Changing Lifes escrita por Maty


Capítulo 11
Biene




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   “ ... podia sentir seu cheiro e sua respiração extremamente pertos de mim, olhei para ela e notei que seus olhos estavam direcionados para os meus lábios. Hesitei por alguns segundos refletindo se era o certo a se fazer, mas a verdade é que eu não dava a mínima para certo e errado. Fechei meus olhos e aproximei nossos lábios. “

-Droga. – sussurrei ao ser interrompido pela campainha. Abri os olhos e alguns segundos depois Beatrice abriu os seus também. Sai de cima dela um pouco sem graça e corri até a porta. – Oi, mamãe... – rolei os olhos enquanto ela depositava um beijo em minha bochecha.

-Filho, deixe a porta aberta! Gordon já está chegando! – exclamou antes que eu trancasse a porta novamente – Olá, querida! Onde está minha netinha? – abraçou Beatrice que já se encontrava de pé ao lado do sofá.

-Olá, Simone. – ela sorriu. – Tessie está dormindo.

-Graças aos céus. – disse me jogando no sofá tentando ao máximo ignorar o que havia acabado de acontecer e agir normalmente.

-Quando você vai parar de falar assim da sua filha? – mamãe deu um tapa em minha cabeça, Beatrice segurou a risada.

-Cheguei!! – Gordon gritou aparecendo no corredor, trazia uma grande caixa em suas mãos com um grande laço vermelho em cima.

-O que é isso?

-Encare isso como nosso presente de boas vindas ao novo apartamento! È o primeiro apartamento que vocês dividem juntos, uma coisa importante! – mamãe exclamou. Estava animada, assim como Gordon.

-Não precisava. – Beatrice sorriu sem graça. Ela sempre ficava desconfortável quando mamãe se referia a nós como um casal. – O que é?

-Cuidado. – Gordon avisou. Beatrice apoiou a grande caixa na mesa de jantar e a abriu. Fiquei olhando curioso do sofá. Ela ficou olhando dentro da caixa com uma cara abobada e incrédula, não movia um músculo sequer. Esperei por alguma reação que veio somente depois de alguns bons segundos quando Beatrice colocou os dois braços dentro da caixa e tirou de lá um filhote de Spitz Alemão caramelo.

-Você ficou louca... – consegui sussurrar completamente chocado.

-Ela não é uma graça!? – mamãe exclamou sorridente. – Eu tenho uma amiga que falou que estava tendo problemas para unir a família, então comprou um cachorro e todos ficaram mais unidos! Achei que era exatamente do que vocês precisavam... Tinha que ser uma raça pequena por que esse apartamento não é muito grande, eu estava pensando em comprar um macho, mas... – começou a falar. Beatrice se limitava a olhar para mim completamente embasbacada com aquele filhote em suas mãos.

-Mãe... – chamei, ela continuou narrando sobre como chegou á sua escolha de um Spitz Alemão fêmea. – Mãe! – gritei. Ela parou e olhou para mim, Gordon não conseguia parar de rir. – Um cachorro. Isso é sério? Eu já tenho 4 cachorros!

-Mas eles ficam na casa do Bill e da Britney. – rolou os olhos como se aquilo fosse óbvio. Meus cachorros ficam na casa que eu costumava dividir com o Bill, mas quando a Tessie nasceu e eu me mudei para cá, Britney se mudou para a nossa casa para que o Bill não ficasse sozinho. Agora os dois moravam juntos.

-Mãe, a Tessie já dá trabalho o bastante! Como nós vamos dar conta de um cachorro também?

-A Tessie dá trabalho para a Beatrice, você não faz nada. Pelo menos agora vai ter algo com que se ocupar também. Dividam as tarefas, quando sair para passear com a cachorra leve a Tessie também, ela tem que sair desse apartamento. – suspirei, Dona Simone não ia mudar de idéia.

   Tessie finalmente acordou e começou a chorar, mamãe se apressou em correr até o quarto para pegá-la no colo. Beatrice colocou o novo membro da nossa família desestruturada e problemática no chão e saiu atrás dela. Ficamos apenas eu, Gordon e a cachorra na sala.

-Minha mãe está ficando louca. – peguei aquela coisinha minúscula e peluda do chão e a observei de perto. Se alguém me visse com aquilo na rua definitivamente eu seria tachado de gay.

-Cuide dela, não é tão difícil... Dê comida, água, leve para passear, treine. – Gordon deu de ombros. –Dizem que o Spitz Alemão é muito esperto.

-Amor, temos que ir. – mamãe voltou á sala apressada. – Beatrice está dando de mamar, nós ainda temos que passar na casa dos Jeffersons e eu tenho trabalho para fazer. Vamos?

     Gordon foi até o quarto de Tessie dar uma olhada nela e se despedir e então os dois foram embora. O pequeno filhote ficava andando de um lado para o outro do apartamento cheirando, explorando e conhecendo tudo. Acabou por se aconchegar no grande tapete felpudo da sala enquanto eu ainda tentava processar uma reação àquilo.

-Ela vai precisar de um nome. – Beatrice se sentou ao meu lado no sofá, segurava Tessie em seus braços. Ela já tinha mamado e tinha aqueles grandes olhos azuis arregalados olhando para o nada. – Você escolhe. – olhou para mim e sorriu. – Eu escolhi Teresa, você escolhe o dela.

-Mesmo se eu quiser chamá-la de Kirsche ou Biene (abelha)? – levantei uma sobrancelha. Beatrice deu de ombros.

-Eu gosto de Biene. – colocou Tessie em meus braços. – Segunda lição: Faça-a arrotar. Você tem que fazer isso sempre depois de dar de mamar. Sempre coloque um pano em seus ombros caso ela vomite. – ri, mas ao ver a expressão séria de Beatrice percebi que não era uma piada. Minha risada se transformou em uma careta enojada. – Boa sorte, papai. – bateu de leve em meu ombro e se levantou agarrando a bolsa.

-Aonde você vai?

-Pet Shop. – olhou para mim e riu. – Nunca tive um cachorro antes.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

" Eu estava me esforçando, me saia bem nas lições e estava orgulhoso disso. "

" -Eu me recuso a viver do jeito deplorável que você vive! – gritou colocando Tessie no berço.

—Deveria ter pensado nisso antes de aceitar ser minha noiva, ter minha filha e se mudar para o meu apartamento! "