não conseguiria me afastar. Ele fechou os olhos, levantando o rosto para mim.

— Hanako? O-o que...?

Me afastei de Hikaru, num reflexo, olhando para trás. Os olhos de Kaoru eram como adagas me perfurando. Eu não sabia o que fazer ou o que dizer, e pela segunda vez nesse dia minha pernas bambearam e se tornaram imóveis.

Hikaru levantou-se em um salto, pondo-se ao meu lado. Seu olhar agora era desafiador e temível, diferente de momentos antes. Não havia nenhum sinal do garoto que chorava há pouco tempo atrás.

— Eu estava me confessando para Hanako – ele disse, sem inflexibilidade alguma na voz.

Kaoru se aproximou bruscamente, me puxando para trás de si. Encarava Hikaru com furor, segurando a gola da sua camisa com tanta força que os nós dos dedos se revelavam na pele clara.

— O que você fez com ela? – ele rosnou.

Eu estava me sentindo em algum tipo de universo paralelo do qual não fazia parte, ou em uma experiência em que a alma se separa do corpo. Meus pés formigavam e meu coração parecia pesar toneladas. Tudo ao meu redor girava, era como não ter chão... parece a sensação que tive antes de desmaiar, quando estava doente no último inverno.

— Não fiz nada – Hikaru falou, sem mover-se um centímetro, o semblante sério e sem incerteza – Ainda. Sei que os dois estão saindo, mas não vou desistir. Cuide-se, porque eu vou tirar essa garota das suas mãos, irmão.

— Você pode vir e tentar tirá-la de mim a qualquer hora. Irmão.

As palavras de ambos me surpreenderam profundamente, mas aquela sensação etérea de sonho não me abandonou, de modo que permaneci sem reação.

Kaoru me puxou pelo braço, me abraçando com força, possessivamente pela cintura. Os dois continuaram a se encarar ameaçadoramente, até que Hikaru virou as costas e saiu, em silêncio.

— Kaoru-kun... – balbuciei, num sopro. Não tinha coragem suficiente para levantar a voz ou os olhos – Me desculpe... eu... não deveria... ter...

— Shhh... – ele cantou, me virando e apertando contra si, acariciando o topo da minha cabeça – não foi culpa sua...

Foi sim...

Me aninhei no seu abraço protetor, deixando todos aqueles sentimentos pesados rolarem pela minha face. Fiquei ali, sentindo seu calor e se carinho, sabendo que alguém como eu não merecia tudo aquilo.

— Eu amo você – ele sussurrou, tranquilamente. Assenti com a cabeça, incapaz de olhá-lo nos olhos. Meu coração se desmanchava, e eu tremia compulsiva,ente

— Eu sei disso – murmurei, por fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham compreendido a demora, e não me deixem em abstinência de reviews como castigo... seria cruel ç_ç

Oneegai, deixem reviews, senão eu choro *tentativa de chantagem emocional*