O céu já escurecia. À noite, aos poucos, se aproximava. A hora mais esperada por Hermione Weasley.
Cinco anos havia se passado após a queda de Voldemort. Hermione havia se casado com Rony e Gina com Harry. Gina havia acabado de engravidar e Harry não poderia estar mais feliz, já Hermione não queria filhos agora, com um total apoio de seu marido. Hermione achava que ainda estava muito cedo para ter filhos e Rony concordava plenamente com ela. Não sabia ele, que os motivos de Hermione eram outros muito diferentes.

-Rony querido, o jantar está pronto. – Hermione chamou.

Rony e Hermione moravam na Toca, que havia ficado para eles logo após a morte de Molly e Arthur Weasley.  Hermione e Rony trabalhavam no ministério como Aurores e então, a condição financeira deles era, agora, muito boa. A Toca continuava a mesma, por pedido de Hermione.

-Está uma delícia Mi. Está quase superando a mamãe. – com essas últimas palavras, o sorriso de Rony havia se transformando em um sorriso triste, ele ainda não superara a morte dos pais.

-Nunca irei superar Molly, sabe disso Ron. Então não fique lembrando nada disso ok?  - Hermione sorriu tentando confortar o marido, enquanto afagava seu cabelo ruivo devagar.

Ia dar 10h30min quando Rony e Hermione foram se deitar. Hermione vestiu sua camisola de seda e assim que apareceu ás vistas de Rony, ele a puxou para um beijo caloroso, que se transformariam em algo muito mais avançado, mas...

-Hoje não Ron. Estou me sentindo muito cansada.

-Mas, Mione, ultimamente você anda muito cansada! Sabe há quanto tempo nós não transamos? DOIS MESES HERMIONE. Dois meses! Você só vive nessa de “Eu estou cansada”. Qual foi Mione?! Está perdendo o pique é? – Rony estava exasperado.

-Me desculpe Ron, mas se está insatisfeito comigo, deveria procurar qualquer outra para te satisfazer não acha? – Hermione virou, fingindo enxugar uma lágrima. Ela havia aprendido a encenar muito bem nesses dois meses.

Rony vendo o estado da mulher se aproximou e a abraçou pela cintura. Odiava ver sua Hermione chorando.

-Me desculpe Hermione. Não devia ter falado nada daquilo. Se estiver cansada, deve descansar, eu não irei forçar nada ok? – ele sorriu e deu um selinho em Hermione.

-Obrigada Ron. Vamos dormir.

Eles se deitaram e Rony a puxou abraçando-a.

-Eu te amo. – ele sussurrou.

-Eu também te amo querido.

Hermione deu um pequeno sorriso malicioso quando viu que Rony havia pegado no sono, acreditando que ela estivesse dormindo também.
Hermione retirou cuidadosamente o braço de Rony que estava envolto a sua cintura e silenciosamente se levantou da cama. Olhou para seu marido dormindo tranquilamente.
“Tão bobinho” ela pensou.
Foi até o armário que continha um fundo falso e pegou todos os acessórios.
Entrou no banheiro e vestiu-se. Colocou seu batom vermelho, seu lápis de olho preto e sua sombra escura. Seus cabelos estavam em ondas nada comportadas, dando-lhe um ar de quem acabara de se agarrar com alguém. Olhou seu reflexo no espelho, estava impecável.
Ousada.
Sexy.
Fatal.
Voltou ao quarto e olhou novamente Rony dormindo feito um bebê e se aproximou dele, dando um pequeno beijo em seus lábios marcando-o de vermelho.

-Boa noite, amor. – sorriu de lado e colocou sua capa preta, com o capuz.
Saiu do quarto devagar, seu salto já não fazia mais tanto barulho como antes, agora ela aprendera a andar silenciosamente.
E aparatou.

Chegou a um motel trouxa e o recepcionista a atendeu logo. Já a conhecia. Ela ia lá quase todas as noites, sempre na mesa suíte, com o mesmo homem. O recepcionista nunca viu o rosto da mulher, mas já conhecia aquela capa negra. O homem entregou-lhe a chave da suíte.
Hermione subia as escadas, o salto agulha batendo contra o piso frio, agora já não precisava disfarçar. E podia então, chamar atenção.
Assim que chegou ao último andar parou em frente a uma porta com o número 352 gravado.
Colocou a chave na fechadura e girou a maçaneta. O som invadia o lugar e a iluminação fraca dava um ar sedutor. Havia uma imensa cama de casal no meio do quarto com lençóis verde e prata. Havia garrafas de champagnes com duas taças ao lado. Do lado oposto a cama, podia-se ver uma porta de correr que daria a varanda, que com certeza, havia uma esplendida banheira.

-Você demorou. – uma voz rouca sussurrou às costas de Hermione, o que fez a mulher estremecer até o último fio de cabelo.

-Rony demorou um pouco para dormir dessa vez. – ela disse ainda de costas.

O homem riu.

-Granger, é muito feio sabia? Enganar o pobre o Weasley dessa forma. – ele se aproximou delas pelas costas e abaixou o capuz da mulher revelando seus cabelos castanhos para então sussurrar em seu ouvido. – Que menina má! Nem parece a grifinória que eu conheci há anos
atrás. Está agindo como uma sonserina nata.

-Ninguém ainda lhe disse? Todo grifinório tem seu lado sonserino. – ela disse se virando abruptamente, colando seu corpo ao do homem. – E você não está fazendo diferente com
Astoria. Ela não desconfia?

-E se desconfiar? – ele deu ombros. – Não devo nenhuma satisfação a ela. – e passou os braços em torno da cintura de Hermione.

-É claro que deve Malfoy. Ela é sua mulher não é?

-Dá satisfações ao Weasley, Granger? – ela sorriu sapeca – Eu acho que não. – ele disse maroto antes de tomar os lábios grifinória ardentemente. Hermione cravou os dedos no cabelo loiro do homem aproximando mais. Ele mantinha uma mão na cintura da mulher enquanto a outra passeava pelas costas da mesma. Eles separaram os lábios e o olhar de Draco caiu sobre o corpo de Hermione.

-Sabe, você fica uma graça com essa capa, mas não acha ela um pouco longa demais não? –ele retirou a capa fazendo-a escorregar pelos ombros de Hermione. – Ops. – ele sorriu, fazendo uma carinha de inocente, mas com um sorriso malicioso brincando em seus lábios.
A capa caiu no chão revelando o vestido vermelho decotado e de alça com alguns poucos detalhes dourados.

-Está vendo? Eu sou fiel a minha casa. – Hermione disse sedutoramente.

-Eu estou vendo. – ele riu e voltou a beijá-la, mas dessa vez, em toda a extensão de seu pescoço. Ele mordia, beijava, lambia o pescoço da grifinória enquanto a mesma arfava e crava ainda mais os dedos em seu cabelo loiro. Draco sorriu na curva do pescoço de Hermione, quando ela soltou um gemido baixinho. Ele trilhou um caminho beijos até a orelha da mulher e mordiscou o lóbulo para então voltar a beijar violentamente os lábios cor de cereja de Hermione. As línguas se entrelaçavam e as bocas pareciam ser feitas sobre medida uma para a outra e ali se passava todo o tipo de sentimento. Ódio, desejo, raiva, medo e um tipo de amor que nenhum dos dois, naquele momento, precisava qualificar.

Draco separou seus lábios dos da Grifinória por um instante e ela estava a ponto de soltar um muxoxo quando os lábios de Malfoy desceram para o ombro dela, mordendo-o e pegando com os dentes a alça do vestido de Hermione e soltando um risinho irônico enquanto deslizava a alça fazendo a cair e deixando o ombro de Hermione ainda mais exposto. E foi quando ele viu.
Ali estava o pecado de Hermione Granger. A Sonserina. Por debaixo de todo aquele curto vestido vermelho e dourado estava uma lingerie verde e prata. Draco levantou o olhar para olhar para o rosto de Hermione e encontrou um sorriso sarcástico plantado no rosto da mulher.

-Gostou? – ela perguntou com uma voz sexy.

-Aposto que você não a usa com o Weasley.

-As melhores coisas, eu guardo para você. – ela disse enquanto desabotoava lentamente a camisa branca de Draco. Deslizou-a pelos braços fortes do rapaz e então começou a beijar todo o peitoral másculo. Suas mãos pequenas exploravam todo o abdômen definido do rapaz enquanto todo seu vestido já havia parado do chão, do outro lado do quarto. Céus! Como ele fazia isso?  Ela se perguntava.
Hermione trilhava um caminho de beijos e mordidas por todo abdômen de Draco, até que chegou perto do umbigo. Olhou para cima e viu Draco sorrindo maliciosamente. Hermione piscou marotamente e então começou a abrir o zíper da calça preta fazendo-a deslizar até o chão.
Draco a levantou e segurou em sua coxa fazendo com que ela se levantasse e enlaçasse a cintura dele. Hermione fez o mesmo com a outra, até que estava no colo de Draco.
A língua fervorosa dele, invadiu a boca de Hermione e eles começaram a andar às cegas até cama. Ele a deitou lá e por um momento a admirou. Merlin, ela era tão linda! Ele observou o rosto de Hermione agora vermelho, ela ofegava. O tempo não havia a mudado em nada.
Ambos agora com 22 anos. Casados, com pessoas diferentes, é lógico, mas o tempo não havia mudado em nada a atração que ambos sentiam um pelo outro. Como eram tolos! Perderam tanto tempo discutindo coisas infantis e quando enfim, perceberam que depois do ódio vinha o amor, já estavam casados com outros. Mas o destino quis que se reencontrassem e os colocou naquele jogo. Tão perigoso e... Delicioso.
Ambos enganavam seus companheiros.
Ambos se desejavam.
Ambos corriam riscos.
Ambos adoravam aquilo.

E o porquê de não deixarem seus companheiros e viverem juntos?
Draco precisa de um herdeiro e Astoria foi a escolhida para aquilo.
Hermione... Bom, Hermione amava Rony. Não o amava o bastante para desejá-lo como homem, mas o bastante para não querer magoá-lo.
Então ambos se amavam escondidos.
Era mais fácil e... Mais gostoso.

Draco tirou lentamente a lingerie de Hermione e fitou seu corpo nu como se olhasse para a coisa mais bonita do mundo. E de fato era, para ele.
Hermione deslizou a Boxer de Draco e a jogou em qualquer canto em qualquer lugar.
E então se amaram.
Do jeito malicioso deles, mas se amaram.
Draco a penetrava com ritmos ora lentos, ora com mais velocidade e então se atingiram ao ápice juntos.

Hermione caiu cansada e suada sobre o peito de Draco e esse a abraçou pela cintura trazendo-a para mais perto beijando sua testa e afagando seus cabelos castanhos e adormeceram.

Acordaram uma hora depois, ia dar 04h30min da manhã. Tinham que chegar em casa antes de amanhecer.
Tomaram banho juntos, se amando mais uma vez, e se vestiram.
Hermione vestiu seu vestido e colocou a capa novamente. Draco vestiu a calça e a blusa branca. Antes de sair, Hermione fez um feitiço para remover todas as marcas que Draco havia feito nela. O que ela diria a Rony se aparecesse com chupões por todo o corpo?

-Tem que admitir, eu sou demais no que faço não sou? – Draco sorriu convencido.

  -Ah claro, senhor “eu-sou-a-última-coca cola- do deserto”. Acho melhor você fazer um feitiço nas suas costas. O que dirá Astoria se vir marcas de unhas que não são dela, nas suas costas hein? – Hermione riu.

-Não precisa ficar com inveja não, Granger. Você também é demais no que faz, - ele piscou a puxando pela cintura e beijando seus lábios levemente.

-Temos que ir. – disse Hermione quando se separaram.

-Infelizmente.

-Irei aparatar daqui ok? Você desce e devolve a chave.

-Tudo bem. – ele sorriu e a beijou novamente. – Vai lá, esposa dedicada! – ele debochou.

-Como se você fosse o exemplo de marido perfeito!

Eles riram e se fitaram nos olhos.


-Você vem não é? Próxima noite. – ele perguntou.

-Não vai dar Malfoy. É aniversário do Ron, iram fazer uma festa e provavelmente ao ficar até
mais tarde lá na Toca. Não vai dar para vim. – ela sorriu tristemente.

-Mas depois de amanhã você vem não é? – ele perguntou com medo de que ela dissesse que não poderia vir também.

Ela sorriu.

-Sim, eu venho. – ela se aproximou do ouvido dele e sussurrou:
-E compenso a noite que não virei.

-Vou esperar ansiosamente. – ele sorriu excitado com a idéia.

Eles se beijaram mais uma vez e quando Hermione já estava quase aparatando Draco a chamou:

-Granger!

-Sim?

-Eu te odeio.

Ela sorriu.

-Tenha certeza, é recíproco.

E aparatou.

Chegou À toca e subiu as escadas devagar até seu quarto. Abriu a porta silenciosamente e viu Rony dormindo, da mesma forma que ela havia deixado.
Trocou de roupa, colocou a camisola de seda e se deitou a lado Rony. Colocou o braço do ruivo em sua cintura e olhou para a face serena dele.

-Feliz Aniversário, querido.
Ela fechou olhos, e pôde sentir os primeiros raios de sol invadindo o quarto.
Faltavam menos de 48 horas agora, para seu próximo momento de felicidade.

Porque Ronald Weasley nunca esteve mais errado.
Hermione Granger, jamais perdia o pique.
Draco Malfoy podia muito bem confirmar isso.

Mas, ninguém precisava saber disso não é?