O Fim de Uma Era escrita por Neko D Lully


Capítulo 2
Marcada


Notas iniciais do capítulo

Pra quem achou que a maka havia morrido tenho um counicado importante: Eu nunca a mataria galera!! Hello!! Ela é uma das minhas personagens favoritas junto com o Soul!!
Agora aproveitem o capitulo que eu acho que ficou muito bom.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112777/chapter/2

O FIM DE UMA ERA

MARCADA

MAKA POV.

- Odeio minha vida! Odeio minha escola! Odeio meu pai e odeio minha madrasta. – reclamava enquanto andava na direção do meu armário para pegar minhas coisas e poder finalmente ir para casa.

Meu nome é Maka Albarm, tenho 17 anos e moro em Tókio. Por que estou reclamando tanto? Ora, porque minha vida se tornou um inferno desde que minha mãe morreu, a mais ou menos 10 anos atrás.

Desde então meu pai sempre saia de casa e ficava a noite toda fora (descobri tempos depois que ele ficava com mulheres todas as noites). Ate conhecer Aracne, uma mulher bonita de cabelos pretos lisos, pele clara e uma personalidade aparentemente boa e simpática, e começaram a namorar.

No inicio achei bom meu pai estar com ela e da possibilidade de voltar a ter uma mãe. Mas tudo isso mudou logo que eles se casaram e Aracne foi morar conosco. Ela começou a tentar fazer com que nossa família fosse um exemplo de família perfeita, unida e que valorizava a Deus e respeitava seus mandatos.

Meu pai a apoiava em tudo e não fazia nada para impedir todas as mudanças que ela fazia em toda a casa. Em quanto eu mi sentia sufocada com a preção que ela me fazia para seguir suas crenças religiosas. Mas, como não aceitava que ninguém me desse ordens, me recusava a aceitar o que ela fazia, me tornando a ovelha negra da família.

Minha suposta nova mãe decidiu também adotar mais uma filha. De acordo com ela era para dar exemplo as outras pessoas sobre boas ações. O que me deu uma irmã (já que era filha única isso era uma mudança e tanto) que se chamava Kim, uma garota que tinha minha idade, de cabelos rosados curtos, um corpo de dar inveja e uma pele rosa bebê.

Como sempre, no inicio não foi tão ruim, mas logo depois Aracne começou a mimá-la e ela virou uma Barbie que adorava ter tudo o que quer. Na maior parte das vezes tentava me usar de escrava, o que me deixava possessa.  Sem falar que ela adorava caçoar da minha cara só por que não tinha um corpo tão emoldurado como o dela, ainda mais nos meu dezessete anos. Mas diferente dela, que só chamava atenção pelo seu corpinho bonito, eu me destacava por causa do meu intelecto e por causa de meu rosto, que muitos diziam ser angelical, de meus olhos, que eram de um verde jade, meu cabelo, que era liso, macio e de um loiro acinzentado e por causa de minha pele que era macia e pálida como a neve.

Podia não ter seios esbanjados, uma cintura tão definida ou um quadril largo e um traseiro grande. Podia não ser a garota mais popular de todas e podia ate ser considerada uma nerd e devoradora de livros, mas não ligava. Era feliz do jeito que era.

Bom, não era exatamente feliz. Desde que minha mãe morreu sempre chorava a noite depois que sonhava com ela. A única coisa que me restou dela foi um medalhão que ela havia me dado quando fiz seis anos. Ele era de ouro e tinha um pingente que tinha a forma de uma lua minguante prata e uma rosa negra ao lado. Aracne havia jogado fora todas as fotos de mamãe porque dizia que, só por ela ser descendente de uma tribo indígena que não seguia seus conceitos religiosos, ela não tinha um espiro puro e que suas fotos iam trazer espíritos ruins para nossa casa. Só consegui ficar com meu medalhão porque implorei para que não o tirassem de mim. Mas só de olhar para aquele medalhão sentia a presença de minha mãe do meu lado. Por isso nunca o tirava.

Agora eu estava na escola indo na direção do meu armário com um humor de cachorro. Estava completamente “p” da vida porque alguém havia feito uma brincadeira de mau gosto comigo. Haviam pegado minha mochila e a esconderam no banheiro masculino. Tive que pedir a um professor para pegar para mim. Morri de vergonha!!!!

Sem falar que estava tendo uma tosse dos diabos esses dias e muita dor de cabeça. Estava péssima esses dias que mal conseguia levantar da cama para ir a escola.

Estava correndo a toda pressa para poder finalmente chegar ao meu armário, pegar minhas coisas e ir embora de uma vez, quando parei em seco ao ver um homem alto moreno de olhos azuis escuros cabelo negro e de um corpo totalmente musculoso parado do lado dos armários me mirando intensamente.

Nunca o tinha visto antes aqui na escola e me assustei um pouco com sua presença. Olhei para os lados tentando localiza alguém no corredor que pudesse me ajudar caso algo de ruim acontecesse. Mas não havia ninguém no corredor, ele estava completamente deserto. O que era de se esperar já que já havia se passado uns 10 minutos desde que anunciaram o final das aulas de hoje.

Suspirei e fui andando calmamente passando pelo homem e indo para meu armário. Tossi mais umas quantas vezes enquanto pegava minhas coisas do armário e as colocava dentro da minha mochila. Fechei meu armário e o tranquei quando terminei de colocar tudo o que precisava em minha mochila.

Comecei a caminhar de volta pelo o caminho que havia vindo quando aquele homem se posicionou na minha frente me impedindo de passar. O olhei um pouco curiosa e nervosa, mas ele apenas disse com uma voz forte e autoritária:

- Maka Albarm você foi escolhida para ser uma de nós. – e nesse mesmo instante senti uma forte dor no lado direito de meu pescoço. O que fez com que levasse a mão ao local e fechasse os olhos com força.

Quando voltei a abrir os olhos o homem já não estava mais lá. Olhei para todos os lados amedrontada, quando não vi ninguém peguei um espelho dentro da minha bolsa (não me pergunte o que aconteceu para eu sempre levar um espelho na bolsa) e o posicionei para ver meu pescoço.

Lá, no lugar onde se concentrava a dor, estava um contorno de uma alma. A marca de um vampiro. Todos de Tókio sabiam que todas as pessoas que tinham um desenho de alma marcado no pescoço era um vampiro, ou em transformação ou completo.  Eles estavam espalhados pelo mundo e quando uma pessoa é supostamente escolhida um rastreador vai atrás dela para marcá-la.

O único problema é que ainda há muito preconceito com os vampiros por causa das lendas criadas sobre eles. Lembro-me de quando um garoto foi marcado no inicio do ano. Não vi o rastreador, mas lembro do garoto sair correndo e todos abriram espaço como se tivesse uma doença contagiosa.

Fiquei com pena do garoto, mas não pude fazer nada por ele. Sem falar que não queria ser considerada uma amiga de aberrações como chamavam todos aqueles que estavam do lado dos vampiros, bem no inicio do ano. Sei, é egoísta, mas quando você tem zero amigos isso é totalmente necessário.

Sai correndo ate a porta da escola e a abri olhando para todos os lados para ver se não tinha ninguém para logo depois sair correndo ate minha moto e ir embora. Enquanto corria desfiz as marias-chiquinhas que estava usando e deixei meu cabelo escorrer por meus ombros tampando a marca em meu pescoço.

Coloquei a mochila direito nas costas e subi na moto dando a partida e saindo a toda velocidade pela rua a fora. Nem me preocupei em colocar o capacete, mesmo que soubesse que era arriscado andar sem. Mas no momento tudo que queria era chegar em casa o mais rápido possível para pedir ajuda. Pela primeira vez na vida tinha que admitir: precisava da ajuda dos meus pais para resolver isso, por mais que isso me incomodasse.

Quando cheguei em casa estacionei a moto dando uma derrapada e pulando dela enquanto a deixava no chão com sumo cuidado(podia estar com pressa, mas isso não significava que teria que estragar meu bebezinho). Entrei em casa correndo e fui direto a sala onde estava Aracne sentada no sofá vendo o canal católico.

Aproximei-me com cuidado ate me posicionar atrás dela. Respirei profundamente para logo depois soltar o ar em um suspiro largo.

- Han... Aracne. – comecei meio duvidosa

- Quantas vezes já te pedi para que me chamasse de mãe? – perguntou com um tom de falsa simpatia.

Pelo menos umas quarenta, mas não quer dizer que você seja, pensei enquanto a olhava com ódio controlado.

- Desculpa, mãe. – disse dando ênfase em mãe - Mas é que preciso de ajuda.

- E no que poderia ajudar? – perguntou voltando sua atenção para mim, já que não havia despregado os olhos da TV desde que havia chegado. – Sabe que estou aqui para ajudá-la no que precisa.

- É um pouco complicado. – comecei a dizer com um pouco de medo, mas decidi falar de uma vez – Fui marcada hoje na escola. – ao dizer isso, tirei o cabelo do pescoço deixando a mostra o desenho de alma em meu pescoço.

Seus olhos se arregalaram e ela se levantou do sofá de golpe, começando a se afastar de mim lentamente. Ela me olhava com pavor, como se fosse um monstro ou coisa parecida. Dei um passo em sua direção e abri a boca para falar, mas ela tomou a frente.

- Não! Sai de perto de mim monstro! Demônio trazido a Terra pelo diabo! – gritava enquanto se afastava mais de mim com desesperação.

- Não sou um demônio! – gritei tentando amenizar as coisas. – Só vou passar pela transformação como vários outros.

- Não importa! Vá para seu quarto e espere lá ate seu pai chegar enquanto eu chamo alguns amigos para nos ajudar a acabar com isso!

Fui para meu quarto sem dizer nada mais. Não sei o que havia me dado na cabeça para pedir ajuda a ela. Sabia que ela iria me tratar assim e mesmo assim pude achar por um mero instante que ela iria agir como mãe e dizer que tudo ia dar certo e que daríamos um jeito, como minha mãe fazia quando ainda estava viva.

Sentei em minha cama e gritei contra minha almofada. Depois de uns dez minutos de desistresse me levantei da cama e comecei a andar de um lado para o outro tentando achar um modo de sair dessa situação.

Quando comecei a ouvir o barulho da porta abrindo e gente entrando, uma idéia cruzou minha cabeça. Iria fugir. Iria para Deafh City, onde havia um Shibusen que era uma espécie de escola para aqueles que iniciavam a transformação ate quando a completavam. Mas antes de ir pra lá iria ver minha tia Blear. Ela era a única que considerava uma amiga e mãe desde que minha mãe morreu. Ela é irmã da minha mãe e fora criada com os mesmos costumes da cultura indígena que minha mãe fora criada.

Muitas das crenças que eles tinham minha mãe e Blear costumavam me contar. Quando meu pai se casou com Aracne, ela proibiu a vinda de Blear a nossa casa porque a acusava de ser uma bruxa descrente só porque ela ainda seguia os costumes da tribo.

Comecei a arrumar uma mochila, colocando algumas roupas, sapatos, bijuterias, coisas para o cabelo, escova e pasta de dente, e mais algumas outras coisas que achava que iria precisar. Pequei também meu celular, carteira de motorista e meu notebook de 10 polegadas.

Fui ate a janela e a abri. Olhei para baixo medindo a distancia. Já que meu quarto ficava do lado da garagem e ficava no segundo andar, dava para eu pular no telhado da garagem, escorregar ate a parte da frente e pular para chegar no chão. O que dava graças a Deus pelo teto da garagem não ser tão alto.

Pendurei-me na barra da janela, e respirei fundo recalculando para não cometer nenhum erro. Respirei fundo e saltei, caindo no telhado e escorregando ate a borda. Só que quando estava na beirada não consegui parar e acabei caindo. Minha sorte foi que consegui cair em pé no chão para logo depois rolar no mesmo pelo impacto repentino.

Quando me recuperei do choque e me levantei a primeira coisa que eu vi foi Kim parada na porta da garagem aberta, do lado da minha moto, com as mãos na cintura, batendo o pé direito do chão e me olhando acusadoramente.

- O que pensa que vai fazer? – perguntou com a voz irritante e autoritária.

- Olha Kim, não peço que você entenda, mas preciso ir embora daqui agora. – disse enquanto me dirigia a minha moto quase cambaleando.

Minha cabeça doía horrores, meus olhos e minha pele ardiam e minha garganta queimava. Definitivamente não estava nos melhores estados e não tinha a menor paciência para lidar com ela agora.

- Você vai ver aquela bruxa não vai? – me perguntou se posicionando entre a moto e eu.

- Ela não é uma bruxa, Kim, e sim eu vou vê-la. Ela é a única que pode me ajudar agora. – falei tentando dar a volta nela e ir ate minha moto.

- Não! – Kim gritou segurando meu braço. – Ela não é a única. Nós também podemos. É só você confiar na gente, na sua família.

- Vê se acorda Kim! – gritei de volta arrancando meu braço do seu agarre. – Ninguém aqui em casa pode me ajudar! Nunca puderam! Sempre que tive um problema todos me ignoravam, ate meu pai que antes era mais do que super protetor comigo, agora nem olha pra minha cara sem ser para me mirar com decepção.

Kim me olhou surpreendida enquanto eu a mirava com irá alem dos limites.

- Eu ate poderia confiar em você, mas desde o segundo mês que você estava com a gente comecei a te desprezar. – ta talvez eu não devia estar sendo tão sincera, mas ela tinha que se dar conta que meu lugar não era com eles. – Eu gostava de você Kim, gostava mesmo. Mas você começou a me tratar como qualquer uma e não como uma irmã igual eu te tratava. Eu não posso ficar em um lugar onde ninguém me quer.

Kim abaixou a cabeça deixando que seu cabelo rosa curto tampasse seu rosto. Dei as costas para ela e fui ate minha moto. A levantei e subi nela colocando meu capacete. Quando estava prestes a dar a partida ouvi Kim sussurrar.

- O que posso fazer? – voltei a vê-la confundida.

- O que? – perguntei tentando fazer com que ela me esclarecesse o que queria.

- O que posso fazer para que você volte a confiar em mim? – ela levantou o rosto mostrando seus olhos chorosos e as lagrimas que saiam pelos mesmos. – O que posso fazer para você me considerar uma irmã de novo?

Sorri para ela dentro do capacete e liguei a moto.

- Não conte para Aracne para onde eu fui e... – duvidei um pouco, mas falei – Vá me visitar lá no Shibusen um dia desses. Adoraria te ver de novo... irmã.

Vi como ela sorria antes de acelerar a moto e saia em disparada pela alto estrada que levava para a cidade de Deafh City. Sempre que estava em minha moto me sentia livre. Todos os meus problemas desapareciam deixando apenas a sensação boa do vento batendo em meu corpo passando calafrios a cada instante por causa da baixa temperatura do mesmo.

Desta vez não só os problemas desapareceram como também a dor que sentia faz semanas. A sensação foi tão acolhedora que quase nem percebi quando chequei na pequena fazenda que minha tia tinha nos limites da cidade de Deafh City.

Estacionei minha moto perto da casa, longe da estrada e fui ate a porta da frente da pequena casa que minha tia morava. Bati na porta algumas vez, mas ninguém atendeu. Olhei mais atentamente e vi um recado pendurado do lado da porta de madeira.

  “Se você estiver me procurando estarei no meu jardim de rosas que fica no morro atrás de minha casa. Caso precise de algo é só ir lá que estarei te esperando.

  Blear”

Sorri logo a pós ler o bilhete. Blear sempre sabia quando uma pessoa vinha visitá-la. Lembro-me bem de quando vinha vê-la no verão, ela sempre me esperava na porta com os braços abertos e um lanchinho para nos duas para logo depois ir ao topo do morro que tinha atrás da casa dela para ir colher todo tipo de rosas para fazer os rituais típicos do povo dela. Com certeza adorava vir aqui, era onde passei os melhores dias da minha vida.

Balancei a cabeça. Não tinha tempo para me distrair recordando o passado, tinha que encontrá-la rápido para que pudesse me ajudar. Comecei a caminhar na direção da trilha que levava ate o campo de rosas que tinha no morro.

A cada passo que dava mais passava mal. Minha cabeça começou a dar voltas, minhas pernas começaram a fraquejar e o sol parecia ficar cada vez mais intenso para meus olhos. Tudo começou a borrar e dar voltas, não conseguia distinguir se ainda estava na trilha ou se havia desviado, também não sabia se já estava chegando ou se faltava muito.

Depois de um tempo, que para mim pareceu eterno, acabei tropeçando em uma raiz de uma arvore que acabou crescendo de mais e saiu da terra. Acabei caindo de cara no chão, depois já não conseguia levantar mais. Minhas forças haviam acabado e já não sentia meu corpo e minhas pálpebras começaram a pesar.

Tentei de tudo para não ceder, mas já estava no meu limite e não deu outra a não ser deixar que escuridão me tomasse e me cobrisse com um lençol fino e delicado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esses capitulos dessa fic são grandes de mais T-T!!! Demora um seculo para corrigilos, mas acho que vale apena. Mas para saber quero ganhar reviews. Estou muito feliz com aqueles que já me mandaram, mas espero mais, viu?

Bjsss!