Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 13
Capítulo 13 - Recebendo alta


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais chegou!
Eu tentei postar no dia 17 mas como já são 00:11h acredito ter fracaçado!
Boa leitura!



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– Bom como a senhorita já sabe, devido ao seu caso ter se tornado crônico, hoje você está oficialmente na fila para um transplante de rim, tendo que fazer hemodiálise três vezes por semana como nós já conversamos. – ele fez uma pausa. – entretanto como o diabetes está estabilizado, amanhã depois do almoço a senhorita já estará liberada.

– O quê? É sério?

– A sua alta estará assinada amanhã ao meio dia. – falou sorrindo.

– Ahhhhhh!!! Não acredito, eu vou pra casa. – falei pulando de felicidade enquanto abraçava minha mãe.

O resto do dia foi maravilho, e só de pensar que no dia seguinte eu estaria longe do hospital já me fazia esquecer de tudo o que havia acontecido nos últimos dias. A tarde Jasper veio me ver e eu lhe contei a novidade, eu estava tão feliz que mal podia me conter.

– Então, qual a primeira coisa que vai querer fazer quando sair?

– Ir pra escola.

– Ah fala sério! - ele falou se jogando na poltrona.

– Tô falando. - respondi antes de morder a maçã.- Sabe, eu to com saudade das meninas, sem falar que depois dessas férias forçadas a ultima coisa que eu preciso é ficar em casa. – falei e ele revirou os olhos.

– Tá bom, vai... Além disso o que mais quer fazer?

– Deixa eu ver... Que tal um cinema?

– Cinema? – fez uma careta. - É muito simples...

– Ok Sr. Sabe tudo, o que sugere?

– O que acha de acampar?

– Claro! Sem dúvida que meus pais vão me deixar acampar com você. - ironizei.

– Foi só uma idéia...- respondeu amuado.



Notei que ele ficou tristonho, então coloquei a maçã na cabeceira e me sentei em seu colo passando os braços pelo seu pescoço.

– Quer saber o que eu realmente quero?

– Sim.

– Eu quero um dia Alice e Jasper, tipo só nós dois o dia inteiro, com direito a suco de laranja e donnuts diet.

– Só?

– E você acha pouco um dia inteiro comigo?

– Acho. Tinha que ser no mínimo uma semana! - falou rindo.

– Ah vai, eu não tenho idéia melhor.

– Tudo bem, um dia inteiro comigo, mais alguma coisa?

– Sim, você escolhe o lugar e o dia!

– Isso é fácil.

– Mais uma coisa!

– Manda.

– O dia começa as 6:00h e termina quando eu falar que acabou!

– Justo.

– Fechado? – falei estendendo as mãos.

– Fechado!

A noite meu pai veio ficar comigo, e enquanto ele falava das idéias locas do Carl eu terminava de arrumar as coisas. Na hora de dormir fiquei rolando de um lado pro outro na cama, pois a ansiedade não me deixava dormir de jeito nenhum.

Meu pai já ressonava no canto do quarto quando eu vi a menininha da outra noite passar sozinha no corredor. Me levantei na ponta dos pés e a segui para ver até onde ela iria. A garotinha vestia um pijama com estampa de gatinhos e com força segurava entre as mãos um caderninho rosa e uma caneta com enfeite de pelúcia. Não demorou muito e ela se sentou em uma cadeira na sala de espera. Me aproximei devagar e para não assustá-la me sentei uma cadeira depois da sua.

– Sem sono?

Ela fez que sim com a cabeça.

– Eu também, deve ter sido a comida. - falei massageando teatralmente a barriga enquanto fazia uma careta boba.

Ela me olhou e me deu um sorriso fraco.

– Eu me chamo Alice, e você?

– Emily, Emily Reeves.

– Bonito nome!

– Obrigada.

O silêncio constrangedor tomou conta do ambiente e eu me senti ainda mais responsável por distrair a garotinha.

– Você está sozinha?

Ela fez que não com a cabeça. – Mamãe tá no quarto.

– Sei... então, tem comido muita gelatina de framboesa?

– Não muita.

Essa ia ser difícil, ficamos mais um pouco em silêncio antes que eu novamente tentasse quebrar o gelo.

– E esse caderno, você desenha?

– Não... - ela falou olhando pra ele. - Foi o papai quem me deu, é pra escrever.

– E você tem escrito muito?

– Não, não sei o que escrever.

– Entendo... – falei fitando o chão. - Por que não escreve coisas que você quer fazer?

– Pode ser... – falei e ela abriu o caderno.

– Ou também pode falar das coisas que você gosta. - sugeri.


– Pode os dois?


Sorri. - Pode, o caderno é seu, pode fazer o que quiser.

Ficamos conversando mais um pouco quando uma senhora de cabelos loiros chegou.

– Emily, aí está você!- disse pegando a no colo.

– Mãe, essa é a Alice.

– Ahh oi Alice, desculpa se ela te incomodou essa hora da noite!

– Imagina, não foi incomodo nenhum! – falei me levantando. – Nós estávamos sem sono não é mesmo?! – falei e ela confirmou com a cabeça.

– Bom, de qualquer forma obrigada, mas agora eu tenho que colocar essa baixinha na cama.

– Tudo bem, eu também tenho que dormir. – falei antes de voltar para o quarto.

Depois dessa conversa até que eu consegui dormir bem. No dia seguinte acordei e fiquei esperando o café, e acho que não preciso nem dizer que antes do meio dia eu já estava pronta. Antes de sair, me despedi de Emily e do Arnie que segundo a médica havia ganhado peso. Meu pai não foi ao trabalho, pra vir me buscar, eu achei estranho já que eu tinha quase certeza de que minha mãe faria isso. Mas como meu pai falou que ela tinha que ir ao colégio do Carl eu não me importei.

Ao chegar tudo estava como antes, apesar de parecer mais bonito. As folhas mais verdes, o vento mais fresco. Fico me perguntando se é essa a sensação que o presidiário tem ao sair da cadeia. Exagerada eu? Experimenta passar quase um mês no hospital pra você vê uma coisa.

– Alice. - meu pai me tirou dos meus devaneios enquanto eu olhava a entrada da casa. – Vamos!

Meneei a cabeça positivamente antes de finalmente sair do carro. Meu pai estava parado ao lado da porta, então sem mais delongas eu a abri.

– SURPRESA!!! - gritaram em coro.

Na sala estava o Jasper, as meninas, minha mãe, meus tios, todo mundo!

– Ahhhh, que perfeito!- gritei saltitante.

– Que bom que gostou, seja bem vinda! – minha mãe falou vindo me abraçar.

Depois de receber abraços de todos os convidados, minha mãe serviu o almoço, e sentada na mesa rodeada de parentes e amigos entendi o porquê devo continuar lutando. Por eles!

***

Hoje acordei cedo, mas fiquei deitada olhando para o quarto. Nada de mais, só olhando mesmo! Fitei as cortinas, encarei o papel de parede e por fim o porta retrato na cabeceira, onde coloquei uma foto que tirei com a Angie no Ano Novo.

Saudade dela, não que eu não tenha me adaptado bem, até por que Sam e Katy se tornaram em pouquíssimo tempo amigas maravilhosas, mas sei lá, acho que nunca vou conhecer alguém como ela, tão organizada e sincera. Interrompendo o momento nostalgia, levantei e fui aplicar o meu veneno matinal, depois tomei um banho longo e coloquei uma roupa mais clara, já que o tempo estava limpo.

Eram quase umas sete horas quando uma buzina tocou. Eu tomava café com meus pais na cozinha, olhei pela janela e o vi. Jasper sabia que hoje eu voltaria às aulas, e como de costume veio me buscar, mas dessa vez de carro, decisão essa que ele deve ter tomado devido a preocupações bobas de minha sogra e tia Nessie.

– Madame. - falou abrindo a porta do carro.

– Obrigada Sir Black. - falei entrando na brincadeira.

– Sinto informar que hoje a madame não comparecerá a aula!

– Não? – indaguei. – E eu posso saber o motivo dessa mudança brusca na minha agenda?

– Não, pelo menos não ainda. – disse sorrindo.

– Que ótimo!- falei colocando o cinto.

– Sim madame será um ótimo dia!

– Ahhh chega! Me fala onde vamos?

– Calma, você já vai descobrir.

– Não faz isso, me conta vai por favor!

– Não.

– Pelo menos me dá uma dica!

– Não.

– Por favor... – pedi com cara de cachorro magro.

– Ahh tá bom, tá bom... Eu não vou conseguir esconder mesmo.

– Ebaa! – falei quicando de felicidade.

– Você é impossível garota. - Jasper falou parando no acostamento. - Toma, espero que goste! – ele falou me entregando uma sacola que estava no banco de trás.

Abri a sacola meio desconfiada, e quase não acreditei no que vi. Era um biquíni preto de lacinho com detalhes em metal.

– Um biquíni? Sério?

– Sério. – respondeu com um sorriso torto.

– Ahhhh que legal! – eu gritei e ele começou a rir. - Nós vamos a praia, xururu, xururu!

– Sim nós vamos à praia, agora relaxa que a praia fica a uns cinqüenta minutos daqui.

– Tudo bem! – eu falei e ele voltou a dirigir.- Mas me diz uma coisa...

– Fala.

– Foi você que escolheu o biquíni? - indaguei segurando a peça ainda com a etiqueta da loja.

– Uhum, sozinho.

– Jura? – perguntei incrédula.

– Não, mentira! – ele falou e começou a rir. - Eu pedi ajuda da Esme, mas se dependesse dela você ia acabar vestindo alguma coisa rosa cheia de babado, e se dependesse de mim ia acabar vestindo uma coisa de couro cheia de tachinha, aí eu pedi ajuda a uma vendedora.

– Couro? Tachinha?

– Que foi? Eu não entendo nada disso! - assumiu sem graça.

– Seu pervertido!- falei o que eu estava pensando e ele logo mudou o sorriso sem graça pro meu sorriso safado preferido.

– Não sou pervertido. - respondeu com uma cara de danado, que se meu pai visse me proibia de namorar com ele na mesma hora.

O caminho até a praia foi tranqüilo, eu coloquei um CD do Aerosmith que achei no porta-luvas e comecei a cantar, enquanto o Jass ria do meu desempenho artístico. Ao chegar, ele estacionou o carro em lugar cheio de mato próximo a praia. Tirou a camisa, que jogou no banco de trás junto com a calça e o tênis, antes de sair do carro, deixando a mostra uma bermuda preta de tactel.

– Er... Jasper.

– Sim? – indagou.

– Onde eu vou me trocar?

– Putz, eu sabia que tava esquecendo alguma coisa. – ele falou entrando no carro e ligando a ignição.

– Espera, aonde vamos?

– Você não quer trocar de roupa, então tem um restaurante a dois quilômetros daqui.

– Não, espera! – falei colocando a mão na chave. – Eu dou um jeito. – argumentei, até por que a ultima coisa que eu queria era ficar mais tempo dentro daquele carro.

– Como?

– Sai do carro, e não olha!

– A tá. – ele falou rindo.

Pulei para o banco de trás e comecei a me vestir. No começo tentei colocar o biquíni por baixo das minhas roupas, mas isso não era tão fácil quanto parecia, então cansei de tentar me cobrir e tirei logo a roupa toda.

Jasper estava de costas para a janela do banco em que eu estava, conforme eu havia ordenado. Pois danado do jeito que ele é, era bem capas dele espiar, eu espiaria. Em fim, ele se comportou super bem então eu não tenho do que reclamar.

JASPER PDV

O dia havia sido planejado sem muita antecedência, mas como eu havia prometido, achei melhor cumprir logo, antes que eu acabasse esquecendo. Na internet chequei a previsão do tempo, que prometeu um dia de chuva, mas como o céu estava limpo, desliguei o computador e peguei umas toalhas antes de ir buscar a Alice.

“Meteorologistas de araque”- pensei.

Ao chegar Alice veio toda linda como sempre. O caminho até a praia foi muito engraçado, Alice não parava de cantar, imitando o Steven Tyler, e eu não conseguia parar de rir. Quando chegamos, desliguei o carro e arranquei a roupa.

– Er... Jasper.

– Sim? – indaguei.

– Onde eu vou me trocar?

– Putz, eu sabia que tava esquecendo alguma coisa. – falei entrando no carro e ligando a ignição.

– Espera, aonde vamos?

– Você não quer trocar de roupa, então tem um restaurante a dois quilômetros daqui.

– Não, espera! – ela falou me impedindo. – Eu dou um jeito. – ela falou e eu fiquei sem entender.

– Como?

– Sai do carro, e não olha!

– A ta. – falei rindo.

Alice pulou para o banco de trás e começou a se vestir. Confesso que fiquei um pouco nervoso com o fato de a minha namorada estar nua no banco de trás do carro, mas eu não podia olhar, ainda que quisesse. Então encarei o chão, chutei uma pedra e inconscientemente espiei pelo retrovisor. Alice estava sem blusa, e eu não pude ver nada além dos seus ombros nus, antes de colocar a parte de cima do biquíni o que já foi o bastante, pra fazer pensar em um monte de coisas me deixando pronto, e ciente de que esse seria um longo dia.

– Prontinho! - Ela falou saindo do carro com aquele biquini.

– Então vamos? – falei desviando o olhar enquanto indicava ao caminho para a praia.

– Claro. - respondeu vindo me abraçar.- Mas antes, eu quero o meu beijo. – ela falou rindo.

“merda”- me curvei - ”ela vai perceber” – pensei.

Alice me abraçou e eu me inclinei, super constrangido. Dei um beijo na sua testa e a puxei pela mão, doido pra entrar na água, e torcendo pra que ela estivesse fria.

– Ei! Volta aqui, ela me parou.

– Hã? – dei uma de que João sem braço.

– Meu beijo. - ela pediu.

Nossa, que boca perfeita, e que corpo meu Deus. A essa altura eu já estava em ponto de bala. Mas não podia deixar ela perceber. Sim eu estou muito afim, mas não posso deixar a minha deusa perceber, senão, sei - lá, vai que ela pensa que eu sou um tarado! Isso não pode acontecer.

“Vai se concentra Jasper!”

Respirei fundo, me aproximei, e sem encostar nossos corpos, a segurei pelo pescoço e a beijei, tranquilamente pra que eu não estragasse tudo com a minha falta de controle.

– E agora vamos? - falei me distanciando.

– Uhum. - ela falou saltitante me segurando pela mão e eu tiver certeza de que esse seria um longo dia.


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Notas finais do capítulo

Então, estão gostando?Espero que sim!Tá um pouco tarde, mas amanhã(hoje)eu tento colocar a explicação da doença.
Obrigada pelos reviews, continuem deixando...
Ahhh indicação de FIC:Leiam Barriga De Aluguel escrita por da_ni_ribeiroè muito boaaaa!
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/44975/Barriga_De_Aluguel
*Bjox*