Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 9
Capítulo 9 - O sonho


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiii
Cap. postado um pouco mais cedo ^.^
Espero que gostem!
Boa leitura!



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Jasper PDV

Fizemos uma pausa na sinuca, quando a Alice foi atender ao telefone, e eu aproveitei pra ir lá fora retornar as chamadas do Jared, baixista da minha banda. Quando voltei, fui obrigado a presenciar uma cena nada agradável.

Alice beijando um cara.

Na hora eu fiquei puto, queria arrebentar a cara dele, mas eu não podia, por que se ela não se opôs é por que ela queria e não tinha nada que eu pudesse fazer a respeito disso. Eu também não queria ficar naquele lugar, então fiz a única coisa sensata que me ocorreu.

Saí dali.

Peguei minha moto e voltei pra casa, me tranquei no meu quarto e fiquei lá até que essa raiva passasse. Alice me ligou algumas vezes durante a noite, mas eu não atendi... também não desliguei, só deixei tocar, até que ela desistisse. Eu sei que isso é ridículo, eu não devia ter saído daquele jeito, até por que a gente não tem nada, eu fui tão estúpido quê que eu tinha na cabeça? Nem sei por que eu to com tanta raiva, digo, ela é livre pra beijar quem ela quiser! Não é?!?

Taquei a jaqueta na estante e me joguei na cama.

Queria saber o que aquele cara viu na baixinha com pinta de poodle. - bufei. - Sem dúvida não foi o jeito engraçado como ela come biscoito, ou o sorriso presunçoso que dá quando consegue o que quer, duvido que ele conheça essa Alice...

Não havia ninguém em casa, tomei um banho pra esfriar a cabeça, foi então que campainha tocou. Me enrolei na toalha e desci do jeito que estava.

– Já vai! – gritei procurando as chaves.

Quando eu finalmente abri a porta quase tive um AVC no meio do corredor.

– Alice?

– Quem mais seria? – ela falou deslizando o indicador pelo meu peito nu.

– Não sei, meus pais talvez... – olhei incrédulo.

– Legal... isso quer dizer que eles não estão em casa... – constatou com um sorriso malicioso.

– Não, não estão... Er, eu perdi alguma coisa? – indaguei completamente confuso.

– Não... – respondeu sensualmente ao morder os lábios. – Na verdade você acaba de ganhar! – falou envolvendo os braços no meu pescoço. – Isso se você for bonzinho e me convidar pra entrar.

– E aquele cara? – perguntei a centímetros do seu rosto.

– Que cara? O único cara que me interessa esta bem aqui.

Seu perfume me inebriou de imediato, aquela distância era mais que arriscada, era quase nociva. Sua boca entre aberta e seu hálito quente na minha pele virou um convite mais que explicito. A segurei pela cintura e a beijei como disso dependesse as nossas vidas. Ela por sua vez não se fez de rogada, me enlaçou com as pernas. Caminhei com ela em meus braços tentando tatear as cegas a escada que levava ao meu quarto.

Firmei o pé esquerdo e com o direito me preparei para o próximo passo que infelizmente me levou ao chão, visto que o quê eu pensava ser o degrau na verdade era o skate da Esme.

Acordei no assoalho do meu quarto completamente desorientado.

– Porcaria! – exasperei massageando as costas.

Alice PDV

Hoje me dei o direito de levantar um pouco mais tarde já que eu fiquei ligando pro Jas até a meia noite do dia anterior. Tomei meu café, fiz o cabelo, liguei pras meninas, resumindo passei o dia assim de bobeira me arrumando pro baile.

No fim da tarde, eu já estava toda arrumada e nada do Jasper. Liguei pro celular, mas ele não atendia, nós já estávamos atrasados e nada dele aparecer. Tomei coragem e liguei pra casa dele e sabe o que a Tia Nessie me disse?

– Ô Jasper, ta dormindo.

– O quê? - falei indignada. - Ai não acredito!

– Aconteceu alguma coisa querida? Quer que o chame?

– Sabe o que é tia… hoje tem um baile de boas vindas lá no colégio e o Jas prometeu que me levaria. – falei com voz de criança pidona.

– Nossa, será que ele se esqueceu? Espera que eu vou chamar!

– Não tudo bem tia, quer saber eu dou um jeito, obrigada!

Desliguei o telefone e fiquei no hall andando de um lado pro outro em busca de uma solução.

– Quer saber eu vou lá!

Peguei minha bolsa, me despedi da minha família sem dar muitas explicações sobre o porquê dele não vir me pegar. Subi a rua em passos largos, “P” da vida com ele. Ao chegar na casa dos Black quase escorreguei no gelo fino que se acumulava na calçada.

Quando bati na porta Esme a abriu e eu pude ouvir a tia Nessie aos gritos com o Jas no andar de cima.

– Entra… - Esme falou me guiando até a sala.

Sabe, eu podia até ficar com pena dele, mas eu tava tão brava por ter ficado esperando que eu nem liguei. Não demorou muito e ele desceu arrumado e com a maior cara de poucos amigos. Prendi o riso e fui ao seu encontro.

– Vamos. – ele falou pegando a chave da moto.

– Ta doido garoto! - ralhou tia Nessie. – Vai bagunçar o cabelo todo da Alice! Toma vai de carro. – falou lhe entregando a chave. – Ê juízo!

Quando ela terminou, eu o arrastei pra fora de casa antes que eu tivesse uma crise de riso ali mesmo. Entramos no carro e não trocamos uma única palavra, o ar estava meio tenso e por fim eu achei melhor não provocá-lo. O caminho pro baile foi em silêncio, mas eu não me incomodei, na hora de sair ele abriu a porta e eu fiquei novamente feliz por ele ter vindo comigo, foi então que eu finalmente quebrei o silêncio

– Por que você não me esperou ontem?

– Tive que resolver uns assuntos da banda. – respondeu meio seco.

– uhmm, sei.

Quando passávamos pelo portão do colégio, alguém segurou meu braço.

– E aí gata, demorou hein! – Ben falou enquanto eu me desvencilhava das mãos dele.

Me virei pro Jasper e quando me dei conta ele estava voltando pro carro. Corri atrás dele e o puxei pelo braço.

– Tá maluco, onde você vai?

– Pode ficar, não quero atrapalhar nada entre vocês. – ele falou virando as costas e saindo.

– Pirou? Ei...você ta indo aonde? Não to te entendendo, poxa, nós não somos amigos? – eu falei e ele finalmente me encarou.

– Somos, e é por isso que eu estou indo embora, por que eu sou seu amigo!

– É mais não parece, fica aí dando ataque por nada ao invés de me ajudar. O pior é que toda vez que esse pervertido me ataca você desaparece!

Ele me olhava boquiaberto quando eu destrambelhava a falar. Foi então que a ficha caiu.

– Pêra ai...

– Você está... Com... Ciúmes?

E antes que eu conseguisse terminar a frase ele já havia partido.

– Era isso, o tempo todo! - Conclui dando um sorriso nervoso. - Que droga!

Dei um passo à frente e em seguida recuei. O que eu faço agora? O que eu digo? Ele deve ter visto o Ben me beijando e pensou tudo errado. Mas que droga!

– Você vai entrar? – perguntou a garota da bilheteria.

– O quê? – falei me virando.

– O baile, você vai entrar?

– Vou sim! – falei pegando o bilhete e entrando sozinha pelo portal da festa.

Tirei o sobretudo e caminhei entre as mesas até encontrar um lugar mais isolado. A festa estava linda, olhei pra decoração e lembrei do Jas me ajudando a pendurar as luminárias.

Uma música lenta começou a tocar e eu pude ver minhas amigas no meio da pista com seus respectivos acompanhantes.

Quer saber eu vou embora! Não faz o menor sentido ficar, quando o cara que me faz rir está por aí sozinho, ao invés de estar aqui, curtindo essa festa que a gente arrumou. Isso não ta certo!

Coloquei meu casaco e sai, sem pensar. Eu tinha que encontrá-lo, mas aonde? Não importa! Pela hora se eu estiver com sorte ele já está em casa, e se não estiver problema, eu espero até ele chegar!

A rua estava deserta e a casa dos Black apagada. Catei umas pedrinhas no jardim e taquei na janela do Jas, mas ele não atendeu. Fiquei com medo de acordar alguém, mas estava decidida, eu ia entrar! Eu sei isso é loucura. Sei também que a ultima coisa que eu preciso agora é ser presa por ter invadido a casa dos meus tios, mas eu precisava falar com ele, por que é fato que eu não conseguiria dormir essa noite. Não sem antes esclarecer, sem ter certeza que ele me quer.

Dei a volta na casa e procurei por uma chave que eu vi o Jas esconder num vasinho de plantas perto da porta. Depois que a encontrei abri a porta da cozinha bem devagar, ato esse que fez a maldita ranger que nem uma porteira velha. Entrei na ponta dos pés e tirei os sapatos na esperança de não emitir mais nenhum ruído indesejado. O que foi em vão, já que o barulho da porta batendo em minhas costas foi mais alto do que seria o barulho do meu sapato trepidando no chão de madeira.

– Droga! – resmunguei.

Deixei os sapatos na cozinha e caminhei pelas escadas até chegar ao corredor do andar de cima. Passei pelo primeiro quarto, e não pude deixar de sorrir com o ronco estridente do meu tio Jake.

Ao chegar à porta de Jasper, torci para que não estivesse dormindo e de fato não estava. Olhei pela porta entre aberta e pude ver a luz da lua, iluminando o seu corpo, enquanto ele permanecia sentado no beiral da janela. Jasper estava mais uma vez sem camisa, vestindo a parte de baixo de um pijama aparentemente confortável.

Arfei por meus pensamentos impróprios, mas desviei o olhar para que não perdesse o foco. Respirei fundo e com um pouco de coragem entrei para que eu pudesse finalmente dizer o que devia ser dito. Ele estava com o pensamento tão distante que nem me ouviu entrar. Entretanto, afoita do jeito que eu sou acabei esbarrando no violão que estava ali, revelando assim a minha identidade.

– Como você entrou?

– Eu peguei a... – comecei a explicar, mas ele me interrompeu.

– Quer saber isso não importa, o que você tá fazendo aqui?

– Eu vim... Por que eu preciso falar com você...

– Falar o que Alice? O que você quer de mim?

– Eu quero saber o que você quer?

– Como assim?

– Quer saber... Não interessa, por que eu sei o que eu quero e é isso! – falei segurando seu rosto com as mãos e o beijando.

Ele ficou estático no início mais logo me acompanhou. Suas mãos seguraram a minha cintura, fazendo com que meu corpo ficasse rente ao dele. Arrepiei ao toque de sua mão em meu pescoço e agradeci a sensibilidade da minha pele nua sob o seu toque. Minha respiração estava acelerada e eu percebi que o ar logo se faria necessário...

Jasper PDV

– Será que é outro sonho?

– Outro? Andou sonhando comigo é seu pervertido? - disse com um sorriso presunçoso.

– Mais ou menos...- respondi sem graça.

– Hum sei, e sobre o que era? – ela perguntou se jogando na minha cama.

– Nada de mais. - respondi me deitando ao seu lado. - Até por que a realidade está bem mais divertida hoje.

– Que bom! – ela disse sorrindo.

Retomei o nosso beijo, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. Sua boca era macia e seu gosto viciante. Não demorou muito e o beijo foi ficando cada vez mais intenso, a segurei com um pouco mais de firmeza e pude senti-la suspirando em me ouvido, o que me fez sorrir de satisfação ao perceber que estava agradando.

Ouvi passos no corredor e me distanciei.

– Jas o que foi?

– Tem alguém vindo!

Não demorou muito e bateram na porta.

– Filho? Está tudo bem?

Minha mãe indagou enquanto Alice me olhava com cara de pânico no canto do quarto. Eu tinha que fazer algo antes que ela entrasse, então abri a porta o bastante para que eu pudesse sair a fechando em seguida.

– Ta tudo bem mãe! – falei escorado na porta.

– É que eu ouvi um barulho, está tudo bem mesmo? – disse me olhando desconfiada.

– Ta mãe! Eu só fui pegar um copo d’água, aí bati na mesinha, só isso!

– Está bem, qualquer coisa é só chamar. – falou me beijando a testa.

– Ok mãe, boa noite!

– Boa noite, e durma bem. – ela falou voltando para o quarto.

Passei os olhos no quarto a procura de Alice mas não a encontrei.

– Alice? – chamei.

Ela saiu de baixo da cama com o cabelo solto meio bagunçado. Mas muito bonito, diga se de passagem.

– Acho melhor eu ir, não vai ser nada legal sua mãe me pegar aqui há essa hora... – falou se aproximando da porta.

– Espera!Eu já estraguei o seu baile, me deixa ao menos te pagar um café.

– Ta, mas será que a cafeteria está aberta?

– Deve estar, me espera só um segundo. - Falei indo pro banheiro com uma calça jeans e um casaco.

Quando voltei vi Alice ajeitando o cabelo na frente do espelho. Já estava quase sem maquiagem, mas isso não importa, por que ela é tão linda ao natural que torna desnecessário o uso de tais artifícios. Depois do meu momento de contemplação, fomos até a cozinha pegar os sapatos da Alice, em seguida fomos de carro até a donuts já que a cafeteria que queríamos só abriria em três horas.

– Dois donuts com cobertura de morango, um café expresso.

– E pra mim um suco de laranja sem açúcar e um donuts diet.

– Ahh pra viagem. - completei.

– Viagem? Onde vamos?

– Surpresa.- falei lhe beijando o rosto antes de pagar pelos nossos donuts.

– Fala, onde é? Por favor. - pediu fazendo biquinho.

– Não, é surpresa agora anda senão vamos perder o espetáculo.

Peguei o carro e a levei até a Rua Dalhousie perto da Catedral Notre-Dame de Quebec, onde podemos sentar em um banco de frente pro lago e ver o sol nascer por de trás da cidade.

– Agora entendo por que você fez surpresa. – ela falou se aninhando em meus braços.

– Bonito né?! – falei e soou mais como uma resposta. – Eu costumo vir aqui pra pensar... Já faz um tempo que eu quero dividir isso com alguém. – falei segurando o seu rosto fazendo com que ela me olhasse nos olhos. - Fico feliz que seja com você.

– Eu também...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Lindo né?
Me falem se algum link não estiver funcionando ok?
*Bjox*