Changing Lifes escrita por Maty


Capítulo 20
Snoop




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Minha cabeça ia explodir. Eu estava cansado. Muito cansado. Depois de 6 meses completamente parado, voltar ao caos que costumava ser a minha vida não é tão fácil assim. Acordar cedo, horas e horas de avião, entrevistas, carros, shows, fotos, programas de TV,  dormir 2 horas, soundchecks, fãs, gritos, seguranças... Eu já estava a 2 meses longe de casa, esta era a última cidade antes de voltar a ver minha filha, Beatrice e Biene.

-Que cara é essa? – Bill questionou-me. Estava sentado ao meu lado na van a caminho de uma coletiva de imprensa. Ele usava seu cabelo impecavelmente puxado para trás e óculos de sol, apesar de estar escuro dentro da van.

-Estou cansado... – confessei. – Quero voltar para casa, é quase natal, Bill.

-Eu sei, também quero voltar para casa. Sinto falta da Britney e dos cachorros. – ele recostou sua cabeça cuidadosamente no banco para não bagunçar seu cabelo. – Você sente falta da Beatrice? – demorei para responder, refletindo sobre a resposta.

-Não tenho certeza. Não tenho certeza de nada sobre Beatrice, só que ela é a mãe da minha filha. Não sei se a amo, se sinto sua falta, se preciso dela ou se somente me acostumei com sua presença... – Bill suspirou, por um instante tive a impressão de que ia dormir, mas então tirou os óculos e olhou para mim.

- Queria poder mandar aquele acordo para o inferno. Um ano, Tom... Um ano é muito pouco.

-O tempo está acabando e eu ainda não sei se é melhor que a Beatrice vá ou fique.

-Como assim? Você não quer sua filha perto de você? Você pode não saber o que sente pela Beatrice, mas eu achei que amava a Tessie.

-Eu a amo. E esse é o problema. Se eu não amo a Beatrice é melhor nos separarmos agora que ela ainda é bebê e não entende muita coisa do que esperar ela crescer. Eu me lembro do quanto sofremos quando a mamãe e o papai se separaram, não quero isso para ela também. – Bill suspirou e eu sabia que ele me entendia e concordava com minha linha de pensamento. Ele voltou a colocar seus óculos e virou sua cabeça para frente sem dizer mais nada. – Eu achei que estando longe dela seria mais fácil entender o que sinto... Se sentiria sua falta como sentia da Katharine. Ou se sua ausência seria desprezível para mim. Mas as coisas parecem ainda mais confusas agora.

-Chegamos, garotos. – olhei pela janela, para aquela horda de fotógrafos, repórteres e fãs se amontoando do lado de fora. Respirei fundo e pulei para fora do carro atrás de Bill.

     Tiramos algumas fotos em frente ao enorme cartaz com a nossa cara e o slogan da banda. Estávamos em Paris, eu adorava aquela cidade. Adorava as luzes, adorava o sentimento de liberdade e superioridade que aquela cidade me passava. Após algumas fotos fomos dirigidos até um pequeno camarim onde ficaríamos até que os repórteres estivessem acomodados para começar a coletiva.

-Daqui 2 dias estaremos em casa! – Georg exclamou desabando no sofá. – Cara, eu sinto falta do bolo da minha mãe. Acho que vou direto para a casa dela quando chegar em Hamburg.

-Eu tenho que comprar os presentes de Natal. – Gustav sentou-se em uma pequena cadeira.

-Merda! Tinha esquecido... – Bill exclamou levando a mão á boca. – Britney vai me matar se esquecer de comprar-lhe um presente de Natal.

-Eu já comprei... Me adiantei e comprei tudo antes de começarmos as viagens – Georg anunciou orgulhoso de si mesmo, devia ser a primeira coisa esperta que ele fazia em um longo tempo. – E você, Tom? Já comprou os presentes?

-Ainda não... – esfreguei o rosto com as mãos. – Mais um problema para me preocupar.

-Nós não vamos ter uma noite á toa aqui em Paris? – Bill perguntou. – Posso aproveitar para sair e comprar os presentes... Tem o da Britney, da mamãe, do Gordon, da Tessie, da Beatrice, do Andreas... – Bill ia contando nos dedos.

-E o meu. – Georg levantou as mãos fazendo graça.

-Meninos? Estão prontos? – David apareceu na porta. Todos nos levantamos e um atrás do outro fomos deixando a pequena sala.

   Senti meu celular vibrar no momento em que passei pela porta, parei por um instante e olhei na tela. Era uma mensagem de um número desconhecido. Olhei para frente, o resto da banda estava apenas a alguns passos de distância. Refleti por alguns segundos.

-Que se foda... – abri a mensagem rapidamente sem me importar de ficar para trás.

    Não é uma coincidência estarmos os dois em Paris?

            Te encontro ás 22:00 no bar do seu hotel.

      Senti sua falta, Snoop! “

      A mensagem atingiu-me como um grande soco no estômago. Vacilei alguns passos para trás e encostei-me na parede, batendo de leve minha cabeça contra ela, na esperança de que talvez estivesse sonhando. Mas nada, bati uma segunda vez e novamente nada pareceu mudar. Respirei fundo. Só havia uma pessoa que me chamava assim.

-Você não fez isso... – Katharine olhava para mim com uma expressão incrédula.

-Ficou tão mal assim? – ela se aproximou e tocou de leve nas tranças que eu havia acabado de adquirir no lugar das rastas.

-Se ficou tão mal assim? O Snoop Dogg usa esse cabelo. – gargalhava agora. Fiz uma careta e apertei sua cintura ameaçando fazer-lhe cócegas.

-Vou perguntar de novo. Ficou tão mal assim? – toquei seu ponto fraco e ela curvou-se rindo alto.

-Não! Não! Ficou maravilhoso! – soltei-a e Katharine cambaleou alguns passos para trás ainda rindo. – Snoop.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

" -Começou a festa sem mim? – sua voz tão familiar surtiu um efeito quase entorpecente por todo meu corpo. Mesmo assim não podia deixar de admitir que era bom ouvi-la novamente. "

" -Pare de falar como se eu fosse previsível! – segurei com força em seu braço. Katharine me deixava completamente descontrolado. Ela tinha um poder sobre mim, um jeito de mexer com meus sentimentos que ninguém mais tinha.

—Mas acontece que você é, Tom! Ninguém o vê da maneira que eu vejo. Enquanto o mundo inteiro compra uma revista, olha as fotos e vê o que você está fazendo eu vejo o que você está pensando e sentindo! – gritou. "