Balloons escrita por BeyondWall


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Presente pra quem? Pra Bee, que vai fazer aniversário depois de amanhã. Parabéns, abelhinha! Como eu sei que você gosta de Reituki, é pra você! ♥



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Reita POV

- Eu já disse que não, Kyoko - ordenei, segurando a pequena mãozinha, os dedinhos presos aos meus. Ele chorava alto demais, teimoso, mas eu não poderia ceder aos seus caprichos.

- Mas eu quero aquele balão, tio Aki! - e teimava, batendo seus pezinhos fortemente sobre o chão como pirraça, a faceta chorosa estampando seu rostinho.

Kyoko era meu sobrinho, filho de minha irmã mais velha, Saeko. Ela era mãe solteira, e como o pai não queria cuidar do filho — porque ele já era casado e tinha sua família quando a engravidou —, ela ficou com a guarda da criança, e não vejo que ela se arrependeu disso.

O problema é que Saeko trabalhava nos fins de semana, também, e tinha pouco tempo com o filho. O único motivo de ela trabalhar tanto era por Kyoko.

Então, eu praticamente o tratava como meu filho, já que convivíamos todos os dias, e Saeko buscava o pequeno à noite.

E como ela tinha medo de deixá-lo com qualquer um, decidiu deixar comigo. Minha irmã e eu éramos muito unidos, muito amigos.

Então eu cuidava de Kyoko, jogávamos videogame e comíamos besteiras em meu apartamento.

Como eu ganhava a vida? Bem, eu recebia muito bem. Eu trabalhava com sistemas, criava web sites e não saia de casa. Ou seja, cuidava de Kyoko e trabalhava ao mesmo tempo.

Diferente de Saeko, eu quase não saia de casa, embora eu ganhasse o suficiente para me sustentar e cobrir meus luxos.

Mas naquela manhã de sábado, Kyoko queria porque queria sair para um parque próximo ao meu apartamento.

E, de saco cheio de ouvir choro de criança, por mais que eu o adorasse, me levantei da cadeira, bloqueando o notebook e o levei para passear.

Já no parque, Kyoko havia visto um urso gigante — ok, nem tão gigante assim, e parecia mais um adulto anão numa fantasia — vendendo balões, e teimou que queria um. Pra quê? Se Saeko não ensinava a ele como receber um "não", eu ensinaria.

- Aquele balão não influenciará na sua vida. - respondi, seco, ainda segurando a pequena mãozinha.

- Influenciará sim! - de onde ele conseguiu falar "influenciará"? Ele só tinha quatro anos!

- Kyoko - me virei de frente para ele, soltando sua mãozinha, me abaixando e fitando-o. - Me escuta, ok? Você já tem quatro anos e deve aprender a se comportar como um rapazinho da sua idade.

- Rapazes da minha idade compram balões, tio Aki!

- Não compram - respondi, negando com a cabeça levemente. - Os pais deles compram.

O menino emburrava a face, cruzando os braços e me levantei.

Mas o garoto de virava de costas para mim, começando a correr em direção do urso gigante numa velocidade que eu nem sabia que existia para uma criança de quatro anos correr.

Comecei a correr atrás dele, chamando-o e gritando seu nome, as pessoas ao nosso redor nos olhando, até que o moleque pára em frente ao urso.

- Quero todos os balões! - Kyoko pedia ao urso, todo sorridente e erguendo dois dedinhos das mãos.

- Não! - exclamei, me aproximando dos dois, mas o urso se abaixava em frente a Kyoko, ainda segurando os balões. Devia ser de gás Hélio, já que flutuavam.

- Segura pra mim? - a voz parecia sair do urso, que estendia os balões para Kyoko, que os apanhava rapidamente. - E pequeno, quando você levanta dois dedinhos, você está pedindo dois balões para mim. - e o urso tirava a... cabeça de urso.

E antes que eu pudesse ver quem estava por trás daquela cabeça fedorenta e marrom com olhos esbugalhados e um sorriso enorme, imaginei um velho pedófilo dentro daquela fantasia.

Corri até o pequeno, segurando-o pela cintura e, sem querer, abria a mão levando um susto quando o segurei, tentando protegê-lo, e o menino deixava os balões escaparem.

O indivíduo, ao tirar a cabeça de urso, segurava-a embaixo do braço, levantando o corpo e erguendo a cabeça, vendo os balões voarem pelo céu.

- Droga... - disse, num sussurro, vendo seus balões irem embora, enquanto a faceta de Kyoko era chorosa, outra vez.

- Tio Aki... por que fez isso? - o pequeno perguntou e o coloquei no chão, aflito.

O pequeno-grande urso abaixava o rosto, sorrindo, e pude ver melhor seu rosto.

E estava longe de ser um velho pedófilo.

Kami-sama... ele era lindo.

Seus cabelos jogados contra seus ombros, um pouco ondulados e castanhos, seus olhos eram cor de avelã. E eu estava vidrado em seu rosto, já que, cá entre nós, eu não era muito chegado a corpo de urso.

Mas ele parecia triste.

- Me desculpa, eu... quer dizer, quanto foi o prejuízo? - perguntei, retirando a carteira do bolso e abrindo-a, a fim de consertar a burrada que eu fiz.

- Não se preocupe com isso, senhor - assentiu, sorrindo. - Está tudo bem.

- Eu... me desculpa, eu não sabia que você... me perdoa, moço.

- Não esquenta, ok? Esses balões nem são tão caros assim.

- Tem certeza?

- Absoluta - e manteve seu sorriso. - Duzentos ienes cada um, não são tão caros.

- Mas... tinha um monte deles! - retirei uma nota em dólar da carteira, cem dólares, estendendo o braço e entregando a ele. - Toma. Se trocar essa nota por ienes, acho que cobra o prejuízo.

- Já disse que não precisa, senhor - e colocou seu capacete outra vez, cobrindo seu lindo rosto e dando lugar ao olhudo esquisito com um sorriso enorme. - Tenho que buscar mais balões, agora.

Kyoko se agarrou em minha perna, enquanto o carinha se virava contra mim e andava, tomando outro rumo. Dessa vez, sem balão algum.

- Tio Aki... agora ele não pode mais pagar as contas... como ele vai sobreviver?

Me pergunto de onde Kyoko sabia dessas coisas, como "receber salário para se manter" e palavras difíceis. Saeko deve ensinar muitas coisas a ele, mesmo com tão pouco tempo com o pequeno.

- Eu não sei, Kyoko-chan - suspirei pesadamente, triste, até. - Mas eu espero que esteja tudo bem.

Guardei a carteira no bolso e a nota dentro da carteira, segurando a mão de Kyoko e, depois daquilo, eu achava melhor voltar pra casa.

xxx

- Vou te levar até o ponto de ônibus.

- Mamãe vai me esperar lá?

- Sim, sim. - respondi, um enorme sorriso no rosto do pequeno e retribui de forma carinhosa.

- Te vejo amanhã, tio Aki?

- Amanhã não, pequeno. Mas segunda você vem, e traga seus brinquedos para brincarmos de Liga da Justiça, ok?

- Sim! - o menino respondeu eufórico e saímos pela porta do meu apartamento e tranquei assim que saímos.

Estava noite já, e o nosso combinado era que às dez e meia, ela o buscaria num ponto de ônibus que ficava perto daquele parque onde... aquilo aconteceu.

Caminhamos pela calçada, e Kyoko pulava os azulejos de uma parte da calçada que era em preto e branco. Me lembrava quando eu era pequeno, quando eu me desafiava a pisar somente nos azulejos de cor preta e outras vezes nos brancos.

Aquilo era divertido, e Kyoko me fez sentir saudades daquela época.

Fomos até o ponto de ônibus e éramos os únicos alí, sentados no banquinho esperando o ônibus e Saeko chegarem.

Não demorou muito para que o ônibus parasse no ponto, com Saeko acenando e sorrindo numa das janelas e levei o pequeno até ela, passando-o pela roleta e nem precisou pagar passagem.

Saí do ônibus assim que o ajudei e o pequeno acenava pra mim junto a Saeko através do vidro, e acenei de volta, um sorriso enorme no rosto. Eu gostava muito de Kyoko, até. Eu adorava cuidar do pequeno. Era meu sobrinho favorito e... único.

Suspirei pesadamente, esperando o ônibus ir embora e eu poderia ir para casa. O ônibus se foi.

Mas alguém corria arfando até o ponto, as roupas amarrotadas e os cabelos um pouco bagunçados, uma bolsa embaixo do braço e tomando o ar assim que parou no ponto.

O olhei de cima a baixo. Me deu uma sensação estranha no peito.

- O último ônibus acabou de sair... bem, na verdade, outro passa daqui há duas horas. - avisei, um sorriso triste nos lábios.

- Não diga? - indagou, incrédulo, os lábios carnudos entreabertos e parecia bastante cansado.

- Talvez demore até mais.

- Droga... é a primeira vez que perco esse ônibus.

- Tudo bem. Olha, se quiser, se confiar em mim... mesmo que eu seja um estranho pra você, nee... pode ficar no meu apartamento até o próximo ônibus voltar, que tal?

- Pode me dar um copo d'água? Estou morrendo de sede.

- Claro que posso - assenti, sorrindo. - E me desculpa pelo que aconteceu mais cedo, eu...

- Esquece isso, tá? Tá tudo bem.

- Eu moro logo alí, naquele apartamento, logo no alto. - apontei para o alto de um prédio, e eu realmente morava alí.

Eu não deveria confiar num estranho, mas ele parecia tão... confiável.

O pequeno — sim, porque ele era bem baixinho, aliás. — sorriu, assentindo, passando a língua pelos lábios e eu achei aquilo a coisa mais adorável do mundo.

- Vamos? E prometo não fazer nada com você. - alertei, brincalhão, embora não deixasse de ser verdade.

- Vamos - sorriu largo, e comecei a andar em direção ao meu apartamento, com o pequeno me acompanhando.

xxx

E começamos a conversar sobre variados assuntos, e me surpreendi o quanto ele era culto, por mais que trabalhasse vendendo balões.

Mas eu não sabia dos seus motivos, então... não comentei nada a respeito.

Estávamos sentados no sofá, conversando e tomando sorvete, esquecendo da hora e nos divertindo demais. Começamos a rir juntos quando comentamos sobre colar em provas e as técnicas de colas existentes ou as que poderiam ser testadas.

Ele era hilário e eu adorava isso.

Cessamos o riso, sobrando apenas lindos sorrisos nos lábios de ambos e, principalmente, os dele.

- Sei que não é da minha conta, mas... não é chato entregar seu filho a uma estranha num ônibus? - perguntou, levando um pouco do sorvete sobre a colher até a boca, me fitando.

- Ele não é meu filho - e sorri, um pouco tímido. - E ela é a mãe dele. Ele é meu sobrinho.

- Ah... entendi...

- E posso te chamar do quê? Bem, passamos três horas aqui, conversando, e nem sei seu nome...

- Três horas? - os olhos do pequeno se arregalaram, colocando o pote se sorvete com a colher dentro sobre a mesinha de centro, se levantando do sofá e parecia exaltado. - Eu vou perder o ônibus!

- Bem... não é pra desanimar, mas... você já perdeu.

- Ah, droga! Tenho que arranjar um hotel baratinho pra ficar - e sorriu para mim, andando até a porta, apressado. - Não pode me levar até o portão lá embaixo?

Eu poderia rir com o modo que ele se preocupava com as coisas.

Ele ficava tão... lindo.

- Bem, pode ficar aqui, se quiser - e respondi. - Tenho um quarto de hóspedes e roupas limpas, toalhas limpas e tudo limpo.

- Eu não quero incomodar, me desculpe.

- Não seria incômodo algum - me aproximei dele, adentrando as mãos pelos bolsos laterais da calça. - Fique. Vai ser bom ter companhia. Não gosto muito de ficar sozinho.

O pequeno sorriu timidamente, mas pude observar seu rosto corado. E o motivo? Completamente desconhecido, pelo menos pra mim.

- Matsumoto Takanori - respondeu, estendendo o braço, num cumprimento.

Eu assenti, sorrindo largamente e exibindo meus dentes, estendendo meu braço e apertando sua mão delicadamente.

- Suzuki Akira - respondi, ainda sorridente.

E, quando apertamos as mãos, vi seu rosto corar demasiadamente.

E o meu também estava corado. Da mesma forma.


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Notas finais do capítulo

Fic curta, estou tentando encurtar o máximo que posso, re.

Presente de aniversário pra Bee, abelhinha da Bey, porque somos uma dupla sertaneja BeeBey (?) QQQ KSDHSDSJDHSJD ♥



E gente, o Rio tá mais calmo, então... dá pra ir pro Family de boa, e espero vocês lá.

(pra quem não me viu ainda, lógico que não vai me reconhecer ;; Eu vou de Lavi criança do DGM, na foto do calendário, ooou de estudante japa ooooou de qualquer merda, mas provavelmente eu vá andar com a Himessan e com a Delucci, se elas não me deixarem sozinhas mimimi ;;)



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