Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 6
6 - I hate this part


Notas iniciais do capítulo

mais um, haha :D



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Capítulo 6

All that's left is goodbye

To find a way that I can tell you

I hate this part right here

I hate this part – The Pussycat Dolls

-Obrigada, doutor McCarty. Mais uma vez. – eu me despedia. Ella trocava de roupa no banheiro, enquanto Travis esperava emburrado junto com Alice e Jasper, que ainda conversavam na sala de espera sem parecer evoluir nenhum milímetro, apesar de estarem lá há mais de uma hora.

-Você não tem que me agradecer Rosalie. Quer dizer, - ele começou, me surpreendendo, o que ele poderia querer? – você pode me agradecer me chamando apenas de Emmett.

Eu tive que rir por causa de sua expressão de menino levado.

-Sim. Vou te chamar de Emmett. – eu aceitei. – É um bonito nome.

-É o que minha mãe também acha. – ele riu. – Ela “pegou emprestado” - ele fez aspas no ar. – o nome de um cliente com quem trabalhava.

-No que sua mãe trabalha? – me interessei ao ouvir a palavra “cliente”.

-Ela é uma advogada. Trabalha na empresa Hale, aqui em Manhattan, há algumas quadras daqui.

-Está brincando? – me surpreendi. Aquele era um estranho conhecido.

-Não. – ele pareceu pensar por alguns instantes. – Ah, não vá me dizer que Rosalie Hale...

-Sim. – eu assenti. – É a empresa dos meus pais. Eu trabalho lá também.

-Conhece Julie Jenkins? – ele perguntou.

-Claro que sim. É um amor de pessoa. – respondi – Não vá me dizer que é sua mãe. Ela não tem idade para ter um filho desse tamanho.

Ele riu de meu espanto, mas era real. Julie era uma senhora de quase 60 anos, mas Emmett parecia grandalhão demais para ter saído de dentro dela. Tive que rir do meu comentário mental.

-Nem é nada. É bem inteirona, isso sim. – ele riu também, e seu maldito bipe voltou a apitar em seu bolso. – Eu tenho que ir...

-Tudo bem, tem que fazer o seu trabalho. – eu levantei levemente os braços, em sinal de compreensão. – A gente se esbarra por aí.

Ele sorriu e me deu um estalado beijo na bochecha, que me fez cambalear. Tive a sorte de ele não notar aquele meu movimento involuntário.

Ele mexia comigo de um jeito estranho – e eu gostava disso -, mas tinha que me controlar. Provavelmente eu nunca mais o veria novamente. Ele era um médico pediatra, ou seja, eu só o veria se Ella ou Travis se machucassem de alguma forma. Bem, por outro lado, se essa fosse a única maneira de vê-lo, eu esperava nunca encontrá-lo de novo. Mas isso não queria dizer que eu não ia me aproximar mais de Julie Jenkins no escritório.

-Ei, Rose. – Jasper me chamou e eu me virei automaticamente para encará-lo nos olhos. Droga. Ele não estava sorrindo.

-Pode falar. – disse, enquanto caminhava de encontro a eles. Alice agora acompanhava Travis com a cara emburrada e Jasper tinha a expressão de pai que acaba de dar uma bronca no filho.

-Como está a Ella? –ele perguntou num tom que levava a pergunta a obviedade. Hmmm, eu já sabia o que ele estava fazendo. Estava bravo por não ter se resolvido com a namorada – ou ex-namorada, sei lá – que tentava apenas puxar assunto. Bufei.

-Bem, até demais. – consegui rir um pouco. – Emmett já lhe deu alta. Ela está se arrumando para ir para casa.

De repente senti uma vontade de colocar as mãos na boca porque tinha falado demais – gesto, este, que Ella fizera há alguns minutos no quarto. Torci para Jasper não reparar que eu tratava o médico que tratara de minha filha pelo nome – com tamanha intimidade -, mas só pelas sobrancelhas arqueadas eu sabia que a próxima pergunta dele seria sobre isso.

-Emmett? – Bingo!

-Ahn... O médico, Jasper. Quem mais? – me fiz desentendida. Meu irmão podia ter uma curiosidade bem irritante às vezes.

-Você quer dizer o doutor McCarty? – ele usou um tom cínico. – Ou o doutor Emm, no caso da Ella.

-Sim, pois é... Todos a mesma pessoa. – dei o meu melhor sorriso sarcástico em resposta. – Quer parar de implicância comigo, por favor?

-Implicância, Rosalie? – seu tom agora era mais duro. Estava de mau humor, e era bastante perceptível. – A sua filha é atropelada e vem para o hospital por sua causa e você aproveitar para flertar com o médico que cuida dela.

-Jasper! – Alice advertiu e só agora eu notara que ela prestava atenção em nossa conversa.  As palavras de Jasper me deram um aperto semelhante às palavras ditas por Travis anteriormente.

-Você sabe que não foi por minha causa. Não tente me culpar. – eu me defendi.

-E agora Jasper dá passagem para o monstro sem coração. – Alice continuou, batendo palmas, como se aquilo fosse uma coisa boa. É claro que ela agia ironicamente.

-Você não tem o direito de falar assim comigo. – ele apontou o dedo na cara de sua ex, fazendo-a bater os pés no chão. Aquilo nunca teve a ver comigo no final das contas. Meu irmão só descontava em mim sua raiva, decepção, tristeza - e mais um monte de coisas misturadas -, por não ter se entendido com minha melhor amiga.

-E você não é meu pai para apontar o dedo para mim. – ela continuou na defensiva.

A discussão exagerada não iria parar por ali. Na verdade, não iria parar tão cedo se alguém não se manifestasse.

-Vocês dois parecem crianças! – eu disse um pouco mais alto, mas sem gritar. Então, me virei para Jasper. – O médico é uma pessoa condescendente, mas eu não estava flertando com ele. Só descobri que é filho de Julie Jenkins. Nada de mais.

-Julie Jenkins é mãe dele? – ele parecia tão surpreso quanto eu. De repente sua guarda baixou.

-E você, Ali. – eu me virei para ela, que continuava emburrada, e deixei Jasper no vácuo com seus próprios pensamentos. – Obrigada por me defender, mas acho que essa briga toda não foi por minha causa, não é?

Com as minhas palavras, os dois abaixaram o olhar para encararem o chão. Ao mesmo tempo.

-Escutem. – eu me sentei em um sofá para três pessoas, levando-os comigo. – Eu gosto de ver vocês juntos, mas se isso for causar mais e mais discussões como eu acho que vai causar... Não sei, talvez seja melhor vocês não se verem por um tempo. Deixem as coisas esfriarem.

Os dois pareceram refletir por um tempo. Talvez realmente fosse a melhor alternativa. De que adiantaria reatar um relacionamento e passar a tratar um ao outro com tantas farpas? Eles se amavam muito, mas um relacionamento disfuncional não seria a melhor escolha para ninguém.

-Ei – ouvi a voz de Ella por trás de meus ombros. – Podemos ir?

-Claro que sim, El. Vamos, Trav? – meu filho não fez nenhuma objeção – o que ele certamente teria feito não fosse o péssimo clima que fora criado – e simplesmente se levantou.

-O tio Jasper e a tia Alice também vão pra casa, mamãe? A gente podia ficar todo mundo junto essa tarde. – ela sorriu.

-Me desculpe, El... Eu tenho que ir. – Alice se levantou e se despediu. - Até mais.

-Até.– Ella parecia um tanto confusa. – Tio Jasper?

-Eu tenho que trabalhar, princesinha. – ele lhe deu um beijo na testa. – Amanhã eu passo na casa de vocês para te dar um beijo e jogar bola com você, Trav.

Meu filho deu um sorriso singelo, o que fez Jasper sorrir também, embora seus olhos ainda fossem tristes.

-O que aconteceu aqui? – Ella me encarou com um olhar questionador.

-Adultos problemáticos. – eu sorri. – Nada com que você tenha que se preocupar.


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Notas finais do capítulo

e aí, mereço reviews? *-*beijos!